segunda-feira, 31 de maio de 2010

Muito importante!


Lei n.º 9/2010
de 31 de Maio
Permite o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo
A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:
Artigo 1.º
Objecto
A presente lei permite o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
Artigo 2.º
Alterações ao regime do casamento
Os artigos 1577.º, 1591.º e 1690.º do Código Civil passam a ter a seguinte redacção:
«Artigo 1577.º
[...]
Casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida, nos termos das disposições deste Código.
Artigo 1591.º
[...]
O contrato pelo qual, a título de esponsais, desposórios ou qualquer outro, duas pessoas se comprometem a contrair matrimónio não dá direito a exigir a celebração do casamento, nem a reclamar, na falta de cumprimento, outras indemnizações que não sejam as previstas no artigo 1594.º, mesmo quando resultantes de cláusula penal.
Artigo 1690.º
[...]
1 - Qualquer dos cônjuges tem legitimidade para contrair dívidas sem o consentimento do outro.
2 - ...»
Artigo 3.º
Adopção
1 - As alterações introduzidas pela presente lei não implicam a admissibilidade legal da adopção, em qualquer das suas modalidades, por pessoas casadas com cônjuge do mesmo sexo.
2 - Nenhuma disposição legal em matéria de adopção pode ser interpretada em sentido contrário ao disposto no número anterior.
Artigo 4.º
Norma revogatória
É revogada a alínea e) do artigo 1628.º do Código Civil.
Artigo 5.º
Disposição final
Todas as disposições legais relativas ao casamento e seus efeitos devem ser interpretadas à luz da presente lei, independentemente do género dos cônjuges, sem prejuízo do disposto no artigo 3.º
Aprovada em 11 de Fevereiro de 2010.
O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.
Promulgada em 17 de Maio de 2010.
Publique-se.
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
Referendada em 18 de Maio de 2010.
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.

17 minutos

Não deu tanto trabalho como parecia. E valeu muito a pena.
- 20 hs lá em casa, para pegarmos as coisas.
- Afinal 19h30 lá em casa. (5 minutos depois)
- Afinal 19h40, trânsito! (10 minutos depois)
E lá estávamos enchendo o carro, com dois amps, cabos, guitarras e meia dúzia de cervejas.
- Fogo, este case é mesmo lindo! (Nunca falta essa parte).
Chegados a São Pedro de Alcântara, no outro lado da rua havia um raro lugar (raro, no tempo e no espaço). Mais fácil ainda. Parece aquelas conversas de que se sabe que uma coisa é mesmo para nós quando tudo bate certo.
Amps equalizados com mais altura. O objetivo da ida para esse espaço era mesmo esse. Uma maravilha. Novos problemas, novas soluções.
Saiu "tudo o que o vento traz", todinha. E saiu flyin, vento e bells pegadas umas nas outras. São mesmo irmãs. É uma viagem para fora de tudo, que dura 17 minutos.

ssd

sexta by night: preparar uma tela para o futuro; festa de encerramento do festival de cinema italiano;
sábado: dormir; ir a ex-casa; compras; manif gigante; festa das nações na cbl;
domingo: futebol; lançamento de livro no ccb; understood project.

Tudo, tudo, tudo

Tive um fim de semana do caraças. Daqueles que se guardam.
E o ensaio de hoje foi uma loucura de bom.
E a manif ontem, e a festa ontem, e a tarde de hoje e a manhã de hoje e...

sábado, 29 de maio de 2010

Espelho

Dar um espelho a um narciso. A vã esperança de que ele o utilize para algo diferente do auto-elogio.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

54

E o 54 é só assim, porque é exatamente assim que eu quero que ele seja.

