sexta-feira, 30 de julho de 2010

Coisas boas

Antes do vício, estive aqui.
Está dando certo.

Vício

Ontem a frase que sintetizou o ensaio foi "Isso hoje foi só pelo vício". E foi. Às 23h30 começamos e fomos até à 1h00. Música baixinha, para os vizinhos não ouvirem. Versões quase completamente unplugged.
Vem vindo uma coisa nova. As palavras de ironia disseram "é uma mistura de Iron Maiden e Pearl Jam". Mas não é. É alguma coisa qualquer.
De "tudo o que o vento traz" uma vez disse que se tratava de uma mistura de Sonic Youth com Metallica. São coisas que se dizem. Que não precisam ser reais. Pode se dizer aquilo que se quiser.

O mundo tem muito menos graça

Morreu António Feio.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Terminei

Ontem terminei de ver uma série, um enlatado americano (sem desprimor, mas um enlatado sim). Comecei pelo meio da segunda série da série (não soube dizer isso de forma diferente). Depois começou a terceira série, semanalmente. E iniciaram os episódios da primeira, diariamente, e posteriormente os da segunda, também diariamente. Nas últimas semanas a minha cabeça foi acumulando isso tudo. Acompanhando os novos e os velhos episódios, gravando graças ao (à?) Meo.
Tudo somado, na mesma semana que vi o fim da terceira série, os episódios da segunda chegaram ao ponto onde tinha começado a ver. A série era Party of five (Adultos à força, em Portugal). Na verdade, quando vi esta série, no passado, era no intervalo dos estudos, à tarde (1998 eu acho). E vi uns quatro ou cinco episódios, na pausa para lanchar, à tarde, quando estava estudando em casa. 12 anos depois vi tudo.
E pronto, escrevi "série" 30 vezes. Acho que só escrevi este post para esgotar a utilização desta palavra.

Daí postei aqui

Espaço (muito mais do que isso)

A chegada das férias, daqui a 22 dias, também terá significado o sucesso da transição de um endereço. A localização geográfica é menor do que todas as novidades que devem se querer: o empreender novas ideias, novos projectos. Novidade por tudo. Há que aproveitar. O fim de um ciclo. O início de outro que deve ser pensado como melhor, mais ambicioso, mais feliz.

Tempo

Vejo o fim de Julho chegar, as férias se aproximando, mas como sempre, a cronologia é diferente da vida. Cada dia significa mais do que 24 horas, significa as tarefas que cada um encerra. E assim vejo esse período que medeia. Fico num dilema sobre se quero que as horas passem mais depressa ou mais devagar, porque cada dia vai ser mais suado do que o outro.

terça-feira, 27 de julho de 2010

POA-RS, parte II

É engraçado isso dos símbolos. Passo bem aqui, gosto imenso de viver onde vivo, fazer as coisas que faço em Lisboa. Imenso mesmo. E tenho o meu coração domado, muito bem domadinho, quanto ao assunto saudades. Anos de prática... Mas esse gajo, bastou ter a passagem comprada, e já começou a trabalhar com o outro programa. O programa Porto Alegre. E, de repente, ele começa a se insurgir, a se mexer, e a dizer, olha que estou morrendo de saudades, vamos despachar-nos para ir! E eu digo, aguenta os cavalos! Ainda temos muitos dias aqui e coisas, muitas aliás, para resolver antes de ir.
Será por isso que compro sempre tão tarde a passagem?

POA-RS

Passagem comprada, perfilam-se coisas para fazer no Rio Grande do Sul e em Porto Alegre. Já sei dessa aqui: Portinari no MARGS. É um início. Espero que esteja lá quando eu chegue. Depois é encher meus dias de coisas. Cafés bons, exposições que ocorram, talvez festival de inverno. Descansar. Tocar. Viajar? Sim, mas nada de ficar programando.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Ao vivo e trancados

Ao vivo, de portas fechadas, sozinhos* e com muito barulho, em São Pedro de Alcântara. Ontem à tarde.
O alinhamento foi: Open your mind, Flyin, Bells, Requiem de um fim de tarde, Tudo o que o vento traz, Silence of sound, Watchtower, Going on.
Repetimos várias vezes as músicas. Gravamos. Uma guitarra acabou por ficar muito mais alta. E de vez em quando o bar debaixo fazia muito barulho. Cometemos vários erros... Umas músicas ficaram também tocadas muito mais depressa. Mas foi mesmo muito bom. Foi um ensaio à UP, bem disposto, despretensioso e divertido. Tocamos 3 horas e meia. Valeu a pena a migração temporária do equipamento. O som compensa muito - não o gravado - o som para quem estava lá, com os amplificadores a ouvir-se como deve ser. O tempo passou literalmente a correr.
E foi já uma (espero que só a primeira) despedida de São Pedro de Alcântara. Tínhamos tocado outra vez lá, na altura compondo o "tudo o que o vento traz".
* minto: com a companhia de duas Epiphone Les Paul e várias cervejas Super Bock e Sagres Bohemia.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Open your mind

