Catastrófe, andei a pesquisar, também é um instrumento que foi muito utilizado pelos censores, no governo de Salazar.
É um instrumento que foi importado da Alemanha, dos tempos de Hitler.
Na verdade é um sensor, utilizado por um censor! É um belo trocadilho, que poderia pôr em causa o crédito desta artigo científico.
Passo a explicar: o catastrófe é uma espécie de caneta com uma ponta que tem uma lâmpada vermelha. Ao passar por partes do texto que ofendam, ou possam ofender, um determinado regime político, a luz vermelha pisca. Nesta ocasião, o censor poderá premir um botão na caneta, que imediatamente elimina toda a estrofe do texto.
Esta invenção, simples e engenhosa, estava a cair em desuso, mas hoje em dia a sua utilização voltou a ser promovida.
Sousa Lara, por exemplo, encorajava o seu uso e o usou vezes sem conta. Uma vez, deixou o seu catastrófe sobre um livro de José Saramago durante a noite, tendo o mesmo instrumento avariado para todo o sempre. Assim, Sousa Lara teve de encomendar um catastrófe novo, que no mercado negro de Berlim custa 1080,00 Euros. A ira que se apoderou de Sousa Lara foi tamanha, que passou a perseguir sempre que podia Saramago, o "ser amargo", como Lara gostava de o chamar. Desde lhe murchar os pneus do automóvel, até tocar-lhe a campainha a meio da noite, Lara não deixou mais Saramago em paz.
Até que Saramago, verdadeiramente chateado, ofereceu um exemplar de "O Evangelho segundo Jesus Cristo" para Sousa Lara, logo que o mesmo foi publicado. Numa notinha da carinhosa dedicatória, Saramago dizia: "sinto que me converti".
Ora, Sousa Lara, resolveu ler o livro, contente com a sua participação na conversão de Saramago.
Porém, foi só colocar o livro em cima da sua secretária, que toda a sua colecção de catastrófes, com o seu nome gravado, desataram a fumegar, tendo incendiado a gaveta aonde estavam guardados.
Foi nesta ocasião que Sousa Lara preferiu não indicar o nome de José Sarmago para concorrer ao Prêmio Nobel. Nobel este que já sabemos que Saramago veio a receber posteriormente. Esta é a história real sobre uma situação que nunca ninguém havia conseguido compreender.
Hoje em dia é Paulo Portas, Ministro da Defesa de Portugal, que tem feito muito uso deste instrumento.
Mas não sabendo muito bem como dosear o uso, às vezes apanha choques, que são a justificação para a sua queda de cabelo.
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