53

Nunca pensava que ia de novo chegar aqui, tão longe, assim numa boa, conversando com os poucos leitores. Principalmente conversando comigo.
O certo é que estamos aqui. 53 posts num mês, como Outubro de 2004. Outubro de 2004.
Tudo feito sem premeditações. Quando se vê, já há um monte de escritos para trás e o mês não acabou. No mês passado percebi que estava perto quando passou o fim do mês. Se houvesse premeditação era simples - e não havia toda esta piada, este post, whatever.
Vamos escrevendo. Uns posts são mais relevantes, outros são menos. O que também é interessante tentar perceber, quando o conjunto se compõe. O que pensava e escrevia, quanto escrevia, porque há meses com pouquíssimos posts, porque há outros com mais. Coisas que eu sei, que posso racionalizar ou não.
E olha-se para os posts nessa espécie de diário publicável, e se percebe que há 5 anos havia outras perspectivas sobre muita coisa, definitivamente. Que bom. Ser sempre igual deve ser uma grande chatice.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Alteridades

"No nível das classes médias e das elites, a perversão do sujeito se transforma em estetização da existência, marca daquilo que alguns norte-americanos denominam cultura do narcisismo. Nesta cultura, não há lugar para as coisas básicas da existência como o amor, a amizade, o afeto gratuíto e até mesmo o desejo. A única coisa que interessa às individualidades é circunscrever rigidamente o território medíocre de sua existência à custa do gozo predatório sobre o corpo do outro, a quem tratam como anônimos e sem rosto (...)."
"No nível das classes populares, com a impossibilidade de essas individualidades terem respeitados seus direitos básicos como cidadãos e serem reconhecidos como tal, assiste-se à crescente utilização da violência como forma de tornar possível a sobrevivência diante da violência instituída pelos dispositivos de poder e formas de ação das elites (...). A violência é a única forma de esses grupos sociais poderem afrontar a arrogância, a impunidade e o saqueamento corsário do Estados pelas elites políticas, industriais e financeiras do país, que estão muito mal acostumadas a serem protegidas pelo Estado à custa da predação daqueles grupos (...)."
"Como violência legítima das individualidades, como exercício positivo do contrapoder das classes populares, esta violência não pode ser absolutamente criminalizada (...)."
[Por outro lado] "(...) as classes populares no Brasil, descrentes que estão do reconhecimento que possam receber na sociedade brasileira, de que possam ser instituídas como cidadãs nos dispositivos sociais dos poderes existentes, vão buscar na religião as formas de seu reconhecimento como sujeitos. A religiosidade que permeia a sociedade brasileira desde sempre assume na atualidade uma dimensão gigantesca nas classes populares, nas quais as fomas messiânicas de salvação são buscadas ardentemente pelas massas diante do quadro catastrófico do gozo perverso usufruído pelas elites à custa dos corpos das classes populares."
(Joel Birman, Mal-Estar na Atualidade, pp. 284-286)
O SC do Antiblog de Criminologia me perdoará do "copy-paste" integral do seu post. Mas é que é muito bom. Ainda tentei colocar trechos, mas o que foi postado está tão bem selecionado, que é impossível não colocar tudo. Sempre surgem bons comentários no Antiblog. Aconselho a quem quiser que leia lá os comentários e que, se entender, comente lá.

Queixume

Não sabia que se podia errar tanto ao transmitir uma preocupação de agenda. E é um erro, quando o destinatário acaba por querer convencer-nos de que a realidade ainda é pior. E ainda invoca mais um monte de dificuldades das quais não quero saber, até testar na prática.
Ainda que relativamente certo o queixume, o pior é gastar energias e tempo a pensar que não se será capaz e querer fundamentar bem a incapacidade. É aqui que aparece o escudo, que protege disso e, com sorte, ainda enche o cérebro de determinação.
Não transmitir da próxima vez.

