segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Confissão

Um post do tamanho do anterior, nas minhas mãos, estaria, com grande probabilidade, votado à condição de não leitura.
Porque o fiz assim?

A origem dos segredos dos olhos de um escritor fantasma

Na origem, havia o segredo dos seus olhos, apenas revelados por um escritor fantasma que vira os seus livros todos queimados à temperatura farenheit 451.
Uma revisita - Farenheit - nos Bombeiros da Graça, cinema ao ar livre, vindo correndo do filme dos sonhos, recém acabado, a origem. Com os calções meio rasgados pelo malicioso banco de meu carro, e um certo frio dos ventos lisboetas, amenizados pelos sapadores bombeiros que distribuíram cobertores para a malta que tiritava com a brisa. Minha mãe resistente, junto, pois havia respondido afirmativamente ao desafio estou saindo de um e indo para o outro - vem também. Ela dizia não ter frio debaixo do céu estrelado, até á santa aparição dos materialmente santos e formalmente santificados cobertores.
Sobre os filmes todos, que são 4 (como no outro post, mas não tem nada a ver), nesta forma desorganizada e anárquica, dizer que estão já há semanas agendados para tratamento blogal. Mesmo que isso fosse só dizer o nome e até isso foi tão difícil.
Então dizendo coisas (e lembrando de um jantar no Bacalhau do Porto, onde "diz coisas" se discutiu, para além da verdadeira receita do Bacalhau à lagareiro):
1) Escritor-fantasma, de Pollanski (será assim? quem sabe coloco Palnaki, como escrevi para alguém no Gtalk, com sede de escrita rápida e sabendo explicar-me e comunicar-me com perfeição mesmo dando o nome errado), bom filme mas só isso (o que já não é mau. talvez devesse ser tudo isso). O realizador/diretor chateado com algum Blair da vida e a fazer um filme de intriga sobre o assunto. Gostei e tinha vontade de ver, mesmo que viesse a não gostar;
2) Farenheit 451, de Truffaut, já tinha visto. Amo. Acho super actual, não tem jeito. Se não tivesse visto a noite americana, do mesmo autor (um negócio simplesmente genial) até o acharia mais;
3) A Origem, vi e achei excelente. Daqueles filmes que nos carregam para uma outra atmosfera, far away. Me embrenhei naquilo e até tirei lições, que não sei quais. É um filme a nível de Matrix (o primeiro, claro, não as suas doentes sequelas). Tenho pena de dizer isso depois de ter lido outros dizendo o mesmo, porque poderá parecer que não é espontâneo. Mas é/foi.
4) Sobre O segredo dos seus olhos, na verdade, não tenho palavras. Não sei o que mais gostei nele. É um filme todo completo e bem feito. E é lindo. É um filme-fardo em certa parte para mim, porque me sinto responsável por sensibilizar as pessoas para o assistirem. Nunca me vi assim. Fico com pena de quem não assistiu. Assistam, por favor, quem não o fez.

Bagé 1220

Recua-se até mais ou menos essa data. Nela estavamos os 4 juntos.
Hoje e ontem foi assim de novo. E o gurizinho junto, como em 2007. E agora ainda com o novo que vem aí na barriga.
Foi simplesmente fantástico. No fundo, porque sentimos que nunca estamos realmente separados. E talvez por causa do sentimento de que somos na essência, mas não só, os mesmos que habitavam na Av. Bagé 1220. Todos tão parecidos, com os seus papéis, suas características, suas coisas, manias, ideias, formas de estar, formas de ver o mundo. Numa síntese de tarde-noite de Domingo isso tudo aparece, com churrasco e arroz carreteiro na casa do mais ajuntador dos quatro, lógico.
Apenas geograficamente estamos mais espalhados. Uma a meio do caminho, eu lá nos cafundós, nem sei bem onde quando estou aqui. Sei sim - é uma expressão só.
Ah, e ficam as dezenas de fotos tiradas por um dos responsáveis por colocar estes 4 no mundo. Fotos por tudo e por nada. Acho que é assim mesmo que tem de ser.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Gol!!!!




