quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

Legislativas VIII: a derrota pessoal de Portas

"Em nenhum país civilizado do mundo a diferença entre os trotskistas e democratas-cristãos é de um por cento".
Paulo Portas, de cara fechada (e ensaiada), proferiu esta aberração. Estava se referindo ao Bloco de Esquerda, o seu principal adversário. É bom que ele tenha noção de que o seu partido é pequeno como o BE.
Referiu que esta era uma derrota pessoal.
Acho que ele, como sempre, exagerou e a frase (e até o pedido de demissão?) não passou de um exercício de retórica e demagogia.
Mas as pessoas acreditam no que ele diz, fico impressionado.
Em primeiro lugar, a democracia-cristã não é propriedade do PP. Se fosse, estavamos tramados. A democracia-cristã não é apenas representada por pessoas que se dizem extremamente religiosas.
E o último governo de António Guterres, era formado por muitos democratas-cristãos, membros do PS. Bem como o PSD tem muitos democratas-cristãos (sendo que alguns até fugiram do PP).
Em segundo lugar, o BE não é apenas formado por trotskistas. Porém, devo esclarecer que de rotulagens eu não entendo nada.
No entanto, concordo com Portas, é uma pena esta tão curta diferença. Era preferível que fosse maior, ficando o PP com uma menor representação.
Em terceiro lugar, é bom saber que Portas ainda julga viver num país civilizado, apesar de dizer que apenas o seu partido assegura os valores.

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