quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

"O meu pior momento foi sem dúvida a guerra do Iraque."
O desabafo pertence a Kofi Annan, que, prestes a abandonar a liderança da ONU, lamentou a incapacidade da organização para impedir os Estados Unidos de invadirem aquele país, em Março de 2003.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

O Mundo nos pés de Adriano!

Contra um inacreditável Barcelona, rei e senhor do futebol mundial, com uma equipe recheada de estrelas, o Internacional de Porto Alegre se sagrou campeão mundial.
Sempre acreditei.
Assisti o jogo sozinho.
Os narradores da Sport Tv insistiam que era uma questão de tempo para que o Inter levasse um gol.
Sempre acreditei.
Quando chegamos ao intervalo com o nulo no marcador, passei a acreditar mais. Nas grandes penalidades, se calhar - quem sabe? Mas a verdade é que o ilustre Adriano, servido com uma assistência magistral do Iarley (que fez um jogo magnífico) concedeu a alegria que os colorados almejavam.
O fantástico Clemer se encarregaria, segundos depois, de ele próprio matar o jogo, numa defesa extraordinária, a remate de Deco. O recado de Clemer foi: hoje o gol do Inter está hermeticamente fechado.
E assim, contra uma verdadeira constelação, o Inter respondeu com um time terráqueo, misto de força, garra e vontade!
Digno das maiores conquistas, digno de ser vivido e lembrado como um dos maiores dias do clube do povo do Rio Grande do Sul.
Eu, que nascido em 1976, não vivi, pelo menos com consciência os bons tempos de Falcão, Figueroa, Manga e outros, vivi o tempo do bravo Fernandão, líder de uma equipe trabalhadora e abnegada!
Internacional, que eu vivo a exaltar!
Levas a plagas distantes, feitos relevantes, vives a brilhar!
Segue tua senda de vitórias, colorado das glórias, orgulho do Brasil!

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Trabalhem

“Ó miserável aborto dos princípios revolucionários da burguesia! Ó lúgubre dádiva do deus Progresso! Os filantropos aclamam como benfeitores da humanidade aqueles que, para enriquecerem sem fazerem nada, dão trabalho aos pobres; mais valia semear a peste e envenenar as nascentes do que construir uma fábrica num aglomerado rural. Introduzam o trabalho de fábrica e adeus alegria, saúde e liberdade; adeus tudo aquilo que torna a vida bela digna de ser vivida.”
“Trabalhem, proletários, trabalhem para aumentarem a fortuna pessoal e as vossas misérias individuais, trabalhem, trabalhem para que, ficando mais pobres, tenham mais razões para trabalhar e ser miseráveis. É essa a lei inexorável da produção capitalista.”
Paul Lafargue, in O Direito à Preguiça, livro escrito em 1883.

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Azedou

Ontem recebi a reclamação de uma internauta que alertou para o facto de a minha feijoada velha estar empestando o computador de muitos.
É verdade que se passaram quase 20 dias e a travessa cheia de feijão ainda estava aqui, sem tampa. E era sem dúvida desagradável visitar o meu blog, com aquele odor de feijoada estragada. Como negar?
Agora penso que o cheiro já amainou, com este novo post.
Sinal de que a feijoada não está bem é o estado em que ficou o gato siamês da foto, após uma pequena mordidela num enchido.
Agora, que tratei do ambiente, fica a promessa de que trarei outros pratos para aqui.
Tentarei não deixá-los azedar.

domingo, 26 de novembro de 2006

Os grãos

Posso não perceber nada de feijoada, mas passei o fim de semana INTEIRINHO ao redor da preparação, execução e finalização de uma.
Foi na Casa do Brasil. E correu tudo muito bem.

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Haverá marquês neste pombal?

Não só os humanos são malucos por piscinas. Os pombos também se apinham em redor de uma, logo que arranjam uma possibilidade.
Quando os vi assim tão reunidos, lembrei de uma piscina que visitei em Castelo Branco, no verão de 2003.
Lá ao fundo, podem ver-se os que estão no bar a servirem-se dos comes e bebes. "Cuidado com o risco de congestão" está um dos pombos a advertir. Enquanto comem, falam de futebol, de famosos e de programas de televisão.
Vários trouxeram jornais desportivos. Um trouxe aquele exemplar do Expresso, por cima do qual um filhote está deitado, confundindo-o com uma toalha.
Mas apesar de tanta conversa, a razão da reunião é o banho de piscina. Viva um bom mergulho!
Perante tanto interesse, vou dizer onde fica a estância balnear da foto. Fica no centro do estacionamento da Parada do Alto de São João.

Rua do Bacalhoeiro

Apesar de tanta gente sem casa, há muita casa sem gente.
É. Não é por acaso que se gritam nas manifestações relativas ao direito a habitação "nem casas sem gente, nem gente sem casa".
Bons exemplos são estas fotos.
Não se pense que se está numa cidade fantasma. As fotos são tiradas no centro de Lisboa. Aliás, nem é preciso fotos, basta passear pelo centro da cidade para encontrar imensos "edifícios devolutos" - que é a forma simpática de se denominar os edifícios sem função.
Estes imóveis aberrantes são vizinhos.
Podemos perguntar aos dois, em conjunto: Quantas famílias cabem aí dentro? Quanta gente sem tecto vocês poderiam abrigar?
Eles irão responder: a responsabilidade não é nossa, é dos nossos proprietários, que prestam um mau serviço à comunidade onde fomos edificados.
Numa altura em que as autoridades andam despejando pessoas, destruindo casas com bens dentro, que andam destruindo as vidas de muita gente, talvez fosse oportuno olhar para o centro de Lisboa e pensar se edifícios sem qualquer função não poderiam passar a ter um destino: o de transformar vidas e tirar pessoas da miséria.
É até interessante reflectir sobre o facto de se arruinarem vidas que residem em casas não licenciadas, mas não se ajudam vidas lhes dando casas licenciadas sem qualquer utilidade (sem contar com a especulação imobiliária claro).
Os edifícios da foto têm mais sorte do que as pessoas despejadas de casa. Talvez não estejam obrigatoriamente condenados à ruína.
Quem sabe não se irão transformar num condomínio de luxo ou um Centro Comercial?

Violência

A invasão do Iraque pela coligação não ocorreu apenas com a intenção de encontrar as armas de destruição maciça.
Também justificou-se com o objectivo de espalhar a justiça e a democracia no Iraque. Como se bastasse bombardear um país para alcançar este intuito.
Como se apertar o gatilho de metralhadoras fosse a solução.
O problema de apertar o gatilho é que com isso se semeia a violência.
Quem mexe com a palavra violência, vê a violência se espalhar e também passa a ser responsável por ela.
Quer experimentar? Se achar que vale a pena, clique aqui: violência
Vai ver como ela rapidamente alastra.

domingo, 19 de novembro de 2006

Arte Lisboa: Sábio Anónimo


















"Quanto mais se escreve menos se diz"
É a opinião da figura anónima da foto, que se recusou elegantemente a dizer o nome.

Arte Lisboa: a Gangue dos Plocs

No salão de Arte Lisboa de 2006, encontrei personalidades curiosas.
Durante a visita ao pavilhão 4 da Feira Internacional de Lisboa, cruzei-me com a Gangue dos Plocs.
Conversei um pouco com eles.
Disseram-me que são de Marte e que vieram à exposição lisboeta, para conhecer o que era a arte.
Apresentaram-se conforme os costumes do seu planeta, ou seja, falaram todos ao mesmo tempo. Não entendi o nome de nenhum, a não ser o de Xapetex Ziliok, líder do grupo (à direita, na frente).
Xapetex explicou-me que, ao procederem a análise de um satélite da Nasa, durante uma viagem interplanetária, descobriram que na Terra havia um conceito que lhes era absolutamente desconhecido: a arte.
Assim, de imediato viajaram ao nosso planeta, com o intuito de questionar o seu contacto na terra, Fox Mulder.
Mulder ficou sabendo da existência dos ploquenses durante uma investigação que estava a desenvolver em Roswell. Estava lá acampado e deu de caras com a moçada da foto.
Xapetex conta que ao verem Mulder fingiram que se tratava de um desfile de carnaval. Porém, ao se darem conta de que estavam no deserto, rapidamente explicaram de onde vinham, em troca de informações e de imagens que pudessem levar para Marte, com a finalidade de mostrar que ainda havia vida na Terra, apesar dos humanos. Mulder, na ocasião, pediu autorização para tirar umas fotos que valessem a sua permanência no FBI, pois o agente enfrentava uma grave crise no gabinete, sendo apelidado de lunático.
Só que, claro, Mulder mostrou as fotos não só para o FBI como para todo o mundo, fazendo dos alienígenas figuras mediáticas.
Os ploquenses optaram, então, por sair do anonimato, sendo actualmente Mulder quem gere as idas e vindas dos mesmos ao nosso planeta.

