quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Que país é este, afinal?

3 capas de 3 discos de 3 bandas brasileiras de referência.
Em todos estes discos está lá a pergunta em forma de música: "Que país é este?".
Infelizmente, é uma música que não sai de actualidade.
Basta colocar "Que país é este?" no Youtube, que quase saltam para fora da tela do computador as centenas de versões tocadas por dezenas de bandas do Brasil.
E aqui em Portugal é lembrada muitas vezes também.
Cada vez que a música é tocada vem a questão: "Que país é este?".
Desde a sua primeira aparição no Fantástico, tocada pela Legião (aliás, a música é da autoria destes) passando pela excelente versão dos Paralamas do Sucesso, no seu albúm Acústico, e mais recentemente na versão revisitada "Aborto Elétrico", do Capital Inicial, "Que país é este?" é uma música simples, única, actual, eterna, triste e contestatária.

Que país é esse?


É evidente que dedico esta entrada para o Senado brasileiro...

Acho que o Renato Russo, quando escreveu esta letra e a Legião Urbana, quando a tocava, imaginava alguém como o Renan Calheiros acompanhado daquela gentalha que habita nossas instituições republicanas, democráticas e sem-vergonha...
Introd.: (Em C D)
(Em C D)
Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituicão
Mas todos acreditam no futuro da nação
(Em C D)
Que país é este 4x
(Em C D)
No Amazonas, no Araguaia iaia, na Baixada Fluminense
Mato Grosso, nas Minas Gerais e no Nordeste tudo em paz
Na morte eu descanso mas o sangue anda solto
Manchando os papéis, documentos fiéis
Ao descanso do patrão
(Em C D)
Que país é este 4x
(Em C D)
Terceiro mundo se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos índios num leilão
(Em C D)
Que país é este 4x

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

A mala perdida

Há a "bala perdida". E há também a "mala perdida".
A primeira é um drama que afecta alguém e que é perpretado por um anónimo.
A segunda decorre de um incidente praticado diariamente no Aeroporto de Lisboa. Será incidente, se acontece todos os dias?
Infelizmente não deixei um telemóvel, nem sequer um cartão de telefone, para que ela possa me dar notícias sobre o passeio que resolveu fazer. Mas espero que ela esteja bem e que aproveite as roupas e sapatos que leva dentro de si.
Se o seu destino for a Sibéria, tem em seu interior casacos e blusões. Se for para Cancun, pode servir-se de um calção. Se não quiser fazer topless, poderá vestir uma das várias tshirts, inclusive aquela que adquiri no Uruguai, que diz "nuestro norte es el sur".
Fico um pouco preocupado com o facto de ela ocasionalmente viajar para locais onde não esteja habilitada com um visto de entrada ou de trabalho. Será difícil sobreviver se não tiver como vender as roupas que leva ou trabalhar em alguma empresa de transportes. A sua única salvação, em tais casos, será a da adopção por parte de algum habitante do país de acolhimento. Estudar é óbvio que não será possível, devido ao grande preconceito que existe, de que as malas grandes não são boas para levar às universidades, escolas ou bibliotecas. Será difícil obter uma bolsa enquanto se mantiver esta discriminação.
Ainda por cima, ela é uma mala modesta e humilde, não sendo titular de acções em grandes bancos internacionais. Nem sequer tem um cartão de crédito Mastercard, Visa, ou mesmo um de débito Maestro, com o qual possa se manter. Mais valia perder-se se fosse a mala de um doleiro.
Enfim, se alguém encontrar uma mala sem uma alça, que, sem rodeios e fugindo a hipocrisias, é minha propriedade, agradeço que a retenham e tranquem-na num lugar seguro, que até pode ser escuro (pois as malas tem visão noturna - já viram elas perderem de vista o que guardam, mesmo quando dormem naqueles armários super escuros?) e herméticamente fechado (todos sabemos que as malas respiram outros elementos do ar que não o oxigénio, uma vez que são capazes até de sobreviver em lugares onde o ar é rarefeito).
Peço ainda que me comuniquem de imediato o sucedido.
Em princípio ela é uma mala pacífica, pois nunca a vi envolvida com grupos terroristas ou portando literatura subversiva. Por isso, se a encontrarem sozinha em algum lugar, não há motivos para alarme - ela não estará escondendo uma bomba em seu interior, mas apenas roupas e tshirts pacifistas, como a relativa à associação "Tribunal Iraque" ou a da "Attac Portugal" ou ainda a da "Correr com o racismo".
O único alerta que faço é para a questão de que a minha mala tem dupla personalidade. De facto, ela, em suas etiquetas espalhadas pelas alças (que ela prefere chamar de brincos, pois é vaidosa) diz viver não só em Lisboa - Portugal, mas também em Canoas - RS - Brasil.
Além de vaidosa é uma mala extremamente extrovertida, comunicando em seus próprios brincos (!) os seus telefones e endereços.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Regresso

