Tenho duas janelas perto. Esta que escrevo, que está à minha frente, que tem servido para andar por Lisboa e mundo. E, ao lado, esta janela onde a chuva cai, em Porto Alegre. Hoje choveu imenso. Tanta água caiu, que pareceu fácil pagar aquelas contas na lotérica, à frente da Prefeitura. O tempo da atmosfera colaborou solidário com o tempo de espera, para a fila passar de enorme a insignificante. Um plano perfeito. Por isso a chuva continuava forte, mesmo quando acabei de pagar as contas. Fiquei um tempo ali, vendo a chuva, no meio das cautelas e dos papéis cheios de quadradinhos da sorte. Só minutos depois vi, também abrigada da chuva, a porta ao lado, de um café simpático (e não de um simpático café). E foi para ali que fui beber um bom expresso, enquanto o céu desabafava toda a sua fúria contra o verão de Porto Alegre. Quanta dor de cotovelo, todos se deram conta. Até foi um pouco constrangedor. Enquanto isso, no meio da tempestade e do expresso, as lotações me olhavam - em especial a do Hospital Conceição, meu transporte para casa, por 4,00 Reais.
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