Gosto muito da edição brasileira do Le Monde Diplomatique. A deste mês (de Maio) tem boas análises sobre o Congresso Nacional. Tem visões interessantes sobre a relação do legislativo com o executivo e sobre a base de Dilma no legislativo. É interessante ler. Parece que já se sentia no ar que vinham dias difíceis. A Presidenta está se habilitando a chantagens da sua alargadíssima base, por causa do seu problema Palocci, situação que até exigiu que Lula regressasse à manchetes como articulador de um abafa-cpi. Segundo se lê, Lula avisou, com outras palavras, que: facilitem com as bases, se não Palocci cai. As coisas não estão fáceis. A posição de Dilma face ao kit contra a homossexualidade nas escolas, vetando o trabalho do MEC, é a primeira de várias cedências, desta vez aos evangélicos. Agora é ver como vai ser com o Código Florestal, e a sua amnistia escandalosa, produto dos interesses dos ruralistas e que Dilma prometeu vetar. Nem parece que Dilma fala com "bases" às vezes, de facto. Já tinha havido brigas, reprimendas e expedições punitivas da Presidenta, a propósito da lei do salário mínimo, por exemplo. Não havia era o problema Palocci que agora há.
No meio de tanto conchavo, no meio de tantos interesses conflitantes de sua base tão alargada, ainda haverá lugar para uma política com coerência de ideias (ou pelo menos de ideias), centrada em raciocinar sobre os assuntos com seriedade, sem clubismos? Eu não sei.
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