Segunda-feira de manhã. Eléctrico 28. Pouca gente. Sossego.
Absolutamente imerso num livro do Stieg Larsson, que já passou da metade. O que significa que todos os acontecimentos começam a se precipitar e a história nos puxa para dentro dela.
Algo me acorda do livro, no Largo do Calhariz - que não é bem um largo, admitamos, mas gosta que lhe chamemos assim por algum motivo. Olho para cima e entra Lisboa pelos meus olhos adentro. Ao fundo, a cúpula da Basílica da Estrela sobressai-se na multidão de edifícios. E completando o momento, para tornar isso tudo mais inverosímel, apesar de verdadeiro, veio aquele aroma intenso a café moído. Alguém tinha comprado e o tinha carregado para dentro do eléctrico, de certeza.
Acreditem, se quiserem. Foi uma conjugação poderosa.
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