Saído do jantar do fim de ano do meu trabalho, cheguei em casa pelas 23.30. Às 23.50 decidi pôr o Requiem no myspace dos understood. E aproveitei para gravar Peace of Me e Sombras como deve de ser. Peace of me ainda não ficou bem. Os graves estão a distorcer bastante e ela tem de ser muito bem tocada. Os silêncios, as pausas e todas as notas têm de ficar certinhos. Preciso sempre de tocá-la muitas vezes para ficar como quero. Ontem não ficou ainda.
No meio desse processo apareceu Open your mind, que eu já vinha tentando pescar há algum tempo. Já a ouvi imensas vezes hoje.
Com isso tudo deitei tarde. O tempo voa quando toco.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Energias

O problema maior não é o de gastar energias a tentar vencer, a empenhar-se numa solução, a buscar respostas. Gasto muito facilmente energia tentando achar uma solução. Horas, dias, semanas. Uma qualquer solução, pragmática, às vezes mesmo dando a volta maior se vislumbro uma solução mais rapidamente do que uma outra. É nesta busca que tento perspectivar os problemas. Sempre solucionáveis. Sempre com a meta de cumprir o objectivo. Como quando digo que vamos cumprir prazos, apesar de difíceis. Que outra solução há, pergunto.
Agora o que não suporto é ainda pelo meio do caminho ter de anular pessimismos, velhos do restelo, levantando mais problemas sem resolução, detalhes supérfluos, ou jogando a moral de quem se empenha para baixo. Os "não vamos conseguir". Tenho algumas dificuldades de relacionamento e infinitas de trabalho com gente assim. Simplesmente deixo de contar com elas a dada altura. Acho essas atitudes completamente irresponsáveis.
Já no tempo da Faculdade fiz doutrina pessoal quanto a isso.

Bad Timing/Sun Ra - dEUS

As duas músicas de dEUS que ouço em modo repeat

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Todas iguais

Hoje estou-me vingando, com outras injustiças, com as bandas erradas (The National) e com quem não merece.

Espatifanço de conceitos

É preciso espatifar todos os conceitos e preconceitos que existam para justificar e criar limitações ou para reduzir a criatividade. Nas artes isso é fundamental. Tudo bem, há as escolas, é preciso amar quem para trás fez coisas importantes e que mobilizaram a sociedade para artes. Mas mais pela manifestação de sua criatividade, pelo abrir caminho, pelo ensino. Jamais por dogmas ou pela imposição de um sistema, de uma técnica, de uma pauta fechada. Colégios, ordens, conselhos que sirvam para julgar qualquer manifestação artística, considerá-la boa ou má, instituições que se arroguem dessa competência fazem calafrios às artes, ao que deve ser uma manifestação mais pessoal, ou do que apetecer ao criador no momento, do que de um dever ser. É o risco do sistema vencer a criatividade, de um artista se tornar mais executante do que criador. O artista deve ser executante se assim o quiser, se tiver vontade. Pode seguir uma linha se quiser. Caso não queira deve poder simplesmente ignorar o que existe. Um dia pode decidir dar atenção, se quiser. Até lá pode inventar as suas claves.

Caminhadas


Sexta passada vim a pé para o trabalho. É sempre fantástico. Lisboa.
A última rua que pego é essa da foto, com vista para a Assembleia da República.
Há 3 partes emblemáticas do caminho (e das quais gosto muito): o Largo das Portas do Sol, a Rua da Academia das Ciências e a Travessa da Arrochela (da foto). Recentemente, por outras razões, incluí a Rua Luz Soriano. Comecei a entrar por ela no Bairro Alto.
O percurso que faço é óptimo. Acho que dá para sugerir para guias turísticos.

Simples mas complicado

Peace of me, parecendo simples, é difícil de tocar.
Tem de se estar numa sintonia, numa onda, num sentimento.
Costumo tocar muitas vezes para sair bem como quero.

Sob este olhar

Agora com as teclas a olhar para mim, me abraço na guitarra muito mais horas seguidas.
Porque isso?, me perguntaram. Eu não sei. Talvez porque fique com coisas por dizer e agora perceba que na guitarra consigo dizer mais. Mas as teclas dizem outras coisas. Não posso estudá-las de jeito nenhum, para não viciar a linguagem (já bastante afectada pela da guitarra).

