As minhas guitarras a apanhar ar, e à mão. A pedaleira no chão, do lado do sofá. Os amps ali, prontos. O computador e o hardware de gravação conectados, para guardar de imediato o resultado das pescas. O gosto de estar, mesmo que seja só a vislumbrar este cenário. São nessas coisas que penso, quando penso no meu espaço, que inauguro no Domingo. O começo é sempre estranho, com comparações a outros lugares, outras vivências, experiências. Mas a importância de qualquer comparação praticamente desaparece no ar, quando penso que terei de novo aquilo que não dá para sintetizar numa palavra, mas que às vezes (e não são muitas) surge e está relacionado com inspiração, urgência de espaço, tempo, sentimento, equipamento, técnica, tranquilidade, concentração, poesia e poder de guardar para não esquecer. Há canções que só surgem embaladas num sentimento e num batalhar para explorá-lo ali, no momento. É como uma onda, que é preciso surfar e depois termina.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
quinta-feira, 28 de julho de 2011
bandas sonoras
estou num emaranhado de músicas boas e novas, felizmente. estou perdido aqui e vou deixar-me ficar.
não quero pistas para sair disso.
no meu fb hoje.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
mapas da alma
Apesar de poética, a localização "Na Lima e Silva esquina com a Rua da Rosa. Onde a Cidade Baixa acaba e o Bairro Alto começa. E vice-versa." está desactualizada. Por isso, tive de mudar.
"Em algum lugar de Lisboa", apesar de mais objectivo e menos espalhado no espaço, é, ainda assim, imensamente poético. Tão poético quanto é Lisboa.
"Em algum lugar de Lisboa", apesar de mais objectivo e menos espalhado no espaço, é, ainda assim, imensamente poético. Tão poético quanto é Lisboa.
trocar a minha tv num jeito de te levar a qualquer lugar que você queira
E só de te ver eu penso em trocar
A minha TV num jeito de te levar
A qualquer lugar que você queira
E ir onde o vento for
Que pra nós dois
Sair de casa já é se aventurar
A minha TV num jeito de te levar
A qualquer lugar que você queira
E ir onde o vento for
Que pra nós dois
Sair de casa já é se aventurar
Para mim, só sair de casa não é o suficiente para se aventurar. Mas acho tão bonitinhas estas palavras - logo eu, que quase não vejo tv. Tiradas daqui.
terça-feira, 26 de julho de 2011
tempo e energia para abraçar tudo ao mesmo tempo
É que, de facto, preciso de dias de 30 horas para poder fazer tudo o que quero. E a energia às vezes falta. O bom é que tenho dormido cada vez melhor. Talvez seja do cansaço. Mas como fazer para ter tempo e energia para fazer tudo o que se quer? Como isto vai acabar? Tem que haver uma fórmula.
mais coisas
Enquanto o tempo e a energia não puserem fim a isto, os projectos se multiplicam. E agora há este novo relacionado com cordas, para ir marinando. Em Setembro logo se verá.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
again com os up
Hoje ensaiamos eu, o tv e o zumbi. O jota fez falta. Mas a alma lavou-se à mesma.
Tocamos open your mind logo de início. Grande som. E eu estava tão bem amplificado. Acho que era o que mais queríamos fazer, tocar open. A sala de Alvalade é muito boa. Achei melhor do que o Kazoo. E mais central. Ah e sem precisar esconder as cervejas. Teremos também o covil. Há muitos debates sobre se apostamos no covil ou se andaremos em salas.
Mas o que me importa mais é que voltei a fazer som com a minha banda favorita: os understood project.
longe, longe disso
Falando com outras pessoas - felizmente não entre os meus - que ainda olham para o movimento associativo como um exercício de vaidades, noto o quanto tudo o que não esteja relacionado com trabalho e acção deixa-me entediado e compreendo o quanto (se alguma vez fui assim convictamente) estou fora destas discussões estéreis, o quanto vou mantê-las longe e o quanto vou deixar isso absolutamente claro para todos, custe o que custar.
post rock, ambiente, instrumental, experimental, whatever
a new silent corporation, rendezvous park, moonlit sailor, epigram e man an ocean passaram a figurar nos links musicais.
copa américa 2011
Fiquei contente com a vitória do Uruguai na Copa América (apesar de não ter visto nenhum jogo da competição). Se o Uruguai jogou o que vinha jogando, foi uma equipa apaixonante. Desde a copa do mundo estou rendido à sua garra, força, entrega, espírito de grupo e de superação. Simplesmente adoro o futebol deles. Fiquei mais feliz ainda ao saber que neste momento os irmãos uruguaios têm a selecção com mais títulos ganhos.
A Argentina não tenho acompanhado, nem quero saber. Fiquei impressionado, no entanto, por não terem levantado a taça jogando em casa. Buenos Aires estava todo travestido com as cores da bandeira. Estava bonito.
Quanto ao Brasil, o desastre na Copa América não é má notícia. Ir bem na prova com toda aquela mediocridade seria muito mau para o que interessa: a Copa de 2014. Seria aumentar o sapato alto de um time fraco e sem chama. Mano Menezes não chegará lá. E espero que o Brasil se transforme. Há muito que acertar para não ser a desilusão de 1950 outra vez. Se bem que como as coisas estão, nem a final iríamos. Nem teríamos a honra de um maracanazzo.
domingo, 24 de julho de 2011
mll
Ontem já estava triste pela Amy e hoje levei um verdadeiro soco no estômago com a Maria Lúcia Lepecki.