A exploração é certa. Que, pelo menos, venham os gols.
Apesar do meu comentário, talvez polémico, talvez conformista, mas completamente sincero, adorei ver isso pintado.
*Na Praça da Alfândega, em Porto Alegre, num tapume.

companhias: mais 2 que andam na minha volta




quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Ocidente, Marquez, Nassif

Ontem fui ao Sarau Elétrico, no Ocidente, sobre Gabriel Garcia Marquez. O Ocidente parecia outro lugar. No Sábado passado, eu, a Iá e o Fer tínhamos ido lá tentar dançar e passamos o tempo todo nadando num mar de gente, que se movimentava como ondas em dia de tempestade. Parecia os santos populares em Alfama, só que num lugar fechado. Foi uma experiência, deu até para rir enquanto a corrente nos levava. De facto, nunca tinha rido tanto numa situação dessas. Bom, mas ontem então, eu, a Iá e o Fer regressamos ao mesmo lugar. Juntou-se a Mari e eu me reencontrei com meu parceiro de sarau Carlinhos.
O debate foi bom como sempre, não é passível de grandes explicações.
A canja foi do guitarrista Rodrigo Nassif (que está já ali nas músicas). Gostei bastante. E ser experimental, ou seja, um negócio diferente do que se ouve todo o dia, ajuda muito.
* A foto é na Voluntários da Pátria, em Porto Alegre

Fronteiras e passaportes

“Considero duvidoso que o animal humano alcance sobreviver se não aprender a dispensar fronteiras e passaportes, se não for capaz de compreender que todos somos hóspedes uns dos outros, do mesmo modo que o somos desta terra contaminada e cheia de cicatrizes.”
George Steiner, George Steiner em The New Yorker

terça-feira, 24 de agosto de 2010

companhias: 2 que encontrei

Para além de tudo que me proporcionaram de bom na minha base deste ano em Porto Alegre, há duas simpatias chamadas Squier Telecaster e Yamaha APX. A Squier é bem mais linda do que essa que está aí no link: tem um espelho!

Portinari

E hoje, com o mp3, depois de 4 dias de aconchego, família, carinho, vinho, Inter, Inter, Inter, música, discoteca, banco, burocracia, churrasco e paz, comecei a desbravar a parte cultural. "Já foste a tudo no ano passado", diz um querido aqui do meu lado. Portinari no Margs já está. Tem uns filmes bons no Santander Cultural e no Centro Mário Quintana e à noite vou ao Sarau Elétrico no Ocidente. O frio começou a voltar, enquanto me distraí com isso.

companhias: 6 mais um mp3

Outras companhias são os seguintes cds: Norman, Tigrala, Tó Trips, Norberto Lobo, Dead Combo, Understood. Trouxe cd's que verdadeiramente gosto muito. Estão ali nas "músicas" links para os myspace deles todos.
No mp3 trouxe XX, Slash, dEUS, Marillion.

40000

Chegamos às 40000 entradas. Na foto, 40515. E se eu dissesse diferente? Vou dizer: na foto 41414.
No último ano o tráfego aumentou.

Em itálico tudo se ajeita

Não posso fazer nada, hoje bateu uma vontade de escrever coisas em itálico. Mesmo que mal utilizado e de uma forma completamente aleatória.
Como sentenciei uma vez, no passado recente: qualquer escrito que envolva alguns itálicos ganha logo uma credibilidade superior. Uma exposição incoerente e inepta transforma-se numa fortaleza de fundamentação e de consistência, simplesmente com a mudança para o dito tipo de letra.
Mesmo uma ironia disfarçada pode parecer uma coisa séria.