Stereo e requiem

Ontem encontramos a chave dos stereo nas gravações. Tão fácil e tão difícil. Foi daquelas coisas simples que nos embriagam de alegria. Agora é voltar a gravar tudo e isso é tão bom. Há muito trabalho pela frente. As gravações ganham imenso com isso e as músicas já tiveram ligeiras alterações.
Ah, ontem saiu também "Requiem num fim de tarde de fim de semana". Acho que o nome é esse. Ficou boa a música. Andamos trabalhando nela há semanas. Ela aparecia aos bocados. Foi juntá-los e fazer umas colagens. Gosto de colagens. E até gosto que se note isso (o JP não tanto). O requiem tem um paradoxo. É a nossa música mais alegre e a que tem o nome mais triste.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Argentina e a sua valente goleada

Pior do que a tareia que a Coreia do Norte levou de Portugal (7-0), só a Austrália e a Argentina que levaram 4 secos da Alemanha na Copa 2010. Sim, a Argentina.
A Argentina, do cara aquele que não fez gol nenhum na Copa. Acho que o nome dele é Messi.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Último II

Li nas profecias do Nostradamus.

Último

O último debate do Estado da Nação com Sócrates como Primeiro Ministro.

Sobre o PII

É uma boa notícia. É o seguimento e consolidação do primeiro plano, que tinha mais medidas (122). Este tem 90 medidas. Faço aqui uns pequenos apontamentos pessoais, pensando em voz alta.
1) É excelente ver no papel o que o Governo quer fazer sobre os imigrantes no país para os próximos anos. É um caderno de encargos. É estar expresso o que o Governo pretende;
2) Não considero plausível o argumento de que o PII cria estigmatização. Acho importante que haja, ainda que em sentido teórico (o Plano é teoria que abre a possibilidade da prática), uma preocupação com pessoas que tem maiores dificuldades de integração precisamente por serem estrangeiros. Contra o argumento de que deviam estar inseridos num documento mais geral, o que acho é que ia haver a referência aos estrangeiros à mesma. É uma questão incontornável e que deve ser atacada sem complexos, sem medos. Quanto à inclusão no Plano contra a pobreza, acharia desastroso. A não ser que à partida não se escreva sobre estrangeiros uma palavra. Seria estigmatizar mais. Os estrangeiros representam trabalho não pobreza;
3) O PII tem ideias boas e está bem organizado. Costuma é ter metas modestas. As metas modestas são assim porque o Governo quer apresentar o plano cumprido no fim do período em causa. Ora, o que é essencial é aproveitar as ideias e ultrapassar as metas todas;
4) É preciso fazer uma valente e analítica avaliação do PII anterior. Posso estar errado e a mesma ter sido feita. Se foi feita este relatório tem de ser enviado a todas as associações de imigrantes;
5) Há coisas para além do PII, como é óbvio e que devem ser pressuposto de qualquer PII, se não estiverem assentes no mesmo. A regularização, o combate à irregularidade através da concessão de uma autorização de residência é o maior mecanismo de integração. Quem não tem visto não conta, essa é uma verdade, quando se está na vida prática;
6) Com a crise, com o disparar do desemprego, não se pode deixar os imigrantes a não conseguir renovar a sua autorização de residência por não terem trabalho. É fundamental flexibilizar a renovação das autorizações de residência, ainda que as pessoas fiquem por um período grande sem trabalho, enquanto estão à procura de emprego. Isso não altera nada na concessão de subsídio de desemprego: deve ser igual ao dos cidadãos portugueses, como é óbvio. Agora, não se pode arruinar a vida das pessoas, metendo-as num ciclo desemprego, não renovação de residência, impossibilidade de arranjar trabalho, expulsão;
7) Sobre participação política, a mais importante medida está fora do plano. Também não diz respeito ao Governo é certo. Mas é impossível não falar sobre isso. Vem aí a revisão constitucional. O direito de voto tem de ser alargado para todos os que estejam em Portugal há determinado tempo e para todos os órgãos de soberania. "No taxation without representation" para todos.

Justiça

Forlan foi considerado o Bola de Ouro do Mundial.
Um excelente jogador, numa forma extraordinária. Fiquei surpreso com a justiça da atribuição. Achei que iam desencantar algum jogador das equipas finalistas, por isso nem quis criar expectativas. Mas não houve hipótese. Forlan foi mesmo o melhor com a Jabulani nos pés.