Miradouro da Graça















Ele parece querer convidar as pessoas a se sentarem nas mesinhas...
Só que o pessoal gosta mesmo é de ficar vendo a vista, avassaladora:

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

A realidade não é o que parece

Pintada na Rua Damasceno Monteiro, em Lisboa. Uma espécie de legenda de um miradouro que tem uma vista extraordinária, na imagem apenas parcial, sobre a cidade.

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Pandora

www.pandora.com
Estou verdadeiramente apaixonado por este site, cheio de virtualidades.
Parece um sonho realizado ter uma rádio que só toca aquilo que se gosta de ouvir. E que vai apresentando novidades atrás de novidades.
O DJ é realmente melhor do que muitos que estão trabalhando nas rádios.
Pessoalmente, nunca ouvi uma rádio que a partir de um simples pedido de "Steve Vai", me apresente (apresente mesmo, que privilégio! não conhecia!) uma sequência de "Racer X", "Iced Earth" e "By the end of tonight". E ainda tocou os para mim conhecidos Marty Friedman, Jason Becker e Jeff Beck - todos com um repertório de músicas que eu nunca tinha ouvido.
Outra grande vantagem: se o DJ toca uma coisa que não se goste muito, é só dizer: não gosto disso, jogue para a gaveta! E ele se desfaz daquilo para sempre! Assim como o Mário Soares fez com o Socialismo...
Não sei se é mau ou não para as rádios, mas ao menos que sirva de aviso, para que toquem músicas um pouco mais variadas.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

"Quem nós sabemos"

Ainda não foram apanhados todos os canibais.
Um deles demitiu-se ontem para poder congeminar mais à vontade a partir de onde ele prefere: o reino das sombras. Algo assim como um Lord Voldemort nas sagas do Harry Potter.
A comparação pode não ser exagerada. De facto, falar o nome do homem que ontem "caiu" pode assustar tanto como pronunciar o nome de Voldemort na comunidade de magos da ficção de J.K. Rowling. Em tal comunidade, o nome de Voldemort, o mais cruel, maldoso e poderoso de todos os magos, não se pronuncia. Todos falam no "quem nós sabemos".
Ontem, o "quem nós sabemos" saiu, depois de a Administração Bush ter recebido um sinal muito negativo do seu povo - que elegeram para o Senado e o Congresso os "Democratas", deixando de lado os "Republicanos" (os nomes fantasia são óptimos). O povo do mundo já tinha dado este sinal. Os povos do Iraque e do Afeganistão construiram sinais gigantescos, com cemitérios.
É interessante que às vezes parece mesmo que vivemos uma ficção. Ou um filme futurista, daqueles bem trágicos, onde os maus estão caracterizados de uma maneira quase infantil. Os maus são mesmo maus e só fazem maldades.
Se víssemos um filme assim no cinema, dizíamos "sim, sim, Guantanamo..., como se fosse possível num mundo civilizado, está um pouco exagerado...".
Poderia até estar figurado entre as coisas que o lado negro faz no "Star Wars" ou no "Senhor dos Anéis".
Só que não é ficção. É a realidade.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Sacrifícios que valem a pena

Eh pá, mas que grande crise que anda por aí!
Não há dinheiro para nada.
Temos de poupar e fazer sacrifícios!
E faz todo o sentido, sem dúvida. Cada vez faz mais sentido poupar.
Olha, até vou poupar nas letras do meu blog, porque é em poupar e se sacrificar que está o GANHO.
Até estou pensando em abdicar dos meus direitos a uma pensão futura, porque de facto não há condições, estamos passando por uma grande crise e já não há mais dinheiro.
Além de tudo, acho que é fundamental a solidariedade. E é por ser uma pessoa solidária que penso que devíamos fazer um esforço, pagar uma percentagem maior de impostos e ganhar um ordenado mais baixo.
Sobretudo, temos que ter noção de que se não fizermos um grande esforço, os bancos não baterão mais recordes de lucros, ano após ano.
O que seria de Portugal sem estes bancos, que tanta riqueza geram para o país? E que cuidam melhor do dinheiro do que todos nós?
O estado social está em crise, não há mais nada a fazer, não vale a pena esta conversa de redistribuição de riqueza. O que julgam vocês? Não pensem que 1300 milhões de euros se guardam em qualquer vão de escada. Só o BCP, BES e BPI tem capacidade de ser depositários de tamanha quantia. Imaginem toda esta dinheirama espalhada? A confusão que não ia ser?
E todos dizem que os bancos tem muito dinheiro, mas os lucros da banca subiram 30 por cento no ano passado. Podia ter sido muito mais, se tivessemos nos mobilizado como fizemos com a selecção. Devíamos até entregar em suas mãos credíveis a própria Segurança Social. Assim, iam ter lucros arrebatadores e todos poderíamos gritar bem alto, com orgulho na voz e lágrimas nos olhos: Viva Portugal!
Deixemos os bancos em paz, com os seus lucros que servem para nos encher a todos de orgulho pela sua magnífica prestação económica.
Digam lá que não vale a pena sabermos que temos bancos tão ricos, que cuidam do dinheiro do país, salvaguardando-o do risco de uma dispersão sem precedentes. Assim conhecemos a meia dúzia de pessoas que guardam os nossos recursos e até podemos cumprimentá-las.
Atenção! Sem abusos, nada de pedir um café ou assim.
Obrigado banqueiros.
Guardem o dinheiro que nos faz falta.

Tirei o banqueiro alegre ali de cima do site http://pt.indymedia.org/ler.php?numero=97699&cidade=1

Terra e mar

Aqui está a rocha que resiste infinitamente na incessante rebentação marítima. Eis a pedra que teve a ousadia de se desprender do conforto da terra e resolveu desafiar todo o interminável mar.
Adiante 3 pequenas pedras flutuam na água - batedores em propriedade agreste, do exército de solo que as antecede.
E o que dizer da linha branca, que representa a força da água? Como se vê no canto inferior direito da imagem, o esforço colossal e ininterrupto da substância líquida já começa a ser premiado, inflitrando-se a mesma em territórios terráqueos (ou terrenos?). Parece que até podemos ouvir a água, no seu marejar, transmitir de maneira insultuosa à enorme rocha dianteira que, se pretende impedir o progresso aquático, o seu trabalho é insuficiente e inoperante.
Todas estas atracções ficam na Nazaré, ao lado do Farol.

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Revolução!

Chegou a revolução antiqueda
Dercos Aminexil SP 94
É o anúncio que consta na página 17 do Público de hoje.
Na mesma página, a paredes meias, é publicada uma entrevista a Tarso Genro, importante figura do Partido dos Trabalhadores. Tarso fala sobre a candidatura (e já agora, reeleição) de Lula à Presidência do Brasil.
Ora, tal anúncio encerra em si um bom lema de campanha.
Se bem que aquela parte do "SP" poderia se relacionar com o Estado de São Paulo, que muito penalizou Lula no primeiro turno frente ao direitista Geraldo Alckmin.

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

O que é o real?

Duas perspectivas de uma mesma realidade.









Todos somos matéria e sombra.
Aconselho a leitura desta frase com um ar sério e cavernoso. Poderá ter hipótese de servir de mote a um programa "Prós e Contras" da RTP.










A placa em questão, que sinaliza os Correios, fica em Óbidos, na Praça de Santa Maria.
As duas fotos foram tiradas no mesmo minuto, em algum dia de Agosto de 2006.

