As minhas últimas semanas como universitário foram terríveis.
Era setembro e eu tinha de fazer Processo Penal e Direito Internacional Privado, para encerrar este capítulo de minha vida.
Sentia um stress sem precedentes. Não tinha vontade nenhuma de estudar e achava que já estava tudo feito. Sentava no meu quarto e tinha imensas dificuldades de me concentrar. Tudo me incomodava. Aliás, fiz questão de pensar para comigo: "nunca vais ter nostalgia dos tempos da Universidade. Vais te lembrar sempre destas últimas semanas".
O que fazer para me concentrar? E ainda mais, quando a Biblioteca João Paulo II, da Universidade Católica, estava fechada... Sim, criei o hábito de estudar em bibliotecas, porque nos poupam 75% do trabalho, que é fugir de todos os elementos que nos distraem. Costumava estudar também na Biblioteca da Penha de França e na das Galveias. Muito importante também, foi a sala de estudos Castro Mendes, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, nas últimas semanas de meu curso. Mas, com as bibliotecas encerradas, o que fazer?
Então vinham o Joe Satriani, o Marty Friedman e o Steve Vai me ajudar. Ouvindo estes três óptimos músicos acabei encontrando uma receita de concentração. Uma receita estranha, admito.
Eu já os conhecia e já tinha tido bons resultados com eles. Lembro-me do Vai me ajudar imenso na disciplina de Contratos Civis. Olho para o livro, do Professor Pedro Romano Martinez e recordo logo. Estava de "férias", para estudar para os exames dos primeiros dias de janeiro. Sem biblioteca e com espírito natalício em todo o lado. Então o Ultra Zone, que me ofereceu um grande amigo meu, tocava na minha aparelhagem e eu reunia capacidade para estudar. Assim aprendi Empreitada, Arrendamento e Compra e Venda. E aprendi bem. Melhor que o costume até.
O Marty Friedman, por seu turno, lembra-me Direito Administrativo e Fiscal! É uma perspectiva engraçada e, de certeza, ele nem imagina. Inspirar alunos a estudar matérias relacionadas com a Administração Pública...
Quanto ao Joe Satriani, não sei, mas sei que colaborou muito nos meus trabalhos de casa para a minha especialização em Fiscalidade. E, neste momento, é ele que estou ouvindo.
Para agradecer a ajuda preciosa, venho divulgar as páginas da internet de dois génios, o Steve e o Joe. Basta clicar nos nomes.
Tive o prazer de os ver ao vivo, tocando. O Steve, na Aula Magna. O Joe, no Estádio do Restelo. Um melhor que o outro. O do Steve, porém, num sítio menor e sem a necessidade de ouvir AC/DC, a seguir, ficou num lugar de maior conforto em minha memória.
E o show do Steve teve um momento espectacular. Ele estava no meio de um solo lindo e toda a Aula Magna (repleta de gente, uma surpresa) se lembrou de bater palmas. E assim ficamos, uns dois ou três minutos, até que ele parou de tocar, olhou para a plateia e se curvou o quanto pode, com imensa humildade e agradecimento. Nunca tinha visto nada assim! Só pararam os aplausos ao fim de algum tempo, por insistência dele. No fim do show estava toda a gente fascinada, com tudo. Foi como se tivéssemos assistido a uma aparição de uma figura mítica e inatingível. O que até deve ser verdade.
Foi maravilhoso!
E acabei o curso entretanto.
Sem comentários:
Enviar um comentário