segunda-feira, 17 de maio de 2010

Tempo

Não há tempo, o tempo morreu.
Não! Antes pelo contrário, o tempo acelerou. Não vês?
Por acaso não vejo.
Mas sentes, pelo menos?
Agora que dizes, sinto um bocadinho. Mas é difícil, só umas ondas muito ligeiras. Muito ligeiras, às vezes sinto uma e fico um tempo sem sentir outra vez.
Então repara ali naquelas azeitonas cor de vinho que estão caídas no tapete azul da sala. Ali, na orla, onde há todos aqueles fios emaranhados.
Ui... Não entendo bem. A luz confunde um pouco. Como reparaste? Entraste e te deste conta, no mesmo momento?
Eh pá, é tão simples! Estás cada vês mais fora do ar. Não vês? Repara bem, sente, respira!
Tens toda a razão, corre e traz o rádio de pilhas.
Não há tempo, o tempo está muito acelerado.

Sem comentários: