quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Le cool


Não costumo colocar as entrevistas aqui, mas essa - para a Lecool - foi tão boa de responder que não resisto a partilhar.

Gustavo Behr é Presidente da Casa do Brasil de Lisboa
Há quanto tempo em Lisboa? E como veio por cá parar?
Estou em Lisboa desde 1988. Vim ainda criança, acompanhando a minha mãe que vinha fazer o doutoramento dela aqui. O que era para ser temporário transformou-se num novo lar.
Como se envolveu com a Casa do Brasil?
Já conhecia a Casa do Brasil, de algum tempo. Mas quando acabei o meu curso procurei a Casa do Brasil para ver no que podia ajudar. Inicialmente ajudei dando apoio jurídico a brasileiras e brasileiros. Depois tive a felicidade de integrar a direcção.
Para já, explique-nos quais são as principais funções da Casa no contexto Lisboeta e como ela surgiu.
A CBL surgiu em 1992 mais vocacionada para a área cultural, debates e intervenção cívica. Com o passar do tempo ela se consolidou da forma que é hoje. Tem 3 vertentes: cultural; de apoio aos cidadãos e de intervenção política. A intervenção fundamenta-se sempre nas questões que vamos ouvindo dos nossos associados que nos procuram; suas preocupações e seus anseios. Fazemos chegar as suas preocupações às autoridades portuguesas e brasileiras.
Como contextualiza os brasileiros em Lisboa?
Os brasileiros são a maior comunidade de imigrantes em Portugal. Tal como os migrantes de outros países, são pessoas que vieram para Portugal para exercer uma actividade profissional e em busca de melhores condições de vida ou realização pessoal. Actualmente, os brasileiros trabalham sobretudo na restauração, serviços e, quando há, na construção civil. Os brasileiros integraram-se muito bem em Lisboa.
Qual a importância desta comunidade para a cidade?
Lisboa, desde sempre, é conhecida por ser uma cidade cosmopolita, de encontro de culturas. Os brasileiros trouxeram a sua forma de ver as coisas, trouxeram o seu trabalho, a sua cultura. Todas as cidades ganham com a diversidade cultural e com a vontade que os migrantes trazem na bagagem. Os portugueses sabem isso, aliás. É um povo habituado a migrar e a levar a sua força para outros pontos do planeta.
Pensas que os brasileiros são bem recebidos na cidade? Acha que há algo a mudar?
Penso que são bem recebidos de uma maneira geral, Lisboa é tradicionalmente uma cidade que recebe bem os imigrantes que se encontram aqui. Como já disse, Lisboa é uma cidade que desde o seu nascimento tem uma nota forte de diversidade cultural, de convivência dos povos. É evidente que sempre surgem alguns problemas e que ainda há coisas a mudar, a melhorar, mas acredito que isso vai sendo feito.
Sobre a Casa do Brasil, que ganhou um novo espaço, como a partir de agora ela pretende contribuir para a difusão da cultura brasileira em Lisboa?
Com este novo espaço a Casa do Brasil ganhou um novo fôlego para as suas programações culturais, que tem o objectivo de mostrar o Brasil em Portugal, Portugal aos brasileiros e ter uma aposta muito forte na interculturalidade. E temos procurado fazer várias actividades culturais em parceria com outras associações e entidades.
A casa nova chegou com uma programação intensa. Mais projectos para adiantar?
A Casa do Brasil está a definir diversos projectos para 2011.
A nível cultural assentarão na divulgação do Brasil em Portugal, através de exposições, cinema, debates, lançamentos de livro. E muitos projectos já estão inclusive em curso. No campo do apoio aos brasileiros em Lisboa também estamos a trabalhar para melhorar os serviços. Destaco o gabinete de psicologia, que pretendemos implementar rapidamente.
Mantemos as nossas actividades actualizadas no nosso site [ www.casadobrasil.pt ] e no Facebook.

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