Amanhecer

Uma coisa ninguém tira aos understood project. Foram a primeira banda a tocar no salão da nova sede, ainda que em modelo ensaio. Para além disso, de uma maneira geral, o ensaio não foi uma boa experiência. Definitivamente, é preciso vedar o som do salão. Tínhamos a percepção de estarmos tocando para o Bairro Alto inteiro e não era essa a intenção. E era tarde. E ainda estamos chegando.
Afastada a hipótese de tocar as energéticas e potentes tudo o que o vento traz e bells lançamo-nos na composição daquela que viria a chamar-se amanhecer.
Mas amanhecer não ficou pronta neste dia. Ficou pronta uns dias depois em minha casa, também a horas impróprias para relacionamentos vizinhais.
Amanhecer é toda do JP que buscou inspiração em Aveiras para a sua composição inicial. Faço uns complementos nela, que acho que tão bons também. Porém, a pesca do peixe gordo é mesmo do JP. Grande pescaria. Convencionamos o nome amanhecer uns dias depois, depois de perceber que esta música é um pouco isso.

companhias: dois mais um

Trouxe comigo dois livros. Os detectives selvagens, de Roberto Bolaño e O cavaleiro inexistente, de Italo Calvino. A estes juntou-se Os homens que não amavam as mulheres, de Stieg Larsson, que comprei no Aeroporto de Salvador e desbancou os anteriores. É envolvente e uma espécie de leitura compulsiva, bem como me disseram que era.
O do Calvino, coitado, me acompanha nos últimos meses em viagens, não me segura muito, mas é fininho. Está, definitivamente, com complexo gonçalo m. tavares - jerusalém, um outro livro que tenho e que por ser fininho me acompanha em várias viagens, mas nunca chegamos aos finalmentes.

sábado, 21 de agosto de 2010

Star Wars

Depois de várias metáforas no Facebook com fotos do Star Wars (sim, eram metáforas), agora publico esta em que apareço com o meu cruzador, viajando para um lugar distante.

Pintar por cima


Este não é um deles, mas no primeiro dia after doing my work and start férias, repintei 2 quadros e pintei um novo.
Acho que tudo melhorou. Há semanas (talvez meses) que eu olhava para eles e esperava que algo me fizesse pegar neles. Foi assim uma espécie de desabafo pintural, energia guardada que finalmente teve oportunidade de sair.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Bi da Libertadores!

Recém-chegado de Lisboa, hoje, pela uma da manhã, tive o prazer de ver os gols do Inter contra o Chivas, que garantiram ao Inter o bicampeonato da Libertadores. Os gols só vi em Porto Alegre. O relato tinha ouvido na Rádio Gaúcha, ainda em Lisboa.
É muita alegria.
E mais é difícil dizer, a não ser que nunca imaginei que o Inter fosse me dar tantas alegrias e em tão pouco tempo. Depois de sermos campeões de tudo, agora é hora de repetirmos títulos.

O próximo será mais frio

Este post já é num outro lugar do globo, no lugar de descongelamento das memórias.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A Mais Brasil está de volta e com força

Inclui aos blogues e sites do Bairro Alto a Associação Mais Brasil do Porto. Uma associação que voltou a estar super activa, para bem das brasileiras e brasileiros do Porto e de Portugal.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Tigrala, Cian, Filho Único, MNAC, Understood

Muito bom o ciclo que o Filho Único está promovendo no Jardim de Esculturas do Museu do Chiado.
Fui lá ver Tigrala e Cian Nugent. Ambos muito bons.
Tigrala é um grupo enorme nos sons (e são só 3 gajos). Cian Nugent é uma brisa matinal, fresca e revigorante. Ehehe. Foi mesmo o que me lembrei, escrevi isso de primeira. E a associação cultural Filho Único, que tem uma história interessante (li na Agenda Cultural de uns meses atrás), também está, evidentemente, de parabéns. Traz muita gente boa. É ver o site deles.
Sobre ambos os shows, para além da beleza da música, do ar fresco que estas pessoas trazem para a música (pelo menos para as minhas necessidades, eu preciso mesmo disso), em algumas coisas consigo ter um compromisso interno forte comigo. "É para continuar assim", diz a minha oposição, "só isso ainda é pouco", insiste com o meu governo. E tem razão. Mas eu lhe respondo que não quero ser modesto nestas metas. Se dou de bandeja muito do meu tempo para muitas coisas, para a música boa - para a música que me encanta - sou capaz de garimpar com muita vontade, em pedra dura, atrás de tempo, de minutos, com sorte chegando à marca da hora. Mudar coisas, acertar horários. Há prioridades. Foi assim com Cian Nugent. É assim com os understood project.
* a foto é do myspace do Cian Nugent

Luz Soriano

Ontem começou.
E parece que sempre estivemos ali.
Procura-se espada laser para combater a miopia do ego.via Facebook, de RA

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Forno

A primeira coisa a fazer no início do dia é ligar todos os ventiladores e ar condicionado, para tentar reverter a temperatura do forno.

