21.30 de sexta-feira e um amanhecer com uns acordes e uma harmonia tramada, que preciso estudar e lembrar, e a campainha toca. Era a vizinha de baixo, que foi super delicada e se desfez em desculpas, desde o primeiro momento. Disse: "tem um ótimo gosto musical, ouve muito boa música, mas pode baixar um pouco o volume? É que há um som grave que faz uma ressonância grande no meu apartamento e eu não consigo ouvir minhas músicas. Desculpe a chatice". Eu também me desculpei imenso, parecia um concurso de quem pedia mais desculpas. Expliquei que um vizinho de baixo é novidade para mim no prédio e que preciso que me avise e se sinta à vontade para me dizer quando eu ultrapasse os limites - que, sinceramente não sei quais são.
Aliás, quando não havia vizinho de baixo (em cima acho que há), os limites quase não existiam, como se vê aqui. Um ensaio - ainda que com volume muito baixinho - foi das 23h30 às 1h00.
E a questão é que até compreendo a preocupação dela em avisar. É que nestas coisas de vizinhança a reciprocidade é sempre um princípio. E eu, por exemplo, sou capaz de aturar muito barulho de vizinhos, desde que possa fazer o meu. Vamos acompanhando esta situação.
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