A Brisa, auto estradas de Portugal, deseja a todos um Natal em segurança:
Deixem os vossos cartões de crédito em casa e afastem-se dos Shopping Centers e Hipermercados.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2005
Tomem lá: temos o Lisboa-Dakar!
Um Lisboa-Dakar! E vem mais dois aí, nos próximos dois anos.
Claro que esta extravagância só podia ser patrocinada pela única entidade que pode enriquecer os portugueses: o Euromilhões.
O pão e o circo estão aí fora mesmo. É só ir à janela!
Já nem precisa se esconder nada! Já nem é preciso ter vergonha!
É como o Guterres e a internet (não sei se lembram, Portugal tinha mais ligações de internet do que muitos países da União Europeia). Somos o país mais atrasado da União Europeia, mas temos o Lisboa-Dakar! Quase me esquecia que também temos a maior árvore de Natal da Europa, um facto muito importante.
Atenção aos portugueses que acompanharem a competição para além do estreito de Gibraltar. Poderão não conseguir entrar pelas fronteiras de Ceuta e Melilla.
Claro que esta extravagância só podia ser patrocinada pela única entidade que pode enriquecer os portugueses: o Euromilhões.
O pão e o circo estão aí fora mesmo. É só ir à janela!
Já nem precisa se esconder nada! Já nem é preciso ter vergonha!
É como o Guterres e a internet (não sei se lembram, Portugal tinha mais ligações de internet do que muitos países da União Europeia). Somos o país mais atrasado da União Europeia, mas temos o Lisboa-Dakar! Quase me esquecia que também temos a maior árvore de Natal da Europa, um facto muito importante.
Atenção aos portugueses que acompanharem a competição para além do estreito de Gibraltar. Poderão não conseguir entrar pelas fronteiras de Ceuta e Melilla.
Ultra Vai
Em minha frente está a capa de Alive in an Ultra World, excelente disco de Steve Vai.
As músicas do mesmo foram compostas enquanto Steve estava a fazer um tour. Cada uma delas é dedicada a um país diferente e a maior parte delas é gravada ao vivo.
A faixa dedicada a Irlanda, "Whispering a Prayer" é uma jóia de valor inigualável. Parece exagero, mas não é.
E já que até a Grécia mereceu uma música (para quem não sabe são os nossos grandes concorrentes por um lugar na cauda da União Europeia) é óbvio que algo estaria reservado a Portugal: uma faixa chamada Gentle Ways (Brandos Costumes). Será assim tão bom ter brandos costumes?
"Playing the guitar effortlessly is a sanctuary of divine personal revelation. The modern day virtuoso refuses to die!"
Steve Vai
Tortol e os advogados
O blog, do Tortol, "o Pensador", parado desde Julho de 2005, tem estas duas piadas bem engraçadas sobre advogados.
UM PROFESSOR DE DIREITO DIZ AOS ALUNOS :
"NUNCA ESQUEÇAM: ALGUMAS CAUSAS SE GANHAM, OUTRAS SE PERDEM, MAS TODAS SE COBRAM !"
--------------------------------------------------------------------------------
DURANTE UMA AUDIÊNCIA O PROMOTOR GRITA: "V. EXª É UM MENTIROSO !"
O ADVOGADO DE DEFESA RETRUCA : "V. EXª É UM VENDIDO !"
O JUIZ SE MANIFESTA: "COM AS PARTES IDENTIFICADAS NOS AUTOS PROSSIGAMOS A AUDIÊNCIA".
UM PROFESSOR DE DIREITO DIZ AOS ALUNOS :
"NUNCA ESQUEÇAM: ALGUMAS CAUSAS SE GANHAM, OUTRAS SE PERDEM, MAS TODAS SE COBRAM !"
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DURANTE UMA AUDIÊNCIA O PROMOTOR GRITA: "V. EXª É UM MENTIROSO !"
O ADVOGADO DE DEFESA RETRUCA : "V. EXª É UM VENDIDO !"
O JUIZ SE MANIFESTA: "COM AS PARTES IDENTIFICADAS NOS AUTOS PROSSIGAMOS A AUDIÊNCIA".
Idealista
Adorei a seguinte caracterização que a Babs Spider, responsável pelo blog Bob e Metafísica... ou?, faz de si própria.
Quem sou eu
sou uma daquelas estudantes de direito idealistas que acreditam em justiça e gostariam de mudar a realidade em que vivemos (e já perdi a conta de quantas pessoas disseram que um dia pra sobreviver ou simplesmente ficar rica eu vou largar esses ideais... alguém quer apostar?)
É uma pena que este projecto esteja parado desde Maio de 2004.
Confesso que o último post do blog me deixa um pouco preocupado:
Wednesday, May 19, 2004
eu ia continuar falando de ação direta, reclaim the streets, movimento punk e outras coisas mas acabei de passar 4 hs tomando soro no hospital. então realmente vai ter de ficar pra outro dia. Uma pena!
Quem sou eu
sou uma daquelas estudantes de direito idealistas que acreditam em justiça e gostariam de mudar a realidade em que vivemos (e já perdi a conta de quantas pessoas disseram que um dia pra sobreviver ou simplesmente ficar rica eu vou largar esses ideais... alguém quer apostar?)
É uma pena que este projecto esteja parado desde Maio de 2004.
Confesso que o último post do blog me deixa um pouco preocupado:
Wednesday, May 19, 2004
eu ia continuar falando de ação direta, reclaim the streets, movimento punk e outras coisas mas acabei de passar 4 hs tomando soro no hospital. então realmente vai ter de ficar pra outro dia. Uma pena!
Um homem com sapiência
"A estrutura do clube é fantástica. Conheci vestiário, conheci todas as dependências do clube e pode ter certeza que é um dos melhores clubes em estrutura que eu já passei. O Inter hoje tem um dos melhores elencos do Brasil e tem totais condições de disputar todos os títulos deste ano, principalmente a Libertadores. O foco maior, realmente, será a Libertadores e com o time que o Inter tem hoje, com certeza chegará às finais", disse Fabiano Eller, nova contratação para a zaga do Internacional de Porto Alegre.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2005
Fiscalidade, ficção, poesia, gastronomia e consumo responsável
Tenho um livro que se chama "Mais e menos valias".
Uma coisa completamente escabrosa, relacionada com Fiscalidade. A capa do livro é como um cordeirinho que guarda no seu interior dragões que cospem fogo e chagas.
O único refúgio onde não chegam as chamas chagadas (o que é isso?) é a poesia.
No entanto, refugio-me no anterior post, para escusar-me de copiar para aqui alguma bela poesia do Albano Martins.
Porém, cabe ainda aqui uma dúvida insondável. Para quê então abrir o cordeirinho? Por acaso estamos pensando em chacina ou em churrasco?
Minha nossa, o que faltava agora era isto, vegetarianismo e direitos dos animais a esta hora!
Não ia eu ler? Vou.
Uma coisa completamente escabrosa, relacionada com Fiscalidade. A capa do livro é como um cordeirinho que guarda no seu interior dragões que cospem fogo e chagas.
O único refúgio onde não chegam as chamas chagadas (o que é isso?) é a poesia.
No entanto, refugio-me no anterior post, para escusar-me de copiar para aqui alguma bela poesia do Albano Martins.
Porém, cabe ainda aqui uma dúvida insondável. Para quê então abrir o cordeirinho? Por acaso estamos pensando em chacina ou em churrasco?
Minha nossa, o que faltava agora era isto, vegetarianismo e direitos dos animais a esta hora!
Não ia eu ler? Vou.
A morte do Blogue de Esquerda
O Blogue de Esquerda deixou de ser actualizado.
Acho que é isso que se chama a morte de um blog: o facto de deixar de ser actualizado. As pessoas deixam de escrever, mas a obra continua aqui na internet. E não viram ruínas. Os factos talvez, mas a escrita nunca se arruina.
Na hora da despedida, escreveram-se vários posts relacionados com o fecho do BdE, pelos seus autores.
Este aqui é imperdível: BLOGS, MODO DE USAR
Acho que é isso que se chama a morte de um blog: o facto de deixar de ser actualizado. As pessoas deixam de escrever, mas a obra continua aqui na internet. E não viram ruínas. Os factos talvez, mas a escrita nunca se arruina.
Na hora da despedida, escreveram-se vários posts relacionados com o fecho do BdE, pelos seus autores.
Este aqui é imperdível: BLOGS, MODO DE USAR
quarta-feira, 28 de dezembro de 2005
Falar bem português: a palavra Negócio
Existe uma nova definição para a palavra negócio.
Negócio passa a significar a partir de hoje: sobre o que já está escrito.
Descobri esta nova interpretação numa conversa com Timbuktu, no MSN Messenger.
Passo então a citar tão sapiente e erudito diálogo, que culminou na magnífica explanação da douta significação, que, manifestamente, não está ao alcance de qualquer mente. Mente esta que tem de ser moderna, para sorver todo o potencial que cada palavra tem a oferecer a todos nós, humildes oradores, que buscam a troca de experiências intelectuais.
Ora, estavamos a debater alterações a incluir na parte jurídica de um site na internet, quando:
Timbuktu diz:
tens algo escrito?
Guz diz:
alteraçoes nepia, mas é so fazer, demora um pouco
Timbuktu diz:
faz e manda
Guz diz:
tenho de fazer ja em cima dos negocios eu acho
Timbuktu diz:
negocios?
Guz diz:
capital, negocios, dinheiro, dolar, acoes
Guz diz:
n
Guz diz:
eu faço sim
Timbuktu diz:
sobre o q ja existe
Guz diz:
mas tenho de consultar e ver o q ha para fazer
Guz diz:
isso
Guz diz:
negocios: sobre o que ja existe
Guz diz:
boa definição
Guz diz:
gosto destes dialogos no msn, permitem-me sempre actualizar meu blog
Timbuktu diz:
cita-me, não te esqueças
Guz diz:
ok
Timbuktu diz:
"Timbuktu"
Guz diz:
claro, vou citar todo o dialogo, a partir do "tens algo escrito?"
Guz diz:
o dialogo esta muito claro, parece os da quadratura do circulo
Negócio passa a significar a partir de hoje: sobre o que já está escrito.
Descobri esta nova interpretação numa conversa com Timbuktu, no MSN Messenger.
Passo então a citar tão sapiente e erudito diálogo, que culminou na magnífica explanação da douta significação, que, manifestamente, não está ao alcance de qualquer mente. Mente esta que tem de ser moderna, para sorver todo o potencial que cada palavra tem a oferecer a todos nós, humildes oradores, que buscam a troca de experiências intelectuais.
Ora, estavamos a debater alterações a incluir na parte jurídica de um site na internet, quando:
Timbuktu diz:
tens algo escrito?
Guz diz:
alteraçoes nepia, mas é so fazer, demora um pouco
Timbuktu diz:
faz e manda
Guz diz:
tenho de fazer ja em cima dos negocios eu acho
Timbuktu diz:
negocios?
Guz diz:
capital, negocios, dinheiro, dolar, acoes
Guz diz:
n
Guz diz:
eu faço sim
Timbuktu diz:
sobre o q ja existe
Guz diz:
mas tenho de consultar e ver o q ha para fazer
Guz diz:
isso
Guz diz:
negocios: sobre o que ja existe
Guz diz:
boa definição
Guz diz:
gosto destes dialogos no msn, permitem-me sempre actualizar meu blog
Timbuktu diz:
cita-me, não te esqueças
Guz diz:
ok
Timbuktu diz:
"Timbuktu"
Guz diz:
claro, vou citar todo o dialogo, a partir do "tens algo escrito?"
Guz diz:
o dialogo esta muito claro, parece os da quadratura do circulo
terça-feira, 27 de dezembro de 2005
Combate ao stress
Finalmente na internet, a cura definitiva para o stress.
http://bluestrattos.planetaclix.pt/bubblewrap.swf
Sugiro a utilização continuada ao longo de todo o dia, em todas as pausas do trabalho.
http://bluestrattos.planetaclix.pt/bubblewrap.swf
Sugiro a utilização continuada ao longo de todo o dia, em todas as pausas do trabalho.
Vitória de Portugal - parte III
"Sei que Portugal pode vencer...
por muitos até.
O Gabriel Alves disse-me que jogaremos em 4-4-2, com alas bem abertos e 2 avançados centro"
Cavaco Silva
por muitos até.
O Gabriel Alves disse-me que jogaremos em 4-4-2, com alas bem abertos e 2 avançados centro"
Cavaco Silva
Vitória de Portugal - parte II
Acho que o cartaz de Cavaco Silva podia ser escrito sem qualquer pontuação, de maneira a que se desse mais ênfase ao seu conteúdo.
Ficaria assim:
"Sei que Portugal pode vencer Cavaco Silva"
Como se vê, o próprio interesse nacional ficaria mais salvaguardado.
Ficaria assim:
"Sei que Portugal pode vencer Cavaco Silva"
Como se vê, o próprio interesse nacional ficaria mais salvaguardado.
Vitória de Portugal - parte I
"Sei que Portugal pode vencer"
Cavaco Silva
Qual jogo? O homem não percebeu que Portugal já se classificou para o Campeonato do Mundo? Estará ele fazendo previsões já para o grupo de Portugal na Copa da Alemanha?
Neste caso também sei que Portugal pode vencer.
Cavaco Silva
Qual jogo? O homem não percebeu que Portugal já se classificou para o Campeonato do Mundo? Estará ele fazendo previsões já para o grupo de Portugal na Copa da Alemanha?
Neste caso também sei que Portugal pode vencer.
Vou ser feliz e já volto
O Paulo Miklos me disse que vai acontecer de novo.
Depois todos vão lembrar, vão até falar que "mamãe disse... papai disse...".
Mas eu não tenho todo o tempo.
Aliás, o que você me diz? Diga-me hoje. Porquê? Por querer saber, este é o motivo!
Não é preciso colocar tudo num plano idêntico a uma lâmina de vidro, a uma orgia completamente sem amor. Caso desconheças, podem tocar sinos entre os anjos. Sim, mesmo quando se trata d'o milagre do ladrão.
Depois todos vão lembrar, vão até falar que "mamãe disse... papai disse...".
Mas eu não tenho todo o tempo.
Aliás, o que você me diz? Diga-me hoje. Porquê? Por querer saber, este é o motivo!
Não é preciso colocar tudo num plano idêntico a uma lâmina de vidro, a uma orgia completamente sem amor. Caso desconheças, podem tocar sinos entre os anjos. Sim, mesmo quando se trata d'o milagre do ladrão.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2005
Sementes
Olhou para os livros todos e não teve vontade de ler nenhum.
Olhou para o seu violão, para os discos, mas não quis ouvir nada.
Pegou no computador portátil e digitou: nada, não quero nada. Mais nada.
Tirou as letras do itálico e começou a escrever normalmente, ainda a pensar sobre o que poderia dissertar. Mas nada o inspirava, nem o ruído dos passáros na rua.
De repente, apareceu algo. Uma pequena frase começou a surgir em sua cabeça, que ele tinha dificuldades de apreender, mas que ia se intensificando...
... procuro uma palavra, mas o meu caderno de anotações está tão cheio, que não é fácil encontrar a correcta ...
A procura por nós próprios é cada vez mais difícil neste mundo tão massificado. As pessoas cada vez mais voltam as costas para si mesmas. Tiram fotos de monumentos sem os verem, comem comidas sem sabor, pensam que pensam, mas não pensam.
Na verdade, o que todos querem é saber o que os outros pensam acerca de um assunto e tentar achar o mesmo. O melhor critério (se não o único) é o da maioria. Todos querem vestir a mesma roupa, trocando apenas as marcas e as cores.
"Que horror! O pessimismo que eu verto aqui também tem um pouco a ver com isto. Devo estar a ser fortemente influenciado pela crise e pelo défice".
"Se eu plantasse numa horta sementes iguais às palavras que escrevi hoje, com certeza as sementes já iriam tão maduras e tristes para a horta, que quando se desse o nascimento das plantinhas, as mesmas já trariam todos os frutos apodrecidos".
Parou reflectiu, tentou encontrar significado para as poucas frases que havia escrito. Percebia menos de agricultura do que de escrita, menos de escrita do que de leitura, menos de leitura do que de filosofia e, sem pretensão nenhuma, haviam brotado dos seus dedos aquelas palavras todas. Vãs? Com sabedoria?
"Hoje vou encher a horta de sementes novinhas, inocentes e sem preconceitos.
Vou deixá-los crescer em paz, sem enchê-las de pessimismo. Sem velhos do Restelo.
E, espero que as sementes esqueçam que deveriam ser apenas plantinhas na horta e consigam transformar-se em passáros, para voarem para longe do lugar onde apenas servem um fim: serem exploradas, até ao mais ínfimo dos seus frutos, de sol a sol, sem nunca ninguém lhes dizer o quanto os seus frutos são bons, o quanto trazem sabor às mesas, quão agradável é o odor e paladar que proporcionam".
Olhou para o seu violão, para os discos, mas não quis ouvir nada.
Pegou no computador portátil e digitou: nada, não quero nada. Mais nada.
Tirou as letras do itálico e começou a escrever normalmente, ainda a pensar sobre o que poderia dissertar. Mas nada o inspirava, nem o ruído dos passáros na rua.
De repente, apareceu algo. Uma pequena frase começou a surgir em sua cabeça, que ele tinha dificuldades de apreender, mas que ia se intensificando...
... procuro uma palavra, mas o meu caderno de anotações está tão cheio, que não é fácil encontrar a correcta ...
A procura por nós próprios é cada vez mais difícil neste mundo tão massificado. As pessoas cada vez mais voltam as costas para si mesmas. Tiram fotos de monumentos sem os verem, comem comidas sem sabor, pensam que pensam, mas não pensam.
Na verdade, o que todos querem é saber o que os outros pensam acerca de um assunto e tentar achar o mesmo. O melhor critério (se não o único) é o da maioria. Todos querem vestir a mesma roupa, trocando apenas as marcas e as cores.
"Que horror! O pessimismo que eu verto aqui também tem um pouco a ver com isto. Devo estar a ser fortemente influenciado pela crise e pelo défice".
"Se eu plantasse numa horta sementes iguais às palavras que escrevi hoje, com certeza as sementes já iriam tão maduras e tristes para a horta, que quando se desse o nascimento das plantinhas, as mesmas já trariam todos os frutos apodrecidos".