Muito bom

É muito bom quando as coisas se simplificam.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Novos tempos, velhos problemas, confirmações

1) O meu discurso passou a tentar chegar aos cidadãos de outra forma, lembrando que os portugueses (e eu sou português também) conhecem tão bem e também as dificuldades dos imigrantes. São neste momento um país de emigração outra vez. Os problemas que renascem, de um passado não longínquo, na França, nos Estados Unidos, no Brasil. Os portugueses conhecem. E agora começam a ir para o Brasil de novo, terra de oportunidades até melhores análises. Todos somos migrantes.
2) Falar do Brasil também passou a ser diferente. A potência econômica que manda uma mensagem de grande crescimento. A comunidade brasileira que passou a ter uma maior ponderação de regresso, face à crise portuguesa, europeia e ao crescimento do Brasil. Atenção que regressar também não é fácil, alerto sempre, regressar é migrar de novo. É tentar num país diferente outra vez. Talvez voltem para o Brasil e regressem a Portugal outra vez.
3) Finalizamos uma entrevista no Rádio Clube Português com a eterna discussão sobre estereótipos. Agora, a respeito de um estudo que demonstra que os brasileiros que chegam a Portugal tem uma imagem negativa do país, que acham que é atrasado e que depois acabam se surpreendendo. Que satisfação me deu de dizer em direto de manhã para a rádio "todos os estereótipos estão errados e, como a maior parte das vezes tem conotações negativas, quando as pessoas passam a conhecer concretamente a realidade, obviamente se surpreendem pela positiva".
4) As pessoas se perdem nisso dos estereótipos, caem na armadilha, mesmo no jantar insuspeito de Sábado, "(...) esses com essa característica não são de confiança (...)". Rir para não chorar, fazer uma palhaçada gigante, virar a situação do avesso, desmontar o erro e pôr o pessoal a pensar. E, se não quiserem pensar, não pensem. Esperem. Um dia, quando conhecerem alguém que sofra com estereótipos vão entender. E é mais fácil isso acontecer do que parece.

Sobre imigração

Fui a essa audição.

FMI

"O pior" - ele disse - "o pior mesmo dessa crise ... é ter de gramar o Zé Mário de novo nas rádios a tocar FMI".

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Há um nó que segura tudo, todos os cabos principais, estruturantes. É preciso não perder ele de vista. Mantê-lo debaixo de olho.
As cordas se entrelaçam, se misturam. A ansiedade desce por ali abaixo, naquele cabo azul. O nervosismo segue naquele amarelo. O temor cintila naquele cinzento.
Vemos isso tudo, é enervante, mas depois pensamos um pouco. E quando raciocinamos, com regozijo nos damos conta: atenção que o nó está aqui. Está aqui tudo o que é mais importante, nas nossas mãos. Bem pode haver a ilusão de que tudo se vai espatifar, bem podem esticar várias cordas, bem podem gemer as juntas umas contra as outras, porque o nó está bem apertado.
Agora, é preciso estar alerta. Muita gente já saiu de perto do nó. E, em busca de uns arranjinhos em cordas assustadoras e barulhentas, mas absolutamente supérfluas, deixaram o nó se desfazer.
Não, conosco isso não acontece.

Por cima

Pinta-se por cima de um quadro que não se gosta e ele passa a ser bacana. É muito produtivo. Perde-se de vista o quadro que não gostamos e passamos a ter um novo que se gosta. E à custa do outro que não gostamos. Apesar do processo de "traição" já ter começado - os "verdes" do anterior já estão literalmente ensombrando os "vermelhos" do novo.
Pega-se numa tela menor e tudo é mesmo mais fácil do que aquelas grandes, enormes, difíceis e complicadas. Parece comparar viagens curtas e viagens longas.

domingo, 23 de maio de 2010

Tudo o que o vento traz

Tocamos de novo, hoje. Saiu "tudo o que o vento traz". A primeira versão dela tem quase 8 minutos. Acho que está fixe. Gravamos, mas não divulgaremos ainda. Está muito mal tocada e com erros estruturais, o que impede de colocar na net. Desta vez achamos que não fazia sentido. É mesmo preciso melhorar muito.
Para aquecer tocamos Flyin. E depois foi mãos à obra. Estrutura e alguns solos, muitos cortes. A música na versão anterior aos cortes devia ter, pelo menos, 12 minutos.
Esta música é mais complexa que as outras e tem mais distorção. Também tem momentos muito tranquilos. É irmã de Bells, talvez. É um desafio tocá-la bem de uma ponta a outra. É preciso estar atento aos efeitos, que vão e voltam na música. Muito interessante a experiência de grande concentração. Para o JP ainda mais do que para mim, porque ele tem de fazer a gestão dos efeitos no amp e do feedback, que surgiu por acaso e agora é indispensável. Fomos uns sortudos, o feedback apareceu de bandeja e nós ficamos impressionadíssimos em como soava tão bem.
Entretanto, minha teoria é que a música nova deve ser tocada depois de Flyin e antes de Bells, tudo de seguida, "non stop". Mas é só uma teoria para já. Deve ser exigente fazer tudo em modelo rock progressivo.
O ensaio foi longo. Um dos mais longos. Todo em torno da música nova.

