terça-feira, 21 de junho de 2005

Álvaro Cunhal

A morte de Álvaro Cunhal marca os acontecimentos dos últimos dias, sem dúvida.
Álvaro já faleceu há mais de uma semana, no dia 13 de Junho de 2005.
A TSF escreveu o seguinte:
PCP
Morreu Álvaro Cunhal
Álvaro Cunhal faleceu esta segunda-feira de madrugada, aos 91 anos. A morte do líder histórico dos comunistas, que liderou o seu partido de 1961 a 1992, foi anunciada pelo PCP «com profunda mágoa e emoção».
( 10:02 / 13 de Junho 05 )
O antigo líder do PCP, Álvaro Cunhal, morreu esta segunda-feira de madrugada aos 91 anos, numa altura em que já há muito se encontrava afastado de qualquer acto público.
Cunhal liderou o Partido Comunista de 1961 a 1992, tendo passado 11 anos na prisão, tendo ficado conhecido pela fuga espectacular do Forte de Peniche a 3 de Janeiro de 1960.
O Comité Central do PCP lamentou a morte do seu antigo líder «com profunda mágoa e emoção», sublinhando que «os trabalhadores e o povo português perdem um dos seus mais consequentes e abnegados lutadores».
Em comunicado, o Comité Central acrescenta que a melhor maneira de homenagear Cunhal é a de «prosseguir a luta que ele travou até aos últimos dias de vida, sempre com confiança no futuro, pelos interesses e direitos dos trabalhadores, por uma sociedade de liberdade e democracia».
O PCP fez ainda questão de notar a importância de Álvaro Cunhal na política portuguesa do séc. XX «na resistência antifascista pela liberdade e a democracia, nas transformações revolucionárias de Abril e em sua defesa por uma sociedade livre da exploração e da opressão, a sociedade socialista».
Álvaro Barreirinhas Cunhal nasceu a 10 de Novembro de 1913 tendo, 17 anos depois, decidido que queria ser comunista.
Filiou-se no PCP em 1931, cinco anos mais tarde entrou para o Comité Central do partido, tendo sido preso pela primeira vez em 1937 no Aljube e em Peniche.
Em 1940, foi escoltado pela polícia até à Faculdade onde apresentou uma tese sobre o aborto e a sua despenalização a qual foi classificada com 19 valores.
No ano seguinte, passou à clandestinidade, tendo em 1947 posto novamente o partido de pé. Em 1949, é preso sendo então condenado a quatro anos de prisão a que se seguirão oito anos de degredo.
Depois da fuga da prisão de Peniche, é eleito secretário-geral do partido. Em 1964 publicou «Rumo à Vitória», cujas teses perduram no núcleo duro do PCP.
Regressou a Portugal cinco dias após o 25 de Abril, tendo sido eleito como deputado entre 1975 e 1992. Em 1982, tornou-se membro do Conselho de Estado, abandonando este posto dez anos depois quando saiu da liderança do PCP.
Para além da sua vida, que se confundiu com o PCP, Álvaro Cunhal notabilizou-se ainda pelos desenhos que fez na prisão, bem como pela sua obra literária, quase toda sob o pseudónimo de Manuel Tiago.
Sob este pseudónimo, escreveu entre outros «Até Amanhã Camaradas», «Cinco Dias e Cinco Noites», «Estela de Seis Pontas» e «A Casa de Eulália».
A TSF além disso, efectuou um belo dossier sobre a vida de Cunhal, que recomendo:
http://www.tsf.pt/online/portugal/dossiers/Cunhal_90anos/default.asp

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