Chega sempre este momento. Não há como fugir-lhe.
Quando se entra na última semana de férias no Brasil, as despedidas começam a tornar-se inevitáveis e a frase "ainda nos veremos antes de eu ir" é substituída por um "tentarei voltar depressa".
Na verdade, o tentar voltar depressa (tvd) é uma incógnita que merece até um nome de blog, tamanha discussão pode surgir em torno de tal expressão.
Da última vez que havia usado o tvd, pretendia regressar em 10 meses. Demorei 30.
Nasceu meu sobrinho pelo meio, agora com dois anos. Houve quem se fosse de doença, ou pior ainda, no fim de uma viagem de avião, finalizando nesta a viagem maior que é a vida.
Mas é isso. Entro em semana tvd.
É como sair do túnel do tempo, paulatinamente. Lembrar onde está o meu presente, a minha vida, meus compromissos, minhas responsabilidades.
Os afectos também os tenho no outro lado do atlântico, pela minha Lisboa, pela minha vida que foi sendo construída.
Mas o meu sangue, os meus primeiros sentidos, deixo-os aqui na primeira povoação e povo que conheci.
Porém, daqui levo comigo, sempre, o tvd. Levo ainda o idealismo, a poesia e a utopia de um dia regressar a Porto Alegre e ao tempo que se foi e que nunca mais regressará.
Se um dia houver retorno, inevitavelmente terei de contentar-me mais com o espaço do que com o tempo. Do tempo poderei só falar, felizmente com satisfação.
No entanto, é por isto tudo, com seus pontos positivos e negativos, com suas ilusões, desilusões, sonhos magníficos e realidades cruas - que até apetecia chamar de realidades reais (outro bom nome para um blog) - repito, é por isto tudo, que tentarei voltar depressa.
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