A mll foi um dos motores para eu viver onde vivo. De uma maneira bastante indirecta, mas ao mesmo tempo directa, é responsável pela minha Lisboa. Não só por isso, lamento imenso a perda.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
viagens
perguntam-me Porto, Coimbra, Lisboa, Madrid, Barcelona, em 11 dias.
se a lógica for a de um astronauta, que pisará uns segundos em cada cidade e baterá umas fotos para a posteridade, dá.
para mim seria impossível. eu ficaria só com lx e bcn. mas eu já conheço. mas quem não sabe... como explicar q mais vale sugar toda lisboa e toda a barcelona e mesmo assim não chegam os 11 dias?
acabei sugerindo rápidas visitas ao porto e coimbra. o resto resolvam os próprios os dilemas que para mim seriam terríveis.
um possível resumo, que termina bem (e isso é tão bom)
bless this space
música e funcionamento da mente
sounds alien
there's a glitch in the system
it's a place to search the light with
life doesn't start with a title
q bom q bom q bom
música e funcionamento da mente
sounds alien
there's a glitch in the system
it's a place to search the light with
life doesn't start with a title
q bom q bom q bom
Definitivamente de volta, me parece. Noto isso também com a admiração pelos bugs, pelos glitchs, pelas incoerências e falhas, quando o objecto sejam as coisas menos graves da vida, claro. Um sentimento de quero lá saber, mas ao mesmo o velho respeito e entendimento pelas coisas levemente fora do lugar. A perfeição, ou isso que se conhece - que deve ser uma cópia furada de perfeição - esta busca inútil do ser humano atrás de uma total compreensão, coerência, ordem, completude, ajusta-se mais nas palavras aborrecimento, tédio e finitude.
É estranho, mas falo "de volta" relacionado com isso. Seguramente esteve oculto ou esquecido.
É estranho, mas falo "de volta" relacionado com isso. Seguramente esteve oculto ou esquecido.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
abraços
Na Rua do Carmo estava uma meia dúzia de pessoas oferecendo abraços grátis. Abraços são sempre bons. Mas confesso que me baldei a tão generosa oferta.
ondas
Às vezes parece que, do meio das pedras da calçada, como que naturalmente, emergem ondas de satisfação. Não é preciso estar muito concentrado. Basta caminhar e deixar-se levar.
diálogos
Arte; arte, arte, arte; música, cinema; teatro, poesia; dinamismo, movimento; não vamos parar, claro que não; avançamos; sim, não há muros que nos parem; ah, escultura, pintura, desenho também; vemo-nos lá então?; sim, sempre.
Resolvi esconder-me do sol e, na vinda do almoço, segui pelo meio do Bairro Alto. Pertinho da CBL encontrei um grande companheiro de mudanças, de activismo e, de certa forma, das artes. O assunto não podia ser melhor.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
UP no SBSR
Repetimos a visita. Apesar do Slash estar um pouquinho preguiçoso em alguns solos, o tempo não se deu por perdido. Muita Super Bock se bebeu, muita música se ouviu, foi bom. O concerto de Slash foi curto: uma horinha. Aliás o Slash até se queixou no seu fb. Porém, fica a aura rock'n'roll e a satisfação de ter 18 anos de novo, cada vez que se assiste um concerto destes. E depois, ainda tivemos Strokes, como expliquei num post anterior.
Castelo
Estava à espera de um 28, mas acabei pegando um autocarro específico para o castelo, que passou. Foi uma sorte. Nem queria entrar no castelo. Bastava ver as casinhas em volta. Depois foi descer e fazer parte do percurso que repeti várias vezes nesta primeira semana, que passou a correr: Largo das Portas do Sol, Miradouro da Graça, Graça, Penha de França e ir até casa. É muito bom estar aqui.
tardes criativas
Não é vento, não é bells, não é jota sound, nem open your mind. Não é melhor do que nenhuma outra. Nem é pior. É difícil comparar aliás. As canções são diferentes e aparecem em momentos distintos. Mas como é nova e como a expectativa era enorme de metermos mãos à obra, andamos a ouvir vezes sem conta o back on the road. Além de ser nova, é significativa e importante. Confirma que o esquema das tardes criativas está para durar.
sonhos bons
Ela foi a 6 de Março. Hoje à noite, em vésperas de tratar de coisas tão boas e passado um fim de semana tão fantástico, apareceu nos meus sonhos pela primeiríssima vez. Talvez só agora tenha conseguido me encontrar. Ou, com um discurso mais racional, foi apenas agora o meu inconsciente conseguiu produzir o nosso reencontro. É natural.
metropolizando
Metropolizei-me no último minuto da última hora. Faço bem de ir. Acho que vou aprender muito. E hoje de manhã recebi um convite para outro workshop no mesmo evento, mas na qualidade de comentador. São mais coisas para estudar, é certo. Mas vai ser bom voltar a pensar sobre isso tudo.
manteiga, telas e tintas
Tocar na minha epizinha ontem, 5 meses depois, foi a coisa mais fácil do mundo, depois de andar estes meses passeando no encordoamento mais pesado da minha jg. As cordas pareciam manteiga. Vá lá que não parti nenhuma. Os efeitos tão bons que tenho no pedal fizeram com que eu sentisse que tinha muito mais tinta, de cores e espessuras tão diferentes, para jogar em cima da tela. Um salto qualitativo brutal, que tem montes de implicações em tudo. Em directa relação com a minha satisfação pessoal.