Nova galáxia

Estava em Santiago de Compostela, na Casa das Crechas.
A música celta emanava e enchia todo o espaço do bar. Aproveitei o ensejo para tirar a foto desta estrela que pousava sobre a mesa.
Foi muito interessante o meu relacionamento com esta cerveja.
O primeiro momento foi de grande cepticismo: deixa-me eu provar esta cerveja que bebem aqui... De certeza que não é melhor que a Super Bock...
Depois veio um momento de surpresa, pois gostei muito e passei a considerar a comparação muito difícil, optando eu pela politicamente correcta, mas não inverdadeira, expressão "são as 2 muito boas, mas diferentes".
Seguiu-se uma fase de extrema exaltação, de enorme prazer, inatingível com outra qualquer bebida, que se traduzia em chegar no balcão e pedir "uma estrela"!
O regresso a Portugal trouxe a saudade, que só foi atenuada quando a vi no "Avante" e pude ter um momento de nostalgia com a estrela em versão enlatada.
Mas a estrela, como tudo, não chega a ser perfeita. O dia de suprema perfeição chegará quando em seu rótulo estiver o seu nome escrito na sua identidade própria, em galego reintegrado. Aí teremos uma Estrela Galiza cheia de orgulho de si, onde conteúdo e forma irão ser tão entusiasmantes que todos giraremos à volta da única estrela capaz de substituir o Sol e de criar uma nova lógica na nossa galáxia.

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

A trompetaria rapaziana

Sei que este rapaz que ri lá do alto, perante a nossa tentativa de mirar-lhe os olhos sem cruzar a nossa vista com o Sol, fica no topo de um pequeno teatro localizado no "Sítio" na Nazaré. Não me lembro o nome do teatro e não sei o nome do rapaz, mas quem souber alguma das denominações deixe um comentário "em anexo".
Apetece perguntar ao moço: ainda te ris com as chuvadas que andam a cair por estes dias?
Ainda pergunto mais: isso é um sorriso mesmo ou é um esgar apavorado, motivado pelas cornetas que tocam em uníssono, mesmo ao lado dos teus ouvidos, numa infinita sinfonia de uma nota só?
Em Agosto gargalhavas enquanto eu me desviava da multidão que, literalmente, cobria a Nazaré.
O assador daquele polvo fantástico bem dizia, enquanto comíamos depressa para dar lugar ao próximo: "a Nazaré no inverno é o paraíso". Soaria engraçado se fosse: "A Nazaré no inverno é um inferno".
Sinceramente, não sei se os emigrantes luso-franceses optam de livre vontade por visitar o inferno no verão.
Eu? O que eu estava fazendo lá? Ora, eu cai lá meio acidentalmente, mas, confesso, fiz um esforço e consegui (mesmo, é verdade!) aproveitar ao máximo.
No entanto, não comi, ainda, o famoso carapau seco. Salvo o devido respeito, como se come aquilo?

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Assumir

De repente, depois de algum tempo, parece que as coisas começaram a voltar ao lugar.
Que bom.
Assumir de novo o rumo da vida.
Bem, que frase tão optimista - já fazia falta.

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Desafios

A vida é duríssima, mas felizmente cheia de desafios.
E esta semana comecei um enorme desafio.
Aliás, isto é que tem justificado (arranjo sempre umas desculpas para não escrever, apesar de gostar tanto de o fazer) a falta de escrita deste blog.

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Duríssima

"A vida é dura, não é?
Pode explicar-me porque a vida é tão dura?"
Dona Fátima, hoje

3 anos!

Deixei passar ao lado, sem qualquer festejo, o dia 8 de Setembro.
Mas o que é o 8 de Setembro?
É uma data importante para mim, pois é a data de comemoração do terceiro ano do meu blog, fundado em 8 de Setembro de 2003.
Parabéns Aldeia!

sábado, 16 de setembro de 2006

Nossa América

O futebol é uma alienação.
É sim.
Não tenho dúvidas.
Mas eu não podia descansar enquanto não compusesse o post anterior.
E este negócio de que "futebol é alienação" é bom de dizer enquanto não se ganha a América toda de uma assentada. Enquanto não somos proprietários de um continente inteiro.
Agora sou dono de Galápagos, Patagónia, Chiloe, Malvinas, Machu Pichu, Santiago do Chile, as missões, Amazónia... tudo! É, sem exagero. Basta eu andar com o bonézinho do Inter e tenho todas as portas abertas.
O Internacional passou a controlar tudo. Porto Alegre é a capital de um império de dimensão continental.
No entanto, decidimos não fechar as fronteiras... E não pretendemos ser hostis.
Somos pacíficos e respeitadores das culturas locais.
Porém, há algo que não se pode abdicar, algo que tem de se respeitar.
Algo inegável e que ninguém tem capacidade de discordar:
A América é vermelha!!!!
Elevar a bandeira do Inter no alto!

Lá, bem em cima!

Viva o Internacional de Porto Alegre! O campeão da América do Sul! O campeão da Libertadores da América!

A América é vermelha - cor do colorado!

Celeiro de Ases (Nélson Silva)
Glória do desporto nacional
Oh, Internacional
Que eu vivo a exaltar
Leva às plagas distantes
Feitos relevantes, vives a brilhar
Correm os anos, surge o amanhã
Radioso de luz, varonil
Segue tua senda de vitórias
Colorado das glórias, orgulho do Brasil
É teu passado alvirubro
Motivo de festas em nossos corações
O teu presente diz tudo
Trazendo à torcida alegres emoções
Colorado de ases celeiro
Teus astros cintilam num céu sempre azul
Vibra o Brasil inteiro
Com o clube do povo do Rio Grande do Sul

Os heróis da final:
Clemer; Índio, Bolívar e Fabiano Eller; Ceará, Edinho, Tinga, Alex (Michel, 33' 2ºt)) e Jorge Wagner; Rafael Sobis(Ediglê, 33' 2ºt) e Fernandão.

Atenção: as fotos e desenhos são tirados do site dos campeões e do www.clicrbs.com.br

Refrão

Liberdade para dentro da cabeça!
Diz o refrão da música.

Não está!

Escrever umas bobagens na internet é tão bom.
Às vezes, como agora, é só o que dá vontade. Escrever umas linhas que findam em si mesmas. Transmitir meia dúzia de palavras despretensiosas, por consideração a um blog que parecia estar parado no tempo.
Mas que não está.

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Oxigénio

Minhas mãos andam afastadas do teclado, mas a minha alma está irrequieta.
Saio das profundezas do trabalho por um instante, venho à superfície por um pequenino momento, respiro, e de imediato regresso para a envolvência das tarefas, alimentando-me do plâncton peticional incessante.

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Aquecer!

É sempre preciso SOL para desemperrar algumas situações que não descongelam.
Por isso vou encher meu blog com esta estrela.
Toca a aquecer!

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

No topo da América

No clicrbs
16/08/2006 23h59min
Colorado é o campeão da Libertadores da América
Time de Abel empatou com o São Paulo em 2 a 2 no Beira-Rio
O Inter empatou com o São Paulo em 2 a 2 na noite desta quarta e sagrou-se campeão da Copa Libertadores da América 2006 diante de mais de 55 mil colorados que foram ao Beira-Rio. O capitão Fernandão e o motorzinho Tinga marcaram os gols do Colorado. Fabão e Lenílson descontaram.
Mesmo com a vantagem conquistada depois da boa atuação e da vitória em São Paulo, o discurso antes de a bola rolar era único: manter os pés no chão. Afinal, o adversário viria cheio de determinação para defender o título que conquistou no ano passado. Então, quando a bola rolou...
As duas equipes criaram boas chances desde o início. Foram à frente com qualidade, deixando o grito de gol engasgado na garganta por diversas oportunidades.
Fernandão ensaiou a explosão colorada aos 14 minutos, após receber lançamento de Jorge Wagner na intermediária e escapar da marcação, mas a bola correu demais e Ceni fez a defesa. Mas a festa em vermelho e branco começaria 15 minutos depois. E, de novo, com Fernandão.
Jorge Wagner alçou a bola da direita e Ceni falhou dando rebote. A bola pingou na área e o capitão Fernandão escorou para o fundo das redes. O que era bom – jogar pelo empate – estava ficando muito melhor com uma vitória.
Mas Fabão resolveu jogar um balde de água fria nos ânimos da torcida logo no início da segunda etapa. Aos seis minutos, o zagueiro recebeu no lado direito da área e chutou cruzado, de perna direita: 1 a 1. Na soma dos dois placares, o Inter vencia por 3 a 2 e ainda levantava a taça. Porém, se sofresse mais um gol, teria de agüentar a prorrogação.
Tinga, então, fez a nação colorada ficar muito mais confiante de novo. Ceará chutou, Ceni defendeu, Fernandão pegou o rebote e passou para o motorzinho, que só escorou e correu para o abraço. De tão empolgado, Tinga levantou a camisa na comemoração com os companheiros. Acabou expulso pelo árbitro Horácio Elizondo, que comandou a final da Copa do Mundo da Alemanha. Isso tudo aos 19 minutos.
Com 10 homens em campo, o Inter precisou de toda a valentia de seus atletas para segurar a pressão do campeão do mundo. E foi tanta pressão, que quase estragou a festa dos donos da casa. Clemer falhou aos 39 minutos, mas Lenílson não. Depois da bola levantada na área, o arqueiro colorado acabou soltando e o são-paulino mandou para o fundo das redes: 2 a 2.
Esperançoso, o tricolor paulista pressionava por todos os lados, cavando escanteios e alçando bolas na área. E o Inter se defendia bravamente, só esperando o apito final. E quando ele finalmente foi ouvido, a festa tomou conta do Beira-Rio. Em 97 anos de história, o Colorado conquistava a América pela primeira vez, e de uma forma tão louvável.
A torcida permaneceu no estádio, comemorando, enquanto Fernandão erguia todos os troféus, cercado por todos os atletas, comissão técnica e dirigentes colorados. Depois, veio a volta olímpica.
Que campeão do mundo, que nada! Que venha o Barcelona, no Japão!
Mariane Hahn
mariane.hahn@rbsonline.com.br

