Escrito no dia 25 de Julho, pelas 18:40
Há cerca de 30 minutos, acabei a escrita do meu último artigo para o semanário "Correio do Brasil".
Foi o 24º texto. Andava nisto há 6 meses.
Foram 6 meses muito intensos e de grande aprendizado. De muita disciplina, de bastante pressão. Escrever semanalmente é uma experiência emocionante. Então para quem não tinha o hábito de escrever com esta cadência, foi, no princípio, uma situação difícil de gerir.
Mas, enfim, depois consegui pegar o ritmo, ainda que tenha tido de me servir de um dia do fim de semana para retocar o texto. É que, no meio disto tudo, em Abril, comecei a trabalhar em outro lugar e foi ainda mais complicado vencer a parada.
É uma pena que no dia 29 saia o último número do "Correio do Brasil". Na minha coluna, intitulada "Pergunte ao Advogado", ficaram muitas coisas por dizer.
Senti, sempre, que a minha coluna era uma forma de esclarecer as pessoas sobre os direitos que tem. Por isso sempre dei primeiro lugar para a legislação dos estrangeiros, que é algo que ainda é pouco explorado pelas publicações. Sempre tentei esclarecer as pessoas nas questões que, no meu trabalho diário, me apercebo que tem mais dúvidas. Mesmo aquelas dúvidas que parecem impossíveis de alguém ter, mas que na prática acontecem.
Bom, tentei seguir este critério, que acho que até deu certo. Acredito que ficaram imensos temas por tratar, mas, se tivesse oportunidade de escolher, não trocaria nenhum dos assuntos que abordei.
Acresce que este fim tão repentino do CB não estava nos planos de ninguém. Foi uma morte de ataque cardíaco, de um jovem que tinha tanto para dar a nós todos. Um fim meio trágico.
No CB conheci excelentes pessoas. Como a Paula Ribeiro, a quem agradeço a oportunidade que me deu, a aposta que fez em mim. A Paula, além de escrever maravilhosamente bem, é uma excelente profissional, sempre preocupada com que as coisas saiam perfeitas. E vê-se que que tem um gosto imenso pelo que faz, como eu. Em outra perspectiva, eu e a Paula temos a mesma "idade portuguesa", penso que chegamos os dois em 1988. Também conheci outra pessoa sensacional, a Madalena, que sempre me tratou super bem, muito atenciosa. E conheci um pouco melhor o Jair, que já tinha encontrado em outras ocasiões.
Mas no CB conheci outra coisa: a difícil batalha de um jornal, a guerra que é a semana.
Só por esta experiência, já sinto que cresci alguns centímetros. Mas ainda ganhei mais: a responsabilidade de ter que escrever com clareza, conteúdo (que tem de estar sempre 100% correcto), forma, organização e simplicidade (para tentar chegar a todos os leitores). Por ter sido uma experiência tão importante para mim, não queria deixar de compartilhar convosco e comigo (acho sempre que é mais dirigido para mim o que escrevo) que foi um prazer, ainda que bem trabalhoso (assim o prazer é certamente maior), escrever no Correio do Brasil.
Sem comentários:
Enviar um comentário