Parou reflectiu, tentou encontrar significado para as poucas frases que havia escrito. Percebia menos de agricultura do que de escrita, menos de escrita do que de leitura, menos de leitura do que de filosofia e, sem pretensão nenhuma, haviam brotado dos seus dedos aquelas palavras todas. Vãs? Com sabedoria?
"Hoje vou encher a horta de sementes novinhas, inocentes e sem preconceitos.
Vou deixá-los crescer em paz, sem enchê-las de pessimismo. Sem velhos do Restelo.
E, espero que as sementes esqueçam que deveriam ser apenas plantinhas na horta e consigam transformar-se em passáros, para voarem para longe do lugar onde apenas servem um fim: serem exploradas, até ao mais ínfimo dos seus frutos, de sol a sol, sem nunca ninguém lhes dizer o quanto os seus frutos são bons, o quanto trazem sabor às mesas, quão agradável é o odor e paladar que proporcionam".
O som do sim
Todo o muro tem potencial para terminar com a história de uma bala, mas nem todos efectivamente o fazem.
Aliás os muros podem, a maior parte das vezes, nos dar a falsa impressão de que vamos viver, partir, andar, em paz com George Bush, Osama Bin Laden e Mr. Scarecrow.
No entanto, como todos sabemos, isso são hoje canções, a mais até. É como ouvir Inbetween Days e falar: "eu não sei nada de The Cure".
Será um truque? Ou será une chanson triste?
Só o Herbert Vianna é quem sabe.
Aliás os muros podem, a maior parte das vezes, nos dar a falsa impressão de que vamos viver, partir, andar, em paz com George Bush, Osama Bin Laden e Mr. Scarecrow.
No entanto, como todos sabemos, isso são hoje canções, a mais até. É como ouvir Inbetween Days e falar: "eu não sei nada de The Cure".
Será um truque? Ou será une chanson triste?
Só o Herbert Vianna é quem sabe.
Mensagem bem positiva
Apesar da crise, do défice, do desemprego, da economia, do mensalão, do Lula, do Sócrates, do Sampaio, do Juan Carlos. Apesar de tudo, tudo, tudo o que possam me dizer, este post, pelo menos, irá terminar como começou: com uma mensagem bem positiva.
Regresso a Lisboa
Chegado ao avião da TAP, de regresso a Lisboa, pego o Jornal Público e levo até o meu assento.
Sento, abro o tampo da mesinha e folheio as notícias.
"Belém, cercada por um muro, faz um esforço para viver o Natal" - Alexandra Lucas Coelho
"As reacções exaltadas às apostas presidenciais na Betanwin só revelam o nosso secular provincianismo"- José Manuel Fernandes
"Economicamente vivemos um desastre. Culturalmente, uma hecatombe. Socialmente, somos anémicos. Politicamente, néscios" - Baptista Ramos
"2006 vai chegar sem foguetes, implacável, duro e com perspectivas sombrias" - Luís Delgado
"A realidade só volta a bater à porta depois das festas" - Mónica Bello
"Respira-se, apesar de tudo, um clima natalício. As pessoas estão tesas mas felizes" - Gonçalo Pereira
É...
Parece que as férias estão chegando ao fim...
Sento, abro o tampo da mesinha e folheio as notícias.
"Belém, cercada por um muro, faz um esforço para viver o Natal" - Alexandra Lucas Coelho
"As reacções exaltadas às apostas presidenciais na Betanwin só revelam o nosso secular provincianismo"- José Manuel Fernandes
"Economicamente vivemos um desastre. Culturalmente, uma hecatombe. Socialmente, somos anémicos. Politicamente, néscios" - Baptista Ramos
"2006 vai chegar sem foguetes, implacável, duro e com perspectivas sombrias" - Luís Delgado
"A realidade só volta a bater à porta depois das festas" - Mónica Bello
"Respira-se, apesar de tudo, um clima natalício. As pessoas estão tesas mas felizes" - Gonçalo Pereira
É...
Parece que as férias estão chegando ao fim...
terça-feira, 20 de dezembro de 2005
Cidade de Deus
O cd aqui ao meu lado, insiste para que eu publique o que se segue:
Meu nome é Zé e vivi uma vida de otário.
O que mais fiz foi cantar o funk da Virada e contar a estória da Boca, na rua, na chuva, na fazenda e até numa casinha de Sapê.
Após um grande episódio de minha existência, a transa, ter me deixado como uma metamorfose ambulante, pensei: nem vem que não tem, que preciso me encontrar.
No entanto, a alvorada, o convite para a vida no caminho do bem, não chegaram.
Apenas restou um caminho: a morte do Zé Pequeno e a tranformação de minha vida triste, numa grande batucada.
Meu nome é Zé e vivi uma vida de otário.
O que mais fiz foi cantar o funk da Virada e contar a estória da Boca, na rua, na chuva, na fazenda e até numa casinha de Sapê.
Após um grande episódio de minha existência, a transa, ter me deixado como uma metamorfose ambulante, pensei: nem vem que não tem, que preciso me encontrar.
No entanto, a alvorada, o convite para a vida no caminho do bem, não chegaram.
Apenas restou um caminho: a morte do Zé Pequeno e a tranformação de minha vida triste, numa grande batucada.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2005
Finest hour
Tom Jobim que permanece vivo dentro de um cd, está me dizendo, que the girl from Ipanema era na verdade um desafinado com uma corcunda do tamanho do corcovado e que todos os dias, acreditem ou não, ia pedir água de beber. No entanto, no morro não tem vez.
É uma insensatez, eu sei, mas também o é um samba de uma nota só, disse o sambista que lhe negou a água, em plena meditation.
Continuou o sambista: chega de saudade mané, e se quiseres ver uma wave, só te resta fazer um exercício de remember, por exemplo, de um rancho nas nuvens, sim aquele, na beira das Águas de Março. Te aviso, porém, que esta é uma inútil paisagem, pequeno passarim, porque tudo em volta looks like december.
É uma insensatez, eu sei, mas também o é um samba de uma nota só, disse o sambista que lhe negou a água, em plena meditation.
Continuou o sambista: chega de saudade mané, e se quiseres ver uma wave, só te resta fazer um exercício de remember, por exemplo, de um rancho nas nuvens, sim aquele, na beira das Águas de Março. Te aviso, porém, que esta é uma inútil paisagem, pequeno passarim, porque tudo em volta looks like december.
domingo, 18 de dezembro de 2005
Barcelana
Que bom poder escrever nas presentes condicoes, tirando o facto do teclado nao dominar a lingua portuguesa. O teclado esta configurado em modo dejavu, eu acho.
Porque?
Porque estou novamente em Barcelona, cerca de 14 meses depois. E, em Outubro de 2004, tambem escrevi num teclado que nao conhecia os acentos da lingua portuguesa.
Mas uma vez que estou de novo em Barcelona, sera importante dar um nome apropriado e coerente a esta postagem.
Assim, se em Outubro de 2004, chamei Barcelina a uma postagem que efectuei de Barcelona, viagem que fiz com a minha prima Carolina, desta vez o titulo sera Barcelana, pois aqui estou junto de minha prima Mariana.
Sem imaginacao nao e? Acho que sim tambem, mas as vezes pode-se ser imaginativo pelo facto de nao pretendermos ser imaginativos, se me faco entender.
Resumindo toda esta informacao:
1. Estou de ferias;
2. estou em Barcelona;
3. estou com minha prima Mariana;
4. tive um tempinho para escrever uma postagem.
Porque?
Porque estou novamente em Barcelona, cerca de 14 meses depois. E, em Outubro de 2004, tambem escrevi num teclado que nao conhecia os acentos da lingua portuguesa.
Mas uma vez que estou de novo em Barcelona, sera importante dar um nome apropriado e coerente a esta postagem.
Assim, se em Outubro de 2004, chamei Barcelina a uma postagem que efectuei de Barcelona, viagem que fiz com a minha prima Carolina, desta vez o titulo sera Barcelana, pois aqui estou junto de minha prima Mariana.
Sem imaginacao nao e? Acho que sim tambem, mas as vezes pode-se ser imaginativo pelo facto de nao pretendermos ser imaginativos, se me faco entender.
Resumindo toda esta informacao:
1. Estou de ferias;
2. estou em Barcelona;
3. estou com minha prima Mariana;
4. tive um tempinho para escrever uma postagem.
domingo, 11 de dezembro de 2005
Fazer o segundo grau de novo...
"Imagine um cara que vai pra faculdade... Tem um desempenho mais ou menos. Depois de um tempo, volta pro segundo grau e liga pros ex-colegas de faculdade cantando glórias de ser o melhor do segundo grau. Esses são os gremistas que mandam um e-mail desse tipo... Hehehehehehe..." Cris
Esta é a fantástica resposta do Cris (que não conheço, mas é um grande colorado) a um e-mail que vinha vangloriando a garra do Grêmio (que voltou agorinha do inferno da Segundona), como se jogar a segunda divisão e conseguir voltar para a primeira divisão fosse uma grande virtude e um grande feito...
Esta é a fantástica resposta do Cris (que não conheço, mas é um grande colorado) a um e-mail que vinha vangloriando a garra do Grêmio (que voltou agorinha do inferno da Segundona), como se jogar a segunda divisão e conseguir voltar para a primeira divisão fosse uma grande virtude e um grande feito...
sábado, 10 de dezembro de 2005
Fraco, fraquinho, traz-me o cavaquinho!
Cavaco é muito fraco.
Tenho repetido esta frase muitas vezes na minha cabeça.
É sem querer que o faço, como uma rima.
Cavaco fraco, Cavaco fraco, Cavaco fraco.
Mas é!
E façamos o favor, mesmo que não fosse fraco! Este homem foi o Primeiro Ministro de um Governo perfeitamente abominável, que pior do que qualquer coisa, investia com polícias em manifestações! E não foi nem uma, nem duas vezes! Foram um monte de vezes!
Cavaco não é forte, é muito fraco e é preciso lembrar isso para todas as pessoas.
Tem é uma coisa boa, que é fazer lembrar as parvoíces do Santana.
Vejamos esta pérola, que até merece uma foto:
"Nesta matéria (Lei da Nacionalidade), os partidos devem ser cautelosos. (...) Os portugueses poderiam ficar em minoria."
Aníbal Cavaco Silva, candidato à Presidência da República Portuguesa (!), em 9 de Dezembro de 2005.
Cavaco, explique-me:
1) Acha mesmo que há 10 milhões de pessoas prontas a invadir Portugal?
2) Acha mesmo que estas pessoas fazem tanta questão de ser portuguesas, um país que tem candidatos à presidência, que fazem afirmações destas?
3) Não pensou ainda que, se caso estas pessoas forem consideradas portuguesas, não haveria minoria de portugueses, mas sim que todos seriam portugueses?
4) Ainda pretende ser candidato a presidente?
Tenho repetido esta frase muitas vezes na minha cabeça.
É sem querer que o faço, como uma rima.
Cavaco fraco, Cavaco fraco, Cavaco fraco.
Mas é!
E façamos o favor, mesmo que não fosse fraco! Este homem foi o Primeiro Ministro de um Governo perfeitamente abominável, que pior do que qualquer coisa, investia com polícias em manifestações! E não foi nem uma, nem duas vezes! Foram um monte de vezes!
Cavaco não é forte, é muito fraco e é preciso lembrar isso para todas as pessoas.
Tem é uma coisa boa, que é fazer lembrar as parvoíces do Santana.
Vejamos esta pérola, que até merece uma foto:
"Nesta matéria (Lei da Nacionalidade), os partidos devem ser cautelosos. (...) Os portugueses poderiam ficar em minoria."
Aníbal Cavaco Silva, candidato à Presidência da República Portuguesa (!), em 9 de Dezembro de 2005.
Cavaco, explique-me:
1) Acha mesmo que há 10 milhões de pessoas prontas a invadir Portugal?
2) Acha mesmo que estas pessoas fazem tanta questão de ser portuguesas, um país que tem candidatos à presidência, que fazem afirmações destas?
3) Não pensou ainda que, se caso estas pessoas forem consideradas portuguesas, não haveria minoria de portugueses, mas sim que todos seriam portugueses?
4) Ainda pretende ser candidato a presidente?
Internacional campeão de futebol. Corinthians campeão da corrupção
Tudo normal.
O Corinthians, para a CBF, alcançou o título brasileiro.
Mas o campeonato foi suado. Os jogadores do Corinthians (os vários pernas de pau do timinho da Fiel, mais uma quadrilha ajudando) fizeram por merecer.
Tudo bem, tudo tranquilo. Foi um investimento muito grande o do Corinthians. Como ia se justificar tantos gastos, sem um título?
Os corintianos, com este campeonato que se passou, fizeram-me lembrar aquela Inglaterra campeã do mundo, em 1966. Aquele time que ganhou a Copa em casa. Sabem porquê me lembrou? Porque eles também foram um ícone de um campeonato viciado, de roubalheiras escandalosas e que até hoje permanece na memória de todos.
Assim, desejo que todos os times do Corinthians daqui para a frente tenham o mesmo destino da Inglaterra que se seguiu: o fracasso.
Há, no entanto, algo que me satisfaz verdadeiramente nisso tudo. Me apraz e me honra a força colorada, que conquistou o Brasil de uma ponta a outra. Nosso time, feito de conjunto, sem estrelas, mas com muita garra. É assim que se fazem progressos e conquistas. Não com mutretas e baixezas.
Penso que é inquestionável que é melhor ficar com o vice-campeonato, do que ganhar e festejar um campeonato igual a este que o Corinthians ganhou...
E pronto Inter. Bola para a frente, que estamos no bom caminho. Viva a nossa fantástica classificação, conquistada somente por nós próprios! E nem precisamos prosseguir a acção na justiça comum, porque a FIFA e a Comenbol sabem que temos razão. Tanto assim é que já nos disseram que se formos para a frente não jogamos a Libertadores. Obrigado a estas instituições, que assim, melhor do que ninguém, legitimam o nosso título, que nos foi roubado.
Neste campeonato, o que quer que digam, guarde a taça quem guardar, escreva-se nas estatísticas e nas publicações o que se quiser, a verdade é uma só: o Internacional foi tetracampeão brasileiro!
O Corinthians, para a CBF, alcançou o título brasileiro.
Mas o campeonato foi suado. Os jogadores do Corinthians (os vários pernas de pau do timinho da Fiel, mais uma quadrilha ajudando) fizeram por merecer.
Tudo bem, tudo tranquilo. Foi um investimento muito grande o do Corinthians. Como ia se justificar tantos gastos, sem um título?
Os corintianos, com este campeonato que se passou, fizeram-me lembrar aquela Inglaterra campeã do mundo, em 1966. Aquele time que ganhou a Copa em casa. Sabem porquê me lembrou? Porque eles também foram um ícone de um campeonato viciado, de roubalheiras escandalosas e que até hoje permanece na memória de todos.
Assim, desejo que todos os times do Corinthians daqui para a frente tenham o mesmo destino da Inglaterra que se seguiu: o fracasso.
Há, no entanto, algo que me satisfaz verdadeiramente nisso tudo. Me apraz e me honra a força colorada, que conquistou o Brasil de uma ponta a outra. Nosso time, feito de conjunto, sem estrelas, mas com muita garra. É assim que se fazem progressos e conquistas. Não com mutretas e baixezas.
Penso que é inquestionável que é melhor ficar com o vice-campeonato, do que ganhar e festejar um campeonato igual a este que o Corinthians ganhou...
E pronto Inter. Bola para a frente, que estamos no bom caminho. Viva a nossa fantástica classificação, conquistada somente por nós próprios! E nem precisamos prosseguir a acção na justiça comum, porque a FIFA e a Comenbol sabem que temos razão. Tanto assim é que já nos disseram que se formos para a frente não jogamos a Libertadores. Obrigado a estas instituições, que assim, melhor do que ninguém, legitimam o nosso título, que nos foi roubado.
Neste campeonato, o que quer que digam, guarde a taça quem guardar, escreva-se nas estatísticas e nas publicações o que se quiser, a verdade é uma só: o Internacional foi tetracampeão brasileiro!
segunda-feira, 5 de dezembro de 2005
Internacional campeão brasileiro de 2005! (parte III)
Adroaldo Guerra Filho
No clicrbs
Publicado em 05/12/2005
Guerra total
Decisões
Faltou tudo para o Inter. Num jogo em que precisava vencer, o time de Muricy Ramalho levou um gol no início, não conseguiu reagir, perdeu para o rebaixado Coritiba e provou que não aprendeu a lidar com decisões.
Com a derrota do Corinthians para o Goiás, o Colorado terminou três pontos atrás dos paulistas e deixou a direção do clube com a missão de reverter a situação na justiça, anulando o canetaço de Zveiter.
Campanha
A campanha foi de luxo.
O Inter faturou 78 pontos, marcou 72 gols, levou apenas 49, e só não foi campeão (sem falar no STJD) por ter perdido pontos preciosos contra os rebaixados Coritiba, Atlético-MG e Brasiliense.
Se não tivesse tropeçado contra inimigos que terminaram o ano no inferno, o Colorado teria colocado a faixa no peito, outra estrela na camisa e não estaria dependo da Justiça Comum.
No clicrbs
Publicado em 05/12/2005
Guerra total
Decisões
Faltou tudo para o Inter. Num jogo em que precisava vencer, o time de Muricy Ramalho levou um gol no início, não conseguiu reagir, perdeu para o rebaixado Coritiba e provou que não aprendeu a lidar com decisões.
Com a derrota do Corinthians para o Goiás, o Colorado terminou três pontos atrás dos paulistas e deixou a direção do clube com a missão de reverter a situação na justiça, anulando o canetaço de Zveiter.
Campanha
A campanha foi de luxo.
O Inter faturou 78 pontos, marcou 72 gols, levou apenas 49, e só não foi campeão (sem falar no STJD) por ter perdido pontos preciosos contra os rebaixados Coritiba, Atlético-MG e Brasiliense.
Se não tivesse tropeçado contra inimigos que terminaram o ano no inferno, o Colorado teria colocado a faixa no peito, outra estrela na camisa e não estaria dependo da Justiça Comum.
Internacional campeão brasileiro de 2005! (parte II)
Kenny Braga
No clicrbs
Publicado em 05/12/2005
Paixão colorada
Coração dividido
Ao final da rodada de ontem, tinha meu coração partido.
De um lado, a esperança de que a Justiça restabeleça a verdade do Brasileirão e legitime o Internacional como campeão de 2005.
De outro, o desânimo com o futebol apresentado pelo Inter, em Curitiba. Quando se esperava que o Colorado jogasse a vida para vencer o Coritiba, mais uma vez o time decepcionou. Levou um gol no início do primeiro tempo, em pênalti infantil cometido por Elder Granja, e não conseguiu fazer um gol contra um adversário praticamente rebaixado.