quinta-feira, 10 de agosto de 2006

Alminhas miseráveis

"Não há volta sem revolta"
Diz uma "pintada" na Rua São Pedro de Alcântara, em Lisboa.
Um dia, as pessoas vão acordar e vai-se acabar a pouca vergonha destas alminhas miseráveis que nos andam explorando a todos.
Estamos mesmo sustentando umas brutas vidas!
Temos que apertar o cinto, mas os banqueiros continuam tendo lucros extraordinários, batendo recordes atrás de recordes!
Pudera, convencem-nos de que se necessita apertar o cinto, fomentam o desemprego e o pobre trabalhador assalariado trabalha a qualquer preço.
E nós claro, ao invés de mandarmos isto tudo para o espaço, temos de ir tentando ajeitar a nossa vida do jeito que dá, neste sistema completamente viciado e imerso em corrupção e exploração.
Triste ilusão a dos que pensam que isto vai ao lugar em breve, e assim, connosco em casa, na frente da televisão.
Maior ilusão a dos que pensam que os governantes que conseguem chegar ao poder querem mudar o sistema que lhes faz sobreviver.

terça-feira, 8 de agosto de 2006

Os palrantes

Era quieto.
Às vezes, nos seus momentos de quietude, todos pressentiam que cerrava os lábios para ser conciliador.
Era verdade.
Naquele dia de sol, porém, ele já não estava disposto a isto. Não queria mais consenso algum para qualquer assunto. Não queria mais ser desrespeitado, não queria mais fazer favores para receber em troca os pés que o pisavam como recompensa.
Não queria mais ter de fazer tudo e ter como retribuição envelopes onde deveria enfiar as justificações por tudo o que fazia e por todos os tornados que colhia no sopé da montanha de cinzas. Onde haviam colocado as borboletas prometidas?
Acordou de repente e pensou nisso durante a nova caçada.
Discutia-se o motivo pelo qual o vento escapava das redes, a razão para o facto de das cinzas não brotarem flores. Procurava-se uma resposta. Pensava-se numa estratégia. Era a centésima primeira discussão em torno de tão importante tema. Tomavam-se sempre decisões de variadas medidas que não iriam se implementar até ao dia da próxima deliberação e definição de novas estratégias.

"Temos de tomar decisões para implementar as medidas!", "Iremos executá-las com brevidade, mas aguardamos a entrada em funções da Comissão de Implementação, que está a ser constituída", disse um orador inflamado. Todos, ou quase todos, bateram palmas.
Então ele se levantou no meio do discurso inócuo de mais um palrante e tirou a estrela brilhante do seu bolso.
A surpresa foi tripla.
Não sabiam que ele era astronauta.
Não entendiam como ele conseguia voar.
Não conheciam aquela estrela, tão iluminada.
Ele também confessava-se a si mesmo que não tinha ciência para tanto, mas ia empreender à mesma aquela viagem.

The Answer Lies Within

Look around,
Where do you belong
Don't be afraid,
You are not the only one
Don't let the day go by,
Don't let it end
Don't let a day go by in doubt,
The answer lies within
Life is short, so learn from your mistakes
And stand behind, the choices that you made
Face each day with both eyes open wide
And try to give, don't keep it all inside
Don't let the day go by
Don't let it end
Don't let a day go by, in doubt,
The answer lies within
You've got the future on your side
You've gonna be fine now
I know whatever you decide
You are gonna shine!
Don't let the day go by
Don't let it end
Don't let a day go by, in doubt
You re ready to begin
Don't let a day do by in doubt
The answer lies within

Música: Dream Theater
Letra: John Petrucci

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

"Compostela sem estudantes é como um jardim sem flores."
Outra frase que ouvi na Galiza.
Como estamos no verão, os estudantes estão de férias em suas casas, deixando a cidade entregue à turistada.
A propósito: estarei eu incluído neste "turistada"?
"Os selos do Rei tem de ser colocados de cabeça para baixo."
Disseram-me na Galiza.
"Compostela é tranquila. Nem sequer tem página policial no jornal."
Disse-me um curitibano que trabalha no Café Pepe em Compostela.

O Jogador II

Fiquei impressionado ao ver que na Wikipedia constam resumos de livros, entre os quais, o que serve de título a este post.
Mas fiquei ainda mais impressionado com esta informação brilhante que consta antes do resumo: AVISO: Este artigo ou seção contém revelações sobre o enredo (spoilers).
E como é conveniente este aviso!
Em verdade, deixei a meio a minha leitura de "O Processo", de Kafka, por ter, inadvertidamente, lido a sua contracapa, que me traiu de maneira dramática, relatando o final da trama!
Ainda tentei reatar a leitura, posteriormente.
Tanta maldade, no entanto, deixou marcas. Nunca consegui terminar o livro.
Ou melhor: terminei-o antes de começar...

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

O Jogador

Em Santiago, Fiodor Dostoyevsky relatou-me que "O homem é, por natureza, um déspota. Gosta de fazer sofrer."
Tal frase está escrita no seu livro "O Jogador".
Confesso que não sei como li tão depressa o livro e como o senti tão próximo. Gostei muitíssimo. Acho que é dos mais pessimistas que já li. Mas é também dos mais envolventes!
Incrivel a maneira como a obra pegou em mim, subjugando-me e impondo-se em TODOS os momentos mortos da minha curta viagem.

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Santiago

E este postzinho aqui já é feito a partir de uma zona onde a língua galega é um pouco menos desrespeitada.
Santiago de Compostela.
Viva!
Finalmente conheço este lindíssima cidade.

segunda-feira, 24 de julho de 2006

Galiza

Estou postando no "Celtanet" em Ferrol, na Galiza.
Vim passar 9 dias das minhas férias nesta linda naçao.
Esta é a razao dos poucos ou nenhuns posts dos próximos dias.
Aqui há muito para se ver.
Bom, vou indo, e tenho mesmo de ir, porque o barco Ferrol-Mugardos sai daqui a poucos minutos e se nao o apanho tenho de esperar mais uma hora.
Até logo, Lisboa, porque estou aqui na origem do galego-portugues.
Aliás, até ao presente momento nao precisei do castelhano para nada.

quinta-feira, 20 de julho de 2006

Contestação

Cá estou eu.
Fim de mais um dia de trabalho sem conseguir escrever muito. Mas tento batalhar pelas palavras do blog.
A inflação de escrita do dia 18 de Julho não deixou muita margem para os seguintes dias.
Nem sequer deu margem para postar umas fotos nos posts, estando agora a anexação das imagens tão extemporânea como uma contestação que não entrou dentro do prazo.
Ui, a cabeça de quinta-feira ainda não consegue se abstrair do trabalho.

terça-feira, 18 de julho de 2006

Racional 1.00

Cumpre dormir para produzir amanhã.
Produzir produção.
Não estas tolices com as quais encho e consolido uma página na internet.
De que serve afinal esta transferência cabeça – mãos – teclado – computador – rede?
De que vale?
Vou dormir, são 1.00.