tv
Por um imenso acaso encontrei o tv (baixista dos up) indo para o Algarve, hoje de manhã. Ainda não o tinha visto. Foi uma incrível coincidência, porque eu só fui para aqueles lados para resolver um assunto tão bom. Enfim, só nos vemos para a semana agora, provavelmente no covil.
back on the road
Ainda faltam algumas coisas, mas back on the road é uma canção real, a ser explorada. Começa com uns acordes simples meus, com um efeito bem cru e com solos do jota. Depois ele faz uma progressão com uns power chords que se enfiam pela minha guitarra adentro (e que quase se confundem com ela) e eu acabo solando com um efeito de eco (que já usei na segunda parte de sea). Ficamos entusiasmadíssimos com o resultado. No fundo, misturamos duas coisas de umas cinco ou seis malhas e riffs que surgiram hoje, depois de termos revisitado o nosso repertório antigo. Grande tarde musical. O nome da música não preciso de explicar.
fazia tempo
Apesar da ressaca de uma noite de sexta recheada de jolas começadas nas Palmeiras (e um filme de Monty Pyton), a que se seguiu uma festa muito simpática na CBL, lá seguimos eu e o jota para a Praia do Meco e para o Super Bock Super Rock. Slash e The Strokes foram momentos altos de uma noite que se iniciou com X-Wife, Brandon Flowers e os sofríveis Elbow. E óbvio que toda esta musicalidade do Sábado e mais jolas (de leste e tudo) influenciaram na composição hoje à tarde, em casa do jota, de back on the road. Enfim, depois de um fim de semana assim, a ida ao cinema para ver a magia do Potter é a melhor conclusão.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
domingo ansioso
Jolas na baixa com o jota e o zumbi. (Esta frase é linda e enigmática para quem não conhece Lisboa, os UP e gíria portuguesa). As coisas boas imediatamente propagaram-se por tudo como um vírus. Bastava estarmos juntos e tudo isso ia voltar. Agora é esperar pelo Domingo, pela sessão de música transcendental com o jota. E hoje já quase rolou, nos intervalos dos intervalos da vida. A minha pretensão era fulminar a reunião da qual saí agora. Porém, para o jota era complicado. De maneira que o Domingo virá ansioso, after Slash. Talvez na CBL.
quinta-feira, 14 de julho de 2011
no mesmo lugar
Esta coisa do corpo e da alma estarem juntos, no mesmo espaço, em sintonia, é muito importante. Acho que desde Agosto de 2010 que não me sentia assim.
corpo
É tão bom confirmar a presença em eventos aos quais irei com o meu corpo e não só com a minha alma. Escrevi hoje no facebook.
malta queridíssima
Ontem e hoje foram mais dias muito legais, no que toca a encontros e reencontros. Foram vários, todos muito bons. Muitos abraços apertados. Até na rua, sem estar à espera, encontrei pessoal. Os up, malta que vem de longe, mais aqueles amigos queridos da cbl que considero tanto e quase idolatro. Talvez idolatre sem quase. Foram várias alegrias.
O jet lag permite noites alargadas com os danos iguais aos que eu teria se estivesse em casa. E ir ao Loucos e Sonhadores ontem foi bem bom.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
On
Ontem falei em dias perfeitos.
Numa noite perfeita esta música é indispensável. E ainda por cima faz parte do meu repertório. E basta apertar "on".
Há ainda muito
A distância terminou com a minha chegada. Se se quiser, a partir deste momento, a palavra distância pode ser eliminada do dicionário. Agora que o vocábulo deixou de fazer sentido, há muitas coisas boas para se fazer. Há muito caminho a percorrer. Há muito chão novo, que nunca foi explorado. Há novas perspectivas, que não se conhecem, porque não se esgotaram antes. Nunca foram propriamente postas à prova. Há uma imensidão de novidades que podem surgir.
Quanto a este assunto, sinceramente, interessa-me muito mais o que está para além de qualquer fórmula testada, qualquer recordação, qualquer erro, qualquer acerto. Interessa-me tudo o que está ali à frente, tudo o que não foi escrito neste post, tudo o que está para além do seguinte ponto final.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Só para constar
O voo da TAP POA-LIS é bom de fazer. Este negócio de entrar na máquina do tempo, sem precisar fazer escalas com a realidade das malas, alfândegas e afins, é um negócio de loucos.
Ainda nem sei bem se estou aqui
Hoje foi um dia bom. Muitas vezes pensei nem acredito que estou aqui. Por outro lado, tive a sensação de por nenhum momento saí daqui. A velha sensação de máquina do tempo ou de despertar que eu conheço bem. Agora chega de itálicos.
Surgiu a possibilidade de um lugar para eu me aconchegar - a monitorar com atenção. Também verifiquei onde a minha guitarra pode fazer o seu setup - que é essencial. Ainda passeei muito a pé e fui parar na minha associação. Ah, foi um dia envolvendo muitas pessoas queridas também, do começo ao fim. Um dia de abraços bons.
