quarta-feira, 5 de outubro de 2011

viagens

(...) - A entrada da hotel fazia-se por dentro da estação de trem, directamente. E eu paguei a um taxista, que descobriu isso para mim. Ou seja, eu entrei no táxi, disse que só sabia o nome do hotel, e o motorista foi a uma lojinha de recordações para perguntar onde ficava o dito. Depois, com a resposta, acompanhou-me no caminho, pelos corredores da estação. Que não era nada fácil, diga-se. Ele não quis aceitar o dinheiro, mas eu dei-lhe 4 euros, porque fiquei muito agradecido pela informação.
- Eram muitos os recepcionistas no hotel, cada um com a sua banca. Na confusão eu percebia muito mal o senhor que estava a atender-me. O balcão tinha imensas coisas, em baixo de um tampo de vidro. Canecas, porta-chaves, brasões. Não sei tudo o que estava ali. Achei interessantíssimo na altura. Quando lhe perguntei pelos quartos mais baratos, ele disse-me uma série de opções esquisitas, com nomes bizarros, e eu não entendia nada do que ele dizia. Adorei o hotel, verdade seja dita, apesar disso. Achei mesmo bacana. Era muito acolhedor.
- Entrava-se pela estação, mas quando fui nas traseiras do hotel, havia aquele deserto tão bonito, completamente fora de tudo. Tão diferente, tão amplo. Estava pôr do sol. Tive vontade de ficar um tempão contemplando. Não havia portas e eu achei fora do normal isso, porque no deserto estavam algumas pessoas a dormir. Pensei que elas poderiam entrar quando quisessem no hotel. Este sentimento não estava relacionado com medo ou desconforto. Era apenas uma constatação. Mas, na verdade, a entrada das traseiras era bem esquisita e requeria alguma agilidade para ingressar. Era preciso atravessar um jardim cerrado, cheio de árvores e húmido, com poças e lagos pequenos. E isso se fazia por cima de umas redes. (...)

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