Poema ao calhas

Cuando volvemos las fugaces horas
Del pasado a evocar,
Temblando brilla en sus pestañas negras
Una lágrima pronta a resbalar

Y al fin resbala y cae como gota
De rocío, al pensar
Que, cual hoy por ayer, por hoy mañana,
Volveremos los dos a suspirar

Gustavo Adolfo Bécquer – Rimas

7 cidades

São 7 cidades as da Galiza
Estarei lá na próxima semana.
Compostela, Corunha, Vigo, Lugo, Pontevedra, Ourense e Ferrol.

As quatro estações

Há tempos que pais e filhos não fazem um feedback song for a dying friend.
Repare que quando o sol bater na janela do teu quarto a luz reflecte na porta da vizinha da frente.
É, eu era um lobisomem juvenil em 1965, mesmo perto daquelas duas tribos.
E lembro que subi o Monte Castelo, cantando com o Maurício e muitos meninos e meninas, antes de acabarmos de percorrer o caminho das sete cidades.
Se fiquei esperando o meu amor passar?
Acho que sim.

Amnésia

É interessante a batalha verbal que tem se verificado entre os intelectuais defensores da copa e os que abominam a copa. Copa, para os mais distraídos (ou mais intelectuais) significa campeonato do mundo de futebol.
Rios de tinta e de megabytes tem alimentado artigos e artigos relacionados com o tema, como este que escrevo (também não consegui fugir).
E uns dizem que a copa faz mal ao cérebro, outros que a copa faz bem.
Olha escreveu-se tanta coisa que eu até já me perdi e me esqueci o que ia dizer.
Em conclusão, digo o seguinte: fazendo mal, fazendo bem, copa é copa.
Uma espécie de carnaval do intelecto, feriado, fim-de-semana. Um momento para descansarmos da pressão do dia-a-dia e dos assuntos sérios.
Aliás, pelo contrário, é o momento de despejar as emoções, onde uns chutes na bola se tornam questões super relevantes.
E, no fim, se corre mal, confesso que para mim é um alívio pensar que todo aquele sofrimento se deveu a um mísero jogo de futebol e que nada de muito grave aconteceu.

Israel II

Israel fez mal a programação.
Devia ter atacado o Líbano durante a Copa do Mundo.
A ser assim, não íamos ter tomado conhecimento de nada, ou iríamos relacionar o confronto de guerra com um jogo sem muito fair-play e com muitas expulsões.
E, quando víssemos Simon Perez (Prémio Nobel da Paz – sim, é verdade) clamando o poder dos canhões, íamos comparar o episódio à cabeçada de Zidane e iríamos nos perguntar se Perez alguma vez poderia ter sido considerado o melhor jogador do torneio.
p.s. sei que o gosto do post é discutível, mas é assim mesmo.
Aliás, Israel não parou de matar durante o mundial, não tenhamos dúvidas, nem a guerra parou no Iraque, nem os ricos deixaram de roubar os pobres.
Onde andávamos nós na Copa?

Isto está para durar!

No Destak de 17-07-2006:
Milhares de portugueses ignoram os riscos do calor
Temperaturas demasiado altas não demovem portugueses que invadiram as praias de norte a sul do país. Riscos associados aos raios ultravioletas continuam a ser altamente ignorados pelos milhares que não usam protectores nem óculos de sol.
Foi incrível o que aconteceu.
Receberam-se imensas queixas dos riscos associados, por continuarem a ser altamente ignorados. Pior são os raios ultravioleta, que estão numa situação um tanto melindrosa, uma vez que tendo tantos riscos associados, não conseguem justificar a estes, o facto de milhares não usarem protectores ou óculos de sol. Uma situação difícil de gerir, pois os riscos pagam uma taxa de associação ao raios ultravioletas e, sem dúvida, um dos direitos que tem é exactamente o de serem conhecidos pelos milhares de portugueses.
E os portugueses invadiram mesmo as praias entricheirando-se na costa. As altas temperaturas até os tem fustigado, utilizando uma técnica desenvolvida recentemente, à revelia do Protocolo de Kyoto, que afecta especialmente a pele das pessoas, uma espécie de napalm subtil. Porém, os portugueses não arredam pé, resistindo estoicamente nas praias, apesar das crescentes hostilidades das temperaturas.
“Isso está para durar, daqui ninguém nos tira!”, revelou um dos líderes da Resistência Lagosta, um dos batalhões de elite envolvidos no combate.

Uma secretária

O sócio tomou o copo d’água e deixou o mesmo em cima da mesa, ao lado do outro, que já estava vazio há mais tempo.
Calhou da Webcam, que estava colocada ao lado do Garfield com luvas de boxe, filmar tão romântica cena.
Os copos vazios se tocando na tarde de calor, em cima da mesa que na verdade é uma secretária de 2 andares.
Ainda que de cabeça para baixo, o postal do Gabriel Moura sussurrou para o carimbo que aquela maneira de estar não era a mais correcta, ainda por cima quando se está ao pé de uma disquete, de um agrafador verde, de uma lapiseira preta, de um pisa-papéis 2006, de um furador vermelho e de um calendário “Rama”.
Para além disso, não pareceu bem a cena para o telefone branco e para os 6 blocos de recibos, que gritaram histéricos, para que os post-its verde e amarelo, que estavam colados no monitor, reparassem no acontecido e memorizassem-no.

Saiu assim

Uma noite de tinteiros de plumas permitiram ao teclado se imiscuir na câmara oculta do Xerife de Xavier City.

Israel

Não estou com a cabeça muito virada para escrever aqui sobre a guerra, mas não quero deixar de fazer referência ao facto de Israel estar pintando e bordando com o mundo, destruindo o Libano e matando pessoas, provavelmente com a anuência dos Estados Unidos.
A ONU finge que faz algo, mas não faz.
A população libanesa morre.
As bombas israelitas voam.
Falando em bombas, é engraçado ver que os ensaios balísticos da Coreia do Norte são condenados pelos Estados Unidos, mas as vias de facto a que chegou Israel são compreendidos pelos mesmos norte-americanos.

Nova Cara

Quase 3 anos, 500 posts e mais de 5000 entradas (contabilizadas) depois, a Aldeia Blogal recebeu uma nova cara, (ou template, para utilizar a terminologia blogger).
A consequência é essa que vemos aqui à volta, esta clarificação e transparência. Ironia, indirecta?
Acho, sinceramente, que o blog ficou melhor, mais bonito, mais amplo e mais arejado.
Quem achar que não está mais bonito, sugiro que me escreva.
É engraçado confrontar o presente post com o "tudo pode ter um novo começo (...)", datado de 11 de Julho de 2004.
A grande coincidência é que a anterior mudança também foi juliana.
Interessante...

sábado, 15 de julho de 2006

Diários da Bósnia

Vi este óptimo documentário no DocLisboa de 2005:
Diários da Bósnia
Título original: Diários da Bósnia
De: Joaquim Sapinho
Género: Doc
POR, 2005, Cores, 82 min.
No cinecartaz, do Público, definem este documentário assim:
"Diários da Bósnia" é o relato das memórias de duas viagens que o realizador Joaquim Sapinho realizou, em 1996 e 1998, para acompanhar o conflito que opunha sérvios e muçulmanos. Em 1996 assistiu ao final da guerra e dois anos depois testemunhou o momento em que foram assinados os acordos de Dayton. É um testemunho das suas memórias de guerra, de morte e de destruição, e das dificuldades de sobrevivência daqueles que "não sabiam como voltar para casa".

quarta-feira, 12 de julho de 2006

Voltando ao mundo real

Aos poucos, temos que meter a copa na bagagem e voltar à vida real.

Franqueza

Certeza que tenho é que o Brasil mais organizado e menos arrogante tinha limpado esta copa com facilidade, pois era claramente superior em jogadores.
Claramente, me desculpem a franqueza.

Itália

O diabo escolheu.
Escolheu bem.

Do Zéu a Terra

Sei que agora todos dizem mal do homem.
Mas como podem não dizer?
Porque Zidane acabar a tua carreira numa cabeçada?
Não és nenhum novato! Era o teu último jogo!
E já agora, porque FIFA premiar como melhor jogador um jogador que foi indisciplinado? Incompreensível.

sábado, 8 de julho de 2006

2010

Último sonho, antes de acordar.
O Ronaldo correndo linha de fundo afora.
Entra na pequena área, finta o goleiro e fica com a goleira deserta.
Não chutou logo a bola para dentro do gol, mas sim levou-a mais adiante, correndo paralelamente à goleira.
Chegando quase ao fim da mesma, resolveu marcar o gol, desviando a bola para dentro.
Bola esta que embateu no poste, criando um momento de incerteza, mas entrou a repique, ultrapassando apenas uns 5 centímetros a linha de gol, ficando parada nesta posição.
E foi um alívio vê-la dentro da goleira. Não lembro de ter festejado.
Mas quando acordei lembrei que hoje joga-se a decisão dos terceiros e quartos, que amanhã joga-se a final e que mais copa para o Brasil só em 2010.
Sem Ronaldo.