Muro de aço

De repente somos inflexíveis e ponto final. É uma sensação estranha para mim. Resulta de muita flexibilidade para trás. De pagar para ver. De ter tentado acreditar. De ter tentado que resultasse.
Ficou muito claro o que acho do assunto, ainda mais para mim. Nestes momentos, de confronto de ideias, é que consigo ver bem o que acho de um assunto. Muitas vezes cedo. E, de facto, muitas vezes cedo porque acho que há ali um argumento importante da outra parte e que é importante haver um consenso. Acho que tem sido acertado agir assim, não tem dado mau resultado. Mas há coisas que já não são possíveis de consensualizar e que, para mim (até agora foi só neste assunto) é mesmo tudo ou nada. Não há nada a restaurar ou a corrigir. É impossível alcançar isso. E nem sequer é uma preocupação que devamos ter, face à questão em si, à forma como foi avançando a mesma.
Foi. Ponto final. Agora é começar a procurar.
* Sei que a foto não é de um muro de aço, mas não vou mudar o nome do post.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Música como deve ser

"Não percebes nada pá", ele disse.
Depois baixou a voz: "é música porreira, ouve...", e sussurrou: "é música revaloceanária".

sábado, 10 de julho de 2010

88 vangelis


Tranquilidade e paz depois de um dia de trabalho árduo. E mais a história de um teclado que ganhou vida de repente. E uma guitarra que tocou junto uma melodia. Empatia. Surpresa. Deslumbramento? Sim, felizmente. Melodias tristes? Acho que não. É dos efeitos.
o efeito, além do que faz título, era o 46, que apelidei de "david lynch"

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A clareza, os sapos e a fase basta regressam quando menos se espera


Volta a clareza. Volta a dureza, o pavor a sapos, a fase basta, mesmo que as discussões não ocorram expressamente. Às vezes pintar por cima não chega, mesmo que o e as estruturas sejam boas. E sei quem segura isso tudo. As pessoas não sabem e sem sequer imaginarem abalam as estruturas. Acham que quem as segura suporta tudo. Na verdade não querem saber.

Cultura de paz


Levantei cedo hoje. Apanhado pela vontade de saber mexer bem no Sonar! Já o tenho há tanto tempo e agora é que a vontade de entendê-lo me consome. Graças à música dos Understood. Tudo tem seu tempo, diz uma outra voz. Esta voz é de ontem, mas foi lida hoje.
No caminho passo numa rua, hoje mais cedo do que é o habitual, e encontro a tranquilidade e paz, que estão passeando por ali. Quase dá para tocá-la. Aceno e sigo para o meu trabalho (fonte de nervos) com desejo de ter sido intoxicado por toda aquela paz. E eis que sento na minha mesa, dou uma passada na sala de convívio internética do SC, resolvo ler e ver Música, Cultura de Paz e Mudanças e vejo que estamos em sintonia. Se há uns dias escrevi no Facebook "se não fosse a música e as artes viver não tinha graça", encontro no post de SC a frase "Temos a arte para não morrer de verdade".

quinta-feira, 8 de julho de 2010

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Holanda - Espanha na final

Confesso que apesar de pouco me interessar quem ganha ou perde, agora fiquei interessado em ver o jogo da final. Duas equipes que nunca ganharam uma copa. A primeira vez da Espanha na final, contra a finalista vencida de 1974 e 1978. Talvez vá ser um bom jogo. O jogo da vida dos dois times. Uma espécie de agora ou nunca.
Mas quem quero que ganhe? Isso não sei. Tenho todas as antipatias e nenhuma simpatia por esta Holanda e por esta Espanha.

Vazio

Entretanto, depois de sofrer pelo Brasil, por Portugal e pelo Uruguai, agora já não há, para mim, mais paixões (nem grande interesse) neste Campeonato do Mundo.
Há motivos para torcer para uns ou outros (Holanda, Alemanha e Espanha, neste momento), mas nada definitivo, tudo muito racionalizado e por isso mesmo tudo muito vazio.

