terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

Legislativas III: o tsunami rosa

De lés a lés, o PS angariou votos.
Inclusive ganhou Viseu, o Cavaquistão (assim chamado porque lá é terra social-democrata, onde Cavaco Silva sempre aniquilava os adversários). E empatou em mandatos na Madeira, tendo Alberto João Jardim ficado destroçado.
O PS garantiu assim uma maioria absoluta de mandatos na Assembleia da República.
E quanto a isto tenho alguns desabafos a fazer:
Primeiro desabafo: Muitos (eu incluído) não desejavam esta maioria absoluta do PS, mas sim uma maioria relativa. Achavamos que era melhor confrontar o PS, para a aprovação de suas políticas, com a necessidade de efectuar alianças à sua esquerda. Sim, porque à direita, com o PP, ninguém acreditava que tivessem coragem de se coligar.
Esta vontade é fácil de explicar. O PS tem várias correntes, a do seu líder é a mais à direita.
Segundo desabafo: O ver por outro lado. E o outro lado diz-me que até é boa esta maioria absoluta. Ela significa responsabilização do PS. O PS nunca teve esta condição para colocar em prática as suas políticas.
Agora, seja o modelo nórdico, seja qualquer coisa, o PS tem que ser Socialista, como diz o seu nome (convém não esquecer) e, sem haver álibis, governar como sempre pretendeu e nunca pôde. Supostamente.
Terceiro desabafo: Impressiona-me que seja José Sócrates a conseguir o que, nem Mário Soares, nem António Guterres conseguiram e que tanto pretendiam.
Mas entende-se, porque estavamos mesmo muito cansados de Santana Lopes.
Quarto desabafo: Quererem convencer as pessoas de que todos agora só votam como forma de protesto. A esquerda ganha e o que se diz é que não é tanto uma votade de ter o PS a governar, mas sim um voto de protesto. Quantos votos de protesto!

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