Agora?

"Ai Luís de Camões, agora a maior parte deles são uns cabrões!"
A bengala apontada para o céu e a frase gritada com toda a força e angústia.
Repetiu-a incessantemente a senhora, com o mesmo gesto, ao fim da tarde de ontem, no Largo da Trindade.

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Na ponta da área

Achei muito interessante um e-mail que denuncia que o Roberto Carlos estava negligenciando a marcação do Thierry Henry, no jogo com o Brasil. Esta negligência resultou no gol da França e contribuiu para o nosso afastamento da copa.
O e-mail está circulando o mundo, todos o conhecem.
Sei que andam chamando nomes feios ao rapaz, que foi pouco diligente com o trabalho que estava incumbido de fazer. É sem dúvida um mau momento da sua carreira, que espero que não seja marcante.
Fiquei um pouco preocupado confesso.
É que precisamos meter a cara para fora da janela!
Existe uma quantidade tão grande de coisas que se devem denunciar!
Claro que o Roberto Carlos devia ter mais cuidado com a nossa defesa (e até com a sua reputação). Vamos mostrar sim, para denunciar o que se fez de errado, numa perspectiva de mudança, pedagogia e recuperação - ou, em casos mais extremos, de afastamento - de quem errou.
No entanto, já que estamos numa fase de denúncias, está na hora de comprarmos os jornais, nos informarmos pela net e denunciarmos o terrorismo norte americano no Iraque e no mundo, a corrupção dos países e nos governos, os lucros intermináveis das empresas, a crescente exploração dos trabalhadores, a violência contra as mulheres, a discriminação de todo o tipo, implícita num conjunto vasto de anúncios que vemos todos os dias na TV e na via pública. E estes são apenas alguns exemplos, que não esgotam todos os problemas do mundo.
É bom que mostremos que o Roberto Carlos agiu errado.
Mas então temos de denunciar as infinitamente mais graves incongruências e incoerências deste mundo doente.
E, já agora, pensarmos na quantidade de vezes que não fizemos a marcação ao Thierry Henry e tomamos um gol, enquanto pensavamos na vida e descansavamos na ponta da área.
É proibida a estrada a pessoas entranhas ao serviço.

Gordo, mas goleador


Na verdade, parece que o Brasil só foi à copa por causa do Ronaldo, que agora tem um nome carinhoso (sério mesmo, sem ironia a história do "carinhoso", pelo menos para mim) de "gordo".
A ideia que dá é que só viajamos à Alemanha para o Ronaldo poder bater o recorde de gols nas copas.
Obrigado Ronaldo. Tu sim te superaste, como sempre.

A FRANÇA e o brasil

Pois falando nas molecadas do Zidane, é interessante pensarmos em alguns pontos de comparação entre este finado Brasil e a França. Claro está, se há como comparar duas equipas tão distintas e incomparáveis.
1) O Brasil foi (falo no passado porque isso vai mudar) claramente pagão e com muitos deusesinhos que faziam trepolias sozinhos e sem organização.
A França foi monoteísta e tudo girava à volta do seu Zinedeus Zidane.
2) O Brasil pensava que bastava meter umas estrelinhas ali correndo em campo e que um milagre iria resolver tudo. Precisavam de muita religião e reza para ganhar.
A França foi arquitecta realista, pragmática e cartesiana. Mesmo contando com Deus (ou pelo menos um profeta) em campo.
3) O Brasil não tinha tática.
A França executou a sua quase na perfeição, à excepção dos primeiros 15 minutos do jogo com o Brasil. Depois foi só controlar.
4) O Brasil nunca seria campeão do mundo, com este time. Ou se fosse campeão, o futebol mundial estaria vivendo uma nova era, de desorganização.
A França pode ainda ser.
5) A França foi eficaz e ganhou 95% das bolas divididas no meio campo.
O Brasil parecia uma cambada de fracalhotes, sem vigor.
6) A França foi a França.
O Brasil foi qualquer coisa que causou estupefacção e estranheza no mundo todo.

Zinedeus Zidane

Portugal afinal não fez história.
Tal como não fez o Brasil, nem a Espanha.
Quem está fazendo história é sim Zinedine Zidane.
Zidane começou a pensar, a partir do quarto jogo da copa do mundo, contra a Espanha, que afinal esse negócio da França ser bicampeã mundial e ele se despedir do futebol como melhor jogador do evento era uma coisa engraçada de se fazer.
Então ele começou a se mostrar, iniciando uma série de molecadas que acabaram numa grande encrenca para os 3 times citados. E parece que se trata mesmo de uma citação, como os tribunais fazem. Chegou até aqui? Então venha se enfrentar com a França, mostre os seus argumentos...
E assim, Zidane esmagou a Espanha, humilhou o meio campo brasileiro e com Portugal marcou o gol da vitória (o que já não é mau).
Cumpre-me parabenizar o craque, ainda que muito a contra gosto, admito.

terça-feira, 4 de julho de 2006

Tá frio, barbaridade!

Mais um e-mail muito engraçado que recebi e que dá informações fidedignas sobre o carácter e forma de estar dos gaúchos.
Vejamos:

AHHH VAI DIZER QUE É EXAGERO TCHÊ!!!

25ºC Bahianos ligam o ar quente. Gaúchos limpam o jardim.

20ºC Sergipanos tremem incontrolavelmente de frio. Gaúchos tomam sol no parque.

15ºC Carros na Paraíba não ligam mais. Gaúchos dirigem com os vidros abaixados.

10ºC Cariocas usam sobretudo, cuecas de lã, luvas e toucas. Gaúchos botam uma camisa de manga comprida.

5ºC Toda a população do Maranhão morre... Gaúchos fecham as janelas de casa.

0ºC Roraima se desintegra. Gaúchos fazem o último churrasco no pátio, antes que esfrie...

-10ºC Amazonenses fogem para o Deserto do Sahara. Gaúchos começam a tirar os casacos quentes do armário.

-200ºC Papai Noel foge do Pólo Norte. Gaúchos ficam frustrados que o carro não liga.

-273ºC Cessa toda a movimentação atômica (zero absoluto) Gaúchos começam a dizer: 'Tá frio, barbaridade!

quinta-feira, 29 de junho de 2006

"Mundial não é sobre jogar bonito, é sobre seguir em frente." Owen Hargreaves - Jogador da Inglaterra

3-0 e eficácia

Fecho só hoje o capítulo Gana.
Sem apelação, a selecção brasileira respondeu às inúmeras investidas ganesas com experiência, objectividade e eficácia, marcando 3 gols. Preocupa-me o nosso time defensivo que não sabe defender muito bem. Mas enfim, apoio o Parreira que vai sempre colhendo vitórias e resultados, enquanto dá a ideia de que vai escorregar a qualquer momento. E o momento não chega, é um facto indesmentível. Pode chegar a hora da desilusão, mas tem dado certo a tática "cínica" do Brasil.
Perdoem-me, mas acho que objectividade, eficácia e pragmatismo são a chave da vitória nas copas, sendo que admito opiniões contrárias, discordantes e até inflamadas.
Mas imaginem: como que estes jogadores vão ter pernas para dar espectáculo depois de um ano inteiro em que foram completamente sugados nos seus times? E tem que sugar mesmo, porque ganham uma quantidade desproporcional de dinheiro. Mas como vão correr?
Então, as selecções que puderem, não devem entrar em grandes correrias, para ter pernas para toda a copa.
Agora, quem puder, dê espectáculo à vontade e faça show.
Seria muito melhor, concordo.

quarta-feira, 28 de junho de 2006

Valorizar a profissão!