Tapa e pênalti
É verdade que, mais uma vez, o Colorado foi prejudicado pelo árbitro, que não viu um pênalti de Reginaldo Nascimento em Fernandão, nem um tapa bandido de Anderson no Renteria.
É verdade que o Inter chegou à ultima rodada do Campeonato Brasileiro prejudicado por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, anulando 11 jogos do campeonato. E que o Internacional foi bravo e não se entregou até o último jogo. Mas também é verdade que, ontem, o Colorado não se ajudou. Não aproveitou a vitória do Goiás sobre o Corinthians. Quando tem de decidir, o time não corresponde.
Em campo, foi campeão, mas seria melhor se tivesse ganho em Curitiba.
kenny.braga@diariogaucho.com.br
No clicrbs
Publicado em 05/12/2005
Paixão colorada
Coração dividido
Ao final da rodada de ontem, tinha meu coração partido.
De um lado, a esperança de que a Justiça restabeleça a verdade do Brasileirão e legitime o Internacional como campeão de 2005.
De outro, o desânimo com o futebol apresentado pelo Inter, em Curitiba. Quando se esperava que o Colorado jogasse a vida para vencer o Coritiba, mais uma vez o time decepcionou. Levou um gol no início do primeiro tempo, em pênalti infantil cometido por Elder Granja, e não conseguiu fazer um gol contra um adversário praticamente rebaixado.
Tapa e pênalti
É verdade que, mais uma vez, o Colorado foi prejudicado pelo árbitro, que não viu um pênalti de Reginaldo Nascimento em Fernandão, nem um tapa bandido de Anderson no Renteria.
É verdade que o Inter chegou à ultima rodada do Campeonato Brasileiro prejudicado por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, anulando 11 jogos do campeonato. E que o Internacional foi bravo e não se entregou até o último jogo. Mas também é verdade que, ontem, o Colorado não se ajudou. Não aproveitou a vitória do Goiás sobre o Corinthians. Quando tem de decidir, o time não corresponde.
Em campo, foi campeão, mas seria melhor se tivesse ganho em Curitiba.
kenny.braga@diariogaucho.com.br
Internacional campeão brasileiro de 2005!
Pedro Ernesto Denardin
No clicrbs
Publicado em 05/12/2005
Duas festas
Não poderia ser mais constrangedora a rodada final do Campeonato Brasileiro. Uma festa em Goiânia, outra em Curitiba.
O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Luiz Zveiter, conseguiu melar um campeonato que teve todos os componentes de uma grande competição. Hoje, o que se discute não é se o Corinthians teve ou não méritos ou se estes méritos foram colorados.
O que se discute é uma decisão judicial provisória, uma ordem de competência de tribunais, o acatamento de uma decisão judicial e até mesmo o pagamento de multas judiciais.
Não gosto disso e tenho certeza de que o amigo leitor também não. Nossas vidas foram forjadas em estádios, campos de futebol, olhando para a bola e para os jogadores. O futebol brasileiro merecia coisa bem melhor nesse final de temporada.
Desânimo
Foi desanimador o futebol apresentado, ontem, contra o Coritiba. Voltou a repetir-se o fenômeno dos grandes momentos. Falta imposição ao Internacional na hora de decidir. Não conseguiu ser melhor do que o Coritiba e terminou o jogo desanimado. Os jogadores foram para o vestiário e, dali, voltaram com uma alegria fabricada pela direção, que precisava deste fato para continuar lutando na Justiça.
Futuro
A luta continua, companheiros.
O Inter construiu os fatos. O Corinthians perdeu para o Goiás, a diferença é de apenas três pontos e, no meio disso, há a anulação de 11 jogos que determinaram a vantagem do Timão.
Não tenho coragem de proclamar pessoalmente este ou aquele, mas tenho certeza de que, dentro do campo, o Colorado chegou na frente. O resto é com os tribunais.
Você sabia?
Que a CBF promete entregar a taça para o Corinthians esta noite, na festa do Brasileirão no Rio de Janeiro?
Que Rafael Sobis deve ser confirmado, ao lado de Tevez, como um dos dois melhores atacantes do Campeonato Brasileiro?
Que a venda deste atacante poderá ser anunciada nos próximos dias pela direção colorada?
Que o destino de Sobis deve ser a Internazionale, que pagaria cerca de R$ 32 milhões para ter o jogador?
pedro.ernesto@diariogaucho.com.br
No clicrbs
Publicado em 05/12/2005
Duas festas
Não poderia ser mais constrangedora a rodada final do Campeonato Brasileiro. Uma festa em Goiânia, outra em Curitiba.
O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Luiz Zveiter, conseguiu melar um campeonato que teve todos os componentes de uma grande competição. Hoje, o que se discute não é se o Corinthians teve ou não méritos ou se estes méritos foram colorados.
O que se discute é uma decisão judicial provisória, uma ordem de competência de tribunais, o acatamento de uma decisão judicial e até mesmo o pagamento de multas judiciais.
Não gosto disso e tenho certeza de que o amigo leitor também não. Nossas vidas foram forjadas em estádios, campos de futebol, olhando para a bola e para os jogadores. O futebol brasileiro merecia coisa bem melhor nesse final de temporada.
Desânimo
Foi desanimador o futebol apresentado, ontem, contra o Coritiba. Voltou a repetir-se o fenômeno dos grandes momentos. Falta imposição ao Internacional na hora de decidir. Não conseguiu ser melhor do que o Coritiba e terminou o jogo desanimado. Os jogadores foram para o vestiário e, dali, voltaram com uma alegria fabricada pela direção, que precisava deste fato para continuar lutando na Justiça.
Futuro
A luta continua, companheiros.
O Inter construiu os fatos. O Corinthians perdeu para o Goiás, a diferença é de apenas três pontos e, no meio disso, há a anulação de 11 jogos que determinaram a vantagem do Timão.
Não tenho coragem de proclamar pessoalmente este ou aquele, mas tenho certeza de que, dentro do campo, o Colorado chegou na frente. O resto é com os tribunais.
Você sabia?
Que a CBF promete entregar a taça para o Corinthians esta noite, na festa do Brasileirão no Rio de Janeiro?
Que Rafael Sobis deve ser confirmado, ao lado de Tevez, como um dos dois melhores atacantes do Campeonato Brasileiro?
Que a venda deste atacante poderá ser anunciada nos próximos dias pela direção colorada?
Que o destino de Sobis deve ser a Internazionale, que pagaria cerca de R$ 32 milhões para ter o jogador?
pedro.ernesto@diariogaucho.com.br
terça-feira, 29 de novembro de 2005
Manuel Vieira
Uma candidatura a Presidente da República com fundamento:
http://www.vieira2006.com
Para votar de consciência tranquila!
http://www.vieira2006.com
Para votar de consciência tranquila!
segunda-feira, 28 de novembro de 2005
Música total
Já vi o Steve Vai por duas vezes.
Ambas as vezes na Aula Magna. A última vez que o vi foi em 4 de Novembro.
E é indescritível.
Um misto de show de rock com religião.
Sei o que estão pensando. Lá vem este GWB com as músicas dele, destes malucos que fazem barulhos com a guitarra.
Mas o homem é genial. É um mito. É uma lenda viva.
Toda a Aula Magna, cheia, achou isso, das duas vezes em que o vi e ouvi. As pessoas aplaudem, aplaudem e aplaudem por mais. Quando se levantam para aplaudir de pé, não param de bater palmas, por vários minutos. E o pobre Vai, investido numa espécie de sacerdócio, se admira com os fiéis e, com humildade, solicita que se sentem.
Mas Vai é mais que isso tudo. Se emociona com a capacidade dos outros membros da banda que o acompanha. Incita os outros músicos a solarem. Toca muito tempo, com prazer. Fala, como se nos conhecessemos todos, ele e nós, plateia, há uma longa data.
Será Vai a sua própria música, com a qual todos estamos familiarizados?
O concerto tem também uma tamanha força, intensidade e envolvência que, quando saímos do recinto, a sensação é a de que nunca mais veremos nada igual.
Emocionante.
Ambas as vezes na Aula Magna. A última vez que o vi foi em 4 de Novembro.
E é indescritível.
Um misto de show de rock com religião.
Sei o que estão pensando. Lá vem este GWB com as músicas dele, destes malucos que fazem barulhos com a guitarra.
Mas o homem é genial. É um mito. É uma lenda viva.
Toda a Aula Magna, cheia, achou isso, das duas vezes em que o vi e ouvi. As pessoas aplaudem, aplaudem e aplaudem por mais. Quando se levantam para aplaudir de pé, não param de bater palmas, por vários minutos. E o pobre Vai, investido numa espécie de sacerdócio, se admira com os fiéis e, com humildade, solicita que se sentem.
Mas Vai é mais que isso tudo. Se emociona com a capacidade dos outros membros da banda que o acompanha. Incita os outros músicos a solarem. Toca muito tempo, com prazer. Fala, como se nos conhecessemos todos, ele e nós, plateia, há uma longa data.
Será Vai a sua própria música, com a qual todos estamos familiarizados?
O concerto tem também uma tamanha força, intensidade e envolvência que, quando saímos do recinto, a sensação é a de que nunca mais veremos nada igual.
Emocionante.
Força colorada
Não há nada, mas mesmo nada, que me impeça de sonhar com o título brasileiro do Internacional.
A única coisa que me impediria, seria o apito do juiz no fim dos 90 minutos do próximo jogo, caso não desse certo as contas do título, que vem aí para nós.
É certo que depois da roubalheira movida contra o Internacional no jogo com os "campeões" do Corinthians, tudo o que vem a seguir é lucro.
Vamos lá colorado!!
É só olhar para notar como os pernas de pau do Corinthians estão perto na classificação. Aliás, a diferença é curta e, corintianos, vocês podem admitir que não são os gols, não é a vitória a mais que vos coloca na frente: é a arbitragem.
Fato é que nós vamos acabar buscando!
Vejam o cálculo arbimétrico do Corinthians...
1º Corinthians (SP)
81 pontos
41 jogos 24 vitórias 9 empates 8 derrotas
85 gols marcados 56 gols sofridos 29 saldo de gols
E comparem com os pontos conquistados pelo Inter:
2º Inter (RS)
78 pontos
41 jogos 23 vitórias 9 empates 9 derrotas
72 gols marcados 48 gols sofridos 24 saldo de gols
Vamos lá COLORADO!
A única coisa que me impediria, seria o apito do juiz no fim dos 90 minutos do próximo jogo, caso não desse certo as contas do título, que vem aí para nós.
É certo que depois da roubalheira movida contra o Internacional no jogo com os "campeões" do Corinthians, tudo o que vem a seguir é lucro.
Vamos lá colorado!!
É só olhar para notar como os pernas de pau do Corinthians estão perto na classificação. Aliás, a diferença é curta e, corintianos, vocês podem admitir que não são os gols, não é a vitória a mais que vos coloca na frente: é a arbitragem.
Fato é que nós vamos acabar buscando!
Vejam o cálculo arbimétrico do Corinthians...
1º Corinthians (SP)
81 pontos
41 jogos 24 vitórias 9 empates 8 derrotas
85 gols marcados 56 gols sofridos 29 saldo de gols
E comparem com os pontos conquistados pelo Inter:
2º Inter (RS)
78 pontos
41 jogos 23 vitórias 9 empates 9 derrotas
72 gols marcados 48 gols sofridos 24 saldo de gols
Vamos lá COLORADO!
Mover montanhas
Kenny Braga
Cronista no clicrbs
Publicado em 28/11/2005
Paixão colorada
Rentería faz história
Ontem, ao ver o atacante Rentería fazer o segundo gol do Internacional, aos 41 minutos do segundo tempo, em um chute de pé esquerdo, matando o Palmeiras, fiquei convencido de que algo grande, algo maravilhoso está reservado para os colorados na última rodada desse eletrizante Campeonato Brasileiro.
Algo que será decidido por uma vontade superior, que não admite a influência de injustiças, nem de safadezas, muito menos de mau-caráter.
O Inter venceu o Palmeiras, por 2 a 1, em uma das partidas mais difíceis que teve de disputar neste ano. Venceu e não permitiu que os corintianos fizessem a festa antecipada do título.
Posso imaginar o desespero dos invejosos e dos secadores, daquela gente que teima em não admitir a bravura e a qualificação do time vermelho.
Momento mágico
Que gol fantástico marcou Rentería! Esse colombiano notável já está fazendo história com a camisa do Internacional. E que vibração dos torcedores colorados no Beira-Rio! Juntos, time e torcida estão construindo um momento mágico na reta final deste Brasileirão.Com a liga da esperança, da fé, time e torcida se preparam para comemorar a conquista do título mais suado, mais justo e merecido de sua história. Não me importa que o saldo de gols beneficie o Corinthians. Não me importa que o Inter vá jogar contra um Coritiba desesperado, no Estádio Couto Pereira.
Algo fascinante, algo indescritivelmente belo, fará com que os colorados tenham, neste 2005, o fim de ano mais feliz de suas vidas.
Cronista no clicrbs
Publicado em 28/11/2005
Paixão colorada
Rentería faz história
Ontem, ao ver o atacante Rentería fazer o segundo gol do Internacional, aos 41 minutos do segundo tempo, em um chute de pé esquerdo, matando o Palmeiras, fiquei convencido de que algo grande, algo maravilhoso está reservado para os colorados na última rodada desse eletrizante Campeonato Brasileiro.
Algo que será decidido por uma vontade superior, que não admite a influência de injustiças, nem de safadezas, muito menos de mau-caráter.
O Inter venceu o Palmeiras, por 2 a 1, em uma das partidas mais difíceis que teve de disputar neste ano. Venceu e não permitiu que os corintianos fizessem a festa antecipada do título.
Posso imaginar o desespero dos invejosos e dos secadores, daquela gente que teima em não admitir a bravura e a qualificação do time vermelho.
Momento mágico
Que gol fantástico marcou Rentería! Esse colombiano notável já está fazendo história com a camisa do Internacional. E que vibração dos torcedores colorados no Beira-Rio! Juntos, time e torcida estão construindo um momento mágico na reta final deste Brasileirão.Com a liga da esperança, da fé, time e torcida se preparam para comemorar a conquista do título mais suado, mais justo e merecido de sua história. Não me importa que o saldo de gols beneficie o Corinthians. Não me importa que o Inter vá jogar contra um Coritiba desesperado, no Estádio Couto Pereira.
Algo fascinante, algo indescritivelmente belo, fará com que os colorados tenham, neste 2005, o fim de ano mais feliz de suas vidas.
quinta-feira, 17 de novembro de 2005
Vamos esmagar o Corinthians!
"Nós vamos buscar, vamos com fé, vamos com esperança de conquistar este título. Há muitos anos, nós estamos aí na fila e, agora, nós vamos buscar este título, nós vamos com toda força para que esse jogo seja um definidor desse final de campeonato"
Fernando Carvalho, presidente do maior clube dos pampas
Fernando Carvalho, presidente do maior clube dos pampas
Carapaças jurídicas
O Código do Trabalho pousado em cima da minha mesa, já me avisou várias vezes que tem de ser alterado. Que ele retirou direitos aos trabalhadores. Tem remorsos e não dorme de noite, sempre pensando no mal que anda a fazer às pessoas.
Eu tenho tentado explicar-lhe que ele tem sorte de ainda existir. Que qualquer dia as relações laborais vão ser desregulamentadas outra vez. Sugeri que ele goze a vida e não se preocupe com o presente, pois ele vai acabar ou numa fogueira ou num museu.
O sentido agora é o da mudança.
O do voltar atrás.
A sociedade que mais tem capacidade de distribuir riqueza e igualdade entre todos, tem os seus alicerces firmemente consolidados na desigualdade.
E dizem eles, que se lixem os códigos do trabalho, mas que subsistam os códigos tecnológicos. E, se possível, que se possa programar todas as pessoas com um código que não permita que vejamos a precariedade do emprego, a exploração dos trabalhadores, a escravatura que está espalhada pelo sistema capitalista.
No fim das contas, ainda tem o descaramento de dizer que a culpa do défice é dos trabalhadores e das sua carapaças jurídicas, montadas pelos diabólicos sindicatos!
Eu tenho tentado explicar-lhe que ele tem sorte de ainda existir. Que qualquer dia as relações laborais vão ser desregulamentadas outra vez. Sugeri que ele goze a vida e não se preocupe com o presente, pois ele vai acabar ou numa fogueira ou num museu.
O sentido agora é o da mudança.
O do voltar atrás.
A sociedade que mais tem capacidade de distribuir riqueza e igualdade entre todos, tem os seus alicerces firmemente consolidados na desigualdade.
E dizem eles, que se lixem os códigos do trabalho, mas que subsistam os códigos tecnológicos. E, se possível, que se possa programar todas as pessoas com um código que não permita que vejamos a precariedade do emprego, a exploração dos trabalhadores, a escravatura que está espalhada pelo sistema capitalista.
No fim das contas, ainda tem o descaramento de dizer que a culpa do défice é dos trabalhadores e das sua carapaças jurídicas, montadas pelos diabólicos sindicatos!
domingo, 30 de outubro de 2005
Estamos muito mais seguros
No referendo mais importante que o Brasil já teve, venceu o ponto de vista da não proibição da venda de armas neste país.
Foi uma vitória larga dos apoiantes da não proibição.
Agora, graças a esta vitória, o Brasil é um país mais seguro.
Vejam bem que quase foi colocado em causa o direito a termos uma pistola calibre 38 na gaveta da nossa mesinha de cabeceira. Como seria possível imaginar a nossa vida sem esta alternativa tão viável para rechaçar a violência? Sim, porque agora sim estamos novamente seguros.
Se chegar um ladrão em nossa casa para nos assaltar, é só pegar a dita arma e chumbo em cima do fulano!
Aliás, no Brasil abundam excelentes atiradores, que se servem todos os dias dos seus revólveres para se defender.
A sorte é que as armas usadas são todas legais. Todas registradas e na mão do seu primeiro comprador. Até os marginais usam armas legais.
Conseguem imaginar se proibissem a venda de armas? Só os marginais iriam ter acesso a armas ilegais no Paraguai e nestes países terceiro mundistas onde não há leis. E também ia ser uma chatice enorme porque ia ter muito tráfico ilegal de armas. Ia ser enfadonho ter que criar uma lei firme que penalizasse severamente o porte de armas ilegais e sua venda. No Brasil, inclusive, nem há legisladores que o conseguissem fazer.
