Diria Sarkozy, se tivesse ido à inauguração do Museu da Imigração, em Paris.
Não foi, provavelmente para não ter preocupações de consciência.
Pelo menos, Sarkozy é sincero. Tanto discurso xenófobo certamente não se apaga num museu. E ele também não pretende iludir as pessoas, quanto ao seu discurso e prática.
Terá sido uma sorte não haver uns polícias a verificar as portas, aproveitando para deter alguns imigrantes irregulares que quisessem visitar as instalações.
Gosto de museus e acho que a imigração merece. Em Porto Alegre, no Memorial do Rio Grande do Sul, dedica-se um vasto espaço a explicar o inestimável valor da imigração para o desenvolvimento do Estado. Sarkozy, se, hipoteticamente, um dia quiser abrir a sua mente, poderá ir lá. Acho que não irá ser barrado na fronteira.
Aproveito para deixar duas sugestões: A primeira é que se calhar era bom ilustrar a xenofobia no Museu de Paris. Bastaria pegar na Lei de Imigração francesa, pôr-lhe uma moldura em volta (como a da figura) e chamar à mesma "Xenofobia, por Sarkozy".
A segunda é que, já que estão exigindo provas de ADN dos imigrantes, aproveitem para a exposição os estudos sobre isso. Pode ser que, se pesquisarem bem, se apercebam que o ADN de um imigrante não é nada diferente do de todos nós, uma vez que todos somos imigrantes.
Fica uma notícia: http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/10/11/298099784.asp
*Mas museus para quê se não aprendemos nada com o passado?
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