sábado, 17 de setembro de 2005

Eureka: trabalho para racistas!

Enfim, descobri uma boa actividade para os racistas.
Estava eu fazendo a lide doméstica, limpando a casa, varrendo, tirando o pó, lavando a louça e a roupa e, de repente, tudo se clarificou em minha cabeça.
Sim, clarificou, porque até então eu julgava que um racista era apenas um ignorante. Apenas uma completa aberração, sem qualquer utilidade para a sociedade (e passe a rima).
E o que eu descobri que estes mentecaptos podem fazer?
É simples e é incrível que nunca ninguém tenha se apercebido da sua utilidade. Aliás, até fiz uma pesquisa no google e não constou nada. Se quiserem experimentem pesquisar a expressão "utilidade para um racista" ou "utilidade de um racista" e irão ver que não encontram absolutamente nada. Dou uma recompensa monetária se alguém encontrar - mandem um mail a solicitar o pagamento, caso tenham sucesso em tão árdua tarefa.
Porém, como eu dizia, eu sei qual é a única ocupação benéfica para a sociedade, que um racista pode ter.
Diga-se que aquando da manifestação dos homens mais velhos do mundo (porque são portugueses há mais de 800 anos) eu tinha passado a achar que os racistas não podiam ser alvo de um apressado juízo de valor. Passei a respeitá-los. Claro que sim!
Não quero me perder do tema, mas vou elencar 3 motivos que fundamentam o meu respeito:
Em primeiro lugar, por uma questao de respeito pela terceira idade, pois os racistas já são portugueses há mais de 800 anos;
em segundo lugar porque poupam água, por serem calvos, não sendo como a maioria das pessoas que tem uma cabeleira média e gastam mais alguns litros de água no banho, numa altura em que Portugal necessita de racionar as suas reservas de água;
em terceiro lugar, porque ficava mal estar a desrespeitar as pessoas simplesmente por terem deficiências a nível da aprendizagem, pois como se sabe o racismo é a manifestação de uma profunda ignorância. E como não só a escola, mas até a religião católica nos ensina que somos todos iguais, o racismo só pode ter a ver com algum distúrbio na apreensão do conhecimento.
Ora então, como todos tem direito a prestar uma actividade e se sentirem úteis, descobri algo que até os racistas podem fazer!
Os racistas terão um lugar de eleição, entre os lavadores de roupa!
Sim! Nunca tínhamos nos apercebido, não é?
Pensem na eficiência deles a separarem as roupas, escuras e claras, cheios de medo, pânico até, de fazer qualquer mistura que possa pôr em perigo a integridade de uma roupa de cor diferente.
Imaginem também o sentimento de valorização pessoal. O racista chegará em casa e contará: "separei tudo!, pus as roupas escuras numa máquina e as claras noutra", "a seguir pendurei-as na corda e as que gostava menos deixei pendurada apenas com uma mola!", "por fim, deixei quase esturricar no sol as sacanas das cores azuis".
Será sucesso garantido no trabalho e provavelmente um bom exercício de re-inserção social, promovendo que a sua estupidez se torne justificada, por uma vez na vida. Assim, ao invés de querer tratar as pessoas como se fossem diferentes, aplicará a sua irracionalidade no tratamento das roupas.
Pensemos também na alegria do delinquente a dizer: "esta roupa é de cor".
Porém, não se enganem os racistas que pelo facto de eu ter encontrado a sua actividade ideal eles não a devam cumprir com a responsabilidade que não tem com o restante da sua vida quotidiana.
De facto, mesmo as roupas, com as suas cores e tecidos diferentes, devem ser lavadas e tratadas da mesma maneira, tendo obrigatoriamente de ficar limpas e cheirosas.

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