No Público
Quinta-feira, 03 de Fevereiro de 2005
Alain Minc desvaloriza a crise portuguesa como uma mera "depressão pós-parto" depois do esforço formidável de convergência europeia. Considera que esta crise pôs em evidência a modernidade do sistema constitucional português. Mas à Espanha que vaticina um papel decisivo na Europa e no mundo. Entrevista de Teresa de Sousa (texto) e de Luís Ramos (fotos)
Figura incontornável no meio intelectual francês, Alain Minc tem, desde há décadas, a capacidade de marcar a evolução do mundo com obras que fazem sensação - de "Le Media-choc", à " La Mondialisation Heureuse", de "L'Argent Fou" à "La Vengeance des Nations". É consultor de empresas e de governos e presidente do Conselho de Administração do jornal parisiense "Le Monde".
Ele diz assim, a meio da entrevista:
Portugal devia ser a embaixada do Brasil na Europa
Os 200 milhões de pessoas que falam português não nos chegam?
Com o Brasil, vocês têm, em certa medida, a mesma oportunidade (aqui se comparava com a Hispanidade). O problema é que o Portugal parece pequeno no interior do mundo lusófono enquanto a Espanha é rica e grande no interior do mundo hispânico.
E como é que, de Paris, se olha para Portugal?
Com um interesse particular que é de serem a embaixada do Brasil na Europa. E olhe que é um papel muito importante - não o subestime.
Quando penso na futura arquitectura mundial, o Brasil é uma actor extremamente importante para a Europa. Além disso, imagine um país que consegue eleger sucessivamente um verdadeiro intelectual, que foi um grande Presidente, e um verdadeiro sindicalista, que consegue ser Mitterrand sem os erros de Mitterrand - só pode ser um país espantoso.
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