Para a próxima

Não fui ao Tó Trips.
O jantar foi muito bom. Jantar num apartamento que já saiu no Expresso, a propósito de jantares.

sábado, 22 de maio de 2010

Tó Trips na ZdB

Tudo tão novo, mas ao mesmo tempo velho. Às vezes é divertido.
Hoje quero ver Tó Trips (sim um dos 2 Dead Combo) na ZdB. Vamos ver se consigo, apesar do jantar.

Vitamina para a vida

Nada faria eu fazer o que fiz.
Largo da Trindade. Festa de associações. Quase na hora do Maracatu tocar. O Maracatu é tão bom que dá para se emocionar. O JP telefona às 15h20. "Vamos tocar?". Detalhe: o ensaio normalmente é ao Domingo.
E o "porque não?" apareceu na mesma hora. Ajeitar coisas, distribuir tarefas. Passa a haver a maior prioridade de todas. Tudo se acertou. Ainda vi o Maracatu, excelente. Eles, "maracateiros", encontraram defeitos. Não sou capaz, nem procuro defeitos. É bom, cheio de groove, por dentro e por fora. Devem ser dos melhores grupos de percussão que andam aí a tocar.
Em casa às 16h30, guitarras tocando até às 18h39, com o telemóvel transmitindo uma voz "aqui já está fechando". Na verdade, nós também já estavamos parando. Já tínhamos composto uma música nova, que ainda não foi gravada, sossegante da alma do JP. Uma música antiga, agora bem melhorada. Maior, com mais ambientes.
De resto tocamos as outras 5. Não foi o dia em que meus dedos obedeceram melhor. Apesar disso estava cheio de feeling para a coisa. Foi muito divertido.
É muito diferente dois em vez de um. Faz toda a diferença mesmo.
E o certo é que no passado nada faria eu fazer o que fiz. Até ao dia em que esses ensaios passaram a transmitir toda essa enorme satisfação.

Quadros

Demora-se um monte de tempo a pendurar os quadros.
Cada um deles significa algo diferente em si e para cada pessoa. O autor não sabe bem o que significam. Alguém há-de dizer que um deles está um pouco torto, que o prego não foi bem pregado, esquecendo o facto de estar pendurado e o quadro em si.
Ignorar essa pessoa.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

isso

Ui, já não estou nada habituado a isso.
[é que é mesmo isso]

MP3 na Camera Obscura

Meu MP3 "fritou". Meu MP3, além de ter música, era a minha pen drive de trabalho.
Nem sei bem o que fritou com ele. Convém não saber. Seguirei as conveniências, para o mal não ser maior. Já basta ter levado com ele um monte de coisas minhas. Depois vejo se alguma faz falta.
No entanto, graças a isso, servi-me dum arquivo musical de uma rede de computadores, para encher um novo MP3 (na verdade MP4, que para mim dá no mesmo). E estou deliciado com Camera Obscura, uma das bandas novas.
Já tinha visto/ouvido "Let´s get out of this country" n'a outra voz.
E tem lá uma telecaster, como tanto gosta o escritor deste blog aqui.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Dia e noite

(...) O tempo fecha.
Depois do dia vem a noite.
Tudo escurece e lá andamos de lanterna em punho, se não houver uns candeeiros espalhados pelo caminho de areia batida. A faixa é um pouco irregular, transparece ao longo do relvado.
O tempo abre.
Depois da noite, a manhã arrebata tudo com a luz. E o silêncio acaba, junto com a escuridão.
O caminho some, tudo é passeio. (...)

