uns passos no chão de madeira meio apodrecido
o tapete em tempos vermelho, hoje esbranquiçado, alegra-se e liberta o pó acumulado
a porta acorda, lamentando, a ranger, que lhe mexam na fechadura enferrujada
esta porta não esperava despertar o interesse de mais ninguém
mas ali está alguém - e quer acessar às suas memórias esquecidas
o alguém entra no quarto e afinal não é alguém
os móveis a reconhecem de imediato, pelo cheiro, pela pisada sofisticada
"cem dias sem fim procurei nos loiros montes
e no negro céu me perdi
procurando o largo sorriso
que se transformou em sombrio"
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