Recebi este óptimo e-mail:
Valorizar a profissão através da escolha de um nome pomposo para a mesma.
Sugestões:
- Especialista em Marketing Impresso (boy da xerox)
- Supervisor Geral de Bem-Estar, Higiene e Saúde (faxineiro)
- Oficial Coordenador de Movimentação Noturna (vigia)
- Distribuidor de Recursos Humanos (motorista de ônibus)
- Distribuidor de Recursos Humanos VIP (motorista de taxi)
- Distribuidor Interno de Recursos Humanos (Ascensorista)
- Diretora de Fluxos e Saneamento de Áreas (a tia que limpa banheiro)
- Especialista em Logística de Energia Combustível (frentista)
- Auxiliar de Serviços de Engenharia Civil (peão de obra)
- Segundo Auxiliar de Serviços de Engenharia Civil (servente de pedreiro)
- Especialista em Logística de Documentos (office-boy)
- Especialista Avançado em Logística de Documentos (motoboy)
- Consultor de Assuntos Gerais e Não Específicos (vidente)
- Técnico de Marketing Direcionado (distribuidor de santinho nas esquinas)
- Especialista em Logística de Alimentos (garçom)
- Coordenador de Fluxo de Artigos Esportivos (gandula)
- Distribuidor de Produtos Alternativos de Alta Rotatividade (camelô)
- Técnico Saneador de Vias Públicas (gari)
- Técnico em Redistribuição de Renda (ladrão)

Acabar com a discriminação

CAMPANHA NACIONAL
ACABAR DE VEZ COM A DISCRIMINAÇÃO DE HOMOSSEXUAIS NA DOAÇÃO DE SANGUE
*CAMPANHA NACIONAL*
*Semana de 28 DE JUNHO 2006*
*TODOS/AS AOS BANCOS DE SANGUE! O EMPURRÃO QUE FALTA PARA ACABAR DE VEZ COM A DISCRIMINAÇÃO*
*O Instituto Português do Sangue anunciou há tempos a alteração das regras que há décadas discriminam os dadores homossexuais masculinos* sem outro critério que não o do preconceito. O tempo passa, porém, e o processo arrasta-se, tal como *nada mudou nas práticas do centros de recolha de sangue*.
*Face à lentidão e às contradições do processo de eliminação da discriminação de homossexuais nas regras de doação de sangue, as Panteras Rosa propõem, na semana em que se celebra o 28 de Junho* - Dia Mundial daLibertação LGBT - em quase todo o mundo, *que toda a comunidade LGBT portuguesa e simpatizantes se dirija aos centros de recolha de sangue mais próximos para tentar fazer valer o direito à doação.
*As Panteras Rosa apelam a toda a população Lésbica, Gay, Bissexual,Transsexual e heterossexuais que tenham tido relações com parceir@s LGBT nas várias zonas do país que tentem fazer uma doação, não escondendo no preenchimento do questionário as práticas homossexuais ou práticas com parceiros LGBT; *a) em caso de recusa da doação, solicitando e deixando registo no livro amarelo (de reclamações); b) se recolhido sangue, exigindo uma notificação escrita sobre o destino final do sangue doado; c) e dando em qualquer caso conhecimento da tentativa e do seu resultado ao nosso movimento através do e-mail* panteras.rosas@sapo.pt
Com os dados recolhidos, *pretendemos divulgar informação pública sobre a disparidade e o preconceito das práticas hoje assumidas pelos centros de recolha de sangue a nível nacional face à população LGBT , e pressionar decisivamente o IPS e os responsáveis políticos para a eliminação desta discriminação inaceitável*, que constitui aliás um problema de saúde pública para a população em geral, transmite mensagens de prevenção erradas e prejudica o stock de sangue disponível nos hospitais ao excluir muitos milhares de potenciais dadores.
*Semana de 28 DE JUNHO 2006
TODOS/AS AOS BANCOS DE SANGUE!
O EMPURRÃO QUE FALTA
PARA ACABAR DE VEZ COM A DISCRIMINAÇÃO*

terça-feira, 27 de junho de 2006

SEF - A sua porta para o futuro

Estamos em tempo de Copa é certo.
Mas há que não perder o senso crítico.
A hipocrisia do mês é esta aqui: www.sef.pt. Olhando assim, parece que o ACIME perde em bondade para a polícia que é o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Ver para crer e rir para não chorar.

A verdade é que...

Todo o mundo reza, mas só o Brasil pode ser hexa!

A veia antibrasileira que se mostra necessária

No meu trabalho há um senhor que me disse que sempre torceu contra o Brasil em 2002.
Em 1998 também torceu contra, excepto na final, contra a França, de má memória para nós brasileiros.
Então, obviamente agradeci que torça contra e solicitei que se mantenha secando o nosso time, pois, evidentemente, esta é a melhor maneira de salvaguardar a conquista do hexacampeonato.

Minha veia lusófona

Cabe referir que para manter a minha veia lusófona, torcendo para que Portugal e Brasil se encontrem na semifinal, tenho de ter grande personalidade e capacidade de alheamento.
É que, infelizmente, vejo que há muita gente aqui em Portugal que quer ver o Brasil caindo. Acho que é meio assim como eu quero ver a Argentina se estatelando espatifada no chão.
Certo é que me mantenho abstraído ao facilitismo e à tentação de ripostar fazendo torcida contra Portugal. Resisto! Tal não irei fazer.

Italianada

Se o time do capuccino não tivesse sido escandalosamente beneficiado, talvez a Austrália (que afinal não era um time tão fácil, não é?) tivesse ganho, inundando a Alemanha de cangurus.
Mas os australianos devem ter ficado conformados. Afinal, o mesmo método, o erro, os havia permitido o acesso aos oitavos de final, garantido através de um golo frente à Croácia que, apesar de muito festejado, foi irregular.

Brasil – Japão

Com o time oriental foi o que se viu.
O nosso time reservista reduziu a nada os ilhéus, que até contavam com o Zico, nosso lendário camisa 10.
Valeu este jogo para se provar duas coisas, em minha modesta opinião:
1) Vimos que sem o Ronaldinho Gaúcho não temos meio campo organizado.
2) Que o Parreira sabe o que faz e que o time titular tem até razão de ser, uma vez que a defesa brasileira estava desapoiada na maior parte do tempo.
Parabéns ainda para o nosso artilheiro Ronaldo, que já é o goleador das copas, juntamente (e provisoriamente) com Gerd Muller.
E do meu lado, aquela moça que gritava “troca o Ronaldo, tira o Ronaldo”, acabou o jogo com eufóricos “Ronaldo, Ronaldo”.

Brasil não (en)Gana

Hoje ouvi dizer que Gana quer ganhar do Brasil, nos eliminando da Copa.
Fiquem descansados e não se desenganem os ganeses, pois o Brasil, apesar de respeitar o adversário, não é tarefa fácil. E o nosso objectivo colide com os propósitos do time africano.
De facto, o Brasil pretende (e irá) atingir a sua meta provisória (pois assim manda o calendário), que é atingir os quartos de final.

Raça Lusitana

Portugal arranjou o laranjal, podando os galhos da laranjeira.
As laranjas não tiveram pudor nenhum. Aliás, as que não estavam podres, encontravam-se amargas ou azedas. O jogo foi um festival de anti-jogo holandês e de infantilidades portuguesas.
Porém, mesmo assim, Portugal passou por cima da Holanda, como um cavalo lusitano que espremia as sumarentas frutas enquanto as pisava.

Satisfação – esclarecimentos

1- A Super Bock é a melhor cerveja de Portugal.
2- A Abadia é a melhor cerveja da Super Bock.
3- Sms é traduzido como “torpedo” no Brasil.
4- O senhor Veríssimo não é o Luis Fernando Verissimo. Aliás, vê-se pelo acento no “i”. O senhor Veríssimo é sim o dono de um café ao lado de minha casa.
5- A Ucrânia ganhou o jogo, felizmente.

Satisfação

No balcão, uma garrafa de Super Bock Abadia.
Ao lado o copo, que diz “Super Bock – Sabor Autêntico”.
O sms que mando diz assim: “Meu amor, estou no senhor Veríssimo a ver o fim do Suíça – Ucrânia. Quando chegar em casa te ligo.”
“... e quanto a ganhos e perdas, as pessoas, na roleta e em todas as outras coisas, só têm um objectivo: ganhar ou roubar seja o que for a outrem.”
Fiodor Dostoievsky, in O Jogador

Quinhentinhos

O anterior post foi o 500!

sexta-feira, 23 de junho de 2006

Clustr Map

Na senda da inovação tecnológica que Portugal e Brasil tanto precisam, o meu blog passou a contar com uma sonda que descobre a origem dos seus visitantes.
Podem ver no canto superior da Aldeia Blogal a tal sonda, mapeada.
Além de funcional, a Aldeia fica mais global e elegante, com este novo adereço.