Por fim, já podre (um pouco menos do que estou agora) empreendi a seguinte caminhada, desejando que ninguém me beliscasse, para eu não acordar do que me parecia um sonho: Bairro Alto, Baixa, Sé, Largo das Portas do Sol (era ele quem eu mais queria), Miradouro da Graça, Graça e o resto do caminho aqui para o Alto de São João. Estou estafado, com imenso sono, mas muito muito feliz.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
domingo, 10 de julho de 2011
tudo no seu lugar
Cheguei agorinha em casa. Não precisei explicar para o taxista o caminho, nem os fundamentos para fazer uma condução segura. Mas ri para mim, ao ver 10-07 no mostrador do carro. Nem podia acreditar. Eram 00:30. O tempo custa a passar, mas passa. E ainda falta. E falta o raciocínio das malas, dos excessos ou não. Acho que o esquema vai ser o mesmo da vinda. Chegar no check in e começar as escolhas: o que deixar.
11 reais custou uma polenta frita partilhada, com queijo, e dividir umas excelentes serramaltes com o pessoal do gap no "só comes", que fica quase na esquina da Lima e Silva com a República. Mais caro foi deixar o taxista experimentar o percurso Protásio e Saturnino. Não devia ter deixado. Mas ao mesmo tempo queria deixar isso a limpo. E custou menos do que essa volta que andei dando pela outra margem do atlântico. Custou 5 reais a mais.
Porto Alegre vai mesmo chegando ao fim. Os gapianos olham para mim como o excêntrico, exótico, que mora do outro lado do oceano. Ou seja, tudo regressa ao seu lugar.
sábado, 9 de julho de 2011
o caminho do bem
Não vamos nos despedir, a gente ainda vai se ver ainda muitas vezes, foi a frase que salvou a noite de qualquer constrangimento. Fomos à Paraphernalia, com sua banda de samba fraquinha e depois ao Preto Zé, com um samba rock animado. Foi bacana esta segunda parte.
Mas a melhor parte mesmo foi voltar para casa ouvindo a fase racional (um negócio relacionado com uma seita) do Tim Maia, com as Polares fazendo efeito na cabeça.
Ouvimos 4 a 5 músicas, no Peugeot 207 prateado, enquanto íamos Protásio Alves e Avenida do Forte afora. As que me lembro são bom senso e o caminho do bem (que aparece no filme "a cidade de deus"). Vou ter saudades do meu primeiro amigo de escola, o carlinhos.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
Bluegrass
Hoje encontrei, novamente, o Conjunto Bluegrass tocando na Praça da Alfândega.
Tudo cheira a despedida. E, na verdade, isso tudo cheira muito bem.
freedom
Hoje foi dia de vinho chileno, de novo. Santa Helena. Diga-se que quando não é chileno é argentino. Fui no restaurante Papito, em Moinhos de Vento. Reunião de um pessoal ex-IE. Acompanhando o vinho esteve um excelente filé à parmegiana. Excelente mesmo.
De Lisboa recebi notícias boas. Fiquei contente. Em Porto Alegre os dias se enchem de coisas para fazer. Não com a carga que deixar Lisboa teve, nem de perto, nem de longe, isso é uma evidência. Regressar a Lisboa me enche de felicidade por si só.
Tenho conversado muito com Porto Alegre. Subo e desço a Andradas e a Voluntários por tudo e por nada, literalmente. Amo passear no Centro. Viver o Centro. Porto Alegre, o que me diz, é que é para as coisas continuarem a ser assim. Um ponto de saudades. Um início longínquo. Um começo de caminho que está ligado a mim para sempre. Mas que é um lugar para visitar e ser feliz desta forma. Com todos os meus amigos, com todos os meus familiares, com as suas atracções do quotidiano. Mas que, objectivamente, está distante de mim.
A música deste post foi escolhida um pouco ao acaso. Ouvia muito Freedom Voyagers quando comecei a empreender esta viagem de auto-conhecimento que me ensinou tanto.
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Estética do frio
Comprei o último livro em Porto Alegre. Tem mesmo de ser ou eles vão ficar para trás. Chama-se Satolep e é do Vítor Ramil. Tomara que seja bom de ler. Devo conseguir lê-lo em 2015. Talvez com jeitinho em 2014.
Fiquei muito interessado em ler, por causa do lance dele com a "estética do frio". No sarau o Fischer falou muito nisso. Sobre o papel do Ramil na definição deste conceito. O Ramil procurava defini-lo, especialmente para a música que ele queria fazer e faz. Parece que os uruguaios e argentinos são bastante gratos ao Ramil pela vitalização (já que não é "re") da milonga como música urbana. Coisa que acontece já com o tango, por exemplo.
Por outro lado, parece que Ramil pensou nesta história da estética do frio um pouco antes de um movimento que vai surgindo agora e que engloba a República dos Pampas (arg, uru e rs).
Há um negócio bacana sobre estética do frio, escrito pelo Ramil, na internet. Fica aqui um link e um trecho do texto, que é grande.