E depois, a nossa indústria de armas, como ficaria? E os milhares de desempregados? Sim, no Brasil estamos todos muito preocupados com a altíssima taxa de desemprego! E com a reintegração das pessoas no mercado de trabalho! E com as condições de emprego! Os desempregados das armas não teriam mais onde se inserir, porque no Brasil não há mais nada para fazer! É um país super desenvolvido onde áreas como a saúde, educação, agricultura tem imensos efectivos e imensa oferta à população! Não queiram se enganar, porque estas pessoas desempregadas não iam conseguir novos empregos e contaram-me que algumas estavam só esperando que fossem feitos os pagamentos das indemnizações pelos despedimentos para irem ao Paraguai comprar uma arma ilegal e saírem assaltando todos os brasileiros desarmados.
Mas mais do que tudo, é importante porque vingou o ponto de vista da liberdade! Olha este então é tão idiota que não consigo mais ironizar.
Pois é, brasileiros e brasileiras. Mandamos mais uma oportunidade pelo cano do esgoto.
O nosso problema de violência, a nossa cultura de violência vai continuar.
E não pensem que é com as armas que as coisas vão se resolver. Tudo vai ainda é se agravar. E é bem feito!
As armas não são a solução em nenhum lugar do mundo.
Andam pensando que as armas dão protecção? Lembrem-se de Columbine, lembrem-se do brasileiro morto no Metrô de Londres, pela polícia (!), não pelos ladrões. Lembrem que o ladrão vai roubar a arma da mesa de cabeceira e provavelmente é com a própria que irá assaltar a família proprietária. Lembrem que tem que esconder a arma das crianças, para elas não se matarem com estes instrumentos de liberdade. Lembrem que no Brasil há mais de 30000 pessoas por ano que morrem devido a armas de fogo. Lembrem que, legais ou ilegais, as balas matam.
Lembrem de reflectir e tentar agir socialmente para que o nosso país não seja tão violento. Ir à raiz das coisas, pensar porque que é que o Brasil está deste jeito que as pessoas acham que só tendo uma pistola é que se está em segurança. E não só pensar, agir!
Mas tudo bem.
O Brasil escolheu.
Escolhemos sempre bem, nós brasileiros.
Foi uma vitória larga dos apoiantes da não proibição.
Agora, graças a esta vitória, o Brasil é um país mais seguro.
Vejam bem que quase foi colocado em causa o direito a termos uma pistola calibre 38 na gaveta da nossa mesinha de cabeceira. Como seria possível imaginar a nossa vida sem esta alternativa tão viável para rechaçar a violência? Sim, porque agora sim estamos novamente seguros.
Se chegar um ladrão em nossa casa para nos assaltar, é só pegar a dita arma e chumbo em cima do fulano!
Aliás, no Brasil abundam excelentes atiradores, que se servem todos os dias dos seus revólveres para se defender.
A sorte é que as armas usadas são todas legais. Todas registradas e na mão do seu primeiro comprador. Até os marginais usam armas legais.
Conseguem imaginar se proibissem a venda de armas? Só os marginais iriam ter acesso a armas ilegais no Paraguai e nestes países terceiro mundistas onde não há leis. E também ia ser uma chatice enorme porque ia ter muito tráfico ilegal de armas. Ia ser enfadonho ter que criar uma lei firme que penalizasse severamente o porte de armas ilegais e sua venda. No Brasil, inclusive, nem há legisladores que o conseguissem fazer.
E depois, a nossa indústria de armas, como ficaria? E os milhares de desempregados? Sim, no Brasil estamos todos muito preocupados com a altíssima taxa de desemprego! E com a reintegração das pessoas no mercado de trabalho! E com as condições de emprego! Os desempregados das armas não teriam mais onde se inserir, porque no Brasil não há mais nada para fazer! É um país super desenvolvido onde áreas como a saúde, educação, agricultura tem imensos efectivos e imensa oferta à população! Não queiram se enganar, porque estas pessoas desempregadas não iam conseguir novos empregos e contaram-me que algumas estavam só esperando que fossem feitos os pagamentos das indemnizações pelos despedimentos para irem ao Paraguai comprar uma arma ilegal e saírem assaltando todos os brasileiros desarmados.
Mas mais do que tudo, é importante porque vingou o ponto de vista da liberdade! Olha este então é tão idiota que não consigo mais ironizar.
Pois é, brasileiros e brasileiras. Mandamos mais uma oportunidade pelo cano do esgoto.
O nosso problema de violência, a nossa cultura de violência vai continuar.
E não pensem que é com as armas que as coisas vão se resolver. Tudo vai ainda é se agravar. E é bem feito!
As armas não são a solução em nenhum lugar do mundo.
Andam pensando que as armas dão protecção? Lembrem-se de Columbine, lembrem-se do brasileiro morto no Metrô de Londres, pela polícia (!), não pelos ladrões. Lembrem que o ladrão vai roubar a arma da mesa de cabeceira e provavelmente é com a própria que irá assaltar a família proprietária. Lembrem que tem que esconder a arma das crianças, para elas não se matarem com estes instrumentos de liberdade. Lembrem que no Brasil há mais de 30000 pessoas por ano que morrem devido a armas de fogo. Lembrem que, legais ou ilegais, as balas matam.
Lembrem de reflectir e tentar agir socialmente para que o nosso país não seja tão violento. Ir à raiz das coisas, pensar porque que é que o Brasil está deste jeito que as pessoas acham que só tendo uma pistola é que se está em segurança. E não só pensar, agir!
Mas tudo bem.
O Brasil escolheu.
Escolhemos sempre bem, nós brasileiros.
quinta-feira, 20 de outubro de 2005
Sentido e destino
Interessante algo que constatei, apenas com 29 anos de idade.
Não sei se já todos se deram conta que destino e sentido são escritos exactamente com as mesmas letras.
Nenhuma mais, nenhuma menos. Não resta nenhuma letra. Façam o teste no papel e vão cortando as letras de uma e outra palavra. Irão averiguar que é verídico.
Tem que haver alguma explicação para isso.
Será que a explicação é a de que, na nossa vida, basta organizar o nosso sentido, ordenando convenientemente as letras, para alcançarmos o destino que pretendemos?
Ou significa que seja qual for o nosso sentido, o nosso destino estará sempre implícito, imutável?
Ou não significa nada e pronto?
Não sei se já todos se deram conta que destino e sentido são escritos exactamente com as mesmas letras.
Nenhuma mais, nenhuma menos. Não resta nenhuma letra. Façam o teste no papel e vão cortando as letras de uma e outra palavra. Irão averiguar que é verídico.
Tem que haver alguma explicação para isso.
Será que a explicação é a de que, na nossa vida, basta organizar o nosso sentido, ordenando convenientemente as letras, para alcançarmos o destino que pretendemos?
Ou significa que seja qual for o nosso sentido, o nosso destino estará sempre implícito, imutável?
Ou não significa nada e pronto?
A ordem das letras
Nos últimos tempos o meu querido blog tem estado num estado de dor.
É ver as últimas postagens que são críticas, reivindicativas e pessimistas. Tirando o post do meu lindo Internacional de Porto Alegre.
Por isso, cabe a mim tentar dar uma encerada aqui e levantar a cabeça, enchendo de optimismo todos os recantos desta Aldeia Blogal.
No fundo vamos trocar a ordem das letras “R” e “G” nestas bandas.
Vamos trocar a aleRGia pela aleGRia.
Esta história de alterar a ordem das letras dá pano para mangas, aliás.
Imaginem que estamos nós numa festa, conversando muito bem dispostos, com a sogra do cunhado do genro do pai da noiva, imersos numa felicidade própria das ocasiões festivas, mesmo que a alegria seja apenas motivada pelo álcool.
Agora, pensemos nós que o destino apenas resolve alterar a ordem das letras “gr”, tornando-as em “rg”. O que nos poderá acontecer é que, durante uma conversa com uma das pessoas mais interessantes da festa, de repente, todo aquele delicioso camarão que comemos em dose quintuplicada irá transformar a nossa grande alegria num enorme ataque de alergia, tornando-se o nosso diálogo ameno numa indagação problemática e introspectiva, acerca da melhor maneira de resolvermos a situação de crise, sem darmos conhecimento aos anfitriões e aos convidados relativamente ao nosso frágil estado.
É ver as últimas postagens que são críticas, reivindicativas e pessimistas. Tirando o post do meu lindo Internacional de Porto Alegre.
Por isso, cabe a mim tentar dar uma encerada aqui e levantar a cabeça, enchendo de optimismo todos os recantos desta Aldeia Blogal.
No fundo vamos trocar a ordem das letras “R” e “G” nestas bandas.
Vamos trocar a aleRGia pela aleGRia.
Esta história de alterar a ordem das letras dá pano para mangas, aliás.
Imaginem que estamos nós numa festa, conversando muito bem dispostos, com a sogra do cunhado do genro do pai da noiva, imersos numa felicidade própria das ocasiões festivas, mesmo que a alegria seja apenas motivada pelo álcool.
Agora, pensemos nós que o destino apenas resolve alterar a ordem das letras “gr”, tornando-as em “rg”. O que nos poderá acontecer é que, durante uma conversa com uma das pessoas mais interessantes da festa, de repente, todo aquele delicioso camarão que comemos em dose quintuplicada irá transformar a nossa grande alegria num enorme ataque de alergia, tornando-se o nosso diálogo ameno numa indagação problemática e introspectiva, acerca da melhor maneira de resolvermos a situação de crise, sem darmos conhecimento aos anfitriões e aos convidados relativamente ao nosso frágil estado.
Corrida
A fome que sentia de escrever num lugar que apenas me proporcionasse o encontro com a escrita era tanta, que hoje, dia 20 de Outubro de 2005, me desloquei ao Palácio das Galveias, no Campo Pequeno, à Biblioteca Municipal, exclusivamente para este efeito.
Mas, é óbvio que tanta fome, às vezes nos cega.
Assim, esqueci-me de trazer o alimentador do meu computador. Então, estou escrevendo só com a bateria do computador. Mais ou menos como um mergulhador que vai ao fundo do mar com um número limitado de litros de oxigénio e tem que tirar o máximo de fotografias, num mínimo espaço de tempo possível.
E a verdade é que se passa exactamente isso comigo.
Queria escrever muito mais do que escrevo habitualmente.
Porém, é óbvio que a vida não se compadece muito com a escrita. Estaríamos cheios de Shakespeares, Cervantes e Camões, se todos tivessem muito tempo para escrever.
Bom, então hoje é este o desafio. Escrever o máximo que puder, enquanto o meu querido “Aspire 1310” me deixar.
Mas, é óbvio que tanta fome, às vezes nos cega.
Assim, esqueci-me de trazer o alimentador do meu computador. Então, estou escrevendo só com a bateria do computador. Mais ou menos como um mergulhador que vai ao fundo do mar com um número limitado de litros de oxigénio e tem que tirar o máximo de fotografias, num mínimo espaço de tempo possível.
E a verdade é que se passa exactamente isso comigo.
Queria escrever muito mais do que escrevo habitualmente.
Porém, é óbvio que a vida não se compadece muito com a escrita. Estaríamos cheios de Shakespeares, Cervantes e Camões, se todos tivessem muito tempo para escrever.
Bom, então hoje é este o desafio. Escrever o máximo que puder, enquanto o meu querido “Aspire 1310” me deixar.
sábado, 8 de outubro de 2005
Quatrocentos. Sim, q-u-a-t-r-o-c-e-n-t-o-s.
Esta é a minha postagem (ou post) número 400.
É um número com alguma importância. Pelo menos é redondo.
Há que aproveitar a ocasião para festejar de alguma maneira, pois a próxima festa só virá na postagem 500.
Vou aproveitar para fazer algumas sugestões, que obtive como resultado numa pesquisa que fiz no Google.
Uma sugestão de divertimento nocturno:
400 Bar
Um meio de transporte:
Uma opção idealista:
26/09/2005 - 09h22
400 filiados deixam PT e aderem ao PSOL
FLÁVIA MARREIRO
da Folha de S.Paulo
Em repúdio à crise, à política econômica e aos resultados da eleição interna do PT, um grupo de 400 petistas - representantes de movimentos sociais de todo o país, a maioria sindicalistas -, realizaram ato ontem em São Paulo para se desfiliar do partido e ingressar no PSOL.
Um Departamento de Protecção:
Um filme:
de François Truffaut.
Uma postagem num blog:
Quatrocentos. Sim, q-u-a-t-r-o-c-e-n-t-o-s.
É um número com alguma importância. Pelo menos é redondo.
Há que aproveitar a ocasião para festejar de alguma maneira, pois a próxima festa só virá na postagem 500.
Vou aproveitar para fazer algumas sugestões, que obtive como resultado numa pesquisa que fiz no Google.
Uma sugestão de divertimento nocturno:
400 Bar
Um meio de transporte:
Uma opção idealista:
26/09/2005 - 09h22
400 filiados deixam PT e aderem ao PSOL
FLÁVIA MARREIRO
da Folha de S.Paulo
Em repúdio à crise, à política econômica e aos resultados da eleição interna do PT, um grupo de 400 petistas - representantes de movimentos sociais de todo o país, a maioria sindicalistas -, realizaram ato ontem em São Paulo para se desfiliar do partido e ingressar no PSOL.
Um Departamento de Protecção:
Um filme:
de François Truffaut.
Uma postagem num blog:
Quatrocentos. Sim, q-u-a-t-r-o-c-e-n-t-o-s.
Deixem o Mantorras jogar!
Aconteceu!
Angola está na Copa do Mundo da Alemanha de 2006!
Venceram a equipe do Ruanda, por 1-0, com um golo do ex-benfiquista Akwá, e assim asseguraram o primeiro lugar no seu grupo e a sua primeira participação numa Copa.
De repente, todos se esquecem dos partidos, das guerras, das tribos, da violência, e se unem, enquanto puxam pelo onze angolano. Que bom é quando o futebol serve para algo que supera o simples facto de estar se chutando uma bola de um lado para o outro.
Era tão bom que, depois dos angolanos torcerem juntos por sua equipe na Copa do Mundo, jogassem para trás das costas tudo o que já passou e trabalhassem juntos para a construção de um país que é tão maior do que uma simples participação num Mundial.
Bom, agora só posso dizer o seguinte: Deixem o Mantorras jogar!
Angola está na Copa do Mundo da Alemanha de 2006!
Venceram a equipe do Ruanda, por 1-0, com um golo do ex-benfiquista Akwá, e assim asseguraram o primeiro lugar no seu grupo e a sua primeira participação numa Copa.
De repente, todos se esquecem dos partidos, das guerras, das tribos, da violência, e se unem, enquanto puxam pelo onze angolano. Que bom é quando o futebol serve para algo que supera o simples facto de estar se chutando uma bola de um lado para o outro.
Era tão bom que, depois dos angolanos torcerem juntos por sua equipe na Copa do Mundo, jogassem para trás das costas tudo o que já passou e trabalhassem juntos para a construção de um país que é tão maior do que uma simples participação num Mundial.
Bom, agora só posso dizer o seguinte: Deixem o Mantorras jogar!
O outro lado da moeda
Clique no seguinte link e tenha acesso a uma breve e fantástica síntese sobre as diferenças sociais no Mundo:
O outro lado da moeda esta enferrujando
É inacreditável o estado em que deixamos isto chegar.
* descobri este site através do blog Parerga e Paraleponemas
O outro lado da moeda esta enferrujando
É inacreditável o estado em que deixamos isto chegar.
* descobri este site através do blog Parerga e Paraleponemas
quarta-feira, 5 de outubro de 2005
Todos iguais, todos iguais
Não me venham enganar com a frase aquela que diz: "todos diferentes, todos iguais".
Não venham com conversa, não queiram confundir-me.
Não me incomodem com palavras vazias. Não queiram me chamar de burro, indirectamente.
A verdade é que não há qualquer diferença relevante.
A verdade é que as diferenças são meramente convencionais.
São categorias criadas intencionalmente para inventar diferenças que não existem.
Preconceitos, criados de raiz.
Já temos preconceitos de sobra, não precisamos criar o preconceito de que os seres humanos são diferentes entre si.
Já temos tantas diferenças!
Temos cores diferentes, temos nacionalidades diferentes, temos línguas diferentes, temos as nossas condições sociais e económicas diferentes.
Temos adereços diferentes, na nossa una condição humana.
E como somos todos seres humanos, todos merecemos uma maneira humana de sermos tratados.
Por isso, me desculpem, mas não somos "todos diferentes, todos iguais".
Somos sim "todos iguais, todos iguais"
Não venham com conversa, não queiram confundir-me.
Não me incomodem com palavras vazias. Não queiram me chamar de burro, indirectamente.
A verdade é que não há qualquer diferença relevante.
A verdade é que as diferenças são meramente convencionais.
São categorias criadas intencionalmente para inventar diferenças que não existem.
Preconceitos, criados de raiz.
Já temos preconceitos de sobra, não precisamos criar o preconceito de que os seres humanos são diferentes entre si.
Já temos tantas diferenças!
Temos cores diferentes, temos nacionalidades diferentes, temos línguas diferentes, temos as nossas condições sociais e económicas diferentes.
Temos adereços diferentes, na nossa una condição humana.
E como somos todos seres humanos, todos merecemos uma maneira humana de sermos tratados.
Por isso, me desculpem, mas não somos "todos diferentes, todos iguais".
Somos sim "todos iguais, todos iguais"
Crash
Deixei-o quase escapar dos cinemas, sem o ver.
Mas vi.
Um filme excelente, sobre todos os nossos preconceitos. Sobre a nossa sociedade doente, que não sabe lidar com a sua própria composição, una em seres humanos.
Filme obrigatório:
Crash (Colisão, em Portugal)
No cinecartaz do Público, a caracterização do filme é a seguinte:
Uma dona de casa e o marido advogado. Um persa que é dono de uma loja. Dois polícias que são também amantes. Um director de televisão afro-americano e a sua mulher. Um mexicano serralheiro. Dois ladrões de automóveis. Um polícia recruta. Um casal coreano de meia-idade... Todos vivem em Los Angeles e, durante 36 horas, vão entrar em colisão. Depois do 11 de Setembro, "Colisão" olha de forma provocadora para as complexidades da tolerância racial na América contemporânea.
Mas vi.
Um filme excelente, sobre todos os nossos preconceitos. Sobre a nossa sociedade doente, que não sabe lidar com a sua própria composição, una em seres humanos.
