"Porém, vendo bem este Partido Socialista não é socialista" não é uma boa frase.
Não é "vendo bem", mas sim, "toda a gente sabe, todo o mundo sabe, já ninguém ignora, já o Governo revelou de forma cabal as suas intenções".
O PS já não tem qualquer pudor em atacar os direitos dos trabalhadores, as reformas e até as suas próprias propostas do seu próprio programa de governo, como se viu no Tratado de Lisboa. Desculpem que a frase parece mal escrita com "suas próprias, seu próprio", mas é isso mesmo. É demasiado constrangedor: suas próprias, de seu próprio - ignoraram. O programa de governo já não vale nada para o PS - é meramente indicativo.
Certo é que tive sorte de não me ter deixado levar neste engodo. Qualquer pessoa poderia ter-se deixado levar, tão boas eram as propostas do programa de governo face ao que o PS fez.
Esta matéria do Código de Trabalho, então, é um enorme escândalo.
Conhecer as propostas do PS na oposição e ver o seu descaramento enquanto Governo é, de facto, uma experiência aterradora e temível. Eram um partido dos trabalhadores na oposição e no Governo são o partido dos patrões. Se toda a gente fizesse este exercício, se conhecesse o que o PS disse para as actas na aprovação do Código do Trabalho (que votaram contra) o respeito pela classe política era infinitamente inferior do que a situação actual.
Ninguém votaria.
O exemplo é tudo. E quem vulgariza a mentira na causa pública está disseminando a farsa na população. É uma pena que o PS, com tantas boas raízes, se tenha tornado nesta coisa, que é contra "slogans esquerdistas" e que se esqueceu das suas origens.
O PS perdeu a oportunidade que a maioria absoluta lhe deu. Não transformou o país, não é uma alternativa fundada na verdade.
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