Estou em outro junho. Estou no meu apartamento em Copacabana, Rio de Janeiro, de calção e chinelos, assistindo ao Jornal Nacional na TV. Assisto uma matéria sobre uma festa popular na Bahia. As imagens: um trio elétrico sobre um caminhão arrastando milhares de pessoas seminuas, pulando, suando, bebendo e cantando sob um céu furioso. Não consigo me imaginar atrás daquele trio elétrico. Não consigo me sentir próximo do espírito daquela festa, embora esteja igualmente seminú e com calor e a notícia seja apresentada num tom de absoluta normalidade, como se aquilo fizesse parte do meu dia-a-dia. Assisto a seguir uma matéria sobre a chegada do frio no sul. Vejo o Rio Grande do Sul. Vejo os campos cobertos pela geada na luz branca da manhã, vejo crianças escrevendo com o dedo nos vidros dos carros, vejo homens de pala andando de bicicleta, vejo águas congeladas, vejo gente esfregando as mãos, gente de nariz vermelho, vejo a espectativa de neve na serra, vejo o chimarrão fumegando. Seminu e com calor reconheço imediatamente aquele universo como meu. Mas as imagens são apresentadas num tom de anormalidade, de curiosidade, de quase incredulidade, como se estivessem chegando de outro país -fala-se em "clima europeu"-, o que faz com que eu me sinta estranhamente isolado, mais do que fisicamente distante. Tenho a incômoda sensação de estar no exílio e ver, ao mesmo tempo, o Rio Grande do Sul de perto, por dentro e além das imagens. Percebo então o quanto me sinto separado do Brasil.
Mars
Hoje vi outro filme lindo no Fantaspoa. Chama-se Mars. Enquanto o filme corria, nem tinha visto tanto amor. Tinha reparado mais no de dois tripulantes e de duas máquinas. O filme é bem bacana. Amanhã quero ver se vejo outro, que se chama Sol. Pontuei Mars com a mesma nota de The Romantic, ou seja, ótimo.
MARS - The Movie [HD Trailer] from Geoff Marslett on Vimeo.
tenho o meu violão e a madrugada
Que bom música boa e tempo para ouvi-las.
Outra lindeza, esta cantada pela Fernanda Takai, ex - Pato Fu.
E por hoje chega. (?) Não sei se chega... Mas acho que sim.
Outra lindeza, esta cantada pela Fernanda Takai, ex - Pato Fu.
E por hoje chega. (?) Não sei se chega... Mas acho que sim.
sea
Compus the sea and the rocks com uns riffs que andavam a pairar na minha guitarra acústica há meses.
E com outros, claro. Numa noite toquei com o jota uma coisa tão boa em conjunto, em casa dele. Numa outra vez, tentando repetir, não resultou bem a nossa mistura. A parte dos meus acordes não combinavam com as dele. Aliás, até hoje peço para ele tocar o que ele fez aquele dia, que estava muito bom. Ainda havemos de repegar isso.
Mas ficaram pairando os tais acordes na minha cabeça e eu estava apaixonado por eles. Só tocava eles.
E um dia sei lá o que me deu. Se foi a quietude da casa, a paz, aquele efeito meio dead combo. Sei lá. Algo veio e me deu a música toda de presente. Misturei com os riffs do primeiro parágrafo, mexi um pouco mais nos pedais, lembrei de pôr uns harmónicos e um delay com eco, numa parte. Fechou todas. É uma música de paz.
E um dia sei lá o que me deu. Se foi a quietude da casa, a paz, aquele efeito meio dead combo. Sei lá. Algo veio e me deu a música toda de presente. Misturei com os riffs do primeiro parágrafo, mexi um pouco mais nos pedais, lembrei de pôr uns harmónicos e um delay com eco, numa parte. Fechou todas. É uma música de paz.
Dois barcos
Quem bater primeira dobra do mar
Dá de lá bandeira qualquer
Aponta pra fé e rema
É, pode ser que a maré não vire
Pode ser do vento vir contra o cais
E se já não sinto teus sinais
Pode ser da vida acostumar
Será, Morena?
Sobre estar só, eu sei
Nos mares por onde andei
Devagar
Dedicou-se mais
O acaso a se esconder
E agora o amanhã, cadê?
Doce o mar, perdeu no meu cantar (x 2)
Só eu sei
Nos mares por onde andei
Devagar
Dedicou-se mais
O acaso a se esconder
E agora o amanhã, cadê?
Dá de lá bandeira qualquer
Aponta pra fé e rema
É, pode ser que a maré não vire
Pode ser do vento vir contra o cais
E se já não sinto teus sinais
Pode ser da vida acostumar
Será, Morena?
Sobre estar só, eu sei
Nos mares por onde andei
Devagar
Dedicou-se mais
O acaso a se esconder
E agora o amanhã, cadê?
Doce o mar, perdeu no meu cantar (x 2)
Só eu sei
Nos mares por onde andei
Devagar
Dedicou-se mais
O acaso a se esconder
E agora o amanhã, cadê?
Disparada, esta é a canção mais linda de Los Hermanos e das mais lindas que já ouvi. Acho ela arte pura.
Quentão
Friaca em Porto Alegre. Depois de eu lhe dar o cachet, trocamos imensos obrigados mútuos. Ele riu muito e disse que o melhor ainda era um quentão (vinho quente, docinho e com cravo e canela). Foi engraçado e até um pouco emocionante a conversa que se seguiu. Adorei. Tudo isso foi na Andradas, há dois dias. Adoro o Centro.
voltou
Aquele gwb que eu conheço tão bem felizmente baixou em mim, já faz uns dias. Demorou a reaparecer. Gosto imenso disso. Na verdade, gosto de tudo que essa chegada traz ao meu espírito. Será Lisboa? Pode ser. Sei que ele voltou. Sigamos juntos.