Fim de tarde inesperado

Era só para ir trocar as cordas, a visita ao JP. Ensinar também. E falar, estar satisfeito. Foi relativamente rápido.
Tens aí a viola acústica? Bora tocar Flyin?
Depois de Flyin, foi Bells e Silence. Um primor, um luxo, tudo de bom. Atraso para o jantar a seguir.
Muito bom o fim de tarde inesperado. Me dou sempre conta de como gosto mesmo disso. De como é por causa disso tudo. De como é preciso ter tempo para isso.

Saídas de emergência

Naquelas pistas onde temos de andar depressa, especialmente nas partes onde dá para acelerar ao máximo, há sempre umas saídas de emergência espalhadas, para o caso de não se conseguir fazer bem uma curva apertada ou não se seguir bem a trajetória.
Não esquecer de acelerar a fundo sempre que se tiver vontade. E usar as saídas, se for o caso. Sem problemas. Perde-se uns pontos pelas saídas no fim do campeonato, ok. Mas quanto se perde sem arriscar, sem viver, sem errar, sem acelerador?
E se não houver saídas? Então às vezes vais partir o carro, se tiveres vontade de acelerar. Depois constróis outro. Não é inédito.

Bons espíritos

Tetos altos, instrumentos musicais. Pessoal muito fixe, daqueles que queres ter sempre perto. Há uma linha de boa onda que atravessa o ambiente de uma ponta a outra da casa. Só coisas boas. Até tenho dificuldade de concretizar. Talvez até nem queira, nem deva. Seria redutor, até arriscado.
Os bons espíritos que se encontram (ou reencontram), como li num outro blog, a propósito de outro evento, é mesmo o mais perfeito para sintetizar.

2/3

"O fim de semana vai a 2/3.
Mas agora é que vem a melhor parte. Vou começar a pôr os cabos e o pedal dentro da mochila, deitar a guitarra no seu case, deixar os amps junto à porta.
Até à partida, vou ao miradouro da graça. Espero que ele não esteja impossível e que tenha alguma sombra para poder ler e escrever."
Em 16 de Maio tinha escrito isso, às 16. Não publiquei na altura, porque o programa que se seguiu foi bastante diferente, igualmente fantástico.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sobre o Rubicão

Atravessar o Rubicão sem fazer declaração de guerra a ninguém, diga-se. Antes superar-se e não voltar para trás.

Os dados estão lançados

Alea jacta est é uma expressão que penso algumas vezes e nunca verbalizo. Sintetiza muito e por isso hoje abro uma exceção. Acho que é preciso atravessar o Rubicão e não voltar para trás. Sobre Rubicão, aqui um pouquinho e na Wikipedia.
A propósito dos últimos acontecimentos, não me vem mais nada à cabeça: alea jacta est, Rubicão e a 13.ª Legião possível. Nada pode ser muito fácil, isso é coisa certa. E o ponto onde chegamos não permite voltar atrás. Agora é preciso andar com força e convicção. Sem grandes hesitações, mas com a cautela devida.
Me dou conta de como era impossível aquela ilusão de que se podia navegar apenas em rios tranquilos até ao final. Também me dou conta de que essa ilusão permitiu andarmos para a frente. Por isso, talvez devamos estar agradecidos pela ilusão.

Tempo

Não há tempo, o tempo morreu.
Não! Antes pelo contrário, o tempo acelerou. Não vês?
Por acaso não vejo.
Mas sentes, pelo menos?
Agora que dizes, sinto um bocadinho. Mas é difícil, só umas ondas muito ligeiras. Muito ligeiras, às vezes sinto uma e fico um tempo sem sentir outra vez.
Então repara ali naquelas azeitonas cor de vinho que estão caídas no tapete azul da sala. Ali, na orla, onde há todos aqueles fios emaranhados.
Ui... Não entendo bem. A luz confunde um pouco. Como reparaste? Entraste e te deste conta, no mesmo momento?
Eh pá, é tão simples! Estás cada vês mais fora do ar. Não vês? Repara bem, sente, respira!
Tens toda a razão, corre e traz o rádio de pilhas.
Não há tempo, o tempo está muito acelerado.

