Não vi o
Welcome em Porto Alegre (sim, já estava lá em Julho). Acabei vendo em Lisboa, em ante-estreia. Super filme. O realizador, presente, nos disse que não queria fazer um filme político. O filme é político. Se quase nada na vida é apolítico, dizer que este filme não é político me faz perguntar o que é político para o realizador.
Quanto ao filme: excelente retrato, triste mas muito realista, da imigração. Inclusive se passa em Calais, um dos locais onde os imigrantes de forma mais emblemática sofrem na Europa, tentando cruzar a fronteira para a Inglaterra.
E o que eles querem ir fazer de tão mau à Inglaterra, perguntam vocês?
Pasmem. O delito é procurar trabalho e uma vida mais digna. O delito é abandonar países onde há fome, há guerra. O delito é sonhar. Atenção que delito pode estar sendo utilizado em sentido não técnico. Mas também nem tudo é técnica. Chame o que se chamar, as coisas doem igual na pele de quem sofre uma panóplia enorme de discriminações, sanções jurídicas e administrativas apenas por não ter os documentos correctos para ter o direito a circular.
Isso não é muito esquisito?