Livros
Tive sorte. Cheguei um pouquinho mais cedo do que todos na festa. Assim futriquei um pouco nas centenas de livros do meu tio sheco.
Lindo abrir os livros e ver as anotações dele. Adoro ele. Falamos um pouco. Por exemplo, sobre aquela edição de Portugal de "O mestre de Petersburgo" de Coetzee, provavelmente o livro que eu li e que, de alguma forma veio parar aqui neste lado do atlântico pela minha mãe. Ainda, degustei um pouco da Viagem a Portugal, de Saramago. Meu tio estudou muito Saramago. Aliás, há coisas boas tramitando, sobre o artigo que ele fez.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
síntese
Síntese de hoje (ontem): 4 burocracias, terminadas com um grande filme, um ótimo sarau e agora com um cd bom nos ouvidos.
E daqui a uma semana já durmo na minha cidade de adopção e eleição. Falando em minha, iniciei conversações sobre o capítulo casa e descobri que a Travessa da Pereira n.º 13 está completa. Mas, tal como no caso estúdio dos up, acredito que as mudanças que se farão serão sempre para melhor.
Sarau do frio
Last sarau elétrico em Poa neste ano. Foi sobre o frio. O tema foi lançado pelo terrível, ensurdecedor e revoltante frio polar que se faz sentir em Porto Alegre. Frio polar. Como em anos não se via.
Tocaram uns carinhas que tocam música irlandesa, os irish fellows.
Fechado este capítulo.
sopro
Na confusão dos dias, não posso deixar passar. A igreja de são josé, onde foi o baptizado do henrique, é bem bonita. Eu nunca tinha entrado. Mas o mais impressionante foi aquele órgão, tão bom de ouvir, tão forte e tão bem tocado. Aliás, tudo parecia um sonho. Até entrar na igreja, antes do baptizado, sozinho, e haver uma missa sendo rezada em alemão. E daí, realidade chegada, lá fui eu para o Plaza tomar um expresso, claro.
The romantic
Estava indo em direcção às lotações, para pegar rumo para minha casa e resolvi tomar um café no Santander Cultural. Escolhi bem o lugar e a hora: ali está o Fantaspoa. Eram 16:45. Tomei o meu expresso e às 17:00 entrei literalmente num cofre de banco, que é onde fica a sala de cinema do Santander, para ver um pequeno tesouro. Muito bem feito. Muito bem esgalhado. Muito lindo. Com uma excelente banda sonora ainda por cima. O filme é The romantic.
Absolutamente inacreditável as figuras dos deuses e toda a trama que está implícita ou explícita entre os sentimentos/deuses. Paciência, tempo, romance, amor, ódio, entre outros.
Saí de lá com uma sensação espectacular.
Programa dos próximos dias: ver as outras animações do Fantaspoa.
terça-feira, 5 de julho de 2011
Horizonte Distante
Passei o dia ouvindo Los Hermanos. Estou muito impressionado com o som deles. Horizontes distantes é poderosa e energética. Destoa um pouco das outras canções do "4", algumas muito muito lindas e tranquilas. Mas horizontes foi a que bateu os recordes todos de hoje. Só isso bastaria para vir para cá. Subi e desci a Borges com ela nos ouvidos. Fui ao Iguatemi com ela, à Faculdade, tudo. As palavras me lembram um pouquinho a algumas letras de Raul Seixas. Porém, por ser ainda mais abstracta, gosto mais. E o som e a música! Pura energia! Que vai indo e vindo! Aliás é a energia da canção que me segura mais. Obrigado a tudo por novas canções, diferentes, e que fazem tão bem a tudo.
Os vídeos em versão estúdio que encontrei dela tem imagens que não gosto. No entanto, tenho de colocar algum aqui.
Por onde vou guiar
O olhar que não enxerga mais
Dá-me luz, ó Deus do tempo
Dá-me luz, ó Deus do tempo
Nesse momento menor
Pr'eu saber seu redor
A gente quer ver
Horizonte distante
A gente quer ver
Horizonte distante
Aprumar
Através eu vi
Só o amor é luz
E há de estar daqui
Até alto e amanhã
Quem fica com o tempo
Eu faço dele meu
E não me falta o passo, coração
E não me falta o passo, coração
Avante
A gente quer ver
Horizonte distante
A gente quer ver
Horizonte distante
Aprumar
* Tinha este post pronto a sair. Depois fui jantar com pessoas tão queridas (entre as quais o meu queridão aqui) e Los Hermanos foram tema de conversa. Parece que no evento em Santa Maria falaram deles. Incrível. Ele não conhecia e na Livraria Cultura compramos o "4".
Mais e mais cd's
Trouxe Seu Jorge e Almaz, cd cheinho de groove e coisas bacanas. Isso que eu fiquei de pé atrás com o Seu Jorge, depois dos seus devaneios musicais disparatados (enfim, isso é pessoal) com a Ana Carolina. Vamos ver se fazemos as pazes Jorge.
E recebi "onde brilhem os olhos seus", da Fernanda Takai, da minha irmã de alma, de vida, de tudo (conforme inclusive consta da dedicatória) e do meu parceiraço de tudo e também de direito, lutas e blog.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
lição
Na Pinacoteca, em São Paulo, havia uma exposição de Sérvulo Esmeraldo. Um escultor, pintor e, pelos vistos, escritor.
Ele misturava tudo. A exposição era muito eclética.