Meta

Há um impecilho, um cancelamento e se faz um discurso valorizando a prioridade que se alcançou. Acho que se faz bem. Porque a meta, em princípio, foi atingida. Não há tempo para grandes choraminguices. O tempo é de andar para a frente. E só andou (é a minha tese), precisamente, pela confirmação de uma coisa que depois foi cancelada. Ótimo. Seja sempre assim.
Agimos de forma sólida. É preciso não hesitar. Há muitas coisas que podem não dar certo. A batalha é pelas mais importantes, não pelas acessórias.
Mais auto ajuda!? Vou perder todos os poucos leitores!

No carro, em casa, no mp3

Presente do JP de aniversário.
Portanto três presentes: dar a conhecer a banda, o cd e o vício.
Para ouvir muito alto.

domingo, 16 de maio de 2010

Die to live

Faz um anos, foi numas férias, meu primo me apresentou Steve Vai, Joe Satriani, Dream Theater, Angra. Gravou umas cassetes. Talvez ainda as tenha. Recebi muito bem tudo isso. Não porque quisesse ser um guitarrista como eles (meu primo é) mas por ser tudo completamente novo.
Vi Satriani uma vez no Restelo com os AC/DC e uma no Coliseu em 2007, Vai vi três (tudo na Aula Magna), Dream Theater duas (na Praça Sony e no Coliseu).
Ouço-os menos, mas já fui completamente viciado. Angra acho que já não gosto nada. Até já tentei vender uns cds deles, que tenho. O preço que quiseram pagar lá na loja de cds usados fica só para mim, de tão ridículo. Os Angra permanecem aqui em casa.
E porque estou contando isso? Não sei bem. Hoje estava cheio de vontade de ouvir uma música que não sabia qual era, olhava para a prateleira dos cds e pensava. Buckethead, Tom Waits, Norman, estavam por ali por cima da aparelhagem dizendo "olá" mas estavam fora de tempo. E depois veio lá de dentro "Die to Live", de Vai, que disse "queres ouvir-me a mim". E agora está tocando o cd Alien Love Secrets do Vai, que, para além die to live, tem a maravilhosa "tender surrender", "ya-yo gakk", "bad horsie", "the boy from seattle", "kill the guy with the ball" (no link em versão orquestra).

terça-feira, 11 de maio de 2010

E já estão para aqui

E por fim, para acabar por hoje, entras no arco iris à procura de uma caixa multibanco, vais até ao subsolo e vês os dois pincéis que há umas horas pensaste que devias comprar na Rua da Rosa, mas não tinhas tempo para parar.

Jogo de cinzas

Um gajo seguia ao lado do elétrico enquanto ouvia o relato do jogo de cinzas do vulcão, que ocorria num Vaticano assolado por problemas, como o mundo.
Do lado de dentro da bandeira amarela e branca, um som parecido com veludo revelava que a chave que tinha sido perdida estava dentro de uns sapatos de couro, sem cadarços, mas com muita matemática e com um segredo de cristal no tornozelo pintado de verde.

Acho que é isso

Quando começamos a dizer mais as coisas, elas começam a dar-se a conhecer mais. Talvez principalmente para nós próprios.
É preciso saber conviver com isso. Com o que achamos, com o saber que vamos dizer o que achamos. Com o saber que vamos dizer o que achamos e que não sabemos bem se é bem aquilo que achamos, mas que dizemos que achamos.

3.ª via

O Labour onde está? A terceira via era o suicídio?

