Apesar de tanta gente sem casa, há muita casa sem gente.
É. Não é por acaso que se gritam nas manifestações relativas ao direito a habitação "nem casas sem gente, nem gente sem casa".
Bons exemplos são estas fotos.
Não se pense que se está numa cidade fantasma. As fotos são tiradas no centro de Lisboa. Aliás, nem é preciso fotos, basta passear pelo centro da cidade para encontrar imensos "edifícios devolutos" - que é a forma simpática de se denominar os edifícios sem função.
Estes imóveis aberrantes são vizinhos.
Podemos perguntar aos dois, em conjunto: Quantas famílias cabem aí dentro? Quanta gente sem tecto vocês poderiam abrigar?
Eles irão responder: a responsabilidade não é nossa, é dos nossos proprietários, que prestam um mau serviço à comunidade onde fomos edificados.
Numa altura em que as autoridades andam despejando pessoas, destruindo casas com bens dentro, que andam destruindo as vidas de muita gente, talvez fosse oportuno olhar para o centro de Lisboa e pensar se edifícios sem qualquer função não poderiam passar a ter um destino: o de transformar vidas e tirar pessoas da miséria.
É até interessante reflectir sobre o facto de se arruinarem vidas que residem em casas não licenciadas, mas não se ajudam vidas lhes dando casas licenciadas sem qualquer utilidade (sem contar com a especulação imobiliária claro).
Os edifícios da foto têm mais sorte do que as pessoas despejadas de casa. Talvez não estejam obrigatoriamente condenados à ruína.
Quem sabe não se irão transformar num condomínio de luxo ou um Centro Comercial?
É. Não é por acaso que se gritam nas manifestações relativas ao direito a habitação "nem casas sem gente, nem gente sem casa".
Bons exemplos são estas fotos.
Não se pense que se está numa cidade fantasma. As fotos são tiradas no centro de Lisboa. Aliás, nem é preciso fotos, basta passear pelo centro da cidade para encontrar imensos "edifícios devolutos" - que é a forma simpática de se denominar os edifícios sem função.
Estes imóveis aberrantes são vizinhos.
Podemos perguntar aos dois, em conjunto: Quantas famílias cabem aí dentro? Quanta gente sem tecto vocês poderiam abrigar?
Eles irão responder: a responsabilidade não é nossa, é dos nossos proprietários, que prestam um mau serviço à comunidade onde fomos edificados.
Numa altura em que as autoridades andam despejando pessoas, destruindo casas com bens dentro, que andam destruindo as vidas de muita gente, talvez fosse oportuno olhar para o centro de Lisboa e pensar se edifícios sem qualquer função não poderiam passar a ter um destino: o de transformar vidas e tirar pessoas da miséria.
É até interessante reflectir sobre o facto de se arruinarem vidas que residem em casas não licenciadas, mas não se ajudam vidas lhes dando casas licenciadas sem qualquer utilidade (sem contar com a especulação imobiliária claro).
Os edifícios da foto têm mais sorte do que as pessoas despejadas de casa. Talvez não estejam obrigatoriamente condenados à ruína.
Quem sabe não se irão transformar num condomínio de luxo ou um Centro Comercial?
1 comentário:
talvez por causa de toda burocracia é que tantas pessoas ocupem sem maiores problemas prédios inacabados ou abandonados em grandes cidades do Brasil. Famílias criam e procriam anos a fio sem seremperturtbadas pelas pendengas judiciais que se arrastam nos foruns brasileiros
Enviar um comentário