O meu relógio ultimamente vive se atrasando.
Será por eu estar a impor um ritmo demasiado elevado ao pobre instrumento? Mas ele é que tem a incumbência de manter-me a horas e não o contrário!
Estará ele apaixonado? Eu julgava que um relógio era um ser masculino, um rapaz... Mas, na verdade começo a ficar desconfiado - e devo dizer que tenho motivos para julgar que, pelo menos o meu, é uma rapariga. Vou vos contar.
Num campeonato de futebol em que participei, um árbitro pegou no meu relógio durante alguns jogos. O meu relógio era o assistente do árbitro no que toca à contagem do tempo, actividade fundamental num jogo de bola. O relógio, no futebol, é o alto dignatário e representante de Deus, pois este criou o tempo. Um ser soberano, que define a duração do jogo, impreterivelmente, se bem que se conceda, com muitas ressalvas, uma mínima flexibilidade ao árbitro, que pode invocar razões excepcionais (que devem ser muito bem fundamentadas) para estender por alguns minutos mais um jogo. Esta decisão, muito sensível, deve ser muito ponderada, sob pena de ataques de cólera e violência, intra e extra campo de jogo.
Bem, mas regressando ao tema que me lançou nesta dissertação, jogaram-se as partidas e, no fim de tudo, o árbitro lançou um piropo ao relógio, dizendo: você tem um óptimo relógio, muito bom mesmo... e bonito...
A partir daí tudo ficou estragado...
Aliás, o tal árbitro era búlgaro e já se sabe que estes amores distantes tem destas coisas.
Pobre relógio, no entanto, engana-se a si próprio com esta conduta. Devia era se manter adiantado, ficando assim mais próximo do fuso horário da Bulgária.
Será por eu estar a impor um ritmo demasiado elevado ao pobre instrumento? Mas ele é que tem a incumbência de manter-me a horas e não o contrário!
Estará ele apaixonado? Eu julgava que um relógio era um ser masculino, um rapaz... Mas, na verdade começo a ficar desconfiado - e devo dizer que tenho motivos para julgar que, pelo menos o meu, é uma rapariga. Vou vos contar.
Num campeonato de futebol em que participei, um árbitro pegou no meu relógio durante alguns jogos. O meu relógio era o assistente do árbitro no que toca à contagem do tempo, actividade fundamental num jogo de bola. O relógio, no futebol, é o alto dignatário e representante de Deus, pois este criou o tempo. Um ser soberano, que define a duração do jogo, impreterivelmente, se bem que se conceda, com muitas ressalvas, uma mínima flexibilidade ao árbitro, que pode invocar razões excepcionais (que devem ser muito bem fundamentadas) para estender por alguns minutos mais um jogo. Esta decisão, muito sensível, deve ser muito ponderada, sob pena de ataques de cólera e violência, intra e extra campo de jogo.
Bem, mas regressando ao tema que me lançou nesta dissertação, jogaram-se as partidas e, no fim de tudo, o árbitro lançou um piropo ao relógio, dizendo: você tem um óptimo relógio, muito bom mesmo... e bonito...
A partir daí tudo ficou estragado...
Aliás, o tal árbitro era búlgaro e já se sabe que estes amores distantes tem destas coisas.
Pobre relógio, no entanto, engana-se a si próprio com esta conduta. Devia era se manter adiantado, ficando assim mais próximo do fuso horário da Bulgária.
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