sexta-feira, 14 de novembro de 2003

Quero a nona sinfonia

Hoje estou mesmo com vontade de escrever.
E não é só porque às 9.00 estarei no Tribunal de Instrução Criminal, escalado.
Queria ver se me safava com um poemazito, mas o "The Tyger" do William Blake, não seria o suficiente.
Então vou meter aqui umas palavritas.
O Tribunal de Instrução Criminal faz pena. Ou não faz pena, porque lá só se aplicam medidas de coacção ou se fazem debates instrutórios.
Mas faz pena, assim como fazem pena as varas criminais e os juízos criminais.
Outro dia estive nas varas. Fazia tempo que não ia lá. Já me tinha esquecido.
Fiquei triste.
Já me tinha esquecido que as pessoas metem-se em problemas ferozes na vida. E a vida lhes mete em ferozes problemas. Ainda por cima, tudo começa com ninharias, que depois viram grandes bolas de neve e levam tudo atrás.
Aquela teoria, de que o lugar aonde crescemos tem influência na maneira como nos comportamos perante os outros, é mesmo verdade. As varas estão cheias de verdades e brigas e pancadarias e acertos de contas.
E violências e tristezas, para todos os lados.
Existe a utopia e o irrealismo dos que pensam as leis.
Existe a dureza e a realidade para quem vê a lei lhe ser aplicada.
A quem a lei se aplica?
Nunca vou dizer que não acredito na Justiça. Mas todos sabemos que ainda falta muito para se começar a fazê-la, sem demagogias, a todos.
É, a música é diferente consoante o dançarino.

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