Filme obrigatório:
Crash (Colisão, em Portugal)
No cinecartaz do Público, a caracterização do filme é a seguinte:
Uma dona de casa e o marido advogado. Um persa que é dono de uma loja. Dois polícias que são também amantes. Um director de televisão afro-americano e a sua mulher. Um mexicano serralheiro. Dois ladrões de automóveis. Um polícia recruta. Um casal coreano de meia-idade... Todos vivem em Los Angeles e, durante 36 horas, vão entrar em colisão. Depois do 11 de Setembro, "Colisão" olha de forma provocadora para as complexidades da tolerância racial na América contemporânea.
Votar o nosso esquecimento
A 4 dias das eleições autárquicas (para a Junta de Freguesia e Câmara Municipal), não há nada que saber.
A receita é tentar votar à esquerda, em pessoas competentes, que consigam saber distinguir o que é seu e o que é de todos.
Tarefa árdua, nos dias que correm. Aliás, é uma dificuldade milenar. Provavelmente inerente à natureza humana.
Ainda mais difícil é acreditar nas intenções.
Actualmente, o eleitor tem de ser uma entidade sobrenatural que consegue vislumbrar o que está para além dos discursos, promessas, planos de actividades e projectos dos candidatos.
Isto porque já se sabe à partida que nada do que se diz será efectivamente cumprido.
O exercício da democracia é apenas uma fachada, onde cada um de nós, legitima, através do voto, o nosso próprio esquecimento.
E o esquecimento dos governantes também, que sofrem de uma crise aguda de amnésia, assim que tem oportunidade de colocar em prática o que tanto pretendiam, esquecendo-se também das soluções fantáticas que tinham para todos os problemas.
Ponderei muito e ainda não é nestas eleições que irei votar em branco.
Mas quero deixar uma mensagem de descontentamento, que sei que a maioria dos eleitores sentem.
Quem se eleja, por favor, não ponha as promessas na gaveta e não volte às costas a quem o apoiou e à comunidade.
Não pensem os políticos que esta situação de mentira é sustentável a longo prazo, porque não é!
As pessoas não são tão burras como vocês pensam!
A receita é tentar votar à esquerda, em pessoas competentes, que consigam saber distinguir o que é seu e o que é de todos.
Tarefa árdua, nos dias que correm. Aliás, é uma dificuldade milenar. Provavelmente inerente à natureza humana.
Ainda mais difícil é acreditar nas intenções.
Actualmente, o eleitor tem de ser uma entidade sobrenatural que consegue vislumbrar o que está para além dos discursos, promessas, planos de actividades e projectos dos candidatos.
Isto porque já se sabe à partida que nada do que se diz será efectivamente cumprido.
O exercício da democracia é apenas uma fachada, onde cada um de nós, legitima, através do voto, o nosso próprio esquecimento.
E o esquecimento dos governantes também, que sofrem de uma crise aguda de amnésia, assim que tem oportunidade de colocar em prática o que tanto pretendiam, esquecendo-se também das soluções fantáticas que tinham para todos os problemas.
Ponderei muito e ainda não é nestas eleições que irei votar em branco.
Mas quero deixar uma mensagem de descontentamento, que sei que a maioria dos eleitores sentem.
Quem se eleja, por favor, não ponha as promessas na gaveta e não volte às costas a quem o apoiou e à comunidade.
Não pensem os políticos que esta situação de mentira é sustentável a longo prazo, porque não é!
As pessoas não são tão burras como vocês pensam!
terça-feira, 4 de outubro de 2005
Força colorada devidamente reconhecida
O baixo astral estava tão grande aqui no blog, que tive de reagir da maneira devida: voltar-me para o futebol!
Atentem ao sensacional Internacional de Porto Alegre, rolo compressor dos pampas, em 20º do ranking mundial!
E olhem vocês ali lagartos, em 17º! Estão bem, hein?
Notícia colhida no (na?) Terra.
Segunda, 3 de outubro de 2005, 07h10
Atualizada às 08h16
São Paulo é 7º e Inter vira 20º em ranking mundial
O São Paulo, atual campeão da Copa Libertadores, aparece em sétimo lugar e é a melhor equipe brasileira no ranking mundial da Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS). O time paulista, que na última lista era o oitavo, tem agora 244 pontos.
O Inter, que até o início da rodada deste final de semana era o líder do Campeonato Brasileiro, saltou de 26º para 20º, com 201. O Santos é o 22º, com 196.
A liderança do ranking ainda é da Inter de Milão, com 310, seguido de Liverpool, com 290, e Milan, 267. O milionário Real Madrid é apenas o 32º, com 180.
Veja os 20 primeiros e os melhores brasileiros:
1. Inter de Milão (Itália) - 310 pontos
2. Liverpool (Inglaterra) - 290
3. Milan (Itália) - 267
4. Bayern de Munique (Alemanha) - 263
5. Manchester United (Inglaterra) - 257
6. CSKA Moscou (Rússia) - 245,5
7. São Paulo (Brasil) - 244
8. Olympique Lyonnais (França) - 241
9. Auxerre (França) - 236
10. Arsenal (Inglaterra) - 235
11. PSV Eindhoven (Holanda) - 234
11. Boca Juniors (Argentina) - 234
13. Villarreal (Espanha) - 229
14. Chelsea (Inglaterra) - 227
15. Juventus (Itália) - 222
16. Newcastle (Inglaterra - 219
17. Sporting ( Portugal ) - 215,5
18. Mônaco (França) - 215
19. Alkmaar (Holanda) - 213,5
20. Internacional (Brasil) - 201
22. Santos (Brasil) - 196
38. Fluminense (Brasil) - 173
39. Atlético-PR (Brasil) - 172
44. Palmeiras (Brasil) - 162
52. Cruzeiro (Brasil) - 150
63. Corinthians (Brasil) - 143
Atentem ao sensacional Internacional de Porto Alegre, rolo compressor dos pampas, em 20º do ranking mundial!
E olhem vocês ali lagartos, em 17º! Estão bem, hein?
Notícia colhida no (na?) Terra.
Segunda, 3 de outubro de 2005, 07h10
Atualizada às 08h16
São Paulo é 7º e Inter vira 20º em ranking mundial
O São Paulo, atual campeão da Copa Libertadores, aparece em sétimo lugar e é a melhor equipe brasileira no ranking mundial da Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS). O time paulista, que na última lista era o oitavo, tem agora 244 pontos.
O Inter, que até o início da rodada deste final de semana era o líder do Campeonato Brasileiro, saltou de 26º para 20º, com 201. O Santos é o 22º, com 196.
A liderança do ranking ainda é da Inter de Milão, com 310, seguido de Liverpool, com 290, e Milan, 267. O milionário Real Madrid é apenas o 32º, com 180.
Veja os 20 primeiros e os melhores brasileiros:
1. Inter de Milão (Itália) - 310 pontos
2. Liverpool (Inglaterra) - 290
3. Milan (Itália) - 267
4. Bayern de Munique (Alemanha) - 263
5. Manchester United (Inglaterra) - 257
6. CSKA Moscou (Rússia) - 245,5
7. São Paulo (Brasil) - 244
8. Olympique Lyonnais (França) - 241
9. Auxerre (França) - 236
10. Arsenal (Inglaterra) - 235
11. PSV Eindhoven (Holanda) - 234
11. Boca Juniors (Argentina) - 234
13. Villarreal (Espanha) - 229
14. Chelsea (Inglaterra) - 227
15. Juventus (Itália) - 222
16. Newcastle (Inglaterra - 219
17. Sporting ( Portugal ) - 215,5
18. Mônaco (França) - 215
19. Alkmaar (Holanda) - 213,5
20. Internacional (Brasil) - 201
22. Santos (Brasil) - 196
38. Fluminense (Brasil) - 173
39. Atlético-PR (Brasil) - 172
44. Palmeiras (Brasil) - 162
52. Cruzeiro (Brasil) - 150
63. Corinthians (Brasil) - 143
domingo, 2 de outubro de 2005
Coitados dos gansos, nas mãos dos humanos!
Tem bom aspecto, não é?
Mas imaginem que nos metiam o paté garganta abaixo, mesmo quando já estivessemos fartos de comer.
Falando em consumo responsável, um produto que deve ser definitivamente arredado de nossas mesas é o Paté de Fígado de Ganso, o Foie Gras.
Não preciso explicar como é produzido este produto. Apenas aconselho que leiam o que está escrito em vários artigos que se encontram na internet.
Sugiro dois sites:
http://www.vegetarianismo.com.br/artigos/ganso.htm e http://www.pea.org.br/crueldade/abatedouro/pate.htm
Abundam as denúncias sobre estas práticas escandalosas. No motor de busca que escolherem, experimentem colocar foie gras tortura e vão ver a enorme quantidade de sites que surgem no ecrã. Afinal "Foie Gras" e "Tortura" tem uma relação mais próxima do que muitos imaginam.
Consumirmos produtos que são produzidos através da exploração inadmissível de animais e pessoas, é pactuarmos com o modelo de sociedade que estes produtores defendem!
Não podemos nos dizer humanistas e consumir produtos fabricados com sofrimento e exploração em larga escala.
Basta!
Save the sheep!
Já tinha ouvido falar na crueldade com que alguns vendedores de lã australianos (mal) tratam as ovelhas. E também já tinha lido uma informação sobre a United Cruelty of Benetton, que comprava lã a tais produtores. Aliás, o caso é tão conhecido, que vão ver o número de vezes que a expressão aparece no Google. A Benetton, em virtude dos protestos, deu meia volta e começou a comprar lã de produtores responsáveis.
Quando visitei o site Save the sheep (salvem as ovelhas) fiquei alarmado e chocado. O vídeo que retrata a vida e a morte dos pobres animais é um autêntico filme de terror. A realidade ultrapassa a ficção em larga escala.
Para terem só uma pequena noção, os pobres animais são mutilados em vida. E de todas as maneiras são torturados de uma forma manifestamente inadmissível.
Ora, uma sociedade que se quer parecer civilizada, não pode incentivar a tortura e maus tratos em animais. É certo que não sabemos o que comemos e o que vestimos, mas neste caso o malfeitor está bem identificado.
Recomendo que visitem o site supra referido, se quiserem compreender o que se passa.
Cada vez mais o consumo responsável tem de vingar no mundo. A sociedade tem de dar resposta para quem, através de práticas inadmissíveis, tem o descaramento de produzir qualquer produto ou de prestar qualquer serviço.
É preciso atirar para a falência quem não compreende ou não quer compreender o mal que inflinge.
O que é mais lamentável é que tenha de ser sempre a sociedade civil, e nunca os governos, que tenha, sempre, de dar o primeiro passo.
Não podemos desistir. A acção é necessária.
sexta-feira, 23 de setembro de 2005
Severino falou, deu nisto
Selecção de frases feitas pelo ClicRbs:
Severino Cavalcanti (PP-PE), no discurso de despedida da Câmara dos Deputados, no dia 21 de Setembro de 2005. O primeiro presidente da história da Câmara brasileira a renunciar.
"Deixo a Câmara como entrei: não apenas deputado pobre, mas político endividado. Vou virar de minha aposentadoria no Estado de Pernambuco, porque, pagar as dívidas de campanha, saquei o saldo de minha contribuição para a aposentadoria na Câmara."
"A elitezinha, essa que não quer jamais largar o osso, insuflou contra mim seus cães de guerra."
"Severino Cavalcanti empobreceu com a política."
"Voltarei. O povo me absolverá."
Nem é preciso comentar...
Severino Cavalcanti (PP-PE), no discurso de despedida da Câmara dos Deputados, no dia 21 de Setembro de 2005. O primeiro presidente da história da Câmara brasileira a renunciar.
"Deixo a Câmara como entrei: não apenas deputado pobre, mas político endividado. Vou virar de minha aposentadoria no Estado de Pernambuco, porque, pagar as dívidas de campanha, saquei o saldo de minha contribuição para a aposentadoria na Câmara."
"A elitezinha, essa que não quer jamais largar o osso, insuflou contra mim seus cães de guerra."
"Severino Cavalcanti empobreceu com a política."
"Voltarei. O povo me absolverá."
Nem é preciso comentar...
sábado, 17 de setembro de 2005
Eureka: trabalho para racistas!
Enfim, descobri uma boa actividade para os racistas.
Estava eu fazendo a lide doméstica, limpando a casa, varrendo, tirando o pó, lavando a louça e a roupa e, de repente, tudo se clarificou em minha cabeça.
Sim, clarificou, porque até então eu julgava que um racista era apenas um ignorante. Apenas uma completa aberração, sem qualquer utilidade para a sociedade (e passe a rima).
E o que eu descobri que estes mentecaptos podem fazer?
É simples e é incrível que nunca ninguém tenha se apercebido da sua utilidade. Aliás, até fiz uma pesquisa no google e não constou nada. Se quiserem experimentem pesquisar a expressão "utilidade para um racista" ou "utilidade de um racista" e irão ver que não encontram absolutamente nada. Dou uma recompensa monetária se alguém encontrar - mandem um mail a solicitar o pagamento, caso tenham sucesso em tão árdua tarefa.
Porém, como eu dizia, eu sei qual é a única ocupação benéfica para a sociedade, que um racista pode ter.
Diga-se que aquando da manifestação dos homens mais velhos do mundo (porque são portugueses há mais de 800 anos) eu tinha passado a achar que os racistas não podiam ser alvo de um apressado juízo de valor. Passei a respeitá-los. Claro que sim!
Não quero me perder do tema, mas vou elencar 3 motivos que fundamentam o meu respeito:
Em primeiro lugar, por uma questao de respeito pela terceira idade, pois os racistas já são portugueses há mais de 800 anos;
em segundo lugar porque poupam água, por serem calvos, não sendo como a maioria das pessoas que tem uma cabeleira média e gastam mais alguns litros de água no banho, numa altura em que Portugal necessita de racionar as suas reservas de água;
em terceiro lugar, porque ficava mal estar a desrespeitar as pessoas simplesmente por terem deficiências a nível da aprendizagem, pois como se sabe o racismo é a manifestação de uma profunda ignorância. E como não só a escola, mas até a religião católica nos ensina que somos todos iguais, o racismo só pode ter a ver com algum distúrbio na apreensão do conhecimento.
Ora então, como todos tem direito a prestar uma actividade e se sentirem úteis, descobri algo que até os racistas podem fazer!
Os racistas terão um lugar de eleição, entre os lavadores de roupa!
Sim! Nunca tínhamos nos apercebido, não é?
Pensem na eficiência deles a separarem as roupas, escuras e claras, cheios de medo, pânico até, de fazer qualquer mistura que possa pôr em perigo a integridade de uma roupa de cor diferente.
Imaginem também o sentimento de valorização pessoal. O racista chegará em casa e contará: "separei tudo!, pus as roupas escuras numa máquina e as claras noutra", "a seguir pendurei-as na corda e as que gostava menos deixei pendurada apenas com uma mola!", "por fim, deixei quase esturricar no sol as sacanas das cores azuis".
Será sucesso garantido no trabalho e provavelmente um bom exercício de re-inserção social, promovendo que a sua estupidez se torne justificada, por uma vez na vida. Assim, ao invés de querer tratar as pessoas como se fossem diferentes, aplicará a sua irracionalidade no tratamento das roupas.
Pensemos também na alegria do delinquente a dizer: "esta roupa é de cor".
Porém, não se enganem os racistas que pelo facto de eu ter encontrado a sua actividade ideal eles não a devam cumprir com a responsabilidade que não tem com o restante da sua vida quotidiana.
De facto, mesmo as roupas, com as suas cores e tecidos diferentes, devem ser lavadas e tratadas da mesma maneira, tendo obrigatoriamente de ficar limpas e cheirosas.
Estava eu fazendo a lide doméstica, limpando a casa, varrendo, tirando o pó, lavando a louça e a roupa e, de repente, tudo se clarificou em minha cabeça.
Sim, clarificou, porque até então eu julgava que um racista era apenas um ignorante. Apenas uma completa aberração, sem qualquer utilidade para a sociedade (e passe a rima).
E o que eu descobri que estes mentecaptos podem fazer?
É simples e é incrível que nunca ninguém tenha se apercebido da sua utilidade. Aliás, até fiz uma pesquisa no google e não constou nada. Se quiserem experimentem pesquisar a expressão "utilidade para um racista" ou "utilidade de um racista" e irão ver que não encontram absolutamente nada. Dou uma recompensa monetária se alguém encontrar - mandem um mail a solicitar o pagamento, caso tenham sucesso em tão árdua tarefa.
Porém, como eu dizia, eu sei qual é a única ocupação benéfica para a sociedade, que um racista pode ter.
Diga-se que aquando da manifestação dos homens mais velhos do mundo (porque são portugueses há mais de 800 anos) eu tinha passado a achar que os racistas não podiam ser alvo de um apressado juízo de valor. Passei a respeitá-los. Claro que sim!
Não quero me perder do tema, mas vou elencar 3 motivos que fundamentam o meu respeito:
Em primeiro lugar, por uma questao de respeito pela terceira idade, pois os racistas já são portugueses há mais de 800 anos;
em segundo lugar porque poupam água, por serem calvos, não sendo como a maioria das pessoas que tem uma cabeleira média e gastam mais alguns litros de água no banho, numa altura em que Portugal necessita de racionar as suas reservas de água;
em terceiro lugar, porque ficava mal estar a desrespeitar as pessoas simplesmente por terem deficiências a nível da aprendizagem, pois como se sabe o racismo é a manifestação de uma profunda ignorância. E como não só a escola, mas até a religião católica nos ensina que somos todos iguais, o racismo só pode ter a ver com algum distúrbio na apreensão do conhecimento.
Ora então, como todos tem direito a prestar uma actividade e se sentirem úteis, descobri algo que até os racistas podem fazer!
Os racistas terão um lugar de eleição, entre os lavadores de roupa!
Sim! Nunca tínhamos nos apercebido, não é?
Pensem na eficiência deles a separarem as roupas, escuras e claras, cheios de medo, pânico até, de fazer qualquer mistura que possa pôr em perigo a integridade de uma roupa de cor diferente.
Imaginem também o sentimento de valorização pessoal. O racista chegará em casa e contará: "separei tudo!, pus as roupas escuras numa máquina e as claras noutra", "a seguir pendurei-as na corda e as que gostava menos deixei pendurada apenas com uma mola!", "por fim, deixei quase esturricar no sol as sacanas das cores azuis".
