sexta-feira, 30 de maio de 2008

Eu não vou

Eu também não vou.
Prefiro ir a qualquer outro lugar ouvir música do que ter de comer com toda a publicidade infernalizante deste evento.

Boicote

Dias 1, 2 e 3 de Junho não vamos meter gasolina nas bombas do cartel Galp/Repsol/BP.
Juntos contra a especulação gasolineira.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Agora Aqui

25 de Abril e o 1º de Maio de 1974 ficaram para sempre associados ao imaginário da liberdade e da democracia. Continuam a ser uma referência e uma inspiração. Trinta e quatro anos volvidos, apesar do muito que Portugal mudou, o ambiente não é propriamente de festa. Novas e gritantes desigualdades, cerca de dois milhões de portugueses em risco de pobreza, aumento do desemprego e da precariedade, deficiências em serviços públicos essenciais, como na saúde e na educação. Os rendimentos dos 20 por cento que têm mais são sete vezes superiores aos dos 20 por cento que têm menos.
A corrupção e a promiscuidade entre diferentes poderes criaram no país um clima de suspeição que mina a confiança no Estado democrático.
Numa democracia moderna, os direitos políticos são inseparáveis dos direitos sociais. Se estes recuam, a democracia fica diminuída. O grande défice português é o défice social, um défice de confiança e de esperança.

O compromisso do 25 de Abril exige que se restaurem as metas sociais consagradas na Constituição da República. E exige também uma crescente cidadania contra a insegurança, contra as desigualdades, por mais e melhor democracia.

Não podemos, por outro lado, ignorar a persistência de uma política de agressão, bem como as repetidas violações do direito internacional e dos direitos humanos. Bagdad, Abu-Ghraib e Guantánamo são os novos símbolos da vergonha. Não se constrói a paz com a guerra. Nem se defende a democracia pondo em causa os seus princípios. E por isso, hoje como ontem, é preciso lutar pelos valores da Paz e pelos Direitos Humanos.
Não nos resignamos perante as dificuldades. Como escreveu Miguel Torga – “Temos nas nossas mãos / o terrível poder de recusar.” Mas também o poder de afirmar e de dar vida à democracia.Os que nos juntamos neste apelo, vindos de sensibilidades e experiências diferentes, partilhamos os valores essenciais da esquerda em nome dessa exigência. É tempo de buscar os diálogos abertos e o sentido de responsabilidade democrática que têm de se impor contra o pensamento único, a injustiça e a desigualdade.

Manuel Alegre - deputado e escritor/Isabel Allegro Magalhães - professora universitária/José Soeiro deputado/Abílio Hernandez - professor universitário/Acácio Alferes - engenheiro/Albano Silva - professor/Albino Bárbara - funcionário público/Alexandre Azevedo Pinto - economista, docente universitário/Alfredo Assunção - general, militar de Abril/Alípio Melo - médico/Ana Aleixo - médica/Ana Luísa Amaral - escritora/António Manuel Ribeiro – músico/António Marçal - sindicalista/António Neto Brandão - advogado/António Nóvoa - professor universitário/António Travanca – professor universitário/Augusto Valente - major general, militar de Abril/Camilo Mortágua/Carlos Alegria – médico/Carlos Brito - ex-deputado/Carlos Cunha - engenheiro/Carlos Sá Furtado - professor universitário/Carolina Tito de Morais - médica/Carreira Marques - ex-autarca/Cipriano Justo - médico/Cláudio Torres - arqueólogo/David Ferreira - editor/Dinis Cortes - médico/Edmundo Pedro - ex-deputado/Eduardo Milheiro - empresário/Elísio Estanque - professor universitário/Ernesto Rodrigues - escritor/Eunice Castro - sindicalista/Fátima Grácio - dirigente associativa/Francisco Fanhais - músico e professor/Francisco Louçã - deputado/Francisco Simões - escultor/Helena Roseta - arquitecta, autarca/Henrique de Melo - empresário/João Correia - advogado/João Cutileiro - escultor/João Semedo - deputado e médico/João Teixeira Lopes - professor universitário/Joaquim Sarmento - advogado, ex-deputado/Jorge Bateira - professor universitário/Jorge Leite - professor universitário/Jorge Silva - médico/José Aranda da Silva - ex-Bastonário Farmacêuticos/José Emílio Viana - dirigente associativo/José Faria e Costa - professor universitário/José Leitão - advogado, ex-deputado/José Luís Cardoso - advogado, militar de Abril/José Manuel Mendes - escritor/José Manuel Pureza - professor universitário/José Neves - fundador do PS/José Reis - professor universitário/Luís Fazenda - deputado/Luís Moita - professor universitário/Luisa Feijó - tradutora/Mafalda Durão Ferreira - reformada da função pública/Manuel Correia Fernandes - arquitecto, professor universitário/Manuel Grilo - sindicalista/Manuel Sá Couto - professor/Manuela Júdice - bibliotecária/Manuela Neto - professora universitária/Margarida Lagarto - pintora/Maria do Rosário Gama - professora/Maria José Gama - dirigente associativa/Mariana Aiveca - sindicalista/Natércia Maia - professora/Nélson de Matos - editor/Nuno Cruz David - professor universitário/Pacman - músico/Paula Marques - produtora/Paulo Fidalgo - médico/Paulo Sucena - professor/Pio Abreu - psiquiatra/Richard Zimmler - escritor/Rui Mendes - actor/Teresa Mendes - reformada da função pública/Teresa Portugal - deputada/Ulisses Garrido - sindicalista/Valter Diogo - funcionário público aposentado/Vasco Pereira da Costa – escritor, director regional da cultura