Entro em procedimento de regresso.

100 - 2007

Contra as minhas expectativas no começo do ano, a Aldeia chega agora a, pelo menos, 100 posts em 2007.
Este é o 100.
Não sei o que pensar destes posts objectivos, estatísticos, secos e sem sentido, mas simpatizo com eles e pretendo prosseguir a sua redacção sempre que me lembrar.

Viagem

Véspera de viagem para longe de POA e ida para Lisboa:
Parque da Harmonia, semana farroupilha, Hawaianas, bandeira, confirmar passagem.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Voltas na Redenção e no clima

Em Porto Alegre fizeram 32.º hoje.
Fui de bermudas (calções) ao Brique da Redenção - calor no inverno da América do Sul.
Chuvas enormes e frio é o que se encontra no verão da Europa central.
E isto não é um jogo de palavras, metáfora ou senha.
Porém, agora sim entrando em frases com sentido figurado, é um espelho do que o ser humano resolveu fazer ao Planeta Terra.

TVD

Chega sempre este momento. Não há como fugir-lhe.
Quando se entra na última semana de férias no Brasil, as despedidas começam a tornar-se inevitáveis e a frase "ainda nos veremos antes de eu ir" é substituída por um "tentarei voltar depressa".
Na verdade, o tentar voltar depressa (tvd) é uma incógnita que merece até um nome de blog, tamanha discussão pode surgir em torno de tal expressão.
Da última vez que havia usado o tvd, pretendia regressar em 10 meses. Demorei 30.
Nasceu meu sobrinho pelo meio, agora com dois anos. Houve quem se fosse de doença, ou pior ainda, no fim de uma viagem de avião, finalizando nesta a viagem maior que é a vida.
Mas é isso. Entro em semana tvd.
É como sair do túnel do tempo, paulatinamente. Lembrar onde está o meu presente, a minha vida, meus compromissos, minhas responsabilidades.
Os afectos também os tenho no outro lado do atlântico, pela minha Lisboa, pela minha vida que foi sendo construída.
Mas o meu sangue, os meus primeiros sentidos, deixo-os aqui na primeira povoação e povo que conheci.
Porém, daqui levo comigo, sempre, o tvd. Levo ainda o idealismo, a poesia e a utopia de um dia regressar a Porto Alegre e ao tempo que se foi e que nunca mais regressará.
Se um dia houver retorno, inevitavelmente terei de contentar-me mais com o espaço do que com o tempo. Do tempo poderei só falar, felizmente com satisfação.
No entanto, é por isto tudo, com seus pontos positivos e negativos, com suas ilusões, desilusões, sonhos magníficos e realidades cruas - que até apetecia chamar de realidades reais (outro bom nome para um blog) - repito, é por isto tudo, que tentarei voltar depressa.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Querência


Vítor Ramil e a sua "Querência" são um show.
Estou ouvindo ele aqui no meu passado porto-alegrense.

Tudo igual

O (in)consciente colectivo já introjectou: político é tudo a mesma coisa.
E os sonhos são todos efêmeros, como as promessas de um político que queira alcançar o poder.

Copa de tristeza

Porto Alegre.
Igual a sempre.
Mas com menos dinheiro (ou igual).
Porém, há uma coisa inquestionável.
Assim como Lula criou a esperança, Lula aniquilou a mesma.
Só 2010 pode salvar o povo brasileiro da desilusão - o projecto é viver de copas e comer futebol.

Diga 33

É preciso regressar a Dezembro de 2005 para se encontrar um mês com mais entradas do que o Agosto de 2007 da Aldeia.
Mês passado foram 33 entradas e em Dezembro de 2005 foram 35.