As minhas guitarras a apanhar ar, e à mão. A pedaleira no chão, do lado do sofá. Os amps ali, prontos. O computador e o hardware de gravação conectados, para guardar de imediato o resultado das pescas. O gosto de estar, mesmo que seja só a vislumbrar este cenário. São nessas coisas que penso, quando penso no meu espaço, que inauguro no Domingo. O começo é sempre estranho, com comparações a outros lugares, outras vivências, experiências. Mas a importância de qualquer comparação praticamente desaparece no ar, quando penso que terei de novo aquilo que não dá para sintetizar numa palavra, mas que às vezes (e não são muitas) surge e está relacionado com inspiração, urgência de espaço, tempo, sentimento, equipamento, técnica, tranquilidade, concentração, poesia e poder de guardar para não esquecer. Há canções que só surgem embaladas num sentimento e num batalhar para explorá-lo ali, no momento. É como uma onda, que é preciso surfar e depois termina.
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