Do lado de uma escultura tinha este pequeno poema, que acho que é do Sérvulo também. Um poema que diz tudo.
Mais cd's
Hoje a pesca continuou.
Lenine: Labiata; Lenine: Trilhas; Legião Urbana: as Quatro Estações ao vivo; Marcelo D2: acústico MTV.
E os meus queridos do momento: Los Hermanos. Trouxe Bloco do Eu Sozinho e Ventura. Não sei se ainda falta algum deles. Dúvido é que haja algum tão fantástico de cima abaixo, como é o "4".
Cd's
Coisas boas de se abastecer de cd's:
1) Ouvir o cd;
2) Jogar as músicas do cd no computador;
3) Jogar as músicas do computador do mp3;
4) Passar o dia inteiro ouvindo os cd's no mp3, em todas as partes da cidade, menos debaixo d'água.
*e comprando vários não causa enjoo.
só uma reciclagenzinha
Coisas boas de se ter um blog é, por exemplo, ler e reciclar um diário de bordo, pré-concerto dos bacalhoeiros. A primeira vez que faço isso. Mas é que, à cata dos links do post grande ali atrás, me deparei com isso e foi tão bom ler:
25/01/2011
O ensaio de ontem foi muito bom. O som estava muito melhor. As guitarras estavam amplificadas com os meus Peavey e Roland pequeninos (de 50 e 20 watts), ligados por microfone à mesa. Estes amps guardam o som das guitarras dos UP dos Domingos de tarde onde as canções surgiram. Levá-los foi uma trabalheira que valeu a pena.
The sea and the rocks foi miseravelmente tocado por mim, com a única sorte de que ninguém conhece a música. É o normal. Levei 2 horas outro dia a relembrar-me dela. Tenho dois desafios: tocar bem ela (estar zen), sozinho, a abrir o concerto, e outro, que espero que menos complicado: acertar o som. Ou seja, tenho de tocar sea, pelo menos 3 vezes por dia até ao dia 11.
De resto, foi um óptimo ensaio. Amanhecer ficou cheio de cores com a amplificação nova (recheada de reverb pelo jota) e requiem ficou bem tocado.
Enfim, com a bateria de ensaios duplos que vamos fazer, mais gravação, acho que no dia 11 no Bacalhoeiros vamos estar em forma e com 50 minutos de música.
nota do editor
Tenho de ter cuidado. Estou esticando a corda com posts tão grandes. O anterior podia ser dividido em 4. A malta vai deixar de vir aqui. Isso é certo. Oh GWB, toma tento. Ou manda o teu cv para os ladrões de bicicletas de uma vez...
domingo, 3 de julho de 2011
buscar-me
Li sobre e ouvi um cd muito bom num blog que gosto. Coincidentemente, hoje de tarde me dediquei a ouvir e trazer coisas boas para mim. Músicas novas, pop-rock do Brasil, para engrossar a colecção.
Eu não tinha nada de Los Hermanos. Por isso, trouxe 3 cd´s deles comigo: o "4", outro que tem o nome da banda e outro ao vivo na fundição progresso. Trouxe também The Stonewall Celebration Concert do Renato Russo, o Estandarte do Skank e o Intimidade entre Estranhos do Frejat. Estes, além de serem bons, trouxe para completar o que tenho deles.
Los Hermanos (banda falecida, onde militava o Marcelo Camelo) é um negócio bom demais. Não entendo como andou sempre longe de mim. Isso acaba por ser bom, porque é todo um mundo novo. E se tem coisa que eu gosto é de achar novidades musicais. Espero que haja uma infinidade de bandas geniais com músicas maravilhosas que me passem ao lado.
Primeiro Andar, dos Los Hermanos, canção do disco "4", é um tesouro que descobri há minutos e que tem a ver com os inícios da minha viagem a Porto Alegre, que entra na sua última semana. Parece que há algumas coisas escritas para mim. Interpreto como uma canção onde o cara busca a sua própria estrada, a sua própria pessoa, que está perdida em algum lugar. E, me parece que ele sabe que vai voltar ao ponto de partida, depois de ter buscado a si próprio, o alguém que ele não sabe quem sou (e incluo também um onde estou, afinal). Enfim, onde já ouvi isso... Também engraçado é que nossos dedilhados e ritmos são parecidos.
eu quero ver
o mundo eu sei
não é esse lá
por onde andar
eu começo por onde a estrada vai
e nao culpo a cidade, o pai
vou lá, andar
e o que eu vou ver
eu sei lá
eu preciso andar
um caminho só
vou buscar alguém
que eu nem sei quem sou
completa aqui
* post editado quinhentas vezes. na verdade é um gosto pensar no início da viagem sem angústia, depois de saber onde, afinal de contas, eu pertenço: a cidade de Lisboa, que me deixou saudades desde o início. depois de ir ao outro lado e voltar à minha cidade.
** 30 minutos depois, ainda editando. :) engraçado isso.
*** 22h00 em Porto Alegre. Acho que terminei. Vamos ver.
** 30 minutos depois, ainda editando. :) engraçado isso.
*** 22h00 em Porto Alegre. Acho que terminei. Vamos ver.
Basta II
Por outro lado, hoje foi o baptizado do Henrique. Foi bonito. Não os rituais, não o facto do Henrique "renascer", não a missa, nada disso. Bonito para mim, foi o sorriso do meu irmão, por eu ter participado. Eu que não tinha ido no casório dele, por exemplo. O sorriso do meu melhor amigo basta. Um basta bem bom este.