Será sucesso garantido no trabalho e provavelmente um bom exercício de re-inserção social, promovendo que a sua estupidez se torne justificada, por uma vez na vida. Assim, ao invés de querer tratar as pessoas como se fossem diferentes, aplicará a sua irracionalidade no tratamento das roupas.
Pensemos também na alegria do delinquente a dizer: "esta roupa é de cor".
Porém, não se enganem os racistas que pelo facto de eu ter encontrado a sua actividade ideal eles não a devam cumprir com a responsabilidade que não tem com o restante da sua vida quotidiana.
De facto, mesmo as roupas, com as suas cores e tecidos diferentes, devem ser lavadas e tratadas da mesma maneira, tendo obrigatoriamente de ficar limpas e cheirosas.
Eu e Roma
Hoje, desde acordei, só conversei com uma pessoa: um ex-comandante (que não revelou o seu nome até agora, na página 212!) que prestava serviço a Gaio Calígula (era seu braço direito). O oficial em questão está me contando a história de Roma com Calígula no poder. E quem coloca a história de Gaio na boca do comandante é Allan Massie.
Nem tudo na escrita de Massie me seduz. Acho que às vezes tem um estilo muito "best seller".
Porém, não posso deixar de agradecer as aulas de história que me deu, ainda que com muito de ficção pelo meio.
Quando comprei "César", do autor referido, nunca pensei no que ia acontecer. Mas aconteceu.
Li umas 30 páginas e no dia seguinte pedi à minha mãe como presente de aniversário os restantes livros de Allan Massie sobre imperadores romanos, nomeadamente, "António" (que é o Marco António), "Augusto" (que é Otávio) e "Tibério". Li-os todos de uma assentada, fazendo uma pausa com algum livro "normal" pelo meio. Desde então tocou-me a febre pelos romances históricos sobre Roma, fazendo eu a leitura de algumas obras.
A seguir aos livros citados, li "Memórias de Agripina" e "O Processo Nero", de Pierre Grimal, que sublinhe-se é um enorme historiador, com imensos escritos, técnicos, sobre Roma. E esta técnica é vertida nos dois livros, que são excelentes. É uma leitura que prende menos do que a de Massie, mas que é mais rica em detalhes, em minha opinião. Digamos que usa menos o artifício do romance histórico e envereda-se mais pelos detalhes históricos.
Depois de Grimal, acabou por aparecer na Fnac, lembro-me bem, o "Eu, Cláudio", de Robert Graves, autor de quem dizem que Massie é o sucessor (um dos motivos é o facto de ambos serem escoceses).
Mas da leitura conjunta destes 3 autores, acabou por acontecer algo que acabou por me fazer ficar mais apegado ao tema: o facto de eu sentir que estava a aprender história. Das várias versões que resultavam da escrita dos autores das memórias, resultavam os mesmos factos. Objectivamente idênticos, subjectivamente díspares. E foi com alguma satisfação que ao folhear "A Vida dos 12 Césares" de Suetônio e "Os Césares" de Ivar Lissner, constatei que a leitura dos livros de ficção não representavam apenas a compulsão pela leitura de livros de romances e intrigas de uma família turbulenta e corrompida, mas haviam factos históricos que eu tinha aprendido de maneira prazerosa. Claro que não se aprende a história toda de uma vez e é óbvio que nem toda a história se conta nesta literatura. Mas se a pretensão fosse outra eu estaria lendo livros técnicos sobre a matéria ou fazendo um curso de história antiga.
No âmbito desta leitura prazerosa e produtiva (ainda que apenas para fins individuais) acabei por ler "As memórias de Pôncio Pilatos", de Anne Bernet. Pilatos foi procurador na Judeia, servindo o imperador Tibério. Então, logo em seguida, li "O Evangelho segundo Pilatos", de Eric-Emmanuel Schmitt e, felizmente, acabei por desembocar no "Evangelho segundo Jesus Cristo", do inigualável e genial José Saramago. E com Saramago fechei com chave de ouro, e muitos sacrilégios e pecados de Jesus pelo caminho, esta fase "tiberiana", tentando ouvir todas as suas personagens.
Confesso que com Saramago tudo mudou (obviamente) e andei perdido por outros livros. Vaguei por outros pontos da história.
Porém, havia um livro que eu tinha começado e que não tinha acabado: "Memórias de Adriano" de Marguerite Yourcenar, que recentemente até escrevi no blog acerca das impressões que me tinha causado. Adriano com o seu poder de persuasão, com a sua sapiência, com a sua pretensão em acumular conhecimento e experiência, arrastou-me novamente para o Império Universal que o mesmo tinha herdado. Tentou-me com a sucessão e apresentou-me a Marco Aurélio.
Marco Aurélio chegou-me através da escrita de Mário de Sousa Cunha. Acontece que Marco é, ainda, grande e maduro demais para mim. Tem muitas coisas a dizer. É preciso conversar com mais tempo na agenda, ter uma estadia mais prolongada em Roma.
E foi por isso que, encontrando Calígula em versão Massie, desta feita na Livraria Bertrand, tive de interromper a minha incursão junto de um imperador maduro e bom e voltei-me, temporariamente, para o que Roma teve de mais animalesco, brutal e tirano.
E o meu dia hoje está sendo assim, passado com Gaio Calígula.
Olhando para mim, em minha estante, estão Marco (esperando o meu regresso), "Cláudio, O Deus" (nas palavras de Graves) e "Pompeii" de Robert Harris.
Também encontram-se na prateleira, mas com menos esperança de nos próximos tempos poderem contar a sua história, "César" e "A Coroa de Erva", por Colleen McGullough e "Um Deus passeando pela brisa da tarde", de Mário de Carvalho.
domingo, 11 de setembro de 2005
Meu nome em élfico
Aikanáro Sáralondë
É, sem dúvida, um lindo nome.
Pois este é o meu nome em élfico, a língua dos elfos da Terra Média.
Para que saibam, sou filho de Finwë Sáralondë e Eámanë Lissësúl.
Tenho um irmão, Valandil e duas irmãs, Ainariël e Tamuríl.
Para finalizar, tenho de falar do meu sobrinho, filho da Tamuríl, que se chama Valandil Falassion.
Já o meu nome na língua dos hobbits é um nome simpático, mas não tão bonito: Dudo Burrows.
Também é interessante referir o nome de Nessa Culnámo (em elfo), que é oriunda de uma nação subjugada por Sauron e que encontra-se a viver em Lisboa.
Quem quiser saber seu nome em élfico ou em hobbit, deverá contactar os Registos e Notariados destes povos e requerer a conversão dos nomes, através dos sites: http://www.chriswetherell.com/elf/ (registos élficos) e http://www.chriswetherell.com/hobbit/ (registos hobbits).
Como a terra média é mais desenvolvida do que qualquer país de origem latina, o processo é rápido e sem burocracias.
quarta-feira, 31 de agosto de 2005
Júlio César sabia!
Medidas de re-inserção de pirómanos
O Bloco de Esquerda que me perdoe, mas esta não podia deixar na minha caixa de correio.
Medidas do Bloco de esquerda para acabar com os incêndios.
1 - Despenalização imediata dos incêndios.
2 - Tendo em conta que os incendiários são doentes e socialmente marginalizados, devem ser tratados como tal: é preciso criar zonas específicas para poderem incendiar à vontade.
Nas "Casas de Incêndio" serão fornecidos fósforos, isqueiros e alguma mata. Sob a supervisão do pessoal habilitado, poderão lutar contra esse flagelo autodestrutivo.
3 - Fazer uma terapia baseada nos Doze Passos, em que o doente possa evoluír do incêndio florestal à sardinhada.
O pirómano irá deixando progressivamente o vício: da floresta à mata, da mata ao arbusto, do arbusto à fogueira, da fogueira à lareira, da lareira ao barbecue até finalmente chegar à sardinhada do Santo António e São João.
4 - Quando o pirómano se sentir feliz a acender a vela perfumada em casa, ser-lhe-á dada alta, iniciará a sua reintegração social e perderá o seu subsídio de incendiário.
Medidas do Bloco de esquerda para acabar com os incêndios.
1 - Despenalização imediata dos incêndios.
2 - Tendo em conta que os incendiários são doentes e socialmente marginalizados, devem ser tratados como tal: é preciso criar zonas específicas para poderem incendiar à vontade.
Nas "Casas de Incêndio" serão fornecidos fósforos, isqueiros e alguma mata. Sob a supervisão do pessoal habilitado, poderão lutar contra esse flagelo autodestrutivo.
3 - Fazer uma terapia baseada nos Doze Passos, em que o doente possa evoluír do incêndio florestal à sardinhada.
O pirómano irá deixando progressivamente o vício: da floresta à mata, da mata ao arbusto, do arbusto à fogueira, da fogueira à lareira, da lareira ao barbecue até finalmente chegar à sardinhada do Santo António e São João.
4 - Quando o pirómano se sentir feliz a acender a vela perfumada em casa, ser-lhe-á dada alta, iniciará a sua reintegração social e perderá o seu subsídio de incendiário.
sábado, 27 de agosto de 2005
2000 visitas!
terça-feira, 23 de agosto de 2005
quinta-feira, 18 de agosto de 2005
Remédio santo
No site do Público:
Primeiro-ministro visitou o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil
Governo lança plano de prevenção de incêndios depois do Verão
18.08.2005 - 18h58 Lusa
Temos que admitir que ao menos José Sócrates é inovador.
Um plano de prevenção depois de o país já estar todo queimado e após o verão é algo que ninguém tinha pensado.
Que bom! Teremos um inverno sem fogos!
É caso para dizer: mais vale remediar prevenindo do que prevenir remediando.
Ou será que o que não tem remédio, prevenido está?
Ou afinal não será melhor dizer as coisas como elas são, dizendo a verdade, isto é:
1) Já ouvimos esta conversa antes, milhentas vezes;
2) Não faz qualquer sentido, na cabeça de ninguém, dizer que vou prevenir um mal depois de o mesmo já ter sido cometido!
Génios e especuladores
Esta semana várias coisas positivas tem acontecido.
A primeira delas é que me dei conta de que já posso colocar imagens no blog, sem precisar recorrer ao Hello. Inaugurei o novo método neste post.
A segunda coisa positiva é que, apesar de ter sido tentado a ir aos U2, pagando € 150,00 (um óptimo preço...), não fui.
Como vês Bono Vox, apesar de tu e o teu grupinho terem fomentado a especulação no preço de venda de bilhetes, eu não cedi.
A terceira coisa positiva é que, como prémio pela minha conduta, soube que o Steve Vai vem tocar na Aula Magna, em Lisboa, no dia 5 de Novembro! E, é claro que já comprei o bilhete para assistir o espectáculo do génio.
Ouviste Bono? O Steve sim é que é um génio.
Descubram as diferenças!
É engraçado que existem pessoas que insistem que o galego e o português são línguas diferentes.
Outro dia publiquei aqui um post (será postada mesmo, em português?), que estava escrito em galego normativo.
E daí claro que o galego parece uma língua de alienígenas, e até há quem diga de pornografia e censura, tanta é a utilização da letra "X", que representa não só o "X"da língua portuguesa, mas também substitui o "J" e o "G". Tanta deturpação é claro que só poderia ter sido criada pelos colonizadores castelhanos desta região da Espanha, que querem distanciá-la o mais possível do português.
Mas hoje a minha proposta é mais interessante. Proponho uma viagem ao mundo do galego reintegrado, que, pasmem ao passear pelo site que vou recomendar, é igualzinho ao português.
Bom, é claro que não é igualzinho. Isto é um exagero. O português do Brasil e de Portugal também não o são e nem se deseja que a língua seja algo de imutável e definitivo.
Mas o importante é verem os 99% de semelhança.
Aconselho então aos interessados a visita ao Portal Galego da Língua.
Outro dia publiquei aqui um post (será postada mesmo, em português?), que estava escrito em galego normativo.
E daí claro que o galego parece uma língua de alienígenas, e até há quem diga de pornografia e censura, tanta é a utilização da letra "X", que representa não só o "X"da língua portuguesa, mas também substitui o "J" e o "G". Tanta deturpação é claro que só poderia ter sido criada pelos colonizadores castelhanos desta região da Espanha, que querem distanciá-la o mais possível do português.
Mas hoje a minha proposta é mais interessante. Proponho uma viagem ao mundo do galego reintegrado, que, pasmem ao passear pelo site que vou recomendar, é igualzinho ao português.
Bom, é claro que não é igualzinho. Isto é um exagero. O português do Brasil e de Portugal também não o são e nem se deseja que a língua seja algo de imutável e definitivo.
Mas o importante é verem os 99% de semelhança.
Aconselho então aos interessados a visita ao Portal Galego da Língua.
quarta-feira, 17 de agosto de 2005
Precio justo
"Estamos perdiendo una foto que no tiene precio!"
No Porto, outro turista espanhol, outro escravo (este da máquina fotográfica), vendo a vista panorâmica da cidade.
No Porto, outro turista espanhol, outro escravo (este da máquina fotográfica), vendo a vista panorâmica da cidade.
Anrrrrrel!!!!
"Ay que bonito... grávalo Ángel!"
Dizia a turista espanhola, verdadeira escrava da filmadora, ao seu companheiro de viagem, vendo a cidade do Porto a partir de Vila Nova de Gaia.
Dizia a turista espanhola, verdadeira escrava da filmadora, ao seu companheiro de viagem, vendo a cidade do Porto a partir de Vila Nova de Gaia.
sexta-feira, 12 de agosto de 2005
Bons filmes...
Teste legal, com bom resultado garantido:
Que bom filme é você? Uma criação deO Mundo Insano da Abyssinia
Comigo ficou assim:
"Você é "Imensidão Azul" de Luc Besson. Você é sonhador, único. Muito sublime e encantador."
sábado, 23 de julho de 2005
Don't let it end
Os excelentes Dream Theater, lançaram um novo CD.
É sempre difícil escrever sobre eles. O melhor é ouvir.
Don't let the day go by
Don't let it end
Don't let a day go by in doubt
The answer lies within
Igual a todos os outros
No fim das contas, votar vale cada vez menos.
Fim das nossas contas, digamos.
Porque para as contas dos governantes, votar vale. Vale muito até.
Mas nós não precisamos sempre baixar a cabeça.
A grande questão é o que fazer?
De facto, Lula me deixou não só entristecido. Deixou-me sem alternativas. Quase sem esperanças, se ainda as tenho.
Me dei conta de uma coisa também: a sorte que tenho, uma vez que passei a votar em Portugal, deixando assim de exercer meus direitos políticos no Brasil.
Em Portugal, ainda há o espaço para o sonho, que Lula aniquilou no meu país de nascimento.
Porém, já perdi quase todas as ilusões.
Sei muito bem que nenhum partido que chega ao poder, tem margem para governar para o povo.
Mas vamos deixar uma coisa bem clara.
Uma coisa é não ter margem para governar, ser medíocre na actuação, ser incompetente. Tudo isto é triste, mau, mas desculpável e punido nas urnas, certamente. São as regras da democracia.
No entanto, bem diferente é se praticarem actos que todos sabemos que são ilícitos e vergonhosos.
Quem me dera que o governo de Lula fosse um governo de burros! Seria bem menos penoso do que ver que afinal são iguais aos outros todos que já governaram o Brasil.
Por favor me expliquem em quem se pode votar actualmente!
Alguém me diga, por favor, que outra possibilidade há que não seja votar em branco ou nulo, se até o governo dos trabalhadores faz negociatas!
terça-feira, 19 de julho de 2005
Arrastão VI: pratos limpos
Tudo em pratos limpos!
Indispensável.
Era uma vez um arrastão, um vídeo de Diana Andringa
Aconselho vivamente.
Indispensável.
Era uma vez um arrastão, um vídeo de Diana Andringa
Aconselho vivamente.
sexta-feira, 15 de julho de 2005
Farenheit 451
Vi há alguns dias na Cinemateca, o filme "Farenheit 451".
Profético.
Sorte que ainda não chegamos ao ponto de censura que o filme demonstra.
Se bem que a censura pode ser feita de várias maneiras e a fase que nós vivemos é uma espécie de "censura falante". Fala-se de tudo, mas não se diz quase nada.
Podemos dizer tudo, mostrar tudo, mas só passa a se constituir como verdade aquilo que merece uma aparição na televisão (por exemplo, não existem as atrocidades americanas em Guantanamo, no Iraque ou no Afeganistão, a não ser Abu Grahib, porque fugiram umas fotos para a imprensa e a TV se atreveu a publicitar).
Então temos a TV como critério de criação de factos no mundo.
Lembremo-nos também do Arrastão da praia de Carcavelos, que re-inaugura um modelo de jornalismo em Portugal: o jornalismo ficcional.
Voltando ao Farenheit 451: se encontrarem, tirem no Video Clube mais próximo. Não posso falar muito, para não perder a surpresa.
O erro de quem não erra
Piadinha engraçada recebida via e-mail:
Jesus Cristo, vendo a multidão enfurecida em volta de uma mulher adúltera, aproxima-se, afasta a multidão e grita com voz forte:
- Quem nunca errou que atire a primeira pedra!
Um deles agarra num tijolo e atira-o direitinho à testa da mulher.
Jesus aproxima-se do homem e, com voz zangada, interroga-o:
- Homem, nunca erraste?
- Desta distância, não!!!
Jesus Cristo, vendo a multidão enfurecida em volta de uma mulher adúltera, aproxima-se, afasta a multidão e grita com voz forte:
- Quem nunca errou que atire a primeira pedra!
Um deles agarra num tijolo e atira-o direitinho à testa da mulher.
Jesus aproxima-se do homem e, com voz zangada, interroga-o:
- Homem, nunca erraste?
- Desta distância, não!!!
A burrice
"O Analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política."
Bertold Brecht
Tirei esta frase do excelente blog A Caixa de Pandora.
Bertold Brecht
Tirei esta frase do excelente blog A Caixa de Pandora.
quinta-feira, 23 de junho de 2005
Arrastão V: Real Mente Racista
No Público de 20 de Junho de 2005, no Vox Populi, a pergunta era:
Concorda que tenha sido autorizada a manifestação de extrema-direita de Sábado?
Então, levantou-se a voz de Maria Corte-Real, de 68 anos, ex-locutora, que disse:
Concordei. Não deviam estar cá tantos brasileiros nem tantos africanos. A criminalidade aumenta por causa deles.
Concorda que tenha sido autorizada a manifestação de extrema-direita de Sábado?
