Na origem, havia o segredo dos seus olhos, apenas revelados por um escritor fantasma que vira os seus livros todos queimados à temperatura farenheit 451.
Uma revisita - Farenheit - nos Bombeiros da Graça, cinema ao ar livre, vindo correndo do filme dos sonhos, recém acabado, a origem. Com os calções meio rasgados pelo malicioso banco de meu carro, e um certo frio dos ventos lisboetas, amenizados pelos sapadores bombeiros que distribuíram cobertores para a malta que tiritava com a brisa. Minha mãe resistente, junto, pois havia respondido afirmativamente ao desafio estou saindo de um e indo para o outro - vem também. Ela dizia não ter frio debaixo do céu estrelado, até á santa aparição dos materialmente santos e formalmente santificados cobertores.
Sobre os filmes todos, que são 4 (como no outro post, mas não tem nada a ver), nesta forma desorganizada e anárquica, dizer que estão já há semanas agendados para tratamento blogal. Mesmo que isso fosse só dizer o nome e até isso foi tão difícil.
Então dizendo coisas (e lembrando de um jantar no Bacalhau do Porto, onde "diz coisas" se discutiu, para além da verdadeira receita do Bacalhau à lagareiro):
1) Escritor-fantasma, de Pollanski (será assim? quem sabe coloco Palnaki, como escrevi para alguém no Gtalk, com sede de escrita rápida e sabendo explicar-me e comunicar-me com perfeição mesmo dando o nome errado), bom filme mas só isso (o que já não é mau. talvez devesse ser tudo isso). O realizador/diretor chateado com algum Blair da vida e a fazer um filme de intriga sobre o assunto. Gostei e tinha vontade de ver, mesmo que viesse a não gostar;
2) Farenheit 451, de Truffaut, já tinha visto. Amo. Acho super actual, não tem jeito. Se não tivesse visto a noite americana, do mesmo autor (um negócio simplesmente genial) até o acharia mais;
3) A Origem, vi e achei excelente. Daqueles filmes que nos carregam para uma outra atmosfera, far away. Me embrenhei naquilo e até tirei lições, que não sei quais. É um filme a nível de Matrix (o primeiro, claro, não as suas doentes sequelas). Tenho pena de dizer isso depois de ter lido outros dizendo o mesmo, porque poderá parecer que não é espontâneo. Mas é/foi.
4) Sobre O segredo dos seus olhos, na verdade, não tenho palavras. Não sei o que mais gostei nele. É um filme todo completo e bem feito. E é lindo. É um filme-fardo em certa parte para mim, porque me sinto responsável por sensibilizar as pessoas para o assistirem. Nunca me vi assim. Fico com pena de quem não assistiu. Assistam, por favor, quem não o fez.