Basta I
Difícil chegar em casa, com tanta gente e tanta conversa. Esta semana será assim. Talvez para me lembrar que cada coisa tem o seu devido lugar, ainda que o lugar seja bem longe. Triste dizer isso, mas é a pura verdade. Talvez nem seja triste. Talvez seja tão-só e apenas a verdade. E isso basta. Conhecer-se é uma dádiva.
Sonhos
A noite passada sonhei com o primeiro ensaio dos understood project depois do meu regresso a Lisboa. Quando sonho com os up, no sonho, fatalmente, toco os acordes iniciais de Bells.
Para além de Bells, lembro de eu dizer malta, antes de começarmos as novas, vamos dar uma vista de olhos nas antigas canções. Isso deve merecer a devida análise, oportunamente.
Bom, mas o certo é que acordei com isso. Uma sensação boa. Depois fui ao Dropbox ouvir a nova malha, transa atlântica, que o pessoal criou durante a minha ausência. Está bacana. Falta agora a outra guitarra, a minha.
E ouvi o resto do ensaio também, claro. O último ensaio que eu tinha ouvido, tinha sido em Buenos Aires.
Coisas boas
Hoje estiveram aqui em casa os meus primos Gabriel e o Eduardo (este meu afilhado também). Foi uma surpresa boa. O Eduardo tinha ido conhecer o Henrique e daí subiram as escadas. Tinha saudades deles e não sabia. É tão engraçado termos tanta cumplicidade, com todos estes anos que levo fora. Sentimos uma coisa muito boa e muito forte. Somos a parte da família que mais gosta de se abraçar e se tocar. É um treco louco mesmo. Sempre nos sentimos juntos. Com outra coisa, de minha parte: estes guris já tem 20 anos na cara, estão trabalhando, estudando, e eu ainda olho para eles como se eles fossem aqueles pitoquinhos na cidade de Camaquã. Fico sempre achando que eu e o Ervin que pusemos esta gurizada a tocar violão tão bem. Apesar de nunca ter ensinado um acorde sequer para eles. Pelo contrário, uma vez quebrei uma corda do violão do Bruno (o outro irmão).
Bom, depois dos mil abraços, fizemos uma roda de violão, rapidamente. É o passatempo predilecto e talvez o único, quando nos encontramos. Cada um tocou várias músicas. Uma das que o Gabriel tocou foi "te espero no farol" que eu não conhecia e que, para mim, só fica bem se for cantada por ele. Talvez unicamente por razões subjectivas: por ser ele. Tocou também aquelas (várias) que ele sabe do Teatro Mágico. O Eduardo tocou Natiruts, uma banda de reggae aqui do Brasil, e Los Hermanos.
E eu? Ah, o que fazer? Peguei a Paciência (do Lenine) e aquilo que sei tocar desde antes de ter aprendido a tocar violão, que sei tocar sempre, em quaisquer circunstâncias, mesmo se estiver completamente bêbado, inconsciente, ou até em coma: Quase sem querer (da Legião), Meu Erro (dos Paralamas) e Running to Stand Still (dos U2). Meus queridos anos 80.
Paciência é muito bonita. Impossível enjoar. Há uns anos peguei ela todinha de ouvido e decorei a letra inteira. Chegava da Faculdade e só queria ela. Um vício completo.
Bola, na Farrapos
O jogo de futebol foi incrível. Cabeça, pés e bola, tudo uma coisa só. Até o pé esquerdo funcionou na perfeição. Raros são os jogos que consigo fazer tudo e que tudo sai bem, que tudo flui. É de registar. Parecia um sonho.
Fiquei impressionado também de não ter cansado. Há 4 semanas tinha quase morrido em campo, pedi para ir para o gol mil vezes. Hoje não. Em nenhum dos sprints que fiz pelas laterais com a bola me senti mal. Será das caminhadas infinitas em Buenos Aires e São Paulo? Só pode.
Pena foi o meu primo Fernando, sozinho, ter torcido o joelho.
sábado, 2 de julho de 2011
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Graça ao fim da tarde
Foi assim desde Março de 2010 até Fevereiro de 2011. Ao fins de tarde, no fim de semana, o jota vinha com a sua guitarra lá para casa, nos nossos estúdios (minha casa) na Graça, e tocavamos. Sempre felizes, sempre bem, sempre sedentos de tocar o máximo, sempre com nossas Super Bocks e nossas epis. Mesmo depois da aparição de uma vizinha, que se mostrou compreensiva e me disse que gostava do nosso estilo.
Em Setembro os UP começaram a tocar com 4 membros. Mas eu e o jota sempre nos mantivemos apegados àquela ideia, criada na Graça. A ideia da Graça ao fim da tarde. Então, quando ouvimos uma canção muito bonita, que nos lembra a aura de paz, de exaltação da música e daquele jeito novo de tocar que descobrimos e que desenvolvemos, de sermos dois mas na verdade parecermos só um, tentando das duas guitarras criar sons interdependentes, em conjunto, dizemos um ao outro Graça ao fim da tarde.
A música Philosophy of Time Travel, dos Chiaroscuro (que já estão ali nas minhas músicas desde ontem), é uma espécie de Graça ao fim da tarde.
Subscrever:
Mensagens (Atom)