Sem assunto

um mail "sem assunto" tem sempre algum assunto, na verdade. às vezes são tantos que a pessoa não põe nenhum, às vezes é a pressa, às vezes não é nada.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Cristopher Jacobs Diary

Do diário de Cristopher Jacobs:
"Se não vai a bem vai a mal, fazendo cara e conversa de que está tudo bem, tudo normal, tudo esquecido.
Nada foi esquecido. E tudo está acontecendo como se pretende. Tudo está sendo lembrado. Não há almoços grátis. Dá-se alguns, vai-se entretendo, simplesmente porque não há pachorra para parvoíces inúteis. Não há pachorra, tempo e energia. Houve muitas tentativas de mudanças conflituais no mundo, que resultaram da mesma forma do que se não houvesse posições acirradas e distantes.
Mas, se não for a mal como se tudo estivesse bem, vai a muito mal, sabendo tudo muito mal e não será esquecido o que não estamos querendo lembrar. Será péssimo. Talvez divertido."
Não me lembro de tê-lo visto naquele plenário.

Inter, Inter, Inter, II

E vou ouvir os jogos aqui em Lisboa mesmo. Fui campeão várias vezes aqui neste hemisfério para arriscar a viagem. Dia 19 chego em Porto Alegre com a segunda Libertadores sendo celebrada pelo Inter, um dia depois do segundo jogo da final.
Celebração bebendo Chivas.

Inter, Inter, Inter!

Despertador para as 3 da manhã e acordar para ouvir o segundo tempo do São Paulo - Inter na Rádio Gaúcha, semi-finais da Libertadores (a Liga dos Campeões das Américas). Perdemos (2-1), mas ganhamos graças ao gol fora (em Porto Alegre tinha sido 1-0 para o colorado).
Estamos na final da Libertadores com o Chivas Guadalajara do México. E, como o Chivas é da América do Norte, já temos assegurada a presença na Copa Mundial de Clubes da FIFA. Tudo é possível lá. Já fomos campeões do mundo em cima de um super Barcelona em 2006.
Mas, antes disso, temos de garantir a vitória da Libertadores! Já atropelamos o Chivas (2-0 e 4-0 para nós) na caminhada da conquista da Sul-Americana, em 2008.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Formatação

Estou passado com a formatação da letra do último post!
Tentei fazer de tudo!
E pronto, aqui está a minha capitulação.

Tó Trips - Guitarra 66

Adicionei o myspace do Tó Trips às músicas (e de seguida o Dead Combo, banda de que ele faz parte).
Ando ouvindo muito o "Guitarra 66", do Tó Trips. É um bom disco. Parou-me nas mãos no concerto de Tigrala. Estava lá ele na banquinha e não pude deixar passar.
Confesso que fiquei impressionado de ainda não ter o Dead Combo nas minhas músicas.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Djadja

Existem várias formas de ansiedade. Sentem-se distintas e infinitas.
Às vezes temos noção de que estamos a satisfazê-las/eliminá-las. Quando se chega a casa e se vai de imediato colocar aquela música que vínhamos o caminho todo pensando. Quando se desata a tocar o nosso instrumento preferido, depois de dias sem ter um em nossas mãos. Quando lemos o que mais gostamos. Quando queremos começar a estudar um assunto e nos vemos na mesa tomando as primeiras notas sobre ele. E muitas outras coisas mais, relacionadas com paixão, desejo, necessidade, que são diferentes de pessoa para pessoa.
Ontem descobri que não tinha Tigrala no meu carro e queria tanto ir ouvindo Djadja para casa. Agora estou ouvindo. É daquelas músicas que parece que se vai querer para sempre. Para ouvir até à exaustão aqui.