Hoje, no GAP, nos juntamos para fazer uma obra engraçada. Daquelas que eu não fazia há muito tempo. A minha tarefa, no sistema fordista que estabelecemos, foi desenhar casinhas, para que outros as recortassem. O mote foram os 5 milhões de casas vazias e os 4,8 milhões de cidadãos sem casa no Brasil, segundo o último censo. Um debate importante este. O resultado gráfico da iniciativa é o seguinte: há casas vazias suficientes para quem não tem casa.
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Sem mentiras, hoje de manhã, enquanto esperava a lotação, com aquela chuvinha e frio que vieram meio de repente, fiquei com tanta pena daquele senhor velhinho tão mal vestido e com um cobertor amarelo. Caminhava pelo meio da rua, meio deserta, mas às vezes passavam carros. O que fazer quando é assim? Não há-de ser o que fiz, que foi só ficar olhando e tendo pena. Às vezes as pessoas nem reparam, isso também é certo. Fiquei pensando mesmo, para onde ele ia. Se tinha para onde ir. Enfim, e talvez eu só tenha reparado porque ele não estava debaixo do viaduto ali no Centro, na Voluntários. Tanta gente lá, sempre.
É uma porra isso. Chama-se desigualdade. No Brasil ela anda em toda a parte.
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