O Código do Trabalho pousado em cima da minha mesa, já me avisou várias vezes que tem de ser alterado. Que ele retirou direitos aos trabalhadores. Tem remorsos e não dorme de noite, sempre pensando no mal que anda a fazer às pessoas.
Eu tenho tentado explicar-lhe que ele tem sorte de ainda existir. Que qualquer dia as relações laborais vão ser desregulamentadas outra vez. Sugeri que ele goze a vida e não se preocupe com o presente, pois ele vai acabar ou numa fogueira ou num museu.
O sentido agora é o da mudança.
O do voltar atrás.
A sociedade que mais tem capacidade de distribuir riqueza e igualdade entre todos, tem os seus alicerces firmemente consolidados na desigualdade.
E dizem eles, que se lixem os códigos do trabalho, mas que subsistam os códigos tecnológicos. E, se possível, que se possa programar todas as pessoas com um código que não permita que vejamos a precariedade do emprego, a exploração dos trabalhadores, a escravatura que está espalhada pelo sistema capitalista.
No fim das contas, ainda tem o descaramento de dizer que a culpa do défice é dos trabalhadores e das sua carapaças jurídicas, montadas pelos diabólicos sindicatos!
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