3-2

Sofri pelo Uruguai. Muito. Vi o jogo com a Holanda na frente do Campo Pequeno, no mesmo lugar onde Portugal caiu frente à Espanha. E, se eu desisti no 3-1 e comecei a ir para casa, o Uruguai não desistiu e ainda fez o 3-2. Quando ouvi na rádio o resultado, pensei: "eles não desistiram".
Por isso também que gostei do Uruguai. Uma equipa a sério, que jogava a sério, e disputava cada lance como se fosse o último. Por isso normalmente ganhavam a bola. Sem grandes estrelas, a não ser o Forlan, mas com muita vontade. Uma lição.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Sombras

Surgiu "Sombras". No fim de semana parti-me todo a trabalhar para a nova CBL. Mas, pelo meio, guitarrei umas duas horas no Sábado e umas 4 no Domingo. Mesmo antes de jantar. Quando parava de tocar é que a fome vinha. Era uma vontade muito grande.
E daí apareceu sombras. Tem 5 minutos e 20 segundos, mas chegou a ter 7 minutos. É interessante ser sempre preciso cortar um pouco. Para quem toca a sensação de tempo é diferente, para menos e para mais. Só se sabe o tempo depois de gravar.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Uruguai!

O futebol tem muito de irracional. Por isso queria meias finais com Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai. Por isso, antes de qualquer lembrança do Gana, estava completamente rendido à vontade de ver o Uruguai nas meias-finais. Talvez por ter estado em Montevideo e ter visto o quanto se lembram do Maracanazzo. O orgulho do povo. Gosto dos uruguaios, os sinto muito próximos aos gaúchos do Rio Grande do Sul. E, se uma equipa africana nunca foi à meias finais, desde 1970 os uruguaios não iam a essa fase de um campeonato do mundo.
Por isso hoje apanhei-me a torcer e a sofrer com todo o coração por eles, sentindo um pouco de pena por Gana. É isso. Não posso e não devo inventar um discurso diferente sobre isso. Aliás, uma escolha racional seria também sempre difícil e injusta.
Como isso tudo é irracional, fiquei in love com Forlan, Suarez, Cavani, Maxi, Fucile, El Loco. E nunca os tinha visto antes do jogo com a França e do baile à África do Sul! Até me identifiquei com o esquema de 3 avançados, muito metidos no centro, mas jogando como deve ser! Um time com muita garra! Mas de Suarez (um avançado) ainda gostei mais quando se tornou herói nacional por uma jogada de enorme anti-desportivismo, defendendo a bola como se fosse goleiro em cima da linha de gol, no último minuto de jogo. Gian, ganês, não converteu a grande penalidade que se seguiu. Suarez e o Uruguai saíram do inferno e o Gana foi do céu ao inferno, logo depois da bola bater com estrondo no travessão da goleira do portero uruguaio e voar para o céu. Quando foram para os penalties, para desempatar, um minuto depois disso, já se sabia que os ganeses não davam a volta a este momento do jogo.
A sério, adorei tudo. Foi uma enorme emoção. O Uruguai, cuja capital - Montevideo - deve ser mais próxima de Porto Alegre do que qualquer capital de um outro estado brasileiro foi um antídoto para as dores do Brasil.
Enfim, sinto pelo Gana. Mas no coração ninguém manda.

1-2

O Brasil foi um desastre contra a Holanda. Com uma história parecida com a de Portugal contra a Espanha, só que nos quartos de final.
Fizeram uma bela primeira parte, sublime, excelente, com o jogo ganho e um gol de vantagem. Bastou um abanão e tudo foi por água abaixo. Um pouco incrível demais para ser verdade. O primeiro gol é uma piada, o segundo é a confirmação de uma enorme desorientação, a expulsão do Felipe Melo é uma maluquice que ele quis criar, mas que estava no guião deste filme de terror. Como sou sempre muito otimista, acreditei até ao fim, claro. E é difícil de engolir perder com este timeco da Holanda, assim como acho que Portugal perdeu para uma equipa acessível, especialmente para o Portugal da primeira parte.

Bom demais para não repetir

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Golden Share

Todos nós temos uma Golden Share de nossas vidas. É preciso saber usá-la.

Doenças

Uma coisa é dizer que o Queiroz errou. E ir mais longe, dizer que ele não fez opções certas, que fez um mau serviço para Portugal enquanto treinador, que as suas ideias estavam erradas ou eram pouco ambiciosas, que não soube cuidar e motivar o grupo. Seja lá o que for.
Mas pior do que qualquer coisa que Queiroz tenha feito, que apesar de tudo nem é tão mau, porque se qualificou para o Campeonato do Mundo e perdeu nos oitavos de final com uma equipe que foi campeã da Europa, dizia, pior é se levantar de madrugada para ir insultá-lo no aeroporto, na chegada da seleção.
Eu, pessoalmente, nunca achei o Queiroz grande espingarda, não gosto do seu estilo, até achei que nem se qualificava para o mundial. Felizmente errei. Mas fiquei solidário com o gajo hoje quando vi nas notícias o pateta que gritava no aeroporto, insistentemente.