quarta-feira, 5 de outubro de 2005

Votar o nosso esquecimento

A 4 dias das eleições autárquicas (para a Junta de Freguesia e Câmara Municipal), não há nada que saber.
A receita é tentar votar à esquerda, em pessoas competentes, que consigam saber distinguir o que é seu e o que é de todos.
Tarefa árdua, nos dias que correm. Aliás, é uma dificuldade milenar. Provavelmente inerente à natureza humana.
Ainda mais difícil é acreditar nas intenções.
Actualmente, o eleitor tem de ser uma entidade sobrenatural que consegue vislumbrar o que está para além dos discursos, promessas, planos de actividades e projectos dos candidatos.
Isto porque já se sabe à partida que nada do que se diz será efectivamente cumprido.
O exercício da democracia é apenas uma fachada, onde cada um de nós, legitima, através do voto, o nosso próprio esquecimento.
E o esquecimento dos governantes também, que sofrem de uma crise aguda de amnésia, assim que tem oportunidade de colocar em prática o que tanto pretendiam, esquecendo-se também das soluções fantáticas que tinham para todos os problemas.
Ponderei muito e ainda não é nestas eleições que irei votar em branco.
Mas quero deixar uma mensagem de descontentamento, que sei que a maioria dos eleitores sentem.
Quem se eleja, por favor, não ponha as promessas na gaveta e não volte às costas a quem o apoiou e à comunidade.
Não pensem os políticos que esta situação de mentira é sustentável a longo prazo, porque não é!
As pessoas não são tão burras como vocês pensam!

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