Espaço e som

As duas Les Paul, uma dentro do case, outra em cima do sofá vermelho. Os amplificadores ao fim da sala, segurando firme nos cabos que saem de dentro de si. Os cabos enviam o que as guitarras lhes dizem aos amplificadores, que cantam como podem com a força que lhes pedem.
Duas cadeiras de madeira desdobráveis montadas, uma com um pedal de efeitos ao lado e um banquinho para um pé que se irá empoleirar nele. Duas garrafas de Super Bock descansando ao lado das cadeiras, também compõem o ambiente.
Luz fraca, daqueles dois candeeiros. Um sobe do chão e o outro rasteja e se dobra sobre si próprio, várias vezes, como uma serpente.

Já que hoje os espaços de opinião estão dominados pelo papa

Deviam chamar o Michael Schumacher para fazer comentários sobre as características do papamóvel.
[e do batmóvel ninguém fala?]

Grandeza de clube

O papa está em Portugal e há gente que se chateia mais com isso do que com os festejos do super Benfica. Mesmo a lagartagem suportou o Benfica, mas o papa não aguentam.
Se o papa quiser vir festejar em todos os anos os títulos do Benfica será ótimo.

Organizante II

Tão organizado que até o lixo seguiu à noite e tudo.

Mil e quinhentos

Este é o post 1500.

Organizante

A palavra do dia foi organizante.

A copa está na porta II

O futuro campeão já convocou os seus 23.
Venha a Argentina.

A copa está na porta

Um dos meus times já escolheu seus jogadores para a Copa.

domingo, 9 de maio de 2010

Super Benfica

Não há como dizer de forma diferente. É que nunca uma equipe mereceu tanto ganhar um campeonato nos últimos anos.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Afastar-se

Hoje me falaram sobre óleo. Sobre como é complicado conviver com quadros que nunca mais secam. As minhas suspeitas se confirmaram completamente.
Pelos vistos, se eu já ia me afundar em não sei bem que tipo de sentimento, aguardando o quadro secar, tê-lo empatando mais produções e ter de andar pedindo licença para não esbarrar nele durante tanto tempo ia ser um inferno. (minha nossa, que frase tão grande. é melhor não me meter com óleo mesmo)
Nunca digas dessa água não beberei, no entanto. É fatal que vou experimentar um dia.

8 horas

A pintura termina e está viva, cheia de força, cheia de vida, cheia de brilho. Um primor. Que cena tão fixe, pensa-se, contrariamente ao que se esperaria, talvez quisessem uma frase cheia de solenidade e cerimonial, com referências culturais profundas e elaboradas.
Dorme-se e quando se acorda ela perdeu essa força. Poucas horas bastam. Continua lá a beleza, é certo, mas é uma beleza low-profile, muito menos chamativa.
Por isso inventaram aqueles vernizes, isso está tudo ligado, nada é por acaso.

A difícil vida das preguiças

Acho que vou desistir de ler "O Grito da Preguiça". Não gosto de deixar um livro a meio, mas o esforço está sendo avassalador. Há uma ou duas passagens engraçadas até agora, nada mais.
Talvez no fim melhore. Que difícil chegar ao fim.
E com o Calvino mantendo-se à espreita, é mesmo difícil.

Nuvens

Havia lá pelos idos do futuro um tempo onde as coisas se pareciam com as árvores que cresciam no céu, com as raízes que se desmazelavam entre as nuvens, dando-lhes um sabor inconfundível, entre o doce e o salgado.
Vez por outra no futuro aconteciam episódios que se esperava que se repetissem no passado ou que se pudessem prever, pelo menos, no presente longínquo.
E aqueles quadrados todos, seriam suficientes para pôr as carruagens de mel a andar? Era essencial que o fizessem. Porque os figos estavam todos misturados não só com as cenouras e caixas de feno, mas também com as beterrabas e os coelhos cor de noz.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Flyin

Hoje os understood tocaram de novo.
Saiu uma música nova: Flyin. Era uma música que vinha aparecendo há uns 3 ensaios. Ficou meio desafinada nuns acordes lá no fim, mas tudo bem, gravou-se. Assim não se perde.
Os understood salvaram o meu dia. Estava às voltas com um projecto que é tão difícil e que agora está bem encaminhado. Entre isso, resolvi "caçar" o JP, que só atendeu o telefone às 19. "Bora tocar". "Bora, mas não sei a que horas estou em Lisboa".
Quando sai do trabalho, às 20h15 meu telemóvel tocou e foi começar a correr para casa. Tocamos "Bells", "Fliyn" (algumas vezes, até se conseguir gravar), e "Silence of sound" (em sua melhor versão de sempre, e que não foi gravada - talvez por isso).
Foi um excelente ensaio, apesar de ter sido durante a semana. Acho que conseguimos nos esquecer de tudo - daí dá tudo certo.
O tempo estava tão nublado.

