Também a propósito do arrastão, um grupo de delinquentes resolveram se manifestar: os racistas (ou lá o que é isso, já que o conceito de raças não existe, como demonstra um estudo científico que o ACIME divulgou há uns tempos atrás, e que eu vim chamar a atenção, num post que se chama "racismo: a dupla ignorância".
Os indivíduos que pretendiam manifestar-se diziam que iam efectuar uma "manifestação contra a criminalidade". Porém, um dos lemas da manifestação era "imigração = criminalidade". Pergunto-me se isso já não bastava para o Governo Civil de Lisboa ter impedido os mesmos de se manifestarem, visto que nenhuma causa justa motivava a manifestação.
Aliás, Gomes Canotilho, constitucionalista, referiu que tal concentração não devia ser permitida por na sua origem estarem associações que veiculam mensagens que atentam contra a Constituição da República Portuguesa.
Pela minha parte, acho importante lembrar o alarme social que esta manifestação criou, sendo que, além de ter cariz racista e xenófobo, a localização geográfica da mesma era evidentemente voltada para confrontar os imigrantes. O sítio escolhido era o Martim Moniz e os manifestantes iriam (e foram) até ao Rossio.
O motivo para a escolha deste local foi desde logo esclarecido por estes cidadãos: nestas praças encontra-se um nicho de crime e de imigração, o que, na cabeça deles, calva, tem relação directa.
Além disso, pensei eu outro dia, está ali a Ordem dos Advogados, o que poderá ser um elemento importante, para que estes indivíduos racistas tenham alguém que os defenda, na altura que forem acusados formalmente pelas autoridades, pelos crimes de racismo e xenofobia.
Acontece que, apesar de toda esta preocupação, o certo é que a manifestação aconteceu.
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