É engraçado ver muitas pessoas desvalorizando o papel do pensamento de esquerda. Pensamento, friso, não a acção dos partidos ditos de esquerda, como este PS que tão mal governa Portugal.
Parece que é sempre apropriado dizer mal da ideologia de esquerda. Os sonhadores de esquerda são os irresponsáveis que vivem num mundo de fantasia. No fundo, o "fim da história", irá nos trazer a única política possível: a do pragmatismo da política real.
Sendo certo que não possuo toda a carga teórica para debater este assunto, que não sou um destes tecnocratas que definem a política dos estados, não posso deixar de publicar aqui alguns desabafos.
O primeiro deles é que não me parece que no mundo social europeu tudo se vá resolver através de sucessivos ataques aos direitos dos trabalhadores. Será inevitável que para tudo se resolver na Europa e no Mundo tenha de se multiplicar o trabalho precário, aniquilar as garantias dos trabalhadores e arder da prateleira dos diplomas legais o Código do Trabalho?
Se calhar até a solução seja esta. Mas não se enganem os governantes que enchem os bolsos de dinheiro, nem os grandes patrões das multinacionais: se tem de haver sacrifícios, estes tem de ser divididos. De facto, não pensem que passa incólume à população sem casa e sem dinheiro que há aí gente que tem grandes casas, grandes carros e que andam brincando às bolsas de valores para ter dinheiro, sem prestar qualquer serviço relevante para a sociedade. Olhem para a França.
O segundo desabafo é ainda mais pragmático que o primeiro. Lanço em jeito de pergunta. Se o pensamento de esquerda está ultrapassado, qual é a solução para o mundo cheio de problemas em que vivemos? A solução é a actual? É a do comércio desvairado contra as pessoas destroçadas? São as soluções de direita?
Finalmente, venho pedir, no meu dia de aniversário um presente: quando alguém se eleja num cargo de poder, não minta às pessoas. E se esforce com corpo, alma e gana para, pelo menos, tentar agir segundo as promessas das eleições.
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