Estúpida razão


"(...) Perdia o sono e punha toda a sua escrita em dia, mentalmente, antes de sair da cama. Ali, naquele espaço e tempo, segundo os seus critérios e as suas exigências pessoais, era tudo muito mais complicado, muito mais difícil. Quando saia da cama e enfrentava mais um dia de trabalho, as coisas eram igualmente complicadas, mas não tão impossíveis e pesadas. Horrível hábito, que foi ganhando espaço no seu quotidiano: pensar tanto, refletir tanto. Ser as suas ferramentas, instrumentos e superação, mas também os seus próprios obstáculos e medos.
No entanto, havia um, talvez único, mérito nessa prática. É que, se havia questões aterradoras nesses momentos em que estava sozinho, refletindo e sem se poder mexer face aos desafios, assim que se levantava da cama, o seu corpo, muito mais realista do que a sua mente, lhe dizia: "agora que estamos de pé vamos nos dedicar a desdizer essa tua racionalidade falsa e pessimista. Te mostro o caminho da simplificação". E a sua mente começava de imediato a agir como o seu corpo - no fundo o seu instinto - mandava e não como a complicada razão que lhe incomodava o sono. Ora, com uma "razão noturna" tão chata e as experiências acumuladas de sempre a desdizer ou superar, era impossível não olhar com mais leveza para o dia e para as tarefas que vinham pela frente (...)".
* Não, este blogue não quer competir com livros de auto-ajuda. Prometo virar o disco ou trocar a faixa do cd em breve.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Acreditar

A vitória se lembra daqueles que acreditam sempre, mesmo em circunstâncias difíceis. Não estou falando de futebol, mas também se aplica. É um princípio básico.
Pode-se perder lutando, e isso é uma espécie de vitória, pode-se ganhar sem esforço. Mas quem acredita muito nas suas forças, ou que as coisas podem dar certo, tem muitas mais hipóteses.
Podia terminar isso com uma piadinha sobre como isso parece um livro de auto ajuda. Não posso fazer. Não posso mesmo. É que vi isso na prática e estou profundamente grato. Grato por não ter desistido.
Escrevi esse post, mesmo este parágrafo daqui para a frente, às 12:21. Só publico agora, depois de passado o início de uma aventura que começou no acreditar, de fazer tudo ao alcance para dar certo e ter paciência. A coisa começa a se compor de forma muito concreta (acrescento às 20:58 - muito mais concreta do que podia imaginar!). Agora é acompanhar isso, com paciência, tranquilidade, acreditar. Serei feliz quando isso chegar ao fim, que na verdade será o início. Especialmente sabendo que muito se tem feito, muito se tem ultrapassado, com custo e angústia sim, mas compensando com esforço e acreditando muito.

domingo, 2 de maio de 2010

Contra Informação

O bonequinho da Inês de Medeiros na Contra Informação chama-se Inês Dinheiros.

Ventos

Os understood tocam hoje.
Bells voava pela casa.

Erros

Do Live at Reading, dos Nirvana, gosto muito do erro que o Kurt dá em Smells Like Teen Spirit. Não me perguntem a razão. Não sei bem. Tenho um palpite.

Mais

A festa de ontem foi tão boa. Talvez como nunca.
É preciso ir a 2002/2003 para encontrar uma coisa parecida. Mas essas de hoje tem mais trabalho de decoração, ambientes, música. São mais inovadoras e abertas. E há mais gente que gosta de as fazer a trabalhar nelas. E que ficam super felizes quando as coisas resultam. A chave.