Então, levantou-se a voz de Maria Corte-Real, de 68 anos, ex-locutora, que disse:
Concordei. Não deviam estar cá tantos brasileiros nem tantos africanos. A criminalidade aumenta por causa deles.
Arrastão IV: Manifestação da Extrema Direita
A "semana do arrastão" culminou numa manifestação contra a criminalidade ("marcha racista" era um nome que não ficava aqui mal).
E, bem vistas as coisas, até foi bom conhecer a argamassa da extrema direita. Foi bom verificar todas as fragilidades que se encerram no interior destas organizações.
A televisão e a rádio deram uma enorme importância à manifestação. Nas manifestações pelos direitos dos imigrantes nunca se viu tamanha cobertura. Ficamos a conhecer mais ou menos os patrióticos portugueses.
Um deles dizia quase tudo: "Somos portugueses há mais de 800 anos! Meu Bilhete de Identidade não foi comprado no Rossio!"; "Não sou racista não, tenho é orgulho na minha raça! Os pretos e os ciganos podem dizer que têm orgulho na sua raça, eu não posso porque me chamam logo de racista!". Uma frase muito interessante também: "Os portugueses são mortos todos os dias na África do Sul!".
Coitadinhas das alminhas que se manifestaram.
Autistas, não compreendem o mundo que os envolve. Não compreendem que tem uma batalha perdida pela frente. Não percebem a sua própria estupidez e ignorância.
Não entendem que as suas palavras são fruto da sua própria frustração. São tão maus que se sentem ameaçados, pelo simples facto de uma pessoa ser diferente.
Aliás, se há coisa que me intriga é que esta gente gosta de referir que existem pessoas que são inferiores apenas pelo seu aspecto exterior e, ao mesmo tempo, sentem-se ameaçadas pelos inferiores. Expliquem-me! Queriam estar a trabalhar no lugar onde trabalham estas pessoas?
A manifestação foi boa por isso. Pôs a nu a profunda ignorância dos seus elementos.
Ficamos todos a pensar se são aqueles indivíduos calvos, de cabeça raspada, brutos e ignorantes que querem monopolizar a herança genética portuguesa.
Trememos com tais divagações.
E, bem vistas as coisas, até foi bom conhecer a argamassa da extrema direita. Foi bom verificar todas as fragilidades que se encerram no interior destas organizações.
A televisão e a rádio deram uma enorme importância à manifestação. Nas manifestações pelos direitos dos imigrantes nunca se viu tamanha cobertura. Ficamos a conhecer mais ou menos os patrióticos portugueses.
Um deles dizia quase tudo: "Somos portugueses há mais de 800 anos! Meu Bilhete de Identidade não foi comprado no Rossio!"; "Não sou racista não, tenho é orgulho na minha raça! Os pretos e os ciganos podem dizer que têm orgulho na sua raça, eu não posso porque me chamam logo de racista!". Uma frase muito interessante também: "Os portugueses são mortos todos os dias na África do Sul!".
Coitadinhas das alminhas que se manifestaram.
Autistas, não compreendem o mundo que os envolve. Não compreendem que tem uma batalha perdida pela frente. Não percebem a sua própria estupidez e ignorância.
Não entendem que as suas palavras são fruto da sua própria frustração. São tão maus que se sentem ameaçados, pelo simples facto de uma pessoa ser diferente.
Aliás, se há coisa que me intriga é que esta gente gosta de referir que existem pessoas que são inferiores apenas pelo seu aspecto exterior e, ao mesmo tempo, sentem-se ameaçadas pelos inferiores. Expliquem-me! Queriam estar a trabalhar no lugar onde trabalham estas pessoas?
A manifestação foi boa por isso. Pôs a nu a profunda ignorância dos seus elementos.
Ficamos todos a pensar se são aqueles indivíduos calvos, de cabeça raspada, brutos e ignorantes que querem monopolizar a herança genética portuguesa.
Trememos com tais divagações.
Arrastão III: os racistas se organizaram
Também a propósito do arrastão, um grupo de delinquentes resolveram se manifestar: os racistas (ou lá o que é isso, já que o conceito de raças não existe, como demonstra um estudo científico que o ACIME divulgou há uns tempos atrás, e que eu vim chamar a atenção, num post que se chama "racismo: a dupla ignorância".
Os indivíduos que pretendiam manifestar-se diziam que iam efectuar uma "manifestação contra a criminalidade". Porém, um dos lemas da manifestação era "imigração = criminalidade". Pergunto-me se isso já não bastava para o Governo Civil de Lisboa ter impedido os mesmos de se manifestarem, visto que nenhuma causa justa motivava a manifestação.
Aliás, Gomes Canotilho, constitucionalista, referiu que tal concentração não devia ser permitida por na sua origem estarem associações que veiculam mensagens que atentam contra a Constituição da República Portuguesa.
Pela minha parte, acho importante lembrar o alarme social que esta manifestação criou, sendo que, além de ter cariz racista e xenófobo, a localização geográfica da mesma era evidentemente voltada para confrontar os imigrantes. O sítio escolhido era o Martim Moniz e os manifestantes iriam (e foram) até ao Rossio.
O motivo para a escolha deste local foi desde logo esclarecido por estes cidadãos: nestas praças encontra-se um nicho de crime e de imigração, o que, na cabeça deles, calva, tem relação directa.
Além disso, pensei eu outro dia, está ali a Ordem dos Advogados, o que poderá ser um elemento importante, para que estes indivíduos racistas tenham alguém que os defenda, na altura que forem acusados formalmente pelas autoridades, pelos crimes de racismo e xenofobia.
Acontece que, apesar de toda esta preocupação, o certo é que a manifestação aconteceu.
Os indivíduos que pretendiam manifestar-se diziam que iam efectuar uma "manifestação contra a criminalidade". Porém, um dos lemas da manifestação era "imigração = criminalidade". Pergunto-me se isso já não bastava para o Governo Civil de Lisboa ter impedido os mesmos de se manifestarem, visto que nenhuma causa justa motivava a manifestação.
Aliás, Gomes Canotilho, constitucionalista, referiu que tal concentração não devia ser permitida por na sua origem estarem associações que veiculam mensagens que atentam contra a Constituição da República Portuguesa.
Pela minha parte, acho importante lembrar o alarme social que esta manifestação criou, sendo que, além de ter cariz racista e xenófobo, a localização geográfica da mesma era evidentemente voltada para confrontar os imigrantes. O sítio escolhido era o Martim Moniz e os manifestantes iriam (e foram) até ao Rossio.
O motivo para a escolha deste local foi desde logo esclarecido por estes cidadãos: nestas praças encontra-se um nicho de crime e de imigração, o que, na cabeça deles, calva, tem relação directa.
Além disso, pensei eu outro dia, está ali a Ordem dos Advogados, o que poderá ser um elemento importante, para que estes indivíduos racistas tenham alguém que os defenda, na altura que forem acusados formalmente pelas autoridades, pelos crimes de racismo e xenofobia.
Acontece que, apesar de toda esta preocupação, o certo é que a manifestação aconteceu.
Arrastão II: humor
Ocorreu outro fenómeno interessante durante a semana.
De repente, deu um apagão na forma de fazer humor.
Tudo tinha de estar relacionado com o arrastão e a subtileza das piadas acabou.
Ouvi, na quinta feira seguinte ao arrastão, o Bispo Tadeu, dos cromos da TSF, fazer uns versinhos para as marchas populares que dizia "levar uma cacetada dum preto" ou uma coisa deste tipo, falando num "preto".
Na sexta feira, foi outro cromo da TSF, a Pureza, que contava que tinha sido levada para a Cova da Moura, no dia do arrastão, por um caboverdeano que lhe dava imensos presentes: todos os dias dava telemóveis e até um carro lhe deu de presente.
Péssimo gosto. Péssimo exemplo.
Deixei de ouvir os cromos, tirando o único bom, que é o José Pedro Gomes.
De repente, deu um apagão na forma de fazer humor.
Tudo tinha de estar relacionado com o arrastão e a subtileza das piadas acabou.
Ouvi, na quinta feira seguinte ao arrastão, o Bispo Tadeu, dos cromos da TSF, fazer uns versinhos para as marchas populares que dizia "levar uma cacetada dum preto" ou uma coisa deste tipo, falando num "preto".
Na sexta feira, foi outro cromo da TSF, a Pureza, que contava que tinha sido levada para a Cova da Moura, no dia do arrastão, por um caboverdeano que lhe dava imensos presentes: todos os dias dava telemóveis e até um carro lhe deu de presente.
Péssimo gosto. Péssimo exemplo.
Deixei de ouvir os cromos, tirando o único bom, que é o José Pedro Gomes.
Arrastão I: links importantes
O arrastão em Carcavelos que a comunicação social inventou para dar um pouco de brilho ao dia 10 de Junho, dia de Portugal, é uma lástima.
Maior lástima foi tentar relacionar este acontecimento com a origem étnica das pessoas.
Aliás, parece que não há mesmo dúvidas de que houve um empolamento invulgar da situação.
O Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME), felizmente, no seu site denunciou a situação e tem tentado esclarecer as pessoas de que:
1) Não houve arrastão nenhum;
2) Não foram praticados crimes por tantas pessoas como se dizia.
Ainda há que se louvar o comunicado da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR), que também está publicado no site do ACIME.
Links importantes, de leitura obrigatória:
Carcavelos: a verdadeira história de um arrastão que nunca existiu
Posição da CICDR
Maior lástima foi tentar relacionar este acontecimento com a origem étnica das pessoas.
Aliás, parece que não há mesmo dúvidas de que houve um empolamento invulgar da situação.
O Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME), felizmente, no seu site denunciou a situação e tem tentado esclarecer as pessoas de que:
1) Não houve arrastão nenhum;
2) Não foram praticados crimes por tantas pessoas como se dizia.
Ainda há que se louvar o comunicado da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR), que também está publicado no site do ACIME.
Links importantes, de leitura obrigatória:
Carcavelos: a verdadeira história de um arrastão que nunca existiu
Posição da CICDR
Desordem no Tribunal
Recebi o seguinte e-mail (parece que ando numa fase de publicação de correio electrónico).
É engraçado:
Dizem que "Aconteceu num Tribunal".
Estas são piadas retiradas do livro "Desordem no tribunal".
São coisas que as pessoas realmente disseram, e que foram transcritas textualmente pelos taquígrafos, que tiveram que permanecer calmos enquanto estes diálogos realmente aconteciam à sua frente e à frente do juiz.
----
Pergunta: Qual é a data do seu aniversário ?
Resposta: 15 de julho.
P: De que ano ?
R: Todo ano.
----
P: Essa doença, a miastenia gravis, afeta sua memória ?
R: Sim.
P: E de que modo ela afeta sua memória?
R: Eu esqueço das coisas.
P: Você esquece ... Pode nos dar um exemplo de algo que você tenha esquecido ?
----
P: Então, a data de concepção do seu bebê foi 08 de agosto ?
R: Sim, foi.
P: E o que você estava fazendo nesse dia ?
----
P: Ela tinha 3 filhos, certo ?
R: Certo.
P: Quantos eram meninos ?
R: Nenhum
P: E quantas eram meninas ?
----
P: Doutor, quantas autópsias o senhor já realizou em
pessoas mortas ?
R: Todas as autópsias que fiz foram em pessoas mortas.
----
- Aqui na corte, para cada pergunta que eu lhe fizer, sua resposta deve ser oral, ok ?
P: Que escola você freqüenta ?
R: Oral.
----
P: Doutor, o senhor se lembra da hora em que começou a examinar o corpo da vítima?
R: Sim, a autópsia começou às 20:30h.
P: E o Sr. Décio já estava morto a essa hora ?
R: Não ... Ele estava sentado na maca, se perguntando porque eu estava fazendo aquela autópsia nele ...
----
Essa é a melhor ...
P: Doutor, antes de fazer a autópsia, o senhor checou o pulso da vítima ?
R: Não.
P: O senhor checou a pressão arterial ?
R: Não.
P: O senhor checou a respiração?
R: Não.
P: Então, é possível que a vítima estivesse viva quando a autópsia começou ?
R: Não.
P: Como o senhor pode ter essa certeza ?
R: Porque o cérebro do paciente estava num jarro sobre a mesa.
P: Mas ele poderia estar vivo mesmo assim ?
R: Sim, é possível que ele estivesse vivo e cursando Direito.
É engraçado:
Dizem que "Aconteceu num Tribunal".
Estas são piadas retiradas do livro "Desordem no tribunal".
São coisas que as pessoas realmente disseram, e que foram transcritas textualmente pelos taquígrafos, que tiveram que permanecer calmos enquanto estes diálogos realmente aconteciam à sua frente e à frente do juiz.
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Pergunta: Qual é a data do seu aniversário ?
Resposta: 15 de julho.
P: De que ano ?
R: Todo ano.
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P: Essa doença, a miastenia gravis, afeta sua memória ?
R: Sim.
P: E de que modo ela afeta sua memória?
R: Eu esqueço das coisas.
P: Você esquece ... Pode nos dar um exemplo de algo que você tenha esquecido ?
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P: Então, a data de concepção do seu bebê foi 08 de agosto ?
R: Sim, foi.
P: E o que você estava fazendo nesse dia ?
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P: Ela tinha 3 filhos, certo ?
R: Certo.
P: Quantos eram meninos ?
R: Nenhum
P: E quantas eram meninas ?
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P: Doutor, quantas autópsias o senhor já realizou em
pessoas mortas ?
R: Todas as autópsias que fiz foram em pessoas mortas.
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- Aqui na corte, para cada pergunta que eu lhe fizer, sua resposta deve ser oral, ok ?
P: Que escola você freqüenta ?
R: Oral.
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P: Doutor, o senhor se lembra da hora em que começou a examinar o corpo da vítima?
R: Sim, a autópsia começou às 20:30h.
P: E o Sr. Décio já estava morto a essa hora ?
R: Não ... Ele estava sentado na maca, se perguntando porque eu estava fazendo aquela autópsia nele ...
----
Essa é a melhor ...
P: Doutor, antes de fazer a autópsia, o senhor checou o pulso da vítima ?
R: Não.
P: O senhor checou a pressão arterial ?
R: Não.
P: O senhor checou a respiração?
R: Não.
P: Então, é possível que a vítima estivesse viva quando a autópsia começou ?
R: Não.
P: Como o senhor pode ter essa certeza ?
R: Porque o cérebro do paciente estava num jarro sobre a mesa.
P: Mas ele poderia estar vivo mesmo assim ?
R: Sim, é possível que ele estivesse vivo e cursando Direito.
terça-feira, 21 de junho de 2005
As duas virtudes
Recebi este e-mail, escrito em galego normativo.
Não desistam de ler, porque dá para entender o galego, que é igualzinho ao português (se é que se pode estabelecer uma comparação deste tipo) e apenas por motivos políticos é que não escrevemos todos da mesma maneira.
A piada é excelente:
Dise que cando Deus creou o mundo, para que os homes e mulleres prosperasen, decidiu concederlles dúas virtudes.
Así fixo:
* Ós/ás suizos/as fíxoos ordenados e cumplidores da Lei.
* Ós/ás ingleses/as fíxoos persistentes e estudosos.
* Ós/ás xaponeses/as fíxoos traballadores e pacientes.
* Ós/ás italianos/as alegres e románticos.
* Ós/ás franceses/as fíxoos cultos e refinados.
E cando chegou ós/ás galegos, volveuse hacia o anxo que tomaba nota e díxolle :
"Os galegos e galegas van a ser intelixentes, boas persoas e do Partido Popular".
Cando acabou de crear o mundo, o anxo díxolle a Deus "Señor, déchelle a tódolos pobos dúas virtudes e ós galegos tres. Isto fará que prevalezan sobre tódolos demais".
"Pois é verdade, ben como as virtudes divinas non se poden quitar, que os galegos a partir de agora teñan tres, pero a misma persoa non poderá ter máis de dúas virtudes á vez".
Así:
* O galego que é do Partido Popular e boa persoa, non pode ser intelixente.
* O que é intelixente e do Partido Popular, non pode ser boa persoa.
* E o que é intelixente e boa persoa, non pode ser do Partido Popular.
Não desistam de ler, porque dá para entender o galego, que é igualzinho ao português (se é que se pode estabelecer uma comparação deste tipo) e apenas por motivos políticos é que não escrevemos todos da mesma maneira.
A piada é excelente:
Dise que cando Deus creou o mundo, para que os homes e mulleres prosperasen, decidiu concederlles dúas virtudes.
Así fixo:
* Ós/ás suizos/as fíxoos ordenados e cumplidores da Lei.
* Ós/ás ingleses/as fíxoos persistentes e estudosos.
* Ós/ás xaponeses/as fíxoos traballadores e pacientes.
* Ós/ás italianos/as alegres e románticos.
* Ós/ás franceses/as fíxoos cultos e refinados.
E cando chegou ós/ás galegos, volveuse hacia o anxo que tomaba nota e díxolle :
"Os galegos e galegas van a ser intelixentes, boas persoas e do Partido Popular".
Cando acabou de crear o mundo, o anxo díxolle a Deus "Señor, déchelle a tódolos pobos dúas virtudes e ós galegos tres. Isto fará que prevalezan sobre tódolos demais".
"Pois é verdade, ben como as virtudes divinas non se poden quitar, que os galegos a partir de agora teñan tres, pero a misma persoa non poderá ter máis de dúas virtudes á vez".
Así:
* O galego que é do Partido Popular e boa persoa, non pode ser intelixente.
* O que é intelixente e do Partido Popular, non pode ser boa persoa.
* E o que é intelixente e boa persoa, non pode ser do Partido Popular.
Álvaro Cunhal
A morte de Álvaro Cunhal marca os acontecimentos dos últimos dias, sem dúvida.
Álvaro já faleceu há mais de uma semana, no dia 13 de Junho de 2005.
A TSF escreveu o seguinte:
PCP
Morreu Álvaro Cunhal
Álvaro Cunhal faleceu esta segunda-feira de madrugada, aos 91 anos. A morte do líder histórico dos comunistas, que liderou o seu partido de 1961 a 1992, foi anunciada pelo PCP «com profunda mágoa e emoção».
( 10:02 / 13 de Junho 05 )
O antigo líder do PCP, Álvaro Cunhal, morreu esta segunda-feira de madrugada aos 91 anos, numa altura em que já há muito se encontrava afastado de qualquer acto público.
Cunhal liderou o Partido Comunista de 1961 a 1992, tendo passado 11 anos na prisão, tendo ficado conhecido pela fuga espectacular do Forte de Peniche a 3 de Janeiro de 1960.
