Seria mais fácil segurar uma dessas razões que surgem para nos demover. Existem em todo o lado. Há sempre razões. E há sempre pessoas. Interpretações e pessoas multiplicam as razões por mil, pelo menos.
E tudo ficaria igual. Nada mudaria. Seria tudo linear. Sem paixões, sem emoções. Só racionalidade, só matemática. Tudo sem vento, sem ondas, sem sal.
Na verdade, parece-me que há sempre um pequeno deserto. Quando se começa a trilhar um caminho, quando se começa a medir o percurso, a buscar um sentido concreto, ele se apresenta. Às vezes o pequeno deserto é grande só porque não temos um mapa e não conseguimos vislumbrar o fim. É uma ilusão de óptica criada pela ansiedade. Às vezes o grande é pequeno, se a persistência e a motivação tomam o rumo.
Isso tudo vem a propósito de garimpar e encontrar, até agora, só pedra dura. É óbvio, garimpou-se pouco. Diria que no começo ainda vai se encontrar muita pedra dura. Se não se está disposto a garimpar a sério, por favor, agarre com força as tais razões, uma qualquer, do primeiro parágrafo. Eu não as quero conhecer agora.