sexta-feira, 2 de julho de 2010

Uruguai!

O futebol tem muito de irracional. Por isso queria meias finais com Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai. Por isso, antes de qualquer lembrança do Gana, estava completamente rendido à vontade de ver o Uruguai nas meias-finais. Talvez por ter estado em Montevideo e ter visto o quanto se lembram do Maracanazzo. O orgulho do povo. Gosto dos uruguaios, os sinto muito próximos aos gaúchos do Rio Grande do Sul. E, se uma equipa africana nunca foi à meias finais, desde 1970 os uruguaios não iam a essa fase de um campeonato do mundo.
Por isso hoje apanhei-me a torcer e a sofrer com todo o coração por eles, sentindo um pouco de pena por Gana. É isso. Não posso e não devo inventar um discurso diferente sobre isso. Aliás, uma escolha racional seria também sempre difícil e injusta.
Como isso tudo é irracional, fiquei in love com Forlan, Suarez, Cavani, Maxi, Fucile, El Loco. E nunca os tinha visto antes do jogo com a França e do baile à África do Sul! Até me identifiquei com o esquema de 3 avançados, muito metidos no centro, mas jogando como deve ser! Um time com muita garra! Mas de Suarez (um avançado) ainda gostei mais quando se tornou herói nacional por uma jogada de enorme anti-desportivismo, defendendo a bola como se fosse goleiro em cima da linha de gol, no último minuto de jogo. Gian, ganês, não converteu a grande penalidade que se seguiu. Suarez e o Uruguai saíram do inferno e o Gana foi do céu ao inferno, logo depois da bola bater com estrondo no travessão da goleira do portero uruguaio e voar para o céu. Quando foram para os penalties, para desempatar, um minuto depois disso, já se sabia que os ganeses não davam a volta a este momento do jogo.
A sério, adorei tudo. Foi uma enorme emoção. O Uruguai, cuja capital - Montevideo - deve ser mais próxima de Porto Alegre do que qualquer capital de um outro estado brasileiro foi um antídoto para as dores do Brasil.
Enfim, sinto pelo Gana. Mas no coração ninguém manda.

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