Estou gostando muito de ler as "Memórias de Adriano", de Marguerite Yourcenar.
Fico pensando, à medida que as páginas vão passando, quem influenciou quem, o que é de Marguerite e o que é de Adriano.
Certo, porém, é que neste livro os dois são uma unidade indistinta. Completam-se e confundem-se um no outro.
Sem Adriano, Marguerite não teria um Imperador genial, culto e humanizado para dar vida e discurso.
Sem Marguerite, Adriano não teria uma genial, culta e humanizada escritora para lhe dar voz.
Terá Adriano, ao encontrar Marguerite, recém chegada ao céu em 1987, agradecido o seu brilhante trabalho?
Provavelmente sim, tal como Marguerite terá agradecido a Adriano o facto de ter existido e ter sido uma tão distinta personagem para fazer reviver.
Quase pode se dizer que as "Memórias de Adriano" sintetizam um passeio de mãos dadas, entre Adriano e Marguerite, rumo à imortalidade.
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