O post anterior foi antes de todo o Congresso.
Tenho o maior dos respeito pelo PCP - aliás por isso no post anterior o título é "há mais pessoas no PCP".
Espero que haja (mas agora já tenho mais dúvidas), pois à tarde eramos bombardeados com discursos acerca da maldade presente nas esquerdas que não digam respeito ao PCP. O PCP quer clarificação. O PCP convive mal, nas palavras pelo menos, com as outras forças de esquerda, tirando os Verdes. O PCP acha que todas as forças tem de ser iguais ao PCP. Deverão todas votar Jerónimo?
O discurso foi um desastre nesta parte. Parecia uma aula sobre os procedimentos do combate político. E uma aula sobre portas fechadas.
É uma pena as outras esquerdas serem tão atacadas com um discurso de fechamento. É o contrário do que defendem, aliás. Sócrates agradece. E não sei qual esquerda beneficia com isso. O PCP não é de certeza.
Quem é a verdadeira esquerda não devia ser o debate do momento, mas sim como é possível unificá-la (em termos de objectivos, não de estrutura) para ter uma expressão eleitoral o mais forte possível. A ideia que passa é que o PCP acha que o BE - "social-democratizante" - não merece esta oportunidade.
Acho que o tiro não correu bem ao PCP. O sectarismo não é o caminho e as pessoas percebem isso.
E, pessoalmente, devo dizer que fiquei muito desapontado. Acho que se a luta eleitoral se desenvolver também entre a esquerda verdadeira (na qual incluo o BE e o PCP, obviamente) só quem beneficiará será o PS de Sócrates (a direita, portanto), perante a desunião e a dificuldade (não só concreta e sim num plano até abstracto) de uma plataforma de esquerda governar o país.
Nada mais desmobilizador e facilitador da entrada em cena do centrão PS-PSD.