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Interior

Procuro-te muitas vezes, não só nos meus sonhos.
Porém, sempre que te encontro tu foges, para o interior do meu peito, para dentro do meu coração.
E estás tão incrustada no fundo de mim, que a única maneira de eu te encontrar de novo será rasgando o meu peito, ferindo-me por inteiro, remexendo as minhas entranhas. Será que um dia vou poder te dizer as coisas que já te disse e que tu sempre soubeste, porque sempre moraste dentro de mim?
Graciano Willen Barbosa

quarta-feira, 21 de junho de 2006

A 1ª

Esta é a primeira Copa do Mundo do meu blog.
Me dei conta agora.

Mas vai dar é Brasil

Conforme a fórmula jurídica, "a não ser o Brasil, o que não se admite, e que apenas se formula como mera hipótese", penso que há 3 selecções com boas chances de levar o caneco:
A Argentina, a Inglaterra ou a Holanda.

Descaracterização e hexacampeonato

Portugal e Brasil até estão com um percurso parecido na Copa.
De facto, todos dizem muito mal do futebol jogado de ambas as equipes, mas ninguém se pode queixar dos números.
E são os números que ficam, acima de tudo.
Acho que as 2 selecções foram valorizadas acima das suas capacidades. A do Brasil então nem se fala. Por isso é que os jogadores só tem que continuar fazendo o mesmo, caso não dê para mais. Não temos que espantar o mundo com dribles impossíveis e jogadas rococó. O futebol é um jogo onde se fazendo gols se ganham os jogos. Prefiro ver o Brasil jogando mal e ganhando os jogos do que fazendo lances fantásticos e não chegando ao hexa.
Mas, sinceramente, não penso que o hexa seja impossível. Mesmo jogando desta maneira meio descaracterizada, que o Brasil tem mostrado.
Aliás, desde 2002, passei a fazer o pensamento ao contrário. Deixei de pensar em quem o Brasil consegue ganhar. Esqueci o pensamento de se o Brasil é mais forte do que uma outra selecção qualquer. Passei a exercitar o seguinte: Quem é capaz de nos ganhar? Quem tem força para eliminar os canarinhos?
Olhem que é muito mais fácil e traquilizador pensar assim. Nesta copa vejo poucas selecções com capacidade para tal, se o Brasil jogar com disciplina e vontade. A vontade às vezes nos falta e a sobranceria abunda.
Porém, temos jogadores inteligentes e com experiência, que não nos vão deixar ficar mal.

Amarelo é para parar!

Por mais incoerência que o futebol gere dentro do meu coração e cabeça, é inegável a influência absoluta que este desporto exerce em mim.
Por isso aí estou, vivenciando a Copa do Mundo como posso.
Nesta Copa sou verdadeiramente lusófono.
Vivo com intensidade inimaginável os jogos do Brasil, mas também torço para os portugueses e para os angolanos (que se despediram hoje).
De facto, é evidente que quero que o Brasil seja hexacampeão. Mas, não sei se por esta geração de jogadores lusos ser mais ou menos da minha idade (crescemos juntos, mas eles podres de ricos) e a selecção portuguesa ter claramente um carimbo bem brasileiro e gaúcho (com Deco e Felipão), tenho um especial carinho e desejo de que o time das quinas seja imparável. Bem, só parando no amarelo.

À Lei do SEF

Hoje consigo escrever um pouco, enquanto aguardo a reunião entre o ACIME e as Associações de Imigrantes, para efeitos de discussão da nova lei de imigração.
Esta nova lei está em discussão pública, o que significa que o poder político adoptou uma nova estratégia para fingir que ouve os cidadãos na formulação das leis. Melhor que nada, sem dúvida. Diga-se que a nova lei de imigração é um processo já falhado à partida. O estrangeiro continua a ser tratado como um ser diferente, que necessita de uma lei própria. Um ente à parte. Perigoso e ameaçador.
É, de facto muito injusto o mundo em que vivemos. O capital roda o mundo, sem qualquer limite. Nem sequer são devidamente taxadas as transacções internacionais.
Agora as pessoas... essas são taxadas e são completamente lixadas. A não ser que, claro, se seja bem abastado.
As incoerências de toda a terra vem, aliás, cada vez mais ao de cima.
Será razoável que a África seja cada vez mais roubada e vilipendiada pela Europa e os Estados Unidos, sendo que os habitantes desta parte do mundo não tem qualquer contrapartida, não podendo trabalhar nos países que sugam o património do seu país, através das imensas multinacionais? Multinacionais que só se instalam no "terceiro mundo" com um intuito: explorar mão de obra barata e sem direitos. Mas, as multinacionais ainda fazem a conversa da criação de emprego. A criação de emprego passará até por trabalho infantil, mas isso eles não dizem.
Enfim, vamos voltar a Lei do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras - ente ciclópico e com poderes ilimitados.
As 3 propostas de lei são as seguintes:
A Lei do SEF - sim, a do próprio Ministério da Administração Interna! Incrível, eles a legislarem para si mesmos! A legislarem sobre as restrições que vão impôr! A Administração a fazer as vezes de legislador em incoerência completa com o princípio da separação de poderes! Montesquieu! Volta por favor!
A Lei do Partido Comunista Português
A Lei do Bloco de Esquerda - claramente a mais aberta e que trata os imigrantes como pessoas.
E, como é claro, o Partido Socialista, se fingindo de esquerda, vai aprovar a sua lei, a Lei do SEF.

Aquecer

Umas palavras para manter o blog aquecido são sempre necessárias.
Portanto vamos aquecer isto bem com FOGO, CHAMAS, LABAREDAS, LUME, CARVÃO E FERRO EM BRASA.

segunda-feira, 5 de junho de 2006

Arroz de Polvo

Sem tempo de falar muito - as coisas vão ocorrendo em cascata, necessitando de intervenções em regime de urgência - é quase por carolice que alimento este blog.
E não é por falta de assuntos que não escrevo. É mesmo, mesmo, mesminho por falta de tempo.
Falta de tempo que reina soberana e inabalável em todos os aspectos da minha vida.
A única solução passará por deixar de dormir, parece-me. O que será inadmissível, uma vez que daí passarei da falta de tempo para o tempo eterno, do descanso final.
Mas há algumas coisas boas no meio disto tudo, admito, pondero e racionalizo muitas vezes.
De facto, há milhares de pessoas com tempo a mais, com muita disponibilidade, concedida democraticamente pelo desemprego, que vai esticando cada vez mais os seus tentáculos.
Um dia, numa sociedade mais justa, menos exploratória e mais equitativa, faremos um grande arroz de polvo.

terça-feira, 23 de maio de 2006

Admissão alimentar

Admito que deve estar ficando complicado entrar no blog, com estas frases soltas...
Um dia vou explicar tudo isso, pôr a minha vida em pratos limpos.
Mas isso não quer dizer que que eu vá explicitar as refeições com as quais me alimentei.

Nuclearmente falando, mas desarmado

O núcleo alvoroçal dos pedidos de hamburgers de peixe.
A atávica parecença de João José com Albestranil.
E assim crio o primeiro post das minhas férias.

quarta-feira, 26 de abril de 2006

Conversas de livro

Olho para a prateleira de livros à minha frente e chego às seguintes conclusões:
Não é a sangue-frio que as coisas irão mudar em Jerusalém. Se algo vai mudar, infelizmente, será com o fogo e a lava que ainda restam no vulcão de Pompeii.
Não serão os 100 autores que mudaram a história da humanidade que irão trazer a paz. Na verdade, acho que o mundo está à espera dos bárbaros, para que se confronte definitivamente com a realidade.
Mas, quando é dia de futebol, todos se esquecem que nós não vivemos num filme. É sim. É incontornável que o Adrian Mole e as armas de destruição maciça e o Harry Potter and the half-blood prince ouvem a canção de Tróia que Ulisses canta na Montanha Mágica.
É por isso que cada vez mais percebo a filosofia d'o velho que lia romances de amor.

P'ra frente Brasil!

A animação que está no link abaixo venceu o I Festival de Animação Livre da América Latina.
É imperdível.
http://www.laboratoriodedesenhos.com.br/corrente_page.htm