11000 entradas

A Aldeia Blogal ultrapassou as 11000 entradas.

PS não gosta da esquerda Parlamentar

O Partido Socialista que esqueceu literalmente do socialismo e quando se lembra fica crispado e agoniado, acha que o Bloco de Esquerda e o PCP são "conservadores", porque querem cuidar das suas clientelas.
"Clientelas".
Para o PS, os trabalhadores não são clientelas a cuidar.
No Correio da Manhã de hoje, ainda vem citação de Vieira da Silva acusando o Bloco de Esquerda e o PCP de "desonestidade política".
Desonestidade é a do PS, com o país e consigo próprio. Ganharam as eleições e esqueceram o programa de governo que apresentaram. E se lessem as actas da discussão do Código do Trabalho! Na verdade o PS na oposição defendia os trabalhadores. Agora viraram-lhe as costas. Na verdade o PS só dá atenção aos trabalhadores quando é altura de ganhar as eleições. Quando está no poder pisoteia-os.

Esquerda

A esquerda vai se reunir.
Pena que em Portugal não haja um Governo de esquerda.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Balanças

Sarkozy, que quer centrar a agenda europeia na imigração e quer que o memorando da imigração seja relativo a expulsões e afastamentos, agradece a Berlusconi, que está radicalizando o discurso contra os imigrantes ainda mais do que qualquer construção securitária europeia poderia supor.
Tanto se dizia que era preciso ver a política de imigração com cuidado. Integração, direitos, direitos políticos, regularização? "Não se pode abrir muito, para a balança não se desestabilizar e se acirrarem conflitos", diriam alguns.
A balança se desestabilizou à mesma. E, enquanto certos partidos que se dizem de esquerda foram cedendo a conservadorismos e restrições securitárias, à política do "passo a passo", para não criar resistências e xenofobias, enviezadas soluções que não passam por reconhecer e criar uma pedagogia de tratar os de fora como iguais (que são), a direita começou a dinamizar o seu discurso e começou a esticar a corda para o lado oposto, vendo até onde conseguem ir.
Começaram-se a partir os equilíbrios (que se haviam eram poucos). Com Berlusconi criminalizando a imigração ilegal, as restantes direitas europeias não precisam grandes argumentários para atacar as já poucas garantias dos imigrantes na Europa.
Comentário a propósito de "Lixo", postado no Zero de Conduta.

terça-feira, 20 de maio de 2008

É possível. É possível?

Qualquer dia volto a escrever "Um outro mundo é possível" com final em ponto de interrogação.
Tanto retrocesso.

Responsabilidade e música

Agora é preciso ver das responsabilidades do sucedido no Coliseu.
Felizmente não preciso misturar música e responsabilidades, por isso não quis escrever nenhuma palavra sobre isso no post anterior, que é sobre música e festa. Ia infectar o post. Mas se virem bem, o Destak esteve à procura disso. Acho que fizeram bem. Sinceramente não li até ao fim a notícia.
Na verdade, nem tenho muita convicção quando escrevo este post. Acho que não quero saber sobre quem foi responsável pelo apagão. Quero só me lembrar da Adriana solucionando a questão, de uma forma poética e muito mais eficaz do que qualquer técnico de som.
Mas quem quiser veja isso. Deve ser importante.

A electricidade acabou. A música vinga sempre.