O Comité Central do PCP lamentou a morte do seu antigo líder «com profunda mágoa e emoção», sublinhando que «os trabalhadores e o povo português perdem um dos seus mais consequentes e abnegados lutadores».
Em comunicado, o Comité Central acrescenta que a melhor maneira de homenagear Cunhal é a de «prosseguir a luta que ele travou até aos últimos dias de vida, sempre com confiança no futuro, pelos interesses e direitos dos trabalhadores, por uma sociedade de liberdade e democracia».
O PCP fez ainda questão de notar a importância de Álvaro Cunhal na política portuguesa do séc. XX «na resistência antifascista pela liberdade e a democracia, nas transformações revolucionárias de Abril e em sua defesa por uma sociedade livre da exploração e da opressão, a sociedade socialista».
Álvaro Barreirinhas Cunhal nasceu a 10 de Novembro de 1913 tendo, 17 anos depois, decidido que queria ser comunista.
Filiou-se no PCP em 1931, cinco anos mais tarde entrou para o Comité Central do partido, tendo sido preso pela primeira vez em 1937 no Aljube e em Peniche.
Em 1940, foi escoltado pela polícia até à Faculdade onde apresentou uma tese sobre o aborto e a sua despenalização a qual foi classificada com 19 valores.
No ano seguinte, passou à clandestinidade, tendo em 1947 posto novamente o partido de pé. Em 1949, é preso sendo então condenado a quatro anos de prisão a que se seguirão oito anos de degredo.
Depois da fuga da prisão de Peniche, é eleito secretário-geral do partido. Em 1964 publicou «Rumo à Vitória», cujas teses perduram no núcleo duro do PCP.
Regressou a Portugal cinco dias após o 25 de Abril, tendo sido eleito como deputado entre 1975 e 1992. Em 1982, tornou-se membro do Conselho de Estado, abandonando este posto dez anos depois quando saiu da liderança do PCP.
Para além da sua vida, que se confundiu com o PCP, Álvaro Cunhal notabilizou-se ainda pelos desenhos que fez na prisão, bem como pela sua obra literária, quase toda sob o pseudónimo de Manuel Tiago.
Sob este pseudónimo, escreveu entre outros «Até Amanhã Camaradas», «Cinco Dias e Cinco Noites», «Estela de Seis Pontas» e «A Casa de Eulália».
A TSF além disso, efectuou um belo dossier sobre a vida de Cunhal, que recomendo:
http://www.tsf.pt/online/portugal/dossiers/Cunhal_90anos/default.asp
Álvaro já faleceu há mais de uma semana, no dia 13 de Junho de 2005.
A TSF escreveu o seguinte:
PCP
Morreu Álvaro Cunhal
Álvaro Cunhal faleceu esta segunda-feira de madrugada, aos 91 anos. A morte do líder histórico dos comunistas, que liderou o seu partido de 1961 a 1992, foi anunciada pelo PCP «com profunda mágoa e emoção».
( 10:02 / 13 de Junho 05 )
O antigo líder do PCP, Álvaro Cunhal, morreu esta segunda-feira de madrugada aos 91 anos, numa altura em que já há muito se encontrava afastado de qualquer acto público.
Cunhal liderou o Partido Comunista de 1961 a 1992, tendo passado 11 anos na prisão, tendo ficado conhecido pela fuga espectacular do Forte de Peniche a 3 de Janeiro de 1960.
O Comité Central do PCP lamentou a morte do seu antigo líder «com profunda mágoa e emoção», sublinhando que «os trabalhadores e o povo português perdem um dos seus mais consequentes e abnegados lutadores».
Em comunicado, o Comité Central acrescenta que a melhor maneira de homenagear Cunhal é a de «prosseguir a luta que ele travou até aos últimos dias de vida, sempre com confiança no futuro, pelos interesses e direitos dos trabalhadores, por uma sociedade de liberdade e democracia».
O PCP fez ainda questão de notar a importância de Álvaro Cunhal na política portuguesa do séc. XX «na resistência antifascista pela liberdade e a democracia, nas transformações revolucionárias de Abril e em sua defesa por uma sociedade livre da exploração e da opressão, a sociedade socialista».
Álvaro Barreirinhas Cunhal nasceu a 10 de Novembro de 1913 tendo, 17 anos depois, decidido que queria ser comunista.
Filiou-se no PCP em 1931, cinco anos mais tarde entrou para o Comité Central do partido, tendo sido preso pela primeira vez em 1937 no Aljube e em Peniche.
Em 1940, foi escoltado pela polícia até à Faculdade onde apresentou uma tese sobre o aborto e a sua despenalização a qual foi classificada com 19 valores.
No ano seguinte, passou à clandestinidade, tendo em 1947 posto novamente o partido de pé. Em 1949, é preso sendo então condenado a quatro anos de prisão a que se seguirão oito anos de degredo.
Depois da fuga da prisão de Peniche, é eleito secretário-geral do partido. Em 1964 publicou «Rumo à Vitória», cujas teses perduram no núcleo duro do PCP.
Regressou a Portugal cinco dias após o 25 de Abril, tendo sido eleito como deputado entre 1975 e 1992. Em 1982, tornou-se membro do Conselho de Estado, abandonando este posto dez anos depois quando saiu da liderança do PCP.
Para além da sua vida, que se confundiu com o PCP, Álvaro Cunhal notabilizou-se ainda pelos desenhos que fez na prisão, bem como pela sua obra literária, quase toda sob o pseudónimo de Manuel Tiago.
Sob este pseudónimo, escreveu entre outros «Até Amanhã Camaradas», «Cinco Dias e Cinco Noites», «Estela de Seis Pontas» e «A Casa de Eulália».
A TSF além disso, efectuou um belo dossier sobre a vida de Cunhal, que recomendo:
http://www.tsf.pt/online/portugal/dossiers/Cunhal_90anos/default.asp
Alheio
Tantas coisas aconteceram nos últimos dias.
Mas o meu blog continua a fingir-se alheio ao mundo.
Vou tentar dar uma actualizada, se me esbanjar o tempo e surgir inspiração.
Mas o meu blog continua a fingir-se alheio ao mundo.
Vou tentar dar uma actualizada, se me esbanjar o tempo e surgir inspiração.
segunda-feira, 13 de junho de 2005
A espera de Adriano
Estou gostando muito de ler as "Memórias de Adriano", de Marguerite Yourcenar.
Fico pensando, à medida que as páginas vão passando, quem influenciou quem, o que é de Marguerite e o que é de Adriano.
Certo, porém, é que neste livro os dois são uma unidade indistinta. Completam-se e confundem-se um no outro.
Sem Adriano, Marguerite não teria um Imperador genial, culto e humanizado para dar vida e discurso.
Sem Marguerite, Adriano não teria uma genial, culta e humanizada escritora para lhe dar voz.
Terá Adriano, ao encontrar Marguerite, recém chegada ao céu em 1987, agradecido o seu brilhante trabalho?
Provavelmente sim, tal como Marguerite terá agradecido a Adriano o facto de ter existido e ter sido uma tão distinta personagem para fazer reviver.
Quase pode se dizer que as "Memórias de Adriano" sintetizam um passeio de mãos dadas, entre Adriano e Marguerite, rumo à imortalidade.
Fico pensando, à medida que as páginas vão passando, quem influenciou quem, o que é de Marguerite e o que é de Adriano.
Certo, porém, é que neste livro os dois são uma unidade indistinta. Completam-se e confundem-se um no outro.
Sem Adriano, Marguerite não teria um Imperador genial, culto e humanizado para dar vida e discurso.
Sem Marguerite, Adriano não teria uma genial, culta e humanizada escritora para lhe dar voz.
Terá Adriano, ao encontrar Marguerite, recém chegada ao céu em 1987, agradecido o seu brilhante trabalho?
Provavelmente sim, tal como Marguerite terá agradecido a Adriano o facto de ter existido e ter sido uma tão distinta personagem para fazer reviver.
Quase pode se dizer que as "Memórias de Adriano" sintetizam um passeio de mãos dadas, entre Adriano e Marguerite, rumo à imortalidade.
Fraquezas
"Os seres humanos confessam estupidamente as suas piores fraquezas quando se espantam de que um senhor do mundo não seja indolente, presunçoso ou cruel."
in Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar
in Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar
Voz e gestos
"A palavra escrita ensinou-me a escutar a voz humana, assim como as grandes atitudes imóveis das estátuas me ensinaram a apreciar os gestos. Em contrapartida, e posteriormente, a vida fez-me compreender os livros.
Mas estes mentem, ainda os mais sinceros."
in Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar
Mas estes mentem, ainda os mais sinceros."
in Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar
domingo, 12 de junho de 2005
Greve e exílio
Estava quase saindo de casa, com pena de não escrever nada, neste fim de semana emoldurado de feriados, conjugação que parece ser uma amostra do paraíso na Terra.
Fui pegar uns ténis que não usava muito, no fundo da minha sapateira dentro do armário. E quando fui calçar o pé esquerdo, descobri 4 habitantes.
Não, não são baratas ou camundongos. Se os há no meu quarto, ainda não descobri o esconderijo. Nos meus ténis encontravam-se 3 amostras de perfumes:
Uma era de Tuscany, outra de Herrera "for men" e a terceira era de Classic, do Boticário.
O quarto habitante estava ali para explicar tudo. Era um pino que se usava para segurar as prateleiras do meu armário.
É, este pino criminoso encontrava-se escondido por um bom motivo. Ele e a sua quadrilha foram os responsáveis por um cataclismo que ocorreu no meu armário, que viu todas as suas prateleiras cairem sobre si mesmas, por causa de uma greve dos pinos.
Basicamente o que os pinos reivindicavam era: menos roupa para segurarem; prateleiras mais largas, para poderem agarrá-las com mais segurança; e mais pinos, pois alguns já haviam desertado pela falta de condições.
Perante a violência na forma de quererem se fazer ouvir, actuei com firmeza e como um neo-liberalista: despedi-os a todos e contratei trabalhadores não especializados. Substitui os pinos por pregos, que fazem o trabalho com segurança e não me exigem nada.
Quanto a este pobre pino foragido e ladrão, que não demonstrou arrependimento pelo furto dos perfumes (que conduta tão repreensível! aproveitar uma greve para dedicar-se ao furto!), a pena é de exílio e encaminhamento para a lixeira pública.
Fui pegar uns ténis que não usava muito, no fundo da minha sapateira dentro do armário. E quando fui calçar o pé esquerdo, descobri 4 habitantes.
Não, não são baratas ou camundongos. Se os há no meu quarto, ainda não descobri o esconderijo. Nos meus ténis encontravam-se 3 amostras de perfumes:
Uma era de Tuscany, outra de Herrera "for men" e a terceira era de Classic, do Boticário.
O quarto habitante estava ali para explicar tudo. Era um pino que se usava para segurar as prateleiras do meu armário.
É, este pino criminoso encontrava-se escondido por um bom motivo. Ele e a sua quadrilha foram os responsáveis por um cataclismo que ocorreu no meu armário, que viu todas as suas prateleiras cairem sobre si mesmas, por causa de uma greve dos pinos.
Basicamente o que os pinos reivindicavam era: menos roupa para segurarem; prateleiras mais largas, para poderem agarrá-las com mais segurança; e mais pinos, pois alguns já haviam desertado pela falta de condições.
Perante a violência na forma de quererem se fazer ouvir, actuei com firmeza e como um neo-liberalista: despedi-os a todos e contratei trabalhadores não especializados. Substitui os pinos por pregos, que fazem o trabalho com segurança e não me exigem nada.
Quanto a este pobre pino foragido e ladrão, que não demonstrou arrependimento pelo furto dos perfumes (que conduta tão repreensível! aproveitar uma greve para dedicar-se ao furto!), a pena é de exílio e encaminhamento para a lixeira pública.
terça-feira, 7 de junho de 2005
Pilares II
Outra coisa que é inacreditável, é o facto de se fazer uma revisão constitucional com o objectivo de passar a ser possível referendar o Tratado ao mesmo tempo em que se efectuam as eleições autárquicas.
A lógica não é ao contrário?
A Constituição não é o garante de determinadas regras?
Uma revisão constitucional nos termos em que a última foi feita, não é um desrespeito à lógica constitucional?
Acho que todos sabemos as respostas a estas perguntas.
Qualquer dia, já não será preciso haver Constituição.
Actualmente, tal instrumento não se consubstancia num conjunto de garantias e de regras que permitem um certo equilíbrio institucional, num estado de direito. Passou a representar pura e simplesmente um conjunto de obstáculos a tornear, não se negando o recurso à destruição dos comandos constitucionais, para que se atinjam os fins desejados por quem tem capacidade de os esmigalhar.
A lógica não é ao contrário?
A Constituição não é o garante de determinadas regras?
Uma revisão constitucional nos termos em que a última foi feita, não é um desrespeito à lógica constitucional?
Acho que todos sabemos as respostas a estas perguntas.
Qualquer dia, já não será preciso haver Constituição.
Actualmente, tal instrumento não se consubstancia num conjunto de garantias e de regras que permitem um certo equilíbrio institucional, num estado de direito. Passou a representar pura e simplesmente um conjunto de obstáculos a tornear, não se negando o recurso à destruição dos comandos constitucionais, para que se atinjam os fins desejados por quem tem capacidade de os esmigalhar.
Pilares
É interessante constatar que muitos dos apoiantes do "Sim" ao Tratado Europeu, são os mesmos que acham que ele deve ser votado juntamente com as eleições autárquicas.
Será para não haver debate e para que as pessoas sigam as orientações dos partidos em matéria de política europeia?
Serão mesmo pilares da União, o défice democrático e a desinformação?
Haverá uma Europa para as pessoas?
Será para não haver debate e para que as pessoas sigam as orientações dos partidos em matéria de política europeia?
Serão mesmo pilares da União, o défice democrático e a desinformação?
Haverá uma Europa para as pessoas?
sexta-feira, 3 de junho de 2005
Freitas não concorda com Cavaco
Na TSF
( 23:53 / 02 de Junho 05 )
O chefe da diplomacia portuguesa disse, em entrevista à RTP, discordar do ex-primeiro ministro Cavaco Silva, que hoje propôs o congelamento da ratificação do Tratado da Constituição europeia por um prazo de dois anos. Freitas do Amaral considera que dois anos é muito tempo de «incerteza» e muito tempo «sem saber» se o Tratado constitucional «vai para a frente ou não».
( 23:53 / 02 de Junho 05 )
O chefe da diplomacia portuguesa disse, em entrevista à RTP, discordar do ex-primeiro ministro Cavaco Silva, que hoje propôs o congelamento da ratificação do Tratado da Constituição europeia por um prazo de dois anos. Freitas do Amaral considera que dois anos é muito tempo de «incerteza» e muito tempo «sem saber» se o Tratado constitucional «vai para a frente ou não».
Cavaco defende o adiamento dos referendos
Na TSF
Cavaco Silva considera que o referendo ao Tratado Constitucional Europeu deve ser adiado, em Portugal e em todos os países da União Europeia que têm agendada uma consulta popular sobre a ratificação do documento.
( 21:53 / 02 de Junho 05 )
Em declarações à Radio Renascença, o antigo chefe de Governo defendeu «uma pausa» para reflexão depois das recusas da França e da Holanda.
«Neste momento talvez seja melhor os líderes europeus fazerem uma pausa e pararem para reflectir. Prosseguir com os referendos tem um elevado risco e pode fragilizar ainda mais o projecto da União Europeia», afirmou o ex-primeiro-ministro.
«O eleitorado começa a ficar desmotivado, e começar a pensar que o seu voto não serve para nada».
Ao arrepio do que defende o Governo e o PSD, Cavaco Silva considera que o referendo deve ser adiado por dois anos. Nessa pausa, os líderes europeus devem aproveitar para dar resposta às duvidas dos cidadãos.
Cavaco Silva considera que o referendo ao Tratado Constitucional Europeu deve ser adiado, em Portugal e em todos os países da União Europeia que têm agendada uma consulta popular sobre a ratificação do documento.
( 21:53 / 02 de Junho 05 )
Em declarações à Radio Renascença, o antigo chefe de Governo defendeu «uma pausa» para reflexão depois das recusas da França e da Holanda.
«Neste momento talvez seja melhor os líderes europeus fazerem uma pausa e pararem para reflectir. Prosseguir com os referendos tem um elevado risco e pode fragilizar ainda mais o projecto da União Europeia», afirmou o ex-primeiro-ministro.
«O eleitorado começa a ficar desmotivado, e começar a pensar que o seu voto não serve para nada».
Ao arrepio do que defende o Governo e o PSD, Cavaco Silva considera que o referendo deve ser adiado por dois anos. Nessa pausa, os líderes europeus devem aproveitar para dar resposta às duvidas dos cidadãos.
Não e não!
O povo francês começou a sublevação e a Holanda acompanhou uma semana depois.
Nestes 2 países, a vitória do "Não" no referendo à Constituição Europeia lançou o pânico nas hostes apoiantes desta Constituição.
Que bom.
Assim pode ser que comecem a pensar.
Nestes 2 países, a vitória do "Não" no referendo à Constituição Europeia lançou o pânico nas hostes apoiantes desta Constituição.
Que bom.
Assim pode ser que comecem a pensar.
segunda-feira, 30 de maio de 2005
Temos ACNUR! (parte III)
António Guterres será o Alto Comissário para os refugiados.
E agora o que fazer com o Guterres 2006, weblog não oficial de apoio à candidatura de Guterres à Presidência da República?
E agora o que fazer com o Guterres 2006, weblog não oficial de apoio à candidatura de Guterres à Presidência da República?
sexta-feira, 27 de maio de 2005
Racismo: de estado
Caso tenham um amigo angolano, peçam para ele mostrar o Bilhete de Identidade.
Não é para fiscalizar o amigo.
É para verem um exemplo acabado de racismo, promovido pelo próprio estado.
Os actuais BI's de Angola tem uma informação muito interessante. Entre as características da pessoa consta a "raça".
Raça: negra.
Raça: branca.
Raça: mestiço (terá esta?).
E um chinês, será raça amarela? E um árabe, raça árabe? E um índio, raça vermelha?
Eu só vi a raça negra até agora.
Agora eu pergunto. Estarão bem da cabeça os governantes de um país, ao admitirem uma situação desta natureza? Uma discriminação sem qualquer razão de ser!
Eu, sinceramente, não entendo qual é o fundamento de tal informação. Apenas sei que é uma bomba-relógio.
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