Os tempos são de esticar a corda. De teste: até onde são capazes de suportar cortes, prazos curtos e burocracia? E isso é exigido a um universo onde 90% de quem trabalha são voluntários, que deixam de viver outras coisas para dinamizar a acção social. Tudo, se diz por quem solicita, é vontade alheia a quem exige. Tudo é vindo de terceiros e de entidades etéreas e abstractas. Lembra-me tanto as Vinhas da Ira. Está tudo lá. E é logo nos primeiros capítulos.
Esticar a corda é sempre a pior das estratégias para quem o faz. Não se ganha nada. Dá a sensação de que se ganha algo. Talvez a curto prazo faça sentido na cabeça deles. A prazo, há conflitos e desgaste. Nada fica como era antes.
O certo é que há muito menos uma congregação de vontades. Passou a ser uma relação de exigências, onde tudo passou a ser contabilizado. Cada vírgula é um ponto, cada ponto vale algo. Vamos meter as vírgulas, vamos meter os pontos. E o resto, como ficamos?
Além disso, dessa burocracia que fulmina tempo que podia ser dedicado a acções, vamos fazer o que devemos: seguir sempre a nossa coerência e cumprir nossos planos e nossas agendas. Nosso trabalho passou a ser ainda mais meritório.
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