"As luzes voltaram finalmente, mas apenas as que iluminavam a plateia. O palco continuava sombrio e vazio até que Adriana Calcanhotto subiu de novo ao palco e à cappella, sem o apoio do microfone que continuava mudo, presenteou com mais três canções o público que ainda resistia: «Quem Vem Pra Beira do Mar», «Maresia» e terminou «Mulher sem razão».
Dentro do coliseu apenas havia Adriana. Uma parte da audiência levantou-se dos seus lugares para se ir sentar no chão à frente do palco, mais perto de Adriana. Cada música foi aplaudida de pé.
Dentro do Coliseu um silêncio sepulcral apenas quebrado pela voz ténue da cantora. Qualquer barulho inocente na audiência era desde logo silenciado pelo público.
Adriana cantava, mas mais parecia que contava histórias com o público sentado em seu redor, a seus pés, em seu redor."
Eu não posso deixar de dizer que achei legal o sucedido.
Porquê? Sinceramente não sei explicar bem. Seria certamente bom ouvir o show todo (e faltava seguramente um pouco mais de um terço), com a qualidade do costume. Porém, ainda que ouvisse mal, acho que foi fantástico ver Adriana (e a sua banda) voltando ao palco, assumindo uma enorme responsabilidade, cantando sem microfone, sem efeitos, com os instrumentos desligados, celebrando as músicas que compôs e que já são um pouco mais do público do que dela.
E o público! Aquele silêncio absoluto para ouvi-la! Nem se mexer na cadeira deveria ser permitido a uma pessoa.
Além de tudo, é uma excelente história para contar.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Entre as 20, aposto que estas 2 estão de fora

Se no Indie Lisboa de 2019 algum Blade Runner tiver Twenty Questions a fazer a dois perdidos numa noite suja que deambulem perto do Museu do Oriente, certamente nenhuma será sobre Corações ou sobre se Shine a Light não terá mais músicas a incluir (certamente terá).
Ou outra forma de conseguir colocar em 2 linhas um monte de coisas que estive vendo e que não sabia como pôr aqui no blog.
Adenda: 2 linhas não, mas sim 4 ou 5. Melhor: uma frase.

Sempre serão lembrados

Dois génios que acabaram as suas carreiras em 2008.
O maior tenista brasileiro de todos os tempos: Gustavo Kuerten.
Um dos maiores jogadores de futebol de Portugal: Rui Costa.
Tive sorte. Sempre torci para ambos.
O Rui no Benfica e o Guga sempre que conseguia vê-lo jogar.
O Rui sempre foi genial, mesmo neste último ano de Benfica, jogando sozinho.
Já o Guga o negócio era celebrar tudo o que viesse. Como festejei o Master em Lisboa, contra Agassi. Na verdade, tinha a certeza que aquilo era um momento único na carreira de Guga e no ténis brasileiro. Um brasileiro conseguia acabar, não sem dificuldade, um ano na frente do ranking ATP.
Infelizmente será muito difícil o Brasil ter algum jogador que se compare ao Gustavo Kuerten, demolidor de Roland Garros e enorme surpresa na época.

Konngol Renndo

Ou, a "voz da sociedade", em Pulaar, língua falada em diversos países de África. Fula, como os portugueses chamavam.
Aprendido na Pós: Gerir Projectos em Parceria. Há tanto que se aprende conversando nas aulas, no sussurro que os professores não ouvem. Aquilo que não vem no programa e que é tão ou mais importante do que tudo: a interacção intercultural.
- Que revista é esta?
- Está escrito em que língua?
- O que significa isso?
p.s. - o interlocutor era Bubacar Baldé, Presidente do Centro Português de Estudos Árabe-Pulaar e Cultura Islâmica.

Cinema no céu

No vôos de ida e regresso de Cuenca, assisti a 2 filmes interessantes à sua maneira.
Enquanto August Rush procura os pais, que não conhece, e vai tocando muita guitarra, Michael Clayton é um ex-polícia, meio advogado (?), procurando voltar às causas justas e à verdade.
Gostei mais do Augusto do que do Miguel, mas acho que mais por um critério musical do que por outra coisa. Na verdade, o August é mais um filme musical (gostei da músicas, atenção) simpático, de Domingo à tarde (onde tudo corre muito bem e há direito a pipocas), enquanto o Michael é mais um daqueles filmes de advogados justiceiros.
Mas, para o que era preciso ambos chegaram e sobraram, ajudando a passar o tempo à medida que eu ia voando e atravessando o Oceano Atlântico e América do Sul.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Perda de tempo

Pena é que no movimento associativo as pessoas percam tanto tempo tentando se pisar e com sectarismos que só atrapalham.
Ao invés de se dedicarem só ao trabalho, jogam-se baldes de tempo pela janela com coisas que nem consigo nomear muito bem.
As políticas securitárias e restritivas agradecem àqueles que só olham para o seu cantinho e pensam que alguma vez 1 vai ser mais do que 2 ou que tentar crescer à custa dos outros leva a algum lugar.
É pena tanta cegueira, tanta perda de tempo.

Blog da PERCIP

A PERCIP - Plataforma das Estruturas Representativas das Comunidades Imigrantes em Portugal - já tem um blog. Ainda não tem postagens, mas o endereço já está: http://www.percip.blogspot.com.

terça-feira, 13 de maio de 2008

O vício de fumar em locais proibidos

Fumar faz mal:
No céu
e na Terra.

Bem apanhado

- Depois do tal concerto tens escrito pouco.
- Pois é, e tenho tanta coisa que escrever...
- E como tens muito para escrever não escreves nada.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Voto de pesar II

Acho que o Bloco, o PCP ou até Manuel Alegre, podem começar a pensar em apresentar um voto de pesar ao verdadeiro Partido Socialista.
E acho que não haverá qualquer questão quanto à referência ao "partido de Abril", que foi.

Não dava nem para corrigir a argumentação

O PS, o PP e o PSD não podiam argumentar que o homem nasceu em Abril, mesmo que se quisesse fazer uma confusão de datas ou eventos.
O Cónego Melo nasceu em Outubro.

Voto de pesar

Para que não se diga que se instrumentalizou qualquer coisa, dou a presente notícia de forma muito objectiva.
O PS deixou passar na Assembleia da República o voto de pesar pelo falecimento do Cónego Melo. E respeitou o minuto de silêncio a este senhor. Atenção que nem todos os socialistas ficaram na sala. Muitos abandonaram a sala, entre eles Manuel Alegre e Teresa Portugal. E 4 socialistas votaram a favor do pesar. Leio agora que alguns do PSD também saíram.
O PP acenou com uma alteração ao texto para o PS se abster.
Tendo sido retirado do texto a referência ao Cónego Melo como um "homem de Abril", o PS deixou o voto aprovar-se.
p.s. (post scriptum, traduzo, para não confundir com o Partido Socialista): A parte escrita a verde é a única parte mais subjectiva do texto, mas parece que foi isso que se passou pelas palavras do deputado Strecht e porque tal expressão não iria desaparecer do texto do voto por única iniciativa do PP. Se isso não corresponde à verdade, expliquem o que se passou e prometo que faço uma errata.

Joe em Lx

Um depoimento do concerto do Joe, no Macacos Sem Galho.
Prometo escrever o meu em breve.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

"Liberdade ao capital, se faz favor" - PS

É óbvio que o PS é a favor da anarquia para os hipers (ou pelo menos está a fazer-se rogado para os seus amigos das grandes empresas), por isso, admite liberalizar este comércio ao Domingo.
Claro que é compreensível ouvir isso do PSD e do PP. Do PS é que vamos nos habituando a ouvir.
Na coerência PS é uma medida boa:
1- ataca os fins de semana dos trabalhadores (normalmente por turnos, nem do Domingo se irão safar);
2- ataca as famílias dos trabalhadores (que nem ao Domingo terão a sua unificação);
3- beneficia os lucros dos hipers (sempre a laborar);
4- beneficia as Empresas de Trabalho Temporário (que tem uma quota imensa de trabalhadores nos hipers);
5- desmantela e quase aniquila as Pequenas e Médias Empresas do comércio tradicional, que ficam quase sem forças.
Agora, eles obviamente vêm com o seu "grande argumento": criam mais emprego.
Mas só podem, evidentemente, estar a agir da mesma forma PS de agir, que é não contar que estes novos empregos serão pouquíssimos. Na verdade o que irá acontecer é mais exploração massiva dos trabalhadores que já lá estão. E mesmo a meia dúzia de empregos novos que se irão criar não seria mau, se não fosse o tipo de emprego que é: altamente precário.
Parabéns ao Belmiro de Azevedo. O PS quer-lhe fazer todas as vontades.

MayDay

"Querem-nos precários, rebeldes nos terão".
"Recibos para a gaveta, esta lei é uma treta".
Manifestação dos precários, MayDay, no 1.º de Maio, dia dos trabalhadores - as principais vítimas do governo mentiroso do PS de José Sócrates.

Descontentamento cresce

Ver comentários devastadores ao Governo que está